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Marina Dias leva ouro inédito para o Brasil no Mundial de Paraescalada


Marina Dias leva ouro inédito para o Brasil no Mundial de Paraescalada

A paulista Marina Dias fez história nesta quinta-feira (10) ao faturar uma inédita medalha de ouro para o país no Mundial de Paraescalada, em Berna (Suíça). Em sua primeira participação em mundiais, a brasileira venceu a disputa na categoria RP3 (atletas com limitações leves no alcance e na força), deixando para trás a britânica Christhiane Luttkhueizen e a holandesa Martha Evans, prata e bronze respectivamente. Somente nesta temporada, Marina Dias já subira ao pódio outras três vezes em etapas da Copa do Mundo. Faturou ouro em Salt Lake City (EUA) e Innsbruck (Áustria), e foi bronze em Villars (Suíça).

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Marina Dias foi diagnosticada com esclerose múltipla, uma doença degenerativa autoimune. Ela costumava correr, mas em 2009  teve o lado esquerdo do corpo afetado pela doença. Na busca por outras atividades físicas, Marina acabou se apaixonando por escalada.

Após um jejum de três anos, o Brasil voltou a enviar representantes ao Mundial de Paraescalada. Além de Marina Dias, a delegação nacional conta ainda como os estreantes Luciano Frazão, na categoria AL 2 (atletas com um dos membros inferiores amputados ou com severo comprometimento motor), e Leonardo Vilha, na AU3 ( comprometimento em pelo menos uma das mãos, ou com vários dedos ausentes ou com função motora reduzida).

Embora a escalada já tenha integrado o programa olímpico nos Jogos de Tóquio (Japão) e segue mantida nos Jogos de Paris 2024, a paraescalada ainda não está incluída no rol de esportes paralímpicos. No início de 2023, o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) confirmou 22 modalidades na Paralimpíada de Paris 2024, e deixou aberta a possibilidade da paraescalada e do parasurfe serem incluídos, pela primeira vez, a partir de Los Angeles 2028, caso os dois esportes sejam indicados pelo Comitê Organizador. A decisão final do IPC sairá até o final deste ano.

Brasil conquista duas pratas no Mundial de Ciclismo Paralímpico


Marina Dias leva ouro inédito para o Brasil no Mundial de Paraescalada

O Brasil foi vice-campeão duas vezes no Mundial de Ciclismo Paralímpico de pista e estrada, em Glasgow (Escócia), que vai até domingo (13).  Na manhã desta quinta-feira (10), Lauro Chaman conquistou a prata na prova contrarrelógio de estrada (classe C5) ao completar o percurso de 28,2 quilômetros em 35min40s67, apenas 39s66 atrás do vencedor, o holandês Daniel Abraham Gebru (35min01s01). O bronze ficou com o francês Dorian Foulon (36min18s16). Esta é a terceira medalha de Chaman no Reino Unido: ele já assegurara dois bronzes nas provas de pista  scratch omnium realizadas até terça (8).

Na quarta (10), a ciclista paulista Gilmara do Rosário já havia faturado a primeira medalha do país na disputa de pista contrarrelógio da classe H2 (handbike). Gilmara foi vice-campeã ao concluir a distância de 10,8 km em 34min37s07, atrás apenas da italiana Roberta Amadeo (23min52s66). Outra italiana, Angela Procida (36min37s40) arrematou o bronze.   

A competição é que mais distribui pontos – o dobro do oferecido em etapas da Copa do Mundo –  para o ranking paralímpico de nações, parâmetro para a definição de vagas aos Jogos de Paris 2024.

Além de Lauro Chaman e Gilmara do Rosário, a delegação brasileira está em Glasglow com outros 13 ciclistas. No time masculino estão Carlos Soares, André Grizante, Victor Herling, Ronan Fonseca, Ulisses Freitas, Dave Raposo e Marcos Melo; e o feminino conta com Jady Malavazzi, Amanda Paiva, Carolina Leite, Sabrina Custódia, Victória Barbosa, Mariana Garcia e Gilmara Sol.

Governo estadual cria a segunda escola indígena do Rio de Janeiro


Marina Dias leva ouro inédito para o Brasil no Mundial de Paraescalada

A autorização para a criação da Escola Indígena Estadual Guarani Tava Mirim, no município de Paraty, no Sul Fluminense, foi publicada no Diário Oficial do Estado do Rio desta quinta-feira (10). Ela oferecerá ensino fundamental, nas modalidades I e II, para 75 alunos.

Antes disso, a escola funcionava como uma sala de extensão da primeira unidade do segmento, o Colégio Indígena Estadual Guarani Karai Kuery Renda, em Angra dos Reis, também no Sul Fluminense. Além dela, o colégio gerenciava outras duas salas de extensão, a Nhembo-e Renda, na aldeia de Rio Pequeno, e Karai Oca, na aldeia de Araponga. Todas as duas funcionam em Paraty, e, agora, estão vinculadas à unidade de Tava Mirim.

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Segundo o governo estadual, a conquista marca o Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado no dia 9 de agosto, e é mais uma forma de valorização das tradições dos povos originários.

Voltada para a educação de jovens indígenas da aldeia de Paraty-Mirim e região, a abertura da escola atende a um pedido antigo da comunidade, além de representar um passo significativo na valorização das tradições culturais indígenas e na promoção de uma educação inclusiva.

“Estamos diante de um avanço na forma como a educação é concebida no Rio de Janeiro. A Escola Indígena Estadual Guarani Tava Mirim reconhece a importância de proporcionar um ambiente educacional inclusivo e culturalmente relevante para nossos jovens indígenas”, afirmou, em nota, a secretária estadual de Educação, Roberta Barreto.

Desafio tecnológico para ensino médio recebe inscrições em 14 estados

A primeira edição do GamethONS, desafio tecnológico direcionado a estudantes e professores do ensino médio de escolas públicas de todo o Brasil, promovido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), recebeu 122 inscrições de equipes de 49 cidades de 14 estados brasileiros, de todas as regiões do país. No final, foram selecionados 31 jogos para avaliação. “O GamethONS teve uma representatividade muito grande”, disse à Agência Brasil o diretor de Tecnologia da Informação (TI), Relacionamento com Agentes e Assuntos Regulatórios do ONS, Marcelo Prais. A iniciativa estimulava a criação de um game (jogo) inédito digital abordando os desafios do setor elétrico e visando as práticas sustentáveis.

O projeto foi lançado em março deste ano e contou com apoio da Sincroniza Educação, que deu suporte pedagógico e operacional na organização de todo o programa. Os três jogos vencedores da competição foram Sustenpata: uma aventura eletrizante, desenvolvido por equipe de Campo Grande (MS); Electrical Conductor, criado por equipe de Nova Friburgo (RJ); e Blown Fuse, criado por grupo de Belo Horizonte (MG).

Todos os participantes dos grupos que ocupam as três primeiras colocações ganharam notebooks, kit ONS, uma assinatura anual da Plataforma Head Energia e um certificado de menção honrosa. Os estudantes participantes das dez primeiras equipes têm ainda a possibilidade de concorrer a uma oportunidade de estágio de curta duração na área de tecnologia da informação do Operador. As vagas são para seis meses e estão sujeitas ao interesse dos participantes, à aprovação dos representantes legais, já que são menores de idade, e à aprovação da escola.

Uso gratuito

Marcelo Prais destacou que todos os jogos criados estão disponíveis para uso gratuito da sociedade no site do programa. “São de uso comum. Podem ser acessados por qualquer pessoa”. Na avaliação do diretor, o jogo classificado em primeiro lugar, o Sustenpata, “conseguiu juntar, surpreendentemente, vários elementos: sistema elétrico, eficiência energética e sustentabilidade”. De acordo com informação da engenheira de Procedimentos de Rede e Assuntos Regulatórios do ONS, Isabella Marchetti, um dos estados mais ativos no desafio foi o Amazonas, que chegou a inscrever 30 equipes.

Prais lembrou que ao criar o GamethONS, o ONS visou permitir a aprendizagem de forma lúdica através do uso da tecnologia; despertar o interesse dos alunos pelo tema para que eles possam buscar, já na primeira graduação, alguma área voltada para tecnologia ou para o setor elétrico; e auxiliar o ingresso desses jovens no mercado de trabalho, oferecendo oportunidades de estágio no ONS. Salientou também que essa primeira edição da competição comemora os 25 anos do ONS. O Operador conseguiu autorização especial da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para doar 10 computadores para cada escola dos três primeiros grupos colocados, totalizando 30 computador, para montagem de laboratórios para os estudantes das instituições.

Voto popular

Além da premiação oficial, o público teve a oportunidade de votar, entre os dias 1° e 8 de agosto, no seu game preferido. Foi eleito “queridinho do público” o jogo A Jornada de Tucson, de equipe da cidade de Bombinhas (SC). A votação popular teve um total de 4.059 votos. O jogo vencedor recebeu 463 votos.

O assessor executivo da Diretoria de TI, Relacionamento com Agentes e Assuntos Regulatórios do ONS, Carlos Alexandre da Silva Prado, informou que ainda não há decisão do Operador em relação ao lançamento de uma segunda edição do GamethONS. O mais provável é que no primeiro semestre de 2024 seja lançada uma nova iniciativa, embora ainda ligada ao tema da sustentabilidade. No segundo semestre de cada ano, o Operador promove um hackathon denominado DatathONS (maratona de dados) que, em 2023, terá sua quinta edição. Esse desafio é voltado somente para estudantes universitários.

O ONS é o órgão responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) e pelo planejamento da operação dos sistemas isolados do país, sob a fiscalização e regulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Libertadores: Fla encara Olimpia fora de casa para avançar às quartas


Marina Dias leva ouro inédito para o Brasil no Mundial de Paraescalada

Após vencer em casa, por 1 a 0, o jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores contra o Olimpia, o Flamengo volta a campo na noite desta quinta-feira (10) no estádio Defensores del Chaco, em  Assunção (Paraguai). Para avançar na competição, o time carioca, atual campeão, depende apenas de um empate. Já os paraguaios  precisam ganhar por dois gols de diferença ou, ao menos, um gol para empurrar a definição da vaga para as penalidades máximas. O embate, a partir das 21h (horário de Brasília), terá transmissão ao vivo na Rádio Nacional, com narração André Luiz Mendes, comentários de Waldir Luiz, reportagem e plantão de notícias com Bruno Mendes. O time que se classificar, enfrentará o Fluminense nas quartas. 

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Para o jogo desta noite, o técnico Jorge Sampaoli voltará a contar com reforços de peso: Gabigol e Arrascaeta. que cumpriram suspensão no último domingo (6), na derrota do Rubro-Negro para o Cuiabá (3  a 0), no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Quem também não jogou por lesão foi Filipe Luís e Léo Pereira, ambos já recuperados e à disposição do treinador argentino. O único desfalque do Fla será o volante Erick Pulgar, que segue se recuperando de uma lesão na parte posterior da coxa direita.

O anfitrião Olimpia terá de reforçar a defesa para neutralizar o atacante rubro-negro Gabriel Barbosa, o Gabigol. O camisa 10 já marcou quatro vezes contra o time paraguaio. e espera aumentar a marca nesta quinta (10). A equipe paraguaia ocupa a oitava posição no campeonato nacional desde o último sábado (5), quando derrotou o Guaraní (5 a 3).  Assim como o Flamengo, o clube paraguaio também soma três títulos de Libertadores na história.  

* Colaboração de Pedro Dabés (estagiário) sob supervisão de Paulo Garritano.

Câmara aprova reformulação da Lei de Cotas; texto segue para o Senado


Marina Dias leva ouro inédito para o Brasil no Mundial de Paraescalada

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) o projeto que reformula a Lei de Cotas. Pela lei atual, as cotas nas universidades federais devem ser revistas a cada dez anos, prazo completado no ano passado. O texto (PL 5384/20) segue para votação no Senado.

Os deputados federais aprovaram o substitutivo da relatora, deputada Dandara (PT-MG). O projeto original é de autoria da deputada Maria do Rosário (PT-RS). Entre as mudanças aprovadas está a redução da renda familiar per capita para ingresso de aluno da rede pública nas cotas, passando de 1,5 salário mínimo para um salário mínimo por pessoa.

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O texto aprovado também prevê a inclusão de quilombolas no sistema de cotas. Conforme o substitutivo, os cotistas concorrerão às vagas gerais, e não mais somente às vagas estipuladas para os subgrupos (pretos, pardos, indígenas). Se não alcançarem a nota para ingresso na universidade, a nota, então, será usada para concorrência às vagas reservadas ao subgrupo dentro da cota global de 50%.

Além disso, a lei continuará a ser avaliada a cada década.

Resultados

Um estudo da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, apontou que a política permitiu que o número de estudantes de escolas públicas brasileiras, no geral, aumentasse 47% nas universidades federais e o número de estudantes negros de escolas públicas crescesse 73%.

Publicada em 2012, a lei 12.711/12 reserva 50% das vagas nas universidades e institutos federais de ensino técnico para alunos de ensino médio das escolas públicas, sendo que metade deve ser preenchida por estudantes de famílias que ganham igual ou abaixo de 1,5 salário mínimo por pessoa, equivalente a R$ 1.818 mensais. A lei atual prevê ainda cotas para estudantes pretos, pardos, indígenas e com deficiência.

Etapa do circuito mundial reúne os melhores do tênis de mesa no RJ


Marina Dias leva ouro inédito para o Brasil no Mundial de Paraescalada

As disputa das chaves principais do WTT Contender, etapa do circuito mundial de tênis de mesa, começam às 10h (horário de Brasília) desta quinta-feira (10), na Arena Carioca I, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Pela primeira vez no Brasil, o evento reúne 120 atletas de 35 países, entre eles 25 brasileiros (14 homens e 11 mulheres), incluindo Hugo Calderano, número 5 do mundo e favorito ao título.  Os vencedores garantem 400 pontos no ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF, na sigla em inglês), um dos parâmetros para a classificação à Olimpíada de Paris 2024. A competição tem transmissão ao vivo no canal da World Table Tennis (WTT) no YouTube.

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Na disputa masculina da chave de simples, além do carioca Calderano, estão outros bem ranqueados como o sul coreano Jang Woo-jin (8º) e o alemão Dimitrijj Ovtcharov (10º). Na competição feminina, as mais bem posicionadas são a japonesa Hina Hayata (8ª), a porto-riquenha Adriana Diaz (12ª), a romena Bernadette Szocks (13ª) e a taiwanesa Cheng I-Ching (15ª).

Nas disputas individuais, o Brasil contará com Calderano, Vitor Ishiy, Guilherme Teodoro – que assegurou vaga no classificatório – as irmãs Bruna e Giulia Takahashi, Bruna Alexandre e Laura Watanabe. Além deles Carlos Ishida, Eric Jouti e Victoria Strassburger também representam o Brasil na fase principal, mas nas disputas de duplas.  O paulista Victor Ishiy (104º) participa como convidada da organização do evento.

O WTT Contender do Rio teve início na última segunda (7), com as disputas classificatórias (qualifying) que se estenderam até esta quarta (9). Para avançar à fase principal, os atletas precisavam vencer três partidas. As finais do torneio serão no domingo (13), a partir das 18h.

Programação

quinta-feira (10)  

10h – Oitavas de final de duplas mistas,  primeira rodada de simples masculino e feminino

14h – Primeira rodada de simples masculino e feminino, oitavas de final de duplas masculinas e femininas

18h – Primeira rodada de simples masculino e feminino, oitavas de final de duplas masculinas e femininas

Sexta (11)

10h – Oitavas de final de simples masculino e feminino, quartas de final de duplas masculinas e femininas

13h – Quartas de final de duplas mistas, masculinas e femininas, oitavas de final de simples masculino e feminino

18h – Oitavas de final de simples masculino e feminino, quartas de final de duplas masculinas e femininas, semifinais de duplas mistas

Sábado (12)

10h – Quartas de final de simples masculino e feminino

14h – Semifinais de duplas masculinas e femininas

17h – Semifinais de simples masculino e feminino

19h30 – Final de duplas mistas

Domingo (13)

18h – Finais de simples masculino e feminino, finais de duplas masculino e feminino

São Paulo deixa de aderir ao PNLD, mas vai manter livros físicos


Marina Dias leva ouro inédito para o Brasil no Mundial de Paraescalada

Os alunos da rede estadual de São Paulo do 6º ao 9º ano vão receber impresso o material didático elaborado pelo governo paulista e terão também acesso aos livros digitais. A informação vem depois de o governo paulista informar, no último dia 1º, que não aderiu ao material didático e pedagógico do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD) do Ministério da Educação (MEC) e que não usaria livros físicos em sala de aula, ou seja, os alunos teriam apenas material digital nos anos finais do ensino fundamental. O material do MEC é fornecido sem custo aos estados.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) informou, no entanto, que fornecerá a todos os estudantes da rede os livros didáticos impressos e alinhados ao currículo paulista. Além do material físico, os estudantes também terão à disposição o conteúdo digital para acesso em múltiplas plataformas, desenvolvido pela Coordenadoria Pedagógica (Coped) da pasta. A assessoria de imprensa da Seduc acrescentou que só saiu do PNLD nos conteúdos didáticos do 6º ao 9º ano (anos finais do ensino fundamental), mas que continua no programa nas demais etapas – educação infantil, ensino fundamental – anos iniciais e ensino médio.

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“Atualmente, os alunos da rede estadual contam com mais de 900 mil dispositivos, entre notebooks, desktops e tablets, para acesso ao conteúdo digital nas unidades escolares. Em média, esse total permite o atendimento de até quatro alunos por equipamento em sala de aula. A Seduc trabalha para ampliar o número de equipamentos à disposição dos estudantes”, informou a nota.

Apesar do recuo da utilização de material 100% digital, a decisão do estado de sair do PNLD nos conteúdos didáticos do 6º ao 9º anos tem sido criticada por pedagogos, professores e estudantes.

“É a abertura de um precedente perigoso que pode influenciar negativamente a escola de outros estados e que não gera qualquer ganho para a educação. Apenas sucateia a educação pública e ataca a importância do programa, que é essencial para a democratização do acesso ao livro”, diz a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Manuella Mirella. 

A presidente da UNE destaca a importância do programa do MEC, mas lamenta a perda de qualidade nos últimos anos. “O programa tem diretrizes elaboradas e estratégicas para que escolas recebam diferentes livros para todas as faixas etárias e para todos os anos da educação básica. No governo Bolsonaro, houve interferência no conteúdo, perda de recursos e atraso nas compras de livros, o que cria um lapso num programa tão importante e reconhecido mundialmente e que não pode ser interrompido.”

Manuella acrescenta que os livros digitais não são a proposta ideal para o ensino em um país extenso como o Brasil. “Além da importância para o aprendizado com o livro nas mãos, a realidade das escolas brasileiras é muito variada. Na própria cidade de São Paulo, há unidades que têm carência de projetores, computadores e internet. Portanto, utilizar os livros digitais só amplia abismos.”

“A saída do estado de São Paulo do programa é um retrocesso”, diz a deputada estadual Professora Bebel, ex-presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).

“O estado se afasta de um plano nacional didático pela primeira vez na história do livro didático no Brasil, uma conquista de toda a sociedade civil, com distribuição gratuita de livros.”

Ela destaca que o governo está abrindo mão de mais de R$ 100 milhões e que ainda vai ter gasto duplo, porque vai imprimir apostila. “Apostila a gente usa para complementar, não para fazer um estudo. A forma de a leitura e a escrita entrarem em casa é através do livro didático”, defende a deputada, que é mestre em administração educacional.

Professora Bebel reforça que a apostila deve apenas complementar. “Nós defendemos a pluralidade de pensamentos pedagógicos, e o livro didático permite isso. Mas a apostila poderia ser complementar. O governador poderia deixar apostila e também o livro didático – tudo o que inclui não exclui!”, afirmou. 

Segundo a deputada, o movimento educacional quer que seja garantida a base nacional comum, que seja respeitada pelos parâmetros curriculares nacionais. O objetivo é evitar a fragmentação de toda a base nacional comum, diferenciando um conhecimento do outro, um estado do outro. “E não há problemas com as regionalidades; para isso, o currículo também prevê a parte de regionalidades, mas a base nacional comum é democrática, é a forma de se garantir o mínimo nacional.” 

Quanto à proposta do ensino integralmente digital, a Professora Bebel lembra que o modelo repetiria recentes erros metodológicos. “Nós íamos incorrer no mesmo erro que foi o período da pandemia, em que houve exclusão educacional, além da social, e criaram-se todas as disparidades. Temos hoje um déficit educacional irreparável, e com tudo digital de novo seria outra exclusão porque ainda não tem computador e banda larga para todo mundo.”

A pedagoga Helyane Guimarães destaca a importância dos livros digitais, mas ressalta que a falta de recursos tecnológicos nas escolas prejudica a implantação. “A ideia dos livros digitais traz algumas vantagens notáveis, como a facilidade de atualizar conteúdos e a oportunidade de adicionar elementos interativos. Além disso, é relevante destacar que o formato digital se alinha à realidade atual. No entanto, é válido lembrar que o Brasil ainda encara desafios relacionados à infraestrutura e ao acesso à tecnologia em determinadas áreas. É essencial considerar a questão da acessibilidade para garantir que todos os alunos, independentemente de sua localização ou condição, tenham oportunidade de usufruir dos benefícios desse recurso.”

A profissional se preocupa com a versão totalmente digital. “Minha preocupação também se volta para a retenção do aprendizado. Isso é evidenciado por observações em países desenvolvidos, como a Suécia, onde se notou que a introdução de livros digitais resultou em uma menor retenção de aprendizado em comparação com o uso de materiais físicos”, completa Helyane.

Programa Nacional

O Programa Nacional do Livro e do Material Didático é uma política do Ministério da Educação com mais de 85 anos de existência e adesão de mais de 95% das redes de ensino do Brasil. Segundo o MEC, a permanência no programa é voluntária, de acordo com a legislação e um dos princípios básicos do PNLD, que é o respeito à autonomia das redes e escolas.

A aquisição das obras se dá por meio de um chamamento público, de forma isonômica e transparente. As obras são avaliadas por professores, mestres e doutores inscritos no banco de avaliadores do MEC. Os livros aprovados passam a compor um catálogo no qual as escolas podem escolher, de forma democrática, os materiais mais adequados à sua realidade pedagógica, tendo como diretriz o respeito ao pluralismo de concepções pedagógicas, informou a pasta.

Quanto à saída do estado de São Paulo do programa, o MEC respondeu apenas que continua de portas abertas ao diálogo e à cooperação junto a estados e municípios, “sempre cumprindo o papel de articulação dos entes para a construção de uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos os estudantes brasileiros”, disse a nota enviada à Agência Brasil.

Segundo dados do programa, em 2023, foram destinados  R$ 1.188.736.914,21 em livros didáticos, com a primeira aquisição de livros e materiais didáticos para os anos iniciais do ensino fundamental, reposição dos livros e materiais didáticos para Educação Infantil, reposição para os anos finais do ensino fundamental e para ensino médio, atendendo a estudantes e a professores de toda a educação básica do país.

Para o atendimento em 2023, houve a reposição de livros de literatura dos anos finais do ensino fundamental e aquisição de livros de literatura para o ensino médio, sendo destinados R$v332.647.723,13.

Como são selecionados os livros? 

O MEC publica editais com as características obrigatórias dos livros que serão adotados pelas escolas (número de páginas, conteúdo, formato).

Depois, as obras são inscritas pelos detentores de direitos autorais, ou seja, as editoras, e avaliadas por especialistas das diferentes áreas do conhecimento. 

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) compra as obras, que depois são direcionadas gratuitamente às redes de ensino.

Como são escolhidos os livros didáticos que vão para a escola? 

As obras aprovadas compõem o Guia Digital do PNLD , que orienta os professores e a direção da escola na escolha das coleções para aquela etapa de ensino (Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Anos Finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio).

Como os livros são distribuídos? 

A distribuição dos livros é feita pelos Correios, que levam os livros diretamente da editora para as escolas. Os livros chegam às escolas entre outubro do ano anterior ao atendimento e o início do ano letivo. 

Inep divulga gabarito preliminar de prova da 1ª etapa do Revalida


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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou, nesta quarta-feira (9), as versões preliminares do gabarito da prova objetiva e do padrão de resposta da prova discursiva do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida) 2023/2.

Os arquivos são referentes à primeira etapa do Revalida e estão disponíveis no Sistema Revalida e no portal do Inep

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Nesta quarta-feira também se inicia o período, que se estende até o dia 14, para interpor recursos pelos candidatos que não concordam com a correção da prova e pedem uma nova análise aos julgadores.

Em 8 de setembro, o Inep divulgará o resultado definitivo da prova objetiva e provisório da prova discursiva, bem como as versões definitivas do gabarito e do padrão de respostas, que analisa a fundamentação dos argumentos pelo candidato e as repostas claras e objetivas à questão posta.

Já o período para entrar com recurso referente à correção da prova discursiva irá até 14 de setembro. Os candidatos podem esperar o resultado definitivo em 2 de outubro, juntamente com os resultados finais da primeira etapa do exame.

O Inep aplicou as provas (objetiva e discursiva) do Revalida 2023/2 no dia 6 de agosto, em nove cidades brasileiras: Brasília, Campo Grande, Curitiba, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Salvador e São Paulo.

Revalida

O exame nacional serve para revalidação de diplomas médicos expedidos por instituições de educação superior estrangeira. O Revalida é composto por duas etapas (teórica e prática). As provas verificam a aquisição de conhecimentos, habilidades e competências exigidas para o exercício profissional adequado e conforme as necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

As provas do Revalida, aplicadas pelo Inep, abordam de forma interdisciplinar, as cinco grandes áreas da medicina: clínica médica, cirurgia, ginecologia e obstetrícia, pediatria, e medicina da família e comunidade (saúde coletiva).

O Revalida usa como referências os atendimentos prestados na atenção primária de saúde, ambulatorial, hospitalar, de urgência, de emergência e comunitária, com base na Diretriz Curricular Nacional do Curso de Medicina, nas normativas associadas e na legislação profissional.

A participação na segunda etapa depende da aprovação na primeira, confirme previsto no edital do Revalida 2023/2.  

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-61-6161.

Formação de professores é desafio no ensino fundamental, diz pesquisa


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Formação dos professores, saúde mental de alunos e docentes e falta de envolvimento das famílias são os principais desafios enfrentados nas escolas públicas nos anos finais do ensino fundamental, etapa que vai do 6º ao 9º anos. As informações são de pesquisa inédita, divulgada nesta quarta-feira (9), que contou com a participação de mais de 3,3 mil dirigentes de educação de municípios de todo o país.

A pesquisa Percepções e Desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental nas redes municipais de ensino foi feita em parceria entre o Itaú Social e a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) para identificar os principais gargalos na oferta e na gestão nesta etapa escolar.

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Os resultados mostram que a maioria dos gestores, 75,2%, considera desafio a saúde mental dos estudantes e professores. Aproximadamente a mesma porcentagem, 74,1%, aponta como desafios a falta de envolvimento das famílias e 69,9%, a formação de professores a respeito de aspectos específicos da etapa. Além disso, 64,6% consideram desafiadora a transição do 5º para o 6º ano e 57,2% apontam a questão da infraestrutura das escolas para atendimento da demanda.

Para o presidente da Undime, Luiz Miguel Garcia, os dados do estudo mostram a necessidade de mais atenção para esta etapa do ensino. “Chama a atenção para a educação na sua integralidade. A gente precisa atender às questões socioemocionais, precisa compreender e ajudar as crianças, os jovens e os adolescentes a se situarem. Definitivamente, não dá para fazer uma educação compartimentada, com visão conteudista.”

De acordo com a gerente de Desenvolvimento e Soluções do Itaú Social, Sônia Dias, os anos finais do ensino fundamental são uma etapa de muitas mudanças na vida do estudante. Os alunos deixam de ter aula apenas com um professor e passam a ter aulas com professores de áreas específicas. Além disso, é a transição da infância para a juventude, etapa geralmente cursada entre os 11 e 14 anos de idade. Segundo Sônia, todas essas mudanças e transições impactam no processo de ensino e aprendizagem.  

“É muito comum que a gente veja nessa faixa etária crianças que não estão prestando atenção, ou que têm muito sono, mas porque o cérebro está em desenvolvimento e muitas vezes ela precisa dessa energia para ela mesma. Muitas vezes, o adolescente que está nessa faixa etária tem momentos de grande questionamento, muitas vezes, de solidão, de medo em relação a mudanças físicas – a voz muda, o corpo muda, é uma fase de grandes inseguranças”, diz Sônia Dias.

Diante desse cenário, são necessárias ações específicas. A pesquisa mostra que 54,1% das redes de ensino que participaram do levantamento declaram que não têm uma equipe dedicada à adaptação dos estudantes, na transição do 5º para o 6º ano, e que 27,8% não oferecem espaços e grupos de acolhimento aos alunos. Sobre o envolvimento das famílias, a pesquisa revela que 21% das redes de ensino não implementam, ou implementam com muita dificuldade, estratégias de engajamento dos familiares; 57% implementam com alguma dificuldade e 22% implementam sem dificuldade.

Formação profissional

A pesquisa mostrou a necessidade de formação continuada mais alinhada aos desafios desse período escolar. A formação continuada é aquela que o profissional faz ao longo da carreira para desenvolver determinados saberes e se manter atualizado.

Conforme a pesquisa, quase metade das redes, 49,2%, oferta aos professores formações uma vez a cada dois meses para docentes; 26,1%, uma vez a cada seis meses; e 6,8%, uma vez ao ano. As proporções são semelhantes na oferta de formação para outros profissionais, como diretores escolares e coordenadores pedagógicos e pessoal das secretarias.

As temáticas mais ofertadas são formas lúdicas, críticas e participativas de aprendizagem (30,4%), usos de metodologias que promovam a aprendizagem autônoma e participativa (26,9%) e conteúdos específicos das áreas e componentes curriculares (28,4%). Já aquelas menos ofertadas são conteúdos sobre as mudanças e o desenvolvimento da adolescência nos estudantes (19,4%); a implementação de conteúdos de ensino de história e cultura africana e afro-brasileira (19,8%) e abordagens específicas para correção da distorção idade-série e da trajetória escolar (14,4%).

“A formação inicial deixa muitas lacunas e, por isso, a importância maior ainda que a formação continuada exista. É claro que todo profissional precisa se manter atualizado, mas cada vez mais a gente tem visto esse papel indutor e fundamental da formação continuada para os professores”, diz a gerente do Itaú Social. Para ela, a formação que existe na maioria das redes pode ser considerada frágil, dada a baixa frequência com que ocorre.  

Segundo os dados coletados, as redes apontam como dificuldade a falta de materiais pedagógicos para aplicar os conteúdos das formações em sala de aula (47,7%); a frequência de profissionais nas formações continuadas (51,7%) e mesmo a adesão dos profissionais às formações continuadas (55,1%).

Para Luiz Miguel Garcia, da Undime, a formação inicial dos professores, nas graduações, também precisa ser revista, para se aproximar mais da realidade das escolas e fazer com que os novos profissionais cheguem mais preparados. “A gente vive uma grande crise porque a formação inicial dos professores não traz instrumentos de caráter pedagógico de formação adequada, que aproximem os futuros professores da realidade que vão encontrar no dia a dia”, diz Garcia,

Ele afirma que a formação inicial dos professores no Brasil precisa ser repensada para que se consiga sair do modelo conteudista e chegar a processos mais reflexivos. Garcia destaca ainda que a maior parte dos alunos de licenciaturas opta pela modalidade a distância o que, se não houver uma experiência nas escolas prevista no currículo, os distancia ainda mais da realidade das salas de aula.

Educação integral

A oferta de educação integral também está entre os desafios das redes municipais. Em geral, no Brasil, 57,5% das redes respondentes declaram ter ações para expansão ou implantação da educação integral nos anos finais.

Entre as estratégias de ampliação da educação integral, a mais avançada é a oferta de disciplinas eletivas ou atividades extras. Conforme o estudo, 42,8% das redes já implantaram, mas outras 18,5% ainda não têm planos para implementação. Outra iniciativa apontada é o aumento do quadro de professores, concretizado por 39,9%.

O estudo mostra, no entanto, que seis em cada dez redes que implementam alguma estratégia de educação integral têm muita dificuldade com questões financeiras e de infraestrutura.

A educação em tempo integral tornou-se, recentemente, política pública nacional com a sanção da Lei 14.640/2023, que institui o Programa Escola em Tempo Integral. O governo federal vai investir R$ 4 bilhões para ampliar em 1 milhão o número de matrículas de tempo integral nas escolas de educação básica em 2023. A meta é alcançar, até 2026, cerca de 3,2 milhões de matrículas.

Soluções

Identificar as fragilidades nas redes, segundo Dias, é importante para a busca de soluções. “Apesar de a gente ter essas lacunas e fragilidades, entende que tem muita oportunidade. Os estudantes passam por essas escolas só uma vez. Então, a gente tem a oportunidade de tornar essa experiência educacional para eles a melhor possível, uma experiência que apoie o seu desenvolvimento”, diz.

De acordo com Garcia, são necessárias políticas públicas voltadas especificamente para os anos finais do ensino fundamental e que sejam conjuntas. “Os anos finais do ensino fundamental ficaram esquecidos. Isso que estamos fazendo, estamos pautando ações que discutam essa problemática, e discutir o que podemos fazer juntos, essa construção precisa ser conjunta da União, de estados e municípios.”

A pesquisa foi feita entre 18 de maio e 26 de junho deste ano. Ao todo, 3.329 dirigentes municipais de ensino de todo o país responderam a um questionário virtual. Juntas as redes de ensino respondentes concentram 3,4 milhões de estudantes dos anos finais do ensino fundamental, o que equivale a 64% do total de 5,3 milhões de alunos dessa etapa na rede pública em todo o país.