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Redes de ensino buscam caminhos para uso de tecnologia nas escolas

Computadores, laptops, celulares, tablets, inteligência artificial, termos que estão cada vez mais no cotidiano. Como abordar a tecnologia nas salas de aula das escolas do país e como fazer dela uma aliada na educação? Isso é possível ou mesmo recomendado? O Brasil recentemente sancionou a Política Nacional de Educação Digital (Pned), assumindo a intenção de que as crianças e jovens tenham acesso a uma formação que os prepare para um mundo cada vez mais tecnológico.

Na ausência de uma trajetória única, as redes de ensino têm em curso diferentes iniciativas para incorporar ou mesmo restringir a tecnologia nas escolas. A Agência Brasil conversou com especialistas, professores e estudantes sobre os vários caminhos para lidar com o universo digital e sobre os desafios encontrados até aqui. 

As discussões sobre o uso de tecnologias na educação começaram ainda na década de 1980, segundo o professor da área de tecnologias da educação da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Gilberto Santos. Nessa época, a internet estava apenas começando. “O surgimento de novas tecnologias educativas não foi acompanhado do surgimento de novas abordagens pedagógicas tão inovadoras como as tecnologias”, diz Santos, que é líder do Grupo de Pesquisas Interdisciplinares sobre Tecnologias e Educação (Abaco).

Rio de Janeiro (RJ) - Redes de ensino buscam caminhos para o uso de tecnologia nas escolas - Professor Gilberto. Foto: João Paulo Barbosa
Rio de Janeiro (RJ) - Redes de ensino buscam caminhos para o uso de tecnologia nas escolas - Professor Gilberto. Foto: João Paulo Barbosa

Novas tecnologias demandam mudanças na forma de ensinar, diz Gilberto. Foto: João Paulo Barbosa

“Passados 30 anos, continuamos tateando, porque as tecnologias evoluíram, evoluem e nós, profissionais da educação, ainda não encontramos um norte, do ponto de vista pedagógico, que oriente novas práticas”, acrescenta.

Ele explica que novas tecnologias trazem uma cultura diferente que demanda uma mudança na forma de ensinar, para que elas sejam melhor aproveitadas. “Isso não é um problema só brasileiro, é mundial. Não encontramos fórmulas pedagógicas inovadoras para darem conta da tecnologia e darem conta da cultura que elas trazem.”

Somados aos desafios pedagógicos, há os de infraestrutura e de acesso. No final de 2022, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 3,4 mil escolas no país, 2,5% do total de escolas, não tinham acesso sequer a rede de energia elétrica, 9,5 mil, ou 6,8%, não dispunham de acesso à internet e 46,1 mil, o equivalente a 33,2%, não possuíam laboratórios de informática. Os números foram disponibilizados no Painel Conectividade nas Escolas

O caminho, para os estudantes, que estão assistindo as aulas, é incorporar a tecnologia à educação, mas garantir que isso venha junto com o acesso universal. “Hoje é impossível fazer qualquer coisa sem acesso à internet”, diz a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Jade Beatriz, e acrescenta: “A gente vive falando que a educação é a mesma de 50 anos atrás e que precisa se transformar para os estudantes terem vontade de ir para a escola e aprender, que não seja só ir para a escola, sentar na cadeira, assistir o professor falando e ir embora. A gente acredita que a tecnologia é indispensável para que isso aconteça, mas isso deve ser feito com responsabilidade”.

No início deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.533/2023, que institui a Política Nacional de Educação Digital (Pned). A intenção é garantir o acesso, sobretudo das populações mais vulneráveis, a recursos, ferramentas e práticas digitais. Composta de quatro eixos de atuação (inclusão digital, educação digital escolar, capacitação e especialização digital e pesquisa e desenvolvimento em tecnologias da informação e comunicação), a Pned vai articular os programas, projetos e ações de municípios, estados, Distrito Federal e União, de diferentes áreas e setores governamentais, para potencializar e melhorar os resultados dessas políticas públicas. 

Entre as ações previstas estão o treinamento de competências digitais, midiáticas e informacionais e a conscientização a respeito dos direitos sobre o uso e o tratamento de dados pessoais. Está prevista também a promoção da conectividade segura e da proteção dos dados da população mais vulnerável, em especial de crianças e adolescentes.

Segundo os entrevistados, nem no Brasil, nem no mundo, há um caminho único. Assim, as redes de ensino têm tomado diferentes medidas para incorporar ou mesmo restringir a tecnologia nas escolas.

São Paulo e os livros digitais  

Em São Paulo, no final de julho, o governador Tarcísio de Freitas, anunciou que não iria aderir ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC), e que os alunos da rede estadual, a partir do 6º ano do ensino fundamental, teriam apenas livros digitais a partir de 2024. A medida gerou críticas e discussões. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) chegou a determinar que o governo estadual incorpore o PNLD

Rio de Janeiro (RJ) -  Redes de ensino buscam caminhos para o uso de tecnologia nas escolas. Foto: Wendell
Rio de Janeiro (RJ) -  Redes de ensino buscam caminhos para o uso de tecnologia nas escolas. Foto: Wendell

O estudante Wendell de Paiva é a favor do uso de tecnologia em sala de aula. Foto: Arquivo Pessoal

O estudante do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Odila Leite dos Santos em Itaquaquecetuba (SP) e diretor da União Paulista dos Estudantes Secundaristas, Wendell de Paiva, diz que é a favor do uso de tecnologia, mas que isso deve ser feito com o devido cuidado e observando as várias desigualdades nas redes de ensino. “Tem escolas que têm matéria de tecnologia e tem computadores que não funcionam, que não tem acesso à computadores de qualidade, não têm wi-fi de qualidade ou às vezes não tem nem wi-fi”.

Ele conta que na própria escola, há dificuldades para acessar a internet. “A minha escola tem dificuldade na questão do wi-fi. Ela fica na periferia e temos dificuldades com o acesso. O dispositivo não conecta no celular de todos os alunos e sofremos com computadores que não funcionam. Quando precisamos fazer uma atividade, responde a prova no computador, não tem para todo mundo, é bem difícil”. 

Em meados de agosto, o governo voltou atrás e informou a adesão ao PNLD, que é o programa nacional voltado para compra e distribuição de livros didáticos para escolas pública, mas sem abrir mão da produção própria. Os alunos terão à disposição tanto o material baseado no Currículo Paulista – que terão versão impressa – quanto os livros didáticos fornecidos pelo MEC. “A nossa principal meta é oferecer aos alunos um ambiente educacional inovador, com ferramentas e insumos pedagógicos que garantam um processo de aprendizagem mais completo e formem cidadãos preparados para o mundo e com condições de buscarem posições competitivas no mercado de trabalho”, diz em nota a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.    

Paraná e as plataformas educacionais

No Paraná, o uso das plataformas na educação começou de forma mais intensa na pandemia, no governo de Ratinho Júnior, quando o então secretário Renato Feder, estava à frente da pasta da Educação. Feder agora é o atual secretário de Educação de São Paulo. A presidente do Sindicato dos(as) professores(as) e funcionários(as) de escola do Paraná (APP-Sindicato), Walkiria Mazeto diz que as plataformas digitais começaram a ser usadas tanto nos registros básicos como lista de chamada e lançamento de notas dos alunos, quanto para acessar conteúdos contratados e aplicativos.  

O uso foi, segundo Mazeto, intensificado mesmo com o retorno das aulas presenciais. As escolas passaram a ter metas para cumprir nessas plataformas, que deixaram de ser um apoio e passaram a ser em si uma porcentagem das aulas e dos conteúdos dados nas escolas. “Todos os App têm meta para a escola. Tem quizz [testes], plataforma de exercícios, curso de inglês online, tem língua portuguesa, leitura, redação. Estamos com sete plataformas de interação obrigatória e todas elas têm meta e alguém que vigia a meta”, diz Mazeto.

A APP-Sindicato realizou de forma pioneira no estado a pesquisa Plataformização da Educação com o Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) para medir os impactos do uso das plataformas para os educadores do estado. Os dados divulgados mostram que quase a maioria, 91,3%, declaram estar sobrecarregados com a avalanche de novas plataformas, aplicativos e meios tecnológicos somados à cobrança pelo cumprimento de metas. Três a cada quatro, 74,3%, reconhecem impactos negativos do modelo na sua saúde física e/ou mental, enquanto uma parcela maior, 78,3% afirma ter colegas que adoeceram em decorrência das dificuldades impostas pelas novas tecnologias

Nas disciplinas em que as plataformas foram incluídas, Mazeto diz que os professores ralatam que não têm autonomia para dar aulas, mesmo tendo formação adequada para tal. “Isso gera frustração, uma sensação de perda de autonomia pedagógica”, diz.

A pesquisa mostra ainda que 90% dos respondentes concordam que as plataformas deveriam ser de uso opcional nas escolas, servindo como instrumentos de apoio pedagógico e não de uso obrigatório. “Uma coisa é ter um app ou disponibilizar à escola professores e estudantes a possibilidade de complementar, de usar na aula, de dispor disso como recurso didático e outra é forma como está posta. Uma obrigatoriedade. Organiza-se a escola hoje a partir dedas plataformas”, diz Mazeto.  

Para os estudantes, o uso das plataformas não melhorou o ensino, de acordo com a diretora de relações institucionais da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), Ana Ponce, que é estudante do 2º ano do Colégio estadual Lysimaco Ferreira da Costa, em Curitiba.

Rio de Janeiro (RJ) -  Redes de ensino buscam caminhos para o uso de tecnologia nas escolas. Foto: Ana Ponce
Rio de Janeiro (RJ) -  Redes de ensino buscam caminhos para o uso de tecnologia nas escolas. Foto: Ana Ponce

A jovem Ana Ponce é aluna em Curitiba E diretora de relações institucionais da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes). Foto: Arquivo Pessoal

“A gente vê a importância de usar a tecnologia na sala de aula porque o mundo roda em volta da tecnologia e ter um celular ou não define muita coisa na sua vida, infelizmente. Mas, no Paraná tem escola que não tem estrutura nenhuma para suportar o uso da tecnologia, tem aluno que não tem suporte nenhum fora da escola para usar tablet, laptop, ou não tem internet”, diz a estudante.

Ela conta também que nas plataformas, os estudantes resolvem testes, os chamados quizzes, que são de múltipla escolha e permitem várias tentativas. “Você pode escolher quantas vezes quiser, não tem como errar, o professor não vê seu desempenho real, você vai sempre acertar”, diz. Como estudante do ensino médio, ela se preocupa com a formação que está tendo, que não considera suficiente para que ela ingresse em uma universidade pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo.

Os professores compartilham dessa preocupação. A pesquisa conduzida pelo APP-Sindicato e Instituto IPO mostra que apenas 16,9% dos professores afirmam que as plataformas tecnológicas utilizadas em sala de aula melhoraram a aprendizagem dos estudantes. Para 40,3%, a aprendizagem piorou e 42,7% dizem que os resultados não foram positivos nem negativos.

A Agência Brasil entrou em contato com a Secretaria de Educação do Paraná, mas não recebeu um posicionamento até a publicação da matéria.

O Rio e a restrição do celular  

Na contramão dos dois estados, o município do Rio de Janeiro busca formas de evitar o uso excessivo de celular na sala de aula. A prefeitura da capital publicou um decreto que regulamenta o uso dos aparelhos nas escolas públicas. Agora, o celular deverá ficar guardado e só poderá ser usado para atividades pedagógicas, com a autorização dos professores. O decreto soma-se a lei estadual que também proíbe o uso de aparelhos eletrônicos quando não autorizados por professores.

Os professores podem autorizar os estudantes a usarem o celular para pesquisas, leituras, ou mesmo acesso ao material Rioeduca, oferecido pela prefeitura, ou outro conteúdo ou serviço. Quando permitido, o aluno deverá utilizar os aparelhos de forma silenciosa e de acordo com as orientações do professor. Também está autorizado o uso dos celulares para os alunos com deficiência ou com problemas de saúde que necessitam destes dispositivos para monitoramento ou algum tipo de auxílio.  

A medida, de acordo com a Prefeitura do Rio, é baseada no Relatório de Monitoramento Global da Educação 2023: a Tecnologia na Educação: uma Ferramenta a Serviço de Quem? da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que mostrou que o tempo prolongado de exposição à tela pode afetar de forma negativa o autocontrole e a estabilidade emocional, aumentando a ansiedade e a depressão. Além disso, o relatório diz que os governos “precisam garantir as condições certas para permitir o acesso igualitário à educação para todos, regulamentar o uso da tecnologia de modo a proteger os estudantes de suas influências negativas e preparar os professores”.

“Temos que ter novas regras para a nova realidade. Hoje, há um uso excessivo dos smartphones e vivemos uma epidemia de distrações. É necessário educar e apoiar as crianças para esse novo tempo. Nesse sentido, regras são fundamentais. Ficar demais no celular é comprovadamente prejudicial, e essa nossa medida busca educar os hábitos, com um uso mais consciente e responsável da tecnologia”, afirmou na ocasião, o secretário de Educação do Rio, Renan Ferreirinha.  

Tecnologia e convívio social

Desde que foi divulgado, em julho, o relatório da Unesco tem sido citado nas discussões sobre o uso de tecnologia nas escolas. “O relatório traz tanto o lado positivo da tecnologia em sala de aula, como traz algumas preocupações com relação a essa questão da tecnologia. Quando traz essa questão do lado mais negativo da tecnologia, ele aponta que, quando é utilizada em excesso e para fins não pedagógicos, pode realmente atrapalhar os estudantes no aprendizado. Mas, isso se tiver um uso excessivo e se tiver uso em sala de aula que não seja pedagógico. Por isso é importante a tecnologia ser apropriada pelo setor educacional no sentido pedagógico e se beneficiar”, diz a coordenadora da área de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero.

Computador, Alunos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Computador, Alunos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 É importante a tecnologia ser apropriada pelo setor educacional, diz Rebeca Otero, da Unesco – Marcelo Camargo/Agência Brasil

Otero aponta que alguns dos benefícios trazidos pelas tecnologias são trazer mais informações, promover grupos de discussão, entre outros. Ela ressalta, no entanto, que esses equipamentos não substituem os professores ou o convívio social. “A tecnologia não substitui nem o professor, nem o ambiente social da escola.Para  Não substitui outras tecnologias existentes na educação como a leitura de um livro. Claro que se pode ler um livro digital, mas é importante ter o hábito da leitura entre os estudantes, da leitura mais consistente e mais profunda que não seja uma leitura rápida de manchete de redes sociais ou algo assim. Importante manter esses aspectos da educação que sabemos que são muito bons e funcionam e complementá-los com tecnologia de forma apropriada, trazendo o máximo possível de uso pedagógico dessa tecnologia”, diz. 

O relatório também mostra que a desigualdade no acesso à tecnologia não é exclusiva no Brasil. Em todo o mundo, apenas 40% das escolas primárias, 50% das escolas de primeiro nível da educação secundária e 65% das escolas de segundo nível da educação secundária, ou seja, de ensino médio, estão conectadas à internet e 85% dos países têm leis ou políticas para melhorar a conectividade nas escolas ou entre os estudantes.

Segundo Otero não há uma resposta pronta sobre como é o uso ideal de tecnologia nas salas de aula, cada país está buscando soluções que mais se alinham com as próprias realidades. “Alguns estão indo para o lado de limitar um pouco a tecnologia e outros de sem mais abertos. Acho que cada país tem que olhar suas particularidades. O Brasil é um país que tem uma formação muito desigual”, diz. “Então, temos que trazer a tecnologia mais como aliada”.

Arthur Elias é o novo técnico da seleção feminina de futebol


Arthur Elias é o novo técnico da seleção feminina de futebol

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta sexta-feira (1) a contratação de Arthur Elias para dirigir a seleção feminina principal. O treinador, de 42 anos, assume como substituto da sueca Pia Sundhage, que deixou o cargo após a eliminação, na primeira fase, da Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia.

O anúncio de Arthur ocorreu em entrevista coletiva de última hora, realizada na sede da CBF, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Na ocasião, o novo técnico já realizou a primeira convocação no cargo, para um período de treinos na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), entre os dias 18 e 26 de setembro. A lista, com 30 nomes, tem a volta da atacante Cristiane. A veterana, de 38 anos, um dos maiores nomes do futebol feminino brasileiro em todos os tempos, não era chamada desde 2021.

Rio de Janeiro (RJ) -  Nova comissão técnica convoca Seleção Feminina Principal para Data FIFA de setembro. 
Foto: Thais Magalhães/CBF
Rio de Janeiro (RJ) -  Nova comissão técnica convoca Seleção Feminina Principal para Data FIFA de setembro. 
Foto: Thais Magalhães/CBF

Nova comissão técnica convoca Seleção Feminina. Foto: Thais Magalhães/CBF

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O Corinthians, time de Arthur, foi o clube com mais convocadas: nove. O treinador, inclusive, conciliará o trabalho na seleção e no Timão até o fim da Libertadores Feminina, que será disputada entre os dias 5 e 21 de outubro, na Colômbia. Até lá, ele ainda terá pela frente a reta final do Campeonato Brasileiro. As alvinegras, que buscam o quinto título nacional (quarto seguido), estão nas semifinais e abriram vantagem sobre o Santos, ao vencerem o primeiro jogo do confronto por 3 a 0, na Vila Belmiro, casa do adversário, no último domingo (27). A partida de volta será neste sábado (2), às 16h30 (horário de Brasília), no Parque São Jorge, em São Paulo.

Segundo nota da CBF, divulgada no início da tarde desta sexta, cerca de três horas antes da coletiva, mais dois nomes foram cogitados para o cargo: Emily Lima (atualmente na seleção feminina do Peru) e Rosana Augusto. Esta última, ex-lateral e duas vezes medalhista de prata olímpica e vice-campeã mundial vestindo a amarelinha, foi anunciada como técnica da equipe sub-20, no lugar de Jonas Urias, demitido em meio à reformulação do departamento. O Red Bull Bragantino, clube pelo qual Rosana foi campeã da Série A2 (segunda divisão) do Brasileirão deste ano, comunicou a saída em definitivo da treinadora, que será auxiliar de Arthur durante o período na Granja Comary.

Arthur trabalha com futebol feminino desde 2006. São 14 títulos no currículo, sendo 13 à frente do Corinthians. Ele conquistou cinco Brasileiros (um pelo Centro Olímpico), três Libertadores, três Campeonatos Paulistas, duas Supercopas do Brasil e uma Copa do Brasil.

Confira as convocadas:

Goleiras

Leticia Izidoro – Corinthians

Luciana – Ferroviária

Camila – Santos

Kemelli – Corinthians

Zagueiras

Rafaelle – Orlando Pride (EUA)

Tainara – Bayern de Munique (Alemanha)

Kathellen – Real Madrid (Espanha)

Antonia – Levante (Espanha)

Laterais

Tamires – Corinthians

Yasmim – Corinthians

Kati – Corinthians

Bruninha – Gotham (EUA)

Meias

Ary Borges – Racing Louisville (EUA)

Luana – Corinthians

Duda Sampaio – Corinthians

Angelina – OL Reign (EUA)

Ana Vitória – PSG (França)

Brena – Santos

Atacantes

Kerolin – North Carolina (EUA)

Debinha – Kansas City (EUA)

Bia Zaneratto – Palmeiras

Geyse – Manchester United (Inglaterra)

Nycole – Benfica (Porto)

Gabi Portilho – Corinthians

Jheniffer – Corinthians

Eudimila – Ferroviária

Amanda Gutierrez- Palmeiras

Adriana – Orlando Pride (EUA)

Marta – Orlando Pride (EUA)

Cristiane – Santos

Unidade do ITA no Ceará desenvolverá estudos sobre energia

A unidade do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) planejada para o Ceará terá, entre os cursos a serem ministrados, alguns voltados a estudos sobre energia. Segundo o ministro da Defesa, José Múcio, e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, a unidade cearense terá o mesmo padrão da unidade de São Paulo.

Múcio e Damasceno estiveram nesta sexta-feira (1º) na Base Aérea de Fortaleza, local onde o governo federal pretende instalar a nova unidade do instituto que forma, anualmente, 150 engenheiros.

A iniciativa de criar uma unidade no Ceará se deve ao fato de 40% dos aprovados no instituto serem estudantes cearenses. “Estamos decididos e vamos comunicar ao presidente da República que, nos próximos 20 dias, na data que ele decidir, assinaremos o protocolo de intenções. É um projeto irreversível e um presente para o Ceará, por merecimento pelo investimento feito na área de educação”, disse o ministro.

“É também um presente para o Nordeste brasileiro. Estamos invertendo o fluxo de oportunidades dos futuros cientistas que nascerão aqui. Eles não precisarão sonhar em ir para o Sul. Poderão ficar no Ceará, porque aqui a educação foi bem aproveitada. O Ceará e os nordestinos vão colher este fruto”, acrescentou.

Próximos passos

De acordo com o ministro José Múcio, “na prática falta muito pouca coisa” para dar início ao projeto. Ele explica que, além de continuar com a manutenção da área da Base Aérea onde o novo ITA funcionará, será necessário adequar os alojamentos.

“Queremos que o ITA do Ceará tenha a mesma qualidade de São Paulo”, disse o ministro.

O comandante Damasceno acrescentou que os próximos passos a serem dados são “a criação de um caderno de necessidades e de um projeto básico”, levando em conta que “o ITA é um padrão só” de qualidade.

A previsão é de que o projeto básico seja finalizado até o dia 4 de outubro. Na sequência, iniciará “a parte física, que é a obra, e, depois, a parte intangível, que envolve o pensamento sobre ensino”, explicou o comandante ao se referir à contratação de professores e à definição dos cursos que serão ministrados.

A ideia é a de se colocar primeiramente cursos que já existem no ITA de São Paulo, mas depois pensar outros. “Um curso imaginado é o curso de energia, uma vez que o Ceará tem desenvolvido esta atividade”, disse o comandante referindo-se ao potencial e aos empreendimentos desenvolvidos no estado para a geração de energia eólica e aos projetos de produzir hidrogênio verde a partir dessas fontes.

Prazo para pedir atendimento especializado no Enade começa hoje


Arthur Elias é o novo técnico da seleção feminina de futebol

Estudantes habilitados para o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes 2023 (Enade) podem, a partir desta sexta-feira (1º), indicar a necessidade de atendimento especializado ou tratamento pelo nome social. O prazo segue até o próximo dia 8. O exame será aplicado no dia 26 de novembro.

De acordo com o Ministério da Educação, os interessados devem acessar o Sistema Enade e informar a condição que motiva a solicitação: baixa visão, cegueira, visão monocular, deficiência física, deficiência auditiva, surdez, deficiência intelectual (mental), surdocegueira, dislexia, déficit de atenção, transtorno do espectro autista ou discalculia. Gestantes, lactantes, idosos e pessoas com outra condição específica também podem pedir o procedimento.

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No sistema, o estudante deve inserir documento legível que comprove o que motiva a solicitação de atendimento, como o diagnóstico descrevendo sua condição, contendo o código correspondente à Classificação Internacional de Doença (CID 10). O documento deve ter a assinatura e identificação do profissional competente, com registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), no Ministério da Saúde ou em órgão competente.

Já o tratamento pelo nome social é destinado à pessoa que se identifica e quer ser reconhecida socialmente em consonância com sua identidade de gênero. O estudante que deseja solicitar o tratamento pelo nome social também poderá confirmá-lo pelo Sistema Enade, caso apresente nome social cadastrado na Receita Federal.

Se o inscrito não tenha nome social cadastrado, ele deverá anexar no sistema uma foto atual, nítida, individual, colorida, com fundo branco, que enquadre desde a cabeça até os ombros, de rosto inteiro, sem o uso de óculos escuros e artigos de chapelaria (boné, chapéu, viseira, gorro ou similares); e cópia digitalizada, frente e verso, de um dos documentos de identificação oficiais com foto, válido, conforme edital.

Enade

Aplicado desde 2004 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Enade integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), composto também pela avaliação de cursos de graduação e pela avaliação institucional, um conjunto avaliativo que permite conhecer a qualidade dos cursos e das instituições de educação superior brasileiras.

O objetivo do exame, de acordo com o ministério, é avaliar o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do curso de graduação, além de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional dos estudantes.

Prazo para pedidos de reaplicação do Encceja acaba nesta sexta-feira


Arthur Elias é o novo técnico da seleção feminina de futebol

Os participantes que – por problemas logísticos ou de saúde – não puderam fazer o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) 2023 têm até esta sexta-feira (1º) para apresentar pedido de reaplicação da prova. 

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a oportunidade é voltada “apenas aos participantes que tiveram problemas logísticos no domingo, 27 de agosto, ou que apresentaram sintomas de doenças infectocontagiosas na véspera da aplicação”. As solicitações devem ser feitas por meio do Sistema Encceja. 

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Conforme previsto no edital, nos casos em que o participante tinha suspeita de doença infectocontagiosa será necessário constar o nome completo dele, o diagnóstico com a descrição da condição e o código da Classificação Internacional de Doença, além da assinatura e da identificação do profissional responsável pelo diagnóstico, “com registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), Ministério da Saúde ou órgão competente”. 

É necessário anexar o documento em formato PDF, PNG ou JPG, no tamanho máximo de 2 MB. 

A reaplicação ocorrerá nos dias 17 e 18 de outubro, datas em que está prevista a realização do exame para Pessoas Privadas de Liberdade ou Sob Medida Socioeducativa que inclua privação de liberdade (Encceja PPL). 

Problemas logísticos 

No caso de pessoas que tiveram problemas logísticos, o pedido para reaplicação do exame só terá efeito nas situações previstas em edital, o que abrange, por exemplo, desastres naturais ou falta de energia elétrica que prejudicaram a aplicação do exame. A situação deverá ser relatada por meio do Sistema Encceja. 

“Quem faltou à aplicação das provas de todas as áreas do conhecimento em que se inscreveu – por motivos que não constam no edital – não poderá solicitar a reaplicação e deverá justificar a ausência, caso pretenda fazer a próxima edição do exame gratuitamente”, informou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). 

Desde 2002, o Encceja é aplicado gratuitamente com o apoio de estados e municípios. O objetivo é ajudar jovens e adultos que não concluíram os estudos na idade adequada a retomar a trajetória escolar.

Competências

O exame avalia competências, habilidades e saberes adquiridos no processo escolar ou extraescolar. As secretarias de educação e os institutos federais o utilizam como parâmetro para certificar os participantes em nível de conclusão do ensino fundamental e médio. 

O exame serve também de baliza à implementação de procedimentos e políticas para a melhoria da qualidade da oferta da educação de jovens e adultos, além de viabilizar estudos e indicadores sobre o sistema educacional brasileiro. 

Migrações concentram futuro do futebol feminino no Sul e Sudeste


Arthur Elias é o novo técnico da seleção feminina de futebol

O futuro do futebol feminino brasileiro está concentrado, atualmente, em apenas duas regiões. Segundo o levantamento Diagnóstico do Ministério do Esporte sobre o cenário da modalidade no país, 84% das atletas em categorias de base jogam em times do Sul ou do Sudeste (50% em cada). Deste total, 73% das meninas nasceram em estados das duas regiões, e o restante é formado por jogadoras emigrantes. O Nordeste, por exemplo, é a terra natal de 14% destas atletas, mas 10% delas permanecem em times locais. O recorte do Norte chama atenção: enquanto 2% das atletas são nascidas por lá, o percentual de meninas na categoria de base é zero.

Um exemplo deste cenário é a lateral Sara Pedot, convocada para a seleção feminina sub-15, em julho. Ela é nascida em Ji-Paraná, no interior de Rondônia, onde atuava com meninos. Entre 2019 e 2021, a jovem viajava 2,6 mil quilômetros até a capital paulista, uma vez por mês, para treinar com outras meninas na base do Centro Olímpico. No ano passado, Sara se mudou de vez. Hoje, defende a equipe sub-15 do São Paulo.

Gurias Coloradas / Internacional x Santos - Final Brasileirão Sub-17 - 01/05/22
Gurias Coloradas / Internacional x Santos - Final Brasileirão Sub-17 - 01/05/22

Internacional e Santos fizeram a final do Campeonato Brasileiro Feminino Sub 17 do ano passado, em jogos de ida e volta. As Gurias Coloradas foram campeãs no placar agregado (3 a 1) – Ricardo Duarte/Internacional/Direitos Reservados

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O cenário migratório não difere muito quando o recorte é das jogadoras adultas. Dezesseis equipes participam da Série A1 do Campeonato Brasileiro feminino profissional, a principal competição da modalidade no país. Doze (75%) pertencem ao Sul e Sudeste. Coincidentemente, o percentual de atletas que atuam em clubes destas regiões, independentemente da divisão, é o mesmo. As demais futebolistas se dividem por Centro-Oeste (14%), Nordeste (7%) e Norte (4%).

A sondagem realizada pelo Ministério reuniu 1.090 respostas de pessoas ligadas à modalidade, entre atletas (adulto e base) e profissionais em cargos de liderança, representando cerca de 40% do cenário de alto rendimento do país. O levantamento integra a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, cujo decreto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março. O intuito é nortear a criação de ações referentes à prática, proibida a mulheres no Brasil entre 1941 e 1983.

“Esses processos migratórios mostram a falta de estrutura da modalidade no país. As federações estaduais não são corresponsabilizadas a fomentar campeonatos regionais. Então, as meninas e mulheres não têm onde jogar e acabam saindo dos locais de origem para onde o futebol acontece – que é nas regiões Sudeste e Sul, basicamente”, analisou Silvana Goellner, professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pesquisadora e ativista do futebol de mulheres.

O futebol de meninas em âmbito nacional é recente. Os primeiros campeonatos sub-16 e sub-18 (atualmente sub-17 e sub-20, respectivamente), organizados pela Confederação Brasileira da modalidade (CBF), surgiram somente em 2019. Naquele mesmo ano, entrou em vigência a obrigatoriedade para que clubes da Série A do Brasileirão masculino mantivessem equipes femininas adultas e de base.

A representatividade de Norte, Nordeste e Centro-Oeste nos torneios de base é escassa. No atual Brasileiro Feminino sub-20, as três regiões, juntas, possuem sete times entre os 20 participantes, contra nove do Sudeste e quatro do Sul. No sub-17, Cresspom, Minas Brasília (ambos Distrito Federal) e Esmac, do Pará, foram exceções em 2022, em meio a cinco equipes paulistas, duas gaúchas, uma mineira e uma do Rio de Janeiro.

Não à toa, nas quatro edições do Brasileiro sub-20, somente uma vez um dos semifinalistas não foi um time do Sul ou do Sudeste (Iranduba, do Amazonas, em 2019). No sub-17, foram duas ocasiões, em 2020 (vice-campeão) e 2021 (quarto colocado), ambas com o mesmo time (Minas Brasília).

“Tenho insistido muito que a CBF crie um departamento que pense o futebol de mulheres com essa interação com políticas públicas, a obrigação de as federações fomentarem escolinhas esportivas. Há muitos projetos que dão certo, as meninas estão jogando, mas temos que explodir essa lógica clubista e olhar um outro futebol possível. A base está vindo forte, mas não nos clubes e sim nas comunidades periféricas”, destacou Silvana.

“O futebol não é somente a seleção brasileira, nem Séries A, B ou C. Há futebol nas comunidades quilombolas, nos povos originários, comunidades ribeirinhas. Em São Paulo, tivemos uma liga de várzea que reuniu 80 equipes de mulheres jogando futebol de campo em um sábado. Há esse futebol. Precisamos olhar e pensar como desenvolvê-lo”, concluiu a professora.

Ministério e Sesi vão incentivar escolas de futebol feminino em SP


Arthur Elias é o novo técnico da seleção feminina de futebol

O Ministério do Esporte formalizou, na tarde desta quinta-feira (31), com o Conselho Nacional do Sesi e Sesi São Paulo a assinatura de Acordo de Cooperação para o início das atividades das escolas de futebol feminino no território paulista. A cerimônia, realizada no Sesi de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, formalizou algumas das diretrizes estabelecidas pela Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, criada por meio do Decreto 11.458, de 30 de março de 2023, assinado pelo presidente Lula no mês em que se celebra o Dia Internacional da Mulher (8 de março).

“Este é um marco para a Política Pública do Esporte no Brasil, considerando a expressa proibição normativa da prática da modalidade por meninas e mulheres por quase 40 anos, até 1979. O futebol é uma modalidade tradicionalmente masculina e avançar na perspectiva do desenvolvimento do futebol feminino, considerando todas suas frentes, é furar uma bolha que repercutirá não somente no esporte como na participação das mulheres em outras áreas da sociedade”, lembrou a ministra do Esporte, Ana Moser.

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O acordo prevê, na primeira etapa, o oferecimento de aulas de futebol feminino para crianças de 6 a 15 anos de idade de forma gratuita em 11 unidades no estado de São Paulo. A ideia é atingir um público superior a 1.600 jovens no primeiro momento. As inscrições para o futebol feminino do Programa Atleta do Futuro (PAF) podem ser realizadas diretamente em um dos Centros de Atividades do Sesi-SP.

“O nosso foco é educação ligada ao esporte. Os dois se complementam sempre. Cultura e esporte fazem parte da educação”, afirma Vagner Freitas, presidente do Conselho Nacional do Sesi. Dentro da ideia do Brasil de se colocar como sede da Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2027, o projeto deverá ser ampliado para todo território nacional no futuro próximo.

“A mentalidade é pensar no Brasil como um todo. Atuar sempre em rede, em conjunto com outros parceiros. Dessa forma, o governo federal continua buscando novas entidades para ampliar o máximo possível a iniciativa”, Sandra Santos, diretora de Desenvolvimento do Futebol Feminino do Ministério do Esporte.

Alison dos Santos melhora performance e leva bronze na Liga Diamante


Arthur Elias é o novo técnico da seleção feminina de futebol

Quinto colocado no Mundial de Atletismo na semana passada, o velocista brasileiro Alison dos Santos, o Piu, melhorou sua performance e conquistou o bronze nesta quinta-feira (31) na prova dos 400 metros com barreiras na Liga Diamante, a principal do circuito da World Athletics (Federação Internacional de Atletismo), em Zurique (Suíça). Alison retornou às pistas em julho, na etapa da Polônia, após dez meses em recuperação de uma cirurgia no joelho direito.

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A prova de hoje (31) reeditou a final do Mundial de Budapeste (Hungria), com a diferença do brasileiro concluindo o percurso em terceiro lugar, em 47s62 –  68 centésimos mais baixo que o tempo obtido por ele há oito dias. Ao contrário do que ocorreu no Mundial, Kyron McMaster, das Ilhas Virgens Britânicas, segundo colocado no Mundial, bateu o norueguês Karsten Warholm, atual campeão,  em resultado definido com o auxílio da tecnologia photo finish (sistema de cronometragem altamente preciso, com reprodução em imagens da linha de chegada). McMaster venceu a disputa com o tempo de 47s27 e Warholm cruzou a linha de chegada em 47s30, ficando com a prata.

Campeão mundial nos 400m com barreiras no ano passado, no Oregon (Estados Unidos), Alison dos Santos havia disputado este anos apenas a etapa da Polônia da Liga Diamante, em julho, antes do Mundial de Budapeste. Na etapa da Polônia, que marcou o retorno do velocista às pistas, Piu faturou dois bronzes: o primeiro nos 400m rasos e outro nos 400m com barreiras, sua especialidade.  

Ciclo para Paris 2024

Há duas maneiras de os atletas assegurarem uma vaga olímpica nos Jogos de Paris: atingindo os índices estabelecidos pelos eventos no período de classificação ou pelo ranking mundial da World Athletics (sigla da Federação Internacional de Atletismo). A totalização de pontos começou a valer em 1º de julho e vai até 30 de junho de 2024. Nas provas individuais, serão permitidos até três atletas por país.

Segundo o Comitê Olímpico do Brasil  (COB), o atletismo nacional já carimbou as seguinte vagas:

Feminino

Marcha atlética 20km 

Masculino

Arremesso do peso

Marcha atlética 20km 

Maratona

100m rasos

110m com barreiras

400m rasos (2 atletas)

400m com barreiras

Salto triplo

Adesão ao Escola em Tempo Integral termina nesta quinta


Arthur Elias é o novo técnico da seleção feminina de futebol

Termina nesta quinta-feira (31) o período para estados e municípios aderirem ao Programa Escola em Tempo Integral. Na prática, a adesão significa ter acesso à assistência financeira para a oferta de um projeto político-pedagógico que assegure o direito de crianças e jovens a uma formação integral de qualidade. “O objetivo é ampliar e diversificar oportunidades educativas, socioemocionais, culturais, artísticas, científicas, tecnológicas e esportivas”, informou o Ministério da Educação.

Dados da pasta mostram que, até a última terça-feira (29), 89% dos estados e 71% dos municípios haviam aderido ao programa. Até a data, as regiões Centro-Oeste e Sul eram as únicas a alcançarem 100% de adesão, seguidas pelo Nordeste (89%), Norte (86%) e Sudeste (75%). Em relação aos municípios, o Nordeste é a região que mais teve adesão (92%), seguido pelo Norte (76%), Sul (63%), Sudeste (59%) e Centro-Oeste (48%).   

Adesão  

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A adesão ao programa é voluntária aos municípios, estados e Distrito Federal e contempla toda a educação básica, da creche ao ensino médio, desde que sejam etapas prioritárias do ente federado. Para os municípios, essas etapas devem ser obrigatoriamente na educação infantil e no ensino fundamental. Já para os estados, a prioridade será o ensino fundamental e médio. Serão consideradas matrículas criadas ou convertidas a partir de janeiro de 2023 e novas matrículas para 2024.  

Programa

O Programa Escola em Tempo Integral foi instituído pela Lei 14.640/2023, publicada no Diário Oficial da União em 1º de agosto. A estratégia é induzir a criação de matrículas em tempo integral em todas as etapas e modalidades da educação básica. Coordenado pela Secretaria de Educação Básica do ministério, o programa pretende ampliar em 1 milhão o número de matrículas de tempo integral em escolas de educação básica de todo o país ainda em 2023. 

Futsal abre portas e fomenta o futebol de meninas e mulheres no Brasil


Arthur Elias é o novo técnico da seleção feminina de futebol

O que as goleiras Bárbara, Lelê e Camila; as zagueiras Rafaelle, Mônica e Kathellen, as laterais Tamires e Bruninha e as atacantes Geyse, Debinha e Marta têm em comum além de terem representado o Brasil na última Copa do Mundo feminina de futebol? Todas já atuaram no futsal – delas, somente Tamires não possui registro na Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS).

Tamires - seleção brasileira feminina - Copa Feminina - Terceiro jogo da Seleção Feminina Principal na Copa do Mundo Feminina (Melbourne): Brasil x Jamaica. Tamires
Tamires - seleção brasileira feminina - Copa Feminina - Terceiro jogo da Seleção Feminina Principal na Copa do Mundo Feminina (Melbourne): Brasil x Jamaica. Tamires

Tamires é uma das 11 jogadoras da seleção brasileira feminina de futebol que já atuaram no futsal – Thais Magalhães/CBF/Direitos Reservados

Não é coincidência. Uma das constatações do Diagnóstico do Futebol Feminino do Brasil, elaborado pelo Ministério do Esporte, é que 88% das jogadoras de futebol adultas em atividade no país praticaram futsal em algum momento da carreira. Quando o recorte se estende às atletas em categorias de base, a estatística é semelhante: 89% delas jogaram no salão ou ainda o fazem.

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“O futsal é uma das modalidades mais jogadas no mundo. Onde você vai, tem uma quadra. É de muito mais fácil acesso às meninas”, destacou Talita Queiroz, técnica das categorias de base do Magnus Taboão, de Taboão da Serra (SP), um dos principais times de futsal do país. “A modalidade trabalha muito a técnica, a tática, o tempo de bola, a tomada de decisão. Quem sai do futsal, chega muito mais preparado no futebol”, completou a treinadora.

Talita trabalha com as equipes sub-12 e sub-14 do Taboão, onde há meninas que, justamente, dividem-se entre salão e campo. Caso de Victória Morais, 13 anos, que também joga no sub-15 do São Paulo.

“Saio da escola, vou para o treino de campo [no São Paulo], aí tem o treino de futsal à noite. É bem corrido, cansativo, mas sei que, lá na frente, valerá a pena”, disse Victória, que não tem pressa para decidir qual modalidade seguirá carreira.

“Eu amo futebol em si. Campo e futsal. Não tem como escolher agora. Só quero jogar bola, ser feliz e fazer o que amo”, afirmou.

Isabella Fernanda, 12 anos, é mais uma a conciliar quadra e gramado. Ela nasceu em Boituva (SP), a cerca de 115 quilômetros de São Paulo. Além de treinar no sub-12 do Taboão, a jovem integra o projeto Meninas em Campo, na capital paulista, que leva futebol a garotas de 8 a 17 anos.

“Comecei no campo mesmo, na minha cidade. Éramos eu e mais uma menina, entre os meninos”, recordou a garota, que tem Tamires e Debinha como jogadoras favoritas e se empolgou ao saber que as duas passaram pelo futsal.

Ambiente seguro

Victória também começou a jogar bola entre os meninos, tanto no salão como no campo. Segundo Letícia Morais, mãe da atleta, o medo da filha sofrer preconceito por querer jogar futebol, inspirada pelo pai e o irmão, deixou a família em alerta, mas não faltou apoio.

“Quando ela iniciou, não tinha muito [categoria de] base feminina. Aqui em Taboão que ela passou a jogar com meninas, com nove para dez anos. Agora é que, no campo, que se vê esse trabalho de formação”, comentou Letícia.

O cenário ilustra outro dado trazido pelo diagnóstico, realizado após respostas de 1.090 pessoas ligadas ao futebol feminino no Brasil, entre atletas (base e adulto) e profissionais em cargos de liderança na modalidade. Nos últimos quatro anos, os programas financiados via secretarias ou diretorias relacionadas ao Ministério do Esporte (as chamadas “ações diretas”) tiveram 94.990 beneficiários, mas apenas 17.695 meninas ou mulheres, escancarando a predominância masculina.

“As políticas públicas são um meio pelo qual as meninas conseguem adentrar nos projetos. Mas apenas inseri-las em projetos não dá conta de desenvolver a modalidade. Tem que ter estratégias de permanência. Dentro disso, chamo atenção à necessidade de um ambiente seguro às meninas e mulheres no esporte com relação à assédio, violência e estupro”, alertou Silvana Goellner, professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pesquisadora e ativista do futebol de mulheres.

A sondagem é um passo inicial da Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, encabeçada pelo Ministério do Esporte e cujo decreto foi assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no final de março. O intuito deste primeiro diagnóstico é nortear a criação de políticas e ações referentes à prática da modalidade, que chegou a ser proibida a mulheres no país entre 1941 e 1983.

Taboão - campeão da Copa do Brasil de Futsal Feminino 2022
Taboão - campeão da Copa do Brasil de Futsal Feminino 2022

O Taboão foi campeão da Copa do Brasil de futsal feminino no ano passado – Diego Alves/EC Taboão/Direitos Reservados

Futsal como opção

“Pela falta de oportunidade e de sistematicidade de campeonatos [de futebol], as mulheres tiveram, no futsal, a possibilidade de permanecer jogando bola. É uma outra possibilidade que, muitas vezes, é mais frequente pelo acesso às quadras, aos espaços, um menor número de pessoas [envolvidas] e maior facilidade para os campeonatos acontecerem, mesmo na informalidade”, explicou Silvana.

“Temos de olhar para os espaços público de esporte e lazer e ver quem os ocupa. Geralmente, são meninos e homens. As mulheres, muitas vezes, precisam negociar horário e acabam não ficando com os horários nobres. Isso é importante até para a gente pensar no futsal. É mais fácil se apropriar de uma quadra de futsal do que de um campo de futebol”, emendou a professora.

Talita, do Taboão, ressaltou que o salão não precisa ser um “trampolim” para o campo, pois a própria modalidade já traz uma possibilidade de carreira. Em 2022, os principais times do país criaram a Liga Feminina de Futsal (LFF), cuja segunda temporada está em curso – a equipe paulista, inclusive, lidera a competição. A Libertadores de futsal feminino é realizada desde 2013 (a exceção de 2020 e 2021, devido à pandemia de covid-19). O domínio é brasileiro, com oito títulos em oito edições.

“Hoje, a gente pode assistir ao futsal feminino na televisão. Temos uma liga, Copa do Brasil, Libertadores. Nosso futsal está mais abrangente, não é como antigamente, que você jogava o [Campeonato] Paulista e pronto. Claro que o campo enche mais os olhos, questão de salário, estrutura, mas hoje já temos meninas que querem o futsal para a vida delas”, finalizou a técnica.