Entries by institutoliderar

Seleção feminina de vôlei sentado vence a segunda em Paris


Seleção feminina de vôlei sentado vence a segunda em Paris

O Brasil manteve os 100% de aproveitamento no vôlei sentado feminino nos Jogos Paralímpicos de Paris ao derrotar o Canadá por 3 sets a 1 neste sábado (31), parciais de 25-20, 25-21, 23-25 e 25-19.

O duelo, que foi uma reedição da final do mundial de 2022 e da disputa do terceiro lugar em Tóquio, ambas vencidas pelo Brasil, durou 1 hora e 37 minutos. Com o resultado, a seleção brasileira chega a duas vitórias em dois jogos mas não garante ainda a classificação à semifinal.

Notícias relacionadas:

Canadá e Eslovênia – adversária do Brasil na última rodada do grupo B, na segunda-feira, às 9h – têm uma vitória e uma derrota e, com uma vitória eslovena e um triunfo do Canadá sobre a lanterna Ruanda, pode haver um empate triplo. Somente os dois primeiros colocados de cada chave avançam.

No duelo deste sábado (31), ao contrário da estreia diante de Ruanda, o Brasil teve dificuldades. Sarah Melenka, com 18 pontos, foi um pesadelo para a defesa brasileira. O ataque da equipe teve performances equilibradas de Suellen (12 pontos), Laiana (doze), Janaína (onze), Duda e Nathalie (ambas com dez).

O Brasil ainda busca sua primeira final paralímpica na modalidade. Até agora, são dois bronzes, ambos conquistados pelas mulheres, nas duas últimas edições: Rio e Tóquio.

Homens tentam 1ª vitória diante do Irã

Por outro lado, na chave masculina, o Brasil busca a primeira vitória em Paris. Depois da derrota na estreia contra a Alemanha, nessa sexta-feira (30), o adversário neste domingo (1º), às 7h de Brasília, é a forte seleção do Irã, medalhista de ouro nas últimas duas edições dos Jogos, que conta com o gigante Morteza Mehrzad, de 2,46m de altura. Os iranianos estrearam com vitória sobre a Ucrânia.

A página oficial dos Jogos Paralímpicos no YouTube.

Ouro de Fernanda Yara encabeça dia de conquistas do atletismo


Seleção feminina de vôlei sentado vence a segunda em Paris

O currículo do atletismo mostra que o esporte é o que mais trouxe medalhas para o Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. Neste sábado (31), os atletas da modalidade fizeram jus à fama e, de uma tacada só, acrescentaram mais cinco a essa conta, chegando a um total de 180.

O destaque no segundo dia de competições de atletismo foi a prova dos 400 metros classe T47, para atletas com deficiência nos membros superiores. A paraense Fernanda Yara foi a grande vencedora, com o tempo de 56s74 e para completar a potiguar Maria Clara Augusto ficou com o bronze, registrando 57s20.

Notícias relacionadas:

Fernanda Yara, de 38 anos, tem uma trajetória peculiar dentro dos Jogos Paralímpicos. Esta é a terceira participação dela na carreira, porém com um longo hiato de 13 anos entre e a primeira e a segunda – Pequim 2008 e Tóquio, em 2021. Ela vem de um bicampeonato mundial nesta mesma prova, na mesma Paris, em 2023 e em Kobe, no Japão, neste ano. 

Fernanda tem uma má-formação congênita no braço esquerdo, logo abaixo do cotovelo. Já Maria Clara, que tem uma deficiência muito semelhante, tem apenas 20 anos e participa dos Jogos Paralímpicos pela primeira vez. Tanto Fernanda quanto Maria Clara conquistaram um inédito pódio paralímpico.

Mais cedo, na final dos 400 metros rasos femininos classe T11 (atletas cegos), Thalita Simplício chegou à quinta medalha paralímpica da carreira ao conquistar a prata, com o tempo de 57s21.

Na final dos 100 metros rasos T12 (atletas com baixa visão), Joeferson Marinho ficou com o bronze com o tempo de 10s84. O atleta de 25 anos conquistou a primeira medalha paralímpica de sua carreira.

Para fechar a tarde/noite vencedora do Brasil em Paris, a prova mais longa terminou com o bronze de Cícero Nobre no lançamento de dardos classe F57 (atletas competem sentados). Ele registrou 49,46m. Nobre já havia conquistado o mesmo resultado nesta prova em Tóquio.

Natação

Logo depois do atletismo, a natação é a maior fonte de medalhas para o Brasil nos Jogos. Depois dos ouros de Carol Santiago e Gabriel Araújo, quem fechou o sábado com chave de ouro – ou prata – para o país foi Wendell Belarmino.

paris-França 31/08/2024 Wendell Belarmino. O nadador brasiliense ficou em segundo lugar na prova dos 50 metros livre classe S11. Foto Silvio Ávila/CPB
paris-França 31/08/2024 Wendell Belarmino. O nadador brasiliense ficou em segundo lugar na prova dos 50 metros livre classe S11. Foto Silvio Ávila/CPB

Wendell Belarmino ficou em segundo lugar na prova dos 50 metros livre classe S11. Foto Silvio Ávila/CPB

O nadador brasiliense ficou em segundo lugar na prova dos 50 metros livre classe S11, para atletas com deficiência visual. Belarmino – que já tinha três medalhas no currículo, todas conquistadas em Tóquio – fez exatamente o mesmo tempo que o chinês Dongdong Hua (26s11).

Ambos levaram a prata porque o japonês Keiichi Kimura foi o medalhista de ouro, com o tempo de 25s98. Na mesma prova, outro brasileiro, Matheus Rheine, terminou em oitavo.

Alavancado pelos bons resultados do atletismo e da natação, o Brasil terminou o terceiro dia de competições em terceiro lugar no quadro de medalhas, com 23 pódios, sendo oito medalhas de ouro, três de prata e doze de bronze. Apenas China e Grã Bretanha estão à frente.

Ouro no parataekwondo, Carol Moura começou no esporte após assalto


Seleção feminina de vôlei sentado vence a segunda em Paris

Um dia após conquistar a medalha de ouro na categoria até 65 quilos (kg) do taekwondo na Paralimpíada de Paris, Ana Carolina Moura estava praticamente sem voz – e não tinha nada a ver com comemoração. Neste sábado (31), a mineira se juntou à torcida pela paranaense Débora Menezes, da categoria acima de 65 kg, no Grand Palais, onde ocorrem as disputas da modalidade.

Na sexta-feira (30), além das próprias lutas, ela se empenhou em apoiar a paraibana Silvana Fernandes (bronze na categoria até 57 kg) e o paulista Nathan Torquato (superado na semifinal da categoria até 63 kg e que ficou fora da briga pelo terceiro lugar devido a uma entorse no joelho no combate anterior).

Silvana Fernandes, taekwondo paralímpico, jogos de tóquio
Silvana Fernandes, taekwondo paralímpico, jogos de tóquio

Silvana Fernandes, taekwondo paralímpico, jogos de tóquio – Rogerio Capela/CPB/Direitos Reservados

Notícias relacionadas:

“Sou uma boa atleta, mas uma excelente torcedora. Sou a histérica [risos]”, brincou a primeira campeã paralímpica do Brasil em Paris, em entrevista à EBC na Casa Brasil Paralímpico, em Saint-Ouen, cidade vizinha à capital francesa.

Carol, como é chamada, desembarcou na França como candidata a pódio. Atual campeã mundial, ela ocupava o segundo lugar do ranking da World Taekwondo, a federação internacional da modalidade. Na trajetória até o ouro, obtido em sua estreia paralímpica, a mineira, primeiro, venceu a grega Christina Gkentzou.

Na semifinal, superou com facilidade a camaronesa Marie Antoinnette Dassi. A luta pelo título foi contra a francesa Djelika Diallo. Apesar da grande torcida favorável à adversária no Grand Palais, a brasileira resistiu à pressão.

“Claro que a gente sabe que pode não vir, mas o trabalho é pela douradinha. Fico muito satisfeita de ter vindo da forma como a gente trabalhou”, comemorou a lutadora, que nasceu com má formação no antebraço direito e iniciou no esporte para autodefesa, após ter sido assaltada e perdido um colar dado pela tia.

“Comecei como hobby. Tive uma lesão [ligamento do joelho] com três meses de treino, fiquei fora do tatame por um ano. Assim que pude pisar [no chão] de novo, que o médico liberou, já estava de novo no tatame”, recordou Carol, que saiu da Casa Brasil correndo direto para o Grand Palais, onde acompanhou a reta final das lutas de Débora Menezes com a pouca voz que ainda lhe restava.

Sangue no olho

Bicampeã mundial da categoria até 57 kg, Silvana Fernandes era candidata à medalha de ouro. A paraibana estreou com uma vitória dramática sobre Palesha Goverdhan, do Nepal. Na semifinal, apesar de muito equilíbrio, ela não resistiu à chinesa Yujie Li (que levou o ouro). Já na disputa pelo bronze, a brasileira não tomou conhecimento da cazaque Kamilya Dosmalova para assegurar o terceiro lugar.

“A gente chega com um objetivo, mas tem que entender que, às vezes, [as coisas] não funcionam como a gente quer. A semifinal foi acirrada, não deu, mas prometi a mim mesma que não sairia sem medalha. Voltei com sangue no olho e consegui o bronze”, descreveu Silvana, que tem má formação congênita no braço direito e chegou a ser atleta do lançamento de dardo antes de migrar para o taekwondo em 2018.

Com a medalha de bronze no peito, igualando o resultado da Paralimpíada de Tóquio, no Japão, em 2021, a paraibana já pensa na vaga para os Jogos de Los Angeles, nos Estados Unidos.

“Como sou líder do ranking mundial, tenho pontos que podem ajudar a me garantir em Los Angeles. Serão quatro anos de preparação e escolhendo bem as competições que disputar, para conseguir essa medalha [de ouro] em 2028”, concluiu Silvana.

Gabrielzinho domina os 50m costas e leva mais um ouro na natação


Seleção feminina de vôlei sentado vence a segunda em Paris

O roteiro foi parecido com o dos 100 metros, dois dias atrás. Neste sábado (31), em sua segunda prova nos Jogos Paralímpicos de Paris, o mineiro Gabriel Araújo, o Gabrielzinho não deu chances aos adversários nos 50 metros costas classe S2 (atletas com elevado nível de limitação físico-motora) e garantiu sua segunda medalha de ouro na França.

Agora, o atleta de apenas 22 anos já soma cinco medalhas paralímpicas na carreira, três douradas e duas de prata. Nos 50 costas, ele agora é bicampeão paralímpico.

Notícias relacionadas:

Mesmo sendo uma prova com apenas uma volta na piscina, Gabrielzinho abriu grande vantagem logo de cara e só foi abrindo cada vez mais. Ele fechou os 50 metros em 50s93, melhor marca pessoal e recorde das Américas. O segundo colocado, o russo Vladimir Danilenko, que compete sob bandeira neutra, chegou mais de seis segundos depois (57s54). O terceiro colocado, o chileno Alberto Caroly Abarza Díaz, fechou com 58s12.

Gabrielzinho, responsável por quase um terço dos sete ouros do Brasil em Paris até o momento, ainda compete em outras três provas nas piscinas da Arena La Defense. Neste domingo (1), ele disputa os 150 metros medley pela classe S3, para atletas com comprometimento físico e motor um pouco menor. Na segunda (2), ele nada os 200 metros livre, de volta à S2. Por último, no dia 6, o brasileiro participa dos 50 metros livre na S3.

Goalball brasileiro encerra participação na primeira fase em Paris


Seleção feminina de vôlei sentado vence a segunda em Paris

Neste sábado (31), as duas seleções brasileiras de goalball concluíram seu calendário na primeira fase da modalidade nos Jogos Paralímpicos de Paris. Enquanto a equipe masculina empatou com o Irã por 7 a 7 e terminou invicta, as mulheres perderam para a China por 3 a 1 e fecharam sem vitórias, em último lugar na chave. Como todas as oito equipes avançam de fase no goalball, tanto no masculino quanto no feminino, o Brasil segue vivo em ambos os naipes.

As brasileiras saíram atrás da China, perdendo o primeiro tempo por 1 a 0. O Brasil conseguiu um empate com gol de Moniza, porém não resistiu ao adversário e sofreu outros dois. Na chave C, a seleção feminina fechou com um empate e duas derrotas, em quarto e último lugar. Na próxima fase, vai encarar o primeiro colocado do grupo D, que tem Japão, Canadá, Coréia do Sul e França. As quartas de final acontecem na terça-feira, dia 3.

Notícias relacionadas:

Já entre os homens o Brasil deixou escapar a certeza de terminar em primeiro no grupo A. A seleção derrotava o Irã por 7 a 4 com gols de André Dantas (4), Emerson, Leomon e Parazinho, faltando pouco mais de um minuto para o fim da partida, porém sofreu três gols em sequência, o último deles quando restavam menos de três segundos. Uma vitória e, consequentemente, a manutenção dos 100% de aproveitamento, garantiriam a liderança. No entanto, na última rodada, o Irã, que joga contra os Estados Unidos neste domingo e tem uma vitória e um empate, ainda pode ultrapassar o Brasil no saldo de gols. No momento, os brasileiros têm uma pequena vantagem (oito contra quatro).

A incerteza sobre a posição final na chave não altera muito o panorama para as quartas de final, que serão realizadas na segunda-feira, dia 2. O Brasil enfrentará o terceiro ou o quarto colocado do grupo B, que obrigatoriamente será o Japão ou o Egito. Estas seleções se enfrentam no domingo para definir quem fica em cada colocação.

A seleção masculina é a atual tricampeã do mundo, além de detentora do título paralímpico, conquistado em Tóquio. A equipe também tem uma prata, conquistada em Londres 2012 e um bronze, no Rio, em 2016.

Sábado para assistir e experimentar esporte paralímpico no Ibirapuera

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil

Neste sábado (30) de muito sol em São Paulo, Mariana Prado, 28 anos, e sua sobrinha Giulia, 9 anos, decidiram passear pelo Parque Ibirapuera, na capital paulista. Foi então que elas se depararam com uma estrutura especial: uma arena com um telão que estava transmitindo ao vivo os jogos das Paralimpíadas de Paris. Ao lado desse telão, foi montada uma arena paradesportiva, onde ambas puderam experimentar como é praticar um esporte paralímpico.

A reportagem da Agência Brasil encontrou Mariana e Giulia sentadas em cadeiras de rodas, tentando arremessar uma bola ao cesto, no esporte chamado de basquete em cadeira de rodas. “É um esporte muito difícil, mas minha sobrinha está fazendo vários pontos. Ela é muito boa e eu sou terrível [nesse esporte]”, brincou a tia. “Esse espaço aqui é genial e um incentivo para a gente conhecer os esportes e dar mais atenção para as Paralímpiadas. A gente sempre tenta colocar ela [a sobrinha] para conhecer os esportes. E trazer ela para essa realidade, que não é tão comum, é genial”, disse a tia.

São Paulo (SP) 31/08/2024 - Arena Paralímpica montada no Parque do Ibirapuera com telão e quadras esportivas . Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
São Paulo (SP) 31/08/2024 - Arena Paralímpica montada no Parque do Ibirapuera com telão e quadras esportivas . Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 Arena Paralímpica montada no Parque do Ibirapuera com telão e quadras esportivas . Foto:  Paulo Pinto/Agência Brasil

Giulia, por sua vez, que nunca tinha sentado em uma cadeira de rodas antes e sequer praticado esse esporte, contou ter adorado a experiência e disse que sua maior dificuldade no basquete em cadeira de rodas foi acertar a cesta. No fim, ela achou tudo “mais fácil do que imaginava”.

A Arena de Eventos foi montada em frente ao Planetário e atrás do Museu Afro Brasil e vai funcionar entre hoje (31) e amanhã (1° de setembro). A ideia foi criada pela Braskem, patrocinadora do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e pela Urbia, concessionária do parque. As atividades são todas gratuitas e funcionam das 9h às 17h. Além disso, o local deve receber a presença de alguns atletas paralímpicos.

Segundo Ana Laura Sivieri, diretora de marketing e comunicação corporativa da Braskem, a estrutura foi montada com o objetivo de “ajudar a torcida brasileira a enxergar a beleza e a potência das Paralimpíadas e para que ela possa torcer por nossos atletas”. A ideia de realizá-la no Ibirapuera foi também uma oportunidade de celebrar os 70 anos do parque. “Celebramos 70 anos [do parque] neste mês. Então juntamos as duas coisas: o aniversário do parque e as Paralimpíadas”, disse.

“Estamos proporcionando a oportunidade para que os frequentadores do parque possam entrar nesse espaço gratuitamente, assistir aos jogos e ainda participar da arena paralímpica tendo experiências como jogar o basquete em cadeira de rodas, o futebol de cegos e outras atividades. Será um dia de diversão, de interação e de incentivo para que todos assistam e acompanhem nossos atletas, que já ganharam diversas medalhas”, acrescentou a diretora da Braskem.

O profissional de educação física Everaldo Ferraz, 29 anos, que trabalha com pessoas com deficiência intelectual e física, se surpreendeu com o espaço. “Cheguei aqui no Ibirapuera hoje e vi a arena. Como eu já tinha trabalhado na área, isso me despertou a curiosidade”, disse. Ele  revelou que estava ali, na arena, com duas crianças autistas.

“Elas aproveitaram muito o espaço. E foi importante trazer para eles a perspectiva do esporte adaptado, agora com o tema das Paralimpíadas. Esse espaço aqui traz um conhecimento para a população em geral e que, muitas vezes, não tem perspectiva de como são difíceis os esportes adaptados. É importante para valorizarmos isso ainda mais”, falou.

“As Paralimpíadas são um evento que potencializa e mostra para o mundo os nossos atletas – e o Brasil é uma referência nisso. Nas Olimpíadas passadas fomos recordistas, batendo o recorde, com 72 medalhas conquistadas. Apesar da falta de estrutura, o Brasil é referência, com atletas guerreiros”, ressaltou.

A professora Lilian Espindola, 53 anos, também conheceu o espaço por acaso. “Vim passear aqui pelo Ibirapuera e me deparei com essa estrutura e tive a curiosidade de vir conhecer”, afirmou. Nessa visita, ela aproveitou para praticar o futebol de cegos. “E já estou na fila para o tênis de mesa [em cadeira de rodas]”, brincou.

“Eles [monitores] colocaram a venda nos meus olhos e fizeram inicialmente um treinamento para a gente se familiarizar com o som da bola. Mas é muito difícil e muito complicado você estar em um ambiente que você não conhece, saber os limites e onde você está. E ainda ter que encontrar a bola e chutar ao gol. É bem complicado. Mas eu achei a experiência ótima”, falou a professora. “Acho que os esportes paralímpicos deveriam ser muito mais apoiados e muito mais divulgados. Infelizmente, só temos, na TV aberta, os jogos principais. Os paralímpicos têm pouco espaço na mídia. Acredito que deveria ser mais divulgado”, sugeriu Lilian.

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil


Seleção feminina de vôlei sentado vence a segunda em Paris

A primeira medalha de Carol Santiago em Paris foi cheia de história. Neste sábado (31), a nadadora pernambucana conquistou o ouro na prova dos 100 metros costas classe S12, para atletas com baixa visão e chegou a quatro ouros em Jogos Paralímpicos na carreira.

O resultado a coloca ao lado de Ádria Santos, velocista que marcou época pelo Brasil e, até então, estava isolada como a mulher brasileira com mais primeiros lugares em Paralimpíadas. Ádria – que segue como a atleta feminina com mais medalhas do país – somou 13 pódios pelo Brasil e Carol agora tem seis.

Notícias relacionadas:

“Estou muito feliz, a prova foi incrível, a gente testou algumas coisas de manhã (na eliminatória) e tudo o que o meu técnico pediu para eu fazer eu vim aqui e fiz. E deu certo. Foi a melhor natação da minha vida. Estou muito satisfeita”, disse a atleta, em êxtase, em entrevista ao CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) na saída da piscina.

Na final dos 100 costas, prova da qual é atual campeã mundial, Carol largou na frente e não foi incomodada em nenhum momento do percurso. Ela fechou com 1min08s23, melhor marca pessoal e recorde das Américas. Em segundo lugar, ficou a ucraniana Anna Stetsenko (1min09s43), enquanto a espanhola Maria Delgado Nadal conquistou o bronze (1min11s33).

Com o resultado, a pernambucana de 39 anos, que tardou em entrar para o movimento paralímpico e estreou em Jogos Paralímpicos apenas em Tóquio, tem seis pódios em oito provas disputadas na história dos Jogos. São quatro ouros, uma prata e um bronze, conquistado justamente nos 100 metros costas, há três anos.

Em Paris, Carol Santiago ainda corre atrás de mais quatro medalhas. O próximo compromisso é na segunda-feira (2), nos 50 metros livre classe S13, junto com atletas com deficiência visual menos severa. Depois, ela ainda nada os 200 metros medley, também na S13, além 100 livre e dos 100 peito, ambos na S12.

Natação brasileira disputa cinco finais neste sábado em Paris


Seleção feminina de vôlei sentado vence a segunda em Paris

Após as eliminatórias disputadas na manhã deste sábado (31), o Brasil tem cinco finais na parte da tarde (que atravessa a noite no horário local) no terceiro dia de competições da natação nos Jogos Paralímpicos de Paris. Com dois atletas em uma mesma prova, serão seis representantes brasileiros no total. O destaque fica por conta de Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, que trouxe o primeiro ouro para o país nestes Jogos e chega bem cotado para mais um.

Gabriel nada os 50 metros costas da classe S2, para atletas com limitação físico-motora elevada. A final está marcada para as 14h30 no horário de Brasília. O nadador mineiro fez o melhor tempo entre todos os classificados, com 53s67. Em Tóquio, Gabrielzinho foi ouro nesta prova.

Notícias relacionadas:

Outra nadadora que cairá na água com grandes expectativas é Carol Santiago. Ela também fez o melhor tempo entre todas as classificadas à final dos 100 metros costas S12, para atletas com deficiência visual (1min09s60). Assim como Gabriel Araújo, a pernambucana é uma multimedalhista paralímpica. Ela tentará seu primeiro pódio em Paris, depois de sair de Tóquio com cinco medalhas. A prova de Carol será a segunda na programação das finais e tem previsão de começar às 12h37.

A primeira final do sábado também terá brasileiro. Às 12h30, Douglas Matera nada os 100 metros costas S12 masculino. Ele fez o sexto melhor tempo entre os classificados (1min04s19).

Às 14h22, José Ronaldo nada a final dos 50 metros costas S1, para atletas com limitação físico-motora no grau mais severo. Não houve eliminatória para esta prova.

Por fim, às 15h35, serão dois brasileiros nadando a final dos 50 metros livre classe S11, para atletas com deficiência visual mais severa. O brasiliense Wendell Belarmino avançou com o sexto melhor tempo (26s76), enquanto o catarinense Matheus Rheine fez o sétimo (26s91).

Brasil conquista mais duas medalhas no tênis de mesa em Paris


Seleção feminina de vôlei sentado vence a segunda em Paris

O tênis de mesa brasileiro somou mais duas medalhas nos Jogos Paralímpicos de Paris neste sábado (31) e chegou a três pódios no total até o momento. Duas duplas do país pararam nas semifinais em suas categorias e, assim, asseguraram o bronze, já que na modalidade não há disputa pelo terceiro lugar.

Bruna Alexandre e Danielle Rauen, na classe WD20 e Cláudio Massad e Luiz Manara, da MD18, confirmaram suas medalhas. Sãoclasses no tênis de mesa formadas por atletas andantes, que podem ter diferentes graus de comprometimento.

Notícias relacionadas:

A primeira parceria brasileira a entrar em quadra buscando uma vaga final foi a dupla feminina, que acabou derrotada pelas australianas Qian Yang e Lina Lei por 3 sets a 0 (11-8, 11-9, 12-10) em um duelo acirrado que durou 24 minutos.

Esta é a quinta medalha paralímpica na carreira de Bruna Alexandre (a quarta de bronze), que recentemente participou dos Jogos Olímpicos em Paris. Para Danielle, esta é a terceira medalha paralímpica, todas de bronze.

Paris-França- 31/08/2024 O tênis de mesa brasileiro somou mais duas medalhas nos Jogos Paralímpicos de Paris neste sábado. Cláudio Massad e Luiz Manara, da MD18.  Foto Wander Roberto/CPB
Paris-França- 31/08/2024 O tênis de mesa brasileiro somou mais duas medalhas nos Jogos Paralímpicos de Paris neste sábado. Cláudio Massad e Luiz Manara, da MD18.  Foto Wander Roberto/CPB

 O tênis de mesa brasileiro somou mais duas medalhas nos Jogos Paralímpicos de Paris neste sábado: Cláudio Massad e Luiz Manara, da MD18. Foto – Wander Roberto/CPB

Mais tarde, Cláudio Massad e Luiz Manara, que haviam eliminado uma dupla francesa e comemorado muito diante da torcida da casa, encararam os chineses Chaodong Liu e Yiqing Zhao. Eles caíram por 3 sets a 1, parciais de 11-5,11-4, 9-11 e 11-8. O duelo durou 34 minutos.

Para ambos os atletas, esta foi a primeira subida ao pódio em Jogos Paralímpicos na carreira.

Com estes resultados, o tênis de mesa brasileiro fecha sua participação nas chaves de duplas em Paris com três pódios. Cátia Oliveira e Joyce Oliveira já haviam conquistado o bronze na classe WD5. A equipe do país tenta igualar ou superar o melhor desempenho da história, quando conquistou quatro medalhas no Rio, em 2016.

A partir deste domingo (1), começam as disputas das chaves de simples.

Escolas de ensino médio da Maré só atendem 31,6% dos jovens da região


Seleção feminina de vôlei sentado vence a segunda em Paris

O Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, tem apenas quatro escolas de ensino médio. Juntas elas têm 2.267 alunos matriculados. O número corresponde a 31,6% do total de 7.162 jovens de 15 a 18 anos que vivem na região. Os dados foram divulgados durante a 5ª edição do Seminário de Educação da Maré, realizada nos dias 27 e 28 de agosto, e fazem parte do relatório divulgado pela Redes da Maré.

No conjunto de 15 favelas da Maré, há atualmente 49 escolas públicas, sendo 45 municipais e quatro estaduais, num total de 19.537 estudantes. “Também cabe ponderar que esse número relativamente alto de escolas na Maré é recente e ainda insuficiente para atender as mais de 41 mil crianças e adolescentes de zero a 17 anos que moram no bairro”, diz o documento.

Notícias relacionadas:

Segundo o relatório, o trabalho da equipe do Toda Menina na Escola, nas 15 favelas do complexo, mostra que são múltiplas as causas que levam crianças e adolescentes a se afastarem das escolas ou jamais terem sido matriculados. Trata-se de uma camada da população vulnerabilizada, na qual, na maioria dos casos, as mães são as chefes e as únicas responsáveis em seus lares.

“A educação pública nas favelas do Rio de Janeiro é uma questão complexa e desafiadora, extremamente importante para se compreender o cenário educacional da cidade e do país como um todo. A desigualdade socioespacial é uma característica comum em muitas grandes cidades, com disparidades sociais entre diferentes áreas e bairros. Fatores que levam à desigualdade socioespacial são distribuição desigual de recursos, segregação residencial, disparidades de renda e emprego, acessibilidade e transporte, além da violência”, diz o documento.

De acordo com o Censo Populacional da Maré, em 2013, 53,47% de seus habitantes não tinham completado o Ensino Fundamental. Já a taxa de analfabetos entre pessoas a partir de 15 anos correspondia a 6% da população, sendo mais da metade mulheres.

Segundo o relatório, as escolas da Maré frequentemente enfrentam problemas relacionados à infraestrutura precária, falta de recursos, déficit de professores, turmas superlotadas e carência de materiais didáticos adequados. Esses fatores acabaram afetando diretamente a qualidade do ensino oferecido.

“Os altos índices de violência afetam diretamente o quadro de insegurança nas escolas e o percurso dos alunos às unidades escolares. A existência de confrontos armados em horário escolar prejudica diretamente o acesso à educação e o bem-estar dos estudantes e professores. Além do receio de mobilidade de famílias e estudantes, especialmente adolescentes do sexo masculino, as escolas da Maré são fechadas regularmente por conta de operações policiais no território. Em 2022, 62% das operações policiais na Maré foram realizadas próximo a escolas e creches e, somente em 2023, foram 25 dias de aulas suspensas em decorrência de operações policiais”, diz o relatório.

Operações policiais

O Ministério da Educação (MEC) sugeriu a criação de um grupo de trabalho ou uma comissão para discutir os impactos de operações policiais no funcionamento do sistema educacional, bem como formas de reparação em casos onde ocorrem o fechamento de escolas e a suspensão de aulas.

A proposta surge em resposta aos questionamentos encaminhados pelo Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão. Há duas semanas, a instituição solicitou ao MEC informações sobre a existência de uma diretriz nacional sobre o impacto das operações policiais no sistema educacional e uma forma de reparação, para que os alunos não carreguem esse déficit durante toda a trajetória escolar.

No Rio de Janeiro, onde a situação é corriqueira, levantamentos registram números alarmantes. No Complexo da Maré, um boletim produzido pela organização Redes da Maré indica que, entre 2016 e 2023, foram 146 dias com aulas suspensas e escolas fechadas em decorrência de operações policiais.