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Se racismo é cotidiano, antirracismo também precisa ser, diz pedagoga


Se racismo é cotidiano, antirracismo também precisa ser, diz pedagoga

A história e cultura afrobrasileiras são parte obrigatória dos currículos escolares brasileiros há quase 20 anos, quando foi publicada a Lei 10.639/ 2003, mas o cumprimento dessa lei está longe de ser universalizado. Uma pesquisa da organização não governamental Todos pela Educação mostrou que somente metade das escolas tinham projetos pedagógicos antirracistas em 2021, e essa proporção estava em queda.

Para a pedagoga Clélia Rosa (foto) consultora e pesquisadora das relações étnico-raciais na educação, há um descompromisso institucional com o respeito a essa lei. Essa indiferença, somada ao mito da democracia racial, traz um prejuízo ético na formação dos estudantes.

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“Quando a escola diz, nos seus currículos, que forma cidadãos críticos, cidadãos reflexivos, que possam atuar frente às situações, etc e etc, como é que você forma um cidadão crítico que não compreende a pauta racial num país majoritariamente negro? Como é que você forma um cidadão crítico que silencia diante de uma situação de racismo? Como é que se forma um cidadão crítico que não sabe a real história da fundação e do desenvolvimento cultural, político e social desse país? Então, é um prejuízo enorme para todas as pessoas”, critica a pedagoga, em entrevista à Agência Brasil.

Palestrante da primeira Edição da Eduko, que acontece nesta sexta-feira e sábado em Belo Horizonte, Clélia Rosa defende que um projeto pedagógico antirracista sério depende de formação continuada dos docentes e não pode se restringir a datas comemorativas ou episódios específicos. Nesse contexto, ela exalta o papel de famílias negras, que tem impulsionado esse avanço ao cobrar essa discussão nas escolas.

Agência Brasil: Que passo além o projeto pedagógico precisa dar para ser antirracista?

Clélia Rosa: O passo além é trazer esse conteúdo em todos os dias letivos do ano. Eu costumo dizer que se o racismo é cotidiano, o anti-racismo também precisa ser. O projeto pedagógico não pode tratar a questão racial no seu currículo de maneira efêmera, esperando uma data específica, um acontecimento específico. O passo além é o que baliza a Lei 10.639, que é a inclusão desse conteúdo em todo currículo da educação básica, da educação infantil ao final do ensino médio. Vou falar de uma maneira simples, embora não seja: o passo além é fazer o que tem que ser feito. Embora, em uma sociedade racista, como a nossa, fazer o que tem que ser feito é uma complexidade muito grande, porque a gente precisa enfrentar as inúmeras barreiras que o racismo coloca.  

Agência Brasil: Este ano a Lei 10.639 completa 20 anos, mas a ONG Todos Pela Educação divulgou uma pesquisa que mostra que os projetos antirracistas ainda estão apenas em metade das escolas, e houve até uma queda nos últimos anos. Por que a gente está tão longe de universalizar esse ensino previsto em lei?

Clélia Rosa: Está longe porque a gente precisa ainda, na minha perspectiva, vencer o mito da democracia racial, que imperou e, de certa forma, impera fortemente nas instituições e na escola também. Eu acho que existe ainda uma dificuldade também de se compreender o que é o racismo e, na medida em que não se compreende o que é de fato essa opressão, fica muito mais difícil combater. No âmbito dos 20 anos da lei, o que a gente vai observando é, de certo modo, um descompromisso das instituições públicas e privadas. A dificuldade são essas escolas que ainda não entenderam o seu papel e a importância dessa base legal. Isso somado à ideia do mito da democracia racial e somado ainda a uma ideia de que a questão enfrentamento ao racismo no Brasil é um problema das pessoas negras. Infelizmente, essa ideia ainda paira.

Agência Brasil: Para você que acompanha a implementação da lei nesses 20 anos, como você avalia que os obstáculos a ela mudaram? Eles são os mesmos de 2003? Há obstáculos novos?

Clélia Rosa: Uma coisa que mudou substancialmente foi a produção de material, de referencial teórico de qualidade para balizar todas as práticas. A gente está falando de 20 anos da Lei 10.639 ao mesmo tempo em que estamos falando de 20 anos de ações afirmativas no Brasil, o que acarretou o aumento da entrada de estudantes negros e negras nas universidades e nas pesquisas de pós-graduação, mestrado e doutorado. A produção científica, a partir de pesquisadores negros e negras, aumentou, do mesmo modo que aumentou significativamente a produção de literatura infantil e infanto-juvenil. Não há mais motivo de a gente continuar lendo para as crianças as mesmas histórias e apresentando os mesmos autores. A barreira que existia antes, em que se dizia que não havia material disponível, que não havia referência disponível, não existe mais. E, felizmente, a produção só tende a aumentar. Nesse sentido entendo que uma barreira importante que precisa ser derrubada é o comprometimento das instituições, o que está ligado a uma ampla e efetiva formação continuada dos seus docentes. Sem formação, fica muito difícil implementar e fazer isso ir para a sala de aula de maneira séria e potente.

Agência Brasil: Sem essa formação continuada, o que acontece?

Clélia Rosa: Ao longo desses 20 anos, o que a gente, infelizmente, também tem notícia é de práticas muitas vezes equivocadas, de práticas racistas ainda que vestidas de uma boa intenção, que estão na contramão do que é potência, reforçando estereótipos e estigmas. Então, a formação continuada do corpo docente, a formação continuada em serviço, ela é uma estratégia extremamente importante para implementação efetiva da lei. Sem a formação, fica muito difícil fazer um trabalho sério e coerente. Sem a formação, a questão racial vira uma coisa efêmera, vira uma coisa de data comemorativa, e não é disso que a gente tá falando. A gente está falando de um ano letivo com mais de 200 dias.   

Agência Brasil: Como pedagoga e consultora, quais erros mais frequentes você vê nessa tentativa de trazer o antirracismo para o projeto pedagógico?

Clélia Rosa: Um erro frequente é não entender que se trata de uma questão do Brasil, ou seja, de todos nós. Nesse sentido, não tem a ver se você tem ou não um aluno negro na sua sala. Sobretudo quando a gente está falando das escolas privadas. Se a gente ainda tem um número expressivo de escolas públicas que não cumprem a lei, o número de escolas privadas é muito maior. O número de estudantes negros nas escolas privadas, estatisticamente falando, é menor do que na rede pública, mas isso não deve ser de forma alguma um motivo para não trabalhar esse assunto. Um erro frequente é entender que esse é um assunto da população negra, que preciso ter um aluno negro, como se esse conteúdo fosse endereçado a esse aluno. Outro erro é não ampliar o repertório de referências e narrativas negras e continuar utilizando as mesmas narrativas eurocêntricas, brancocêntricas e não colocando pesquisadores e narrativas negras como protagonistas do trabalho pedagógico. Um apego a referências eurocentradas. Essas referências foram importantes nos 1980, 1990, mas quando a gente olha para o futuro, para a educação do presente e pensa no futuro, a gente precisa ter coragem de abandonar alguns referenciais e abraçar outros que condizem com o projeto de país e de sociedade que a gente quer.

Agência Brasil: E esse é um assunto para os professores de todas as disciplinas, inclusive de exatas?

Clélia Rosa: Sem dúvida. O texto da lei é muito enfático e diz que esse conteúdo precisa ser trabalhado em todo o currículo escolar. E aí, tem um destaque para as áreas de História, Artes e Literatura. Só que a interpretação é como se tivesse focado nelas e engolido o que vem antes, que é todo o currículo escolar. Quando a gente vai para a área das ciências biológicas e exatas, para que esses docentes consigam trazer esse repertório, eles vão precisar voltar para as suas bases de estudo, para as referências que eles têm. Como é que a gente faz uma educação emancipatória sem usar referências emancipatórias? Esse professor vai precisar dar alguns passos em outras direções. Não é dar passos atrás. É dar passos para se aproximar de outras produções e referenciais teóricos. É entender que a produção do conhecimento não é exclusividade da Europa. A produção de saberes existe em outras partes do mundo, e no caso conteúdo africano e afrobrasileiro, essas áreas de conhecimento precisam se voltar para continente africano e reconhecer a produção científica dos pesquisadores africanos e dos pesquisadores negros em diáspora. É tirar a Europa da posição de centro único do saber. Outros cantos do planeta produziram saberes inclusive anteriores. É um exercício de coragem e de mudança de rota.

Agência Brasil: E a formação de novos professores mudou para atender a essa nova realidade?

Clélia Rosa: O curso de pedagogia também prevê que haja disciplinas na graduação que abordem a Lei 10.639 e que falem sobre educação e diversidade. Então, essa nova geração de professores certamente está tendo acesso a conteúdos que eu, por exemplo, que me formei como pedagoga no final dos anos 1990, não tive. Eu fui formada, a minha base de formação nas questões raciais, foi primeiro no movimento negro, de mulheres negras, na luta dos movimentos sociais. E, depois, de forma acadêmica, já na pós-graduação. Quando eu me formei, esse era um assunto que sequer era tratado.

Agência Brasil: Voltando o olhar para os alunos, negros e brancos, qual é o prejuízo que eles têm por estarem em escolas que desrespeitam essa lei?

Clélia Rosa: Eu vejo como um prejuízo ético e na formação de cidadania dessas crianças e jovens, que se dá também na escola. A escola é um espaço importante para a nossa formação. Com a ausência desse conteúdo, essas crianças e jovens não conseguem, ao longo da sua trajetória escolar, se conectar com a real história desse país. Não conseguem entender o porquê da ausência de pessoas negras nos espaços de poder econômico, de poder político e de poder científico, e normalizam essa ausência. Quando a escola diz, nos seus currículos, que forma cidadãos críticos, cidadãos reflexivos, que possam atuar frente às situações etc e etc, como é que você forma um cidadão crítico que não compreende a pauta racial num país majoritariamente negro? Como é que você forma um cidadão crítico que silencia diante de uma situação de racismo? Como é que se forma um cidadão crítico que não sabe a real história da fundação e do desenvolvimento cultural, político e social desse país? Então, é um prejuízo enorme e é para todas as pessoas. A professora Nilma Lino Gomes diz que não trabalhar na perspectiva antiracista é também negar o direito cognitivo dessas crianças e jovens, enquanto cidadão, sujeito político e profissional. Não tenho dúvidas de que a ausência desse conteúdo é prejudicial para todas as crianças e todos os jovens, independentemente do seu pertencimento racial.

Agência Brasil: O que esse conteúdo promove de resultado positivo para os estudantes negros e indígenas, especificamente?

Clélia Rosa: Sobretudo, esse jovem e essa criança negra e indígena veem os seus iguais em situações de protagonismo. Porque a escola que nos formou, a escola que formou a criança que eu era no finalzinho dos anos 1970, nos anos 1980, colocou sempre a população negra à margem, nas bordas do desenvolvimento do Brasil. E, muito mais tarde, eu fui aprender que, embora a população negra estivesse vivendo à margem, ela foi o centro da construção do Brasil. O protagonismo da construção desse país é e foi feito por mãos negras. Não se trata de uma contribuição. A população negra não contribuiu para a formação do Brasil, ela formou o Brasil. Do mesmo modo que a população indígena. A fundação do Brasil é da população indígena. Sem as mãos negras e indígenas, sem esses saberes, o Brasil não teria se constituído. É lógico que há também os saberes europeus, mas a marca da violência foi e é muito grande, e deixa a população negra e indígena à margem. Quando a gente traz para as crianças que não fomos a margem, mas o centro da construção desse país, através de nossos saberes e tecnologias ancestrais, é um mecanismo potente para a construção da autoestima e para um deslocamento que nos coloca como produtores e detentores de conhecimento.

Agência Brasil: Os avanços que a lei já proporcionou são perceptíveis nas crianças e adolescentes que estão saindo dessas escolas em que a educação antirracista foi à frente?

Clélia Rosa: Não teria como dimensionar isso olhando para o Brasil como um todo. Uma pesquisa recente do Instituto Alana, realizada junto com o Geledés – Instituto da Mulher Negra que percorreu os 5 mil municípios do Brasil, revela algo que é muito assustador: 70% das redes municipais de educação não cumprem a lei e não têm práticas antirracistas. É um número muito expressivo. Mas acredito que, nas escolas que tiveram compromisso da gestão e de toda a equipe, certamente seus estudantes saem com outra visão de mundo e de sociedade. Mas não posso deixar de ressaltar que, para além do trabalho dessas escolas, há também o trabalho de muitas famílias negras que vêm investindo e falando sobre a questão racial em suas casas. Eu sou de uma geração que, na minha casa, o racismo não era um assunto que se falava em casa, à mesa. Sofríamos o racismo e todo o impacto do racismo estrutural e da violência do Estado, mas não era um assunto trazido verbalmente. Isso mudou. As famílias têm falado sobre isso. Eu sou mãe e falo sobre isso com as minhas filhas. As famílias romperam com o silêncio. Essa juventude muito mais engajada e conhecendo seus valores, valorizando sua ancestralidade, sua história, é trabalho de algumas escolas que fizeram uma educação antirracista mas é também uma nova forma de educar dentro de casa. Muitas escolas iniciam seus projetos antirracistas, dão o pontapé inicial nessa perspectiva porque as famílias foram lá bater na porta. A partir dessa família que não silencia, muitas escolas foram impulsionadas e começaram a se aproximar de todo um trabalho que já existe. E as crianças negras que já têm outra mentalidade e falam sobre isso recebem um reforço da família e da escola, estão sendo duplamente amparadas.

Agência Brasil: Seguindo nesse ponto da comunidade escolar por um sentido inverso, a gente vê hoje alunos e pais filmando professores, trazendo pautas extremistas e fundamentalismos religiosos para a escola. Qual é o peso e a dificuldade que isso está tendo contra o avanço da educação antirracista?

Clélia Rosa: O fundamentalismo é um complicador em todos os sentidos. Quando os pais vão para a escola criticar um projeto, dizer que são contra, que querem que seus filhos não assistam a determinado conteúdo, é fundamental que nós entendamos o funcionamento da lei e tenhamos isso como nosso aliado. Somos nós, educadores, que sabemos o que precisa ser ensinado. A gente precisa mostrar para essas famílias que quem entende do riscado da escola dos muros da escola para dentro é o educador, é a gestão da escola. Não é uma família fundamentalista que vai dizer como eu vou trabalhar, primeiro porque eu sou formada e tenho diploma para isso, e segundo porque tenho uma legislação que baliza a minha prática. Existe uma fundamentação teórica e uma base legal para fazer esse trabalho. Cada vez mais nós, educadores e comunidade escolar, temos que nos agarrar à base legal. Pra resumir, costumo dizer que uma família pode chegar na escola com seu senso comum, com seu achismo, dizendo que viu algo na televisão, no grupo de Whattsapp, no Tik Tok. Mas ela não pode sair da escola com essas informações. Ao chegar com essas informações equivocadas, eu tenho que dar as informações que valem, tenho que mostrar como funciona.

Prefeitura de SP abre vagas para mães de alunos da rede municipal


Se racismo é cotidiano, antirracismo também precisa ser, diz pedagoga

A prefeitura de São Paulo abriu inscrições para mães de alunos que desejam atuar em escolas. Segundo a administração municipal, foram abertas duas mil vagas no Programa Operação Trabalho (POT) Mães Guardiãs na modalidade alimentação escolar.

As mães vão apoiar atividades escolares nas hortas mantidas pelas unidades, no acolhimento dos alunos e disseminação de uma cultura de paz e não-violência. As participantes contam com bolsa-auxílio no valor de R$ 1.386 e desempenham atividades de segunda a sexta-feira, com carga horária de 30 horas semanais, seis horas por dia. A participação será por 12 meses, com possibilidade de renovação pelo mesmo período.

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Segundo a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de São Paulo, Aline Cardoso, a ação une geração de renda, capacitação profissional e fortalecimento de vínculo entre as mulheres e seus filhos. “Vamos para mais uma etapa do programa iniciado durante a crise pandêmica, que já passou por reformulações para combater a evasão escolar e agora passa a contar com uma nova modalidade voltada à alimentação dos alunos da rede escolar, trazendo novas experiências para as participantes”, disse em nota.

As interessadas precisam ter entre 18 e 59 anos de idade, morar na capital, estar desempregada há mais de quatro meses e não estar recebendo neste momento o seguro-desemprego. Outras exigências são renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa da família e ter filho matriculado na rede municipal de ensino ou pertencer à comunidade escolar.

Para participar, basta preencher o formulário disponível no site

Treinadora aponta falta de estilo brasileiro na derrota para França


Se racismo é cotidiano, antirracismo também precisa ser, diz pedagoga

Na entrevista coletiva após a derrota para a França por 2 a 1, neste sábado (29), em Brisbane, a técnica da seleção brasileira de futebol feminina, Pia Sundhage, disse que a postura das adversárias em ocupar o campo adversário e dificultar a saída de bola a pegou de surpresa. No entanto, o grande problema na apresentação brasileira foi a falta de um futebol mais característico do país, explicou. 

“Não conseguimos manter o nosso estilo bonito e divertido de jogar. Vimos isso no início do segundo tempo, mas precisamos também quando o jogo é diferente. Precisamos ter a capacidade de fazer mudanças táticas, surpreender as adversárias. Manter a posse de bola. Precisamos ter um plano B”, opinou a treinadora.

Erro na marcação

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Uma tecla muito batida durante a entrevista foi o erro na marcação a Renard no lance que definiu a derrota deste sábado. Pia, no entanto, não quis apontar falhas individuais como justificativas para o revés.

“Sempre estudamos os adversários, assistimos aos seus vídeos, mas, às vezes, somos surpreendidas, sim, como aconteceu hoje. Eu não acredito em erros individuais, na defesa ou no meio de campo. É sempre uma questão coletiva. É um trabalho em equipe”, externou.

Chances

No entanto, a treinadora da seleção do Brasil não negou que o resultado pode ter sido sacramentado nos detalhes.

“Em torneios como este, é importante estar bem na defesa e criando chances. O futebol é um jogo de detalhes e de precisão, sobretudo, num campeonato de peso como a Copa do Mundo”, finalizou Pia. Agora, o Brasil joga com a Jamaica no dia 2 de agosto.

Jamaica bate Panamá por 1 a 0 e complica Brasil na Copa do Mundo


Se racismo é cotidiano, antirracismo também precisa ser, diz pedagoga

A última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia será dramática para a seleção brasileira. A Jamaica derrotou o Panamá por 1 a 0, neste sábado (29), em Perth (Austrália), e agora precisa apenas de um empate para ficar com uma das duas vagas do Grupo F nas oitavas de final. Assim como a França, as jamaicanas somam quatro pontos. O Brasil, com três, pode se classificar com um empate também, desde que o Panamá (já eliminado, sem pontos) consiga uma improvável vitória diante da seleção europeia. Um triunfo brasileiro diante da Jamaica, no entanto, garante a classificação para a seleção de Pia Sundhage independente do que acontecer na outra partida do grupo. A rodada final será às 7h (horário de Brasília) da próxima quarta-feira  (2) e o encontro entre brasileiras e jamaicanas acontecerá em Melbourne (Austrália).

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Apenas em sua segunda participação em Mundiais, a Jamaica vai fazendo história. Diante da França, somou seu primeiro ponto em jogos de Copa e neste sábado (29) conquistou sua primeira vitória. O jogo contra o Panamá foi morno, sem grandes chances para os dois lados. Sem sua principal jogadora (a atacante Khadija Shaw, expulsa na estreia), a Jamaica teve dificuldades e conseguiu o gol da vitória em um lance de bola parada.

Aos 11 minutos da segunda etapa, após escanteio cobrado pela esquerda, a capitão Allyson Swaby apareceu para completar de cabeça e colocar a bola no canto esquerdo do gol defendido por Bailey. No fim do jogo, chegou a ser marcado pênalti para a seleção caribenha por toque de mão de Katherine Castilho dentro da área, mas a arbitragem voltou atrás por considerar que a jogadora apenas fez um gesto de proteção ao rosto.

Agora, a Jamaica chega confiante e com sua melhor jogadora de volta para encarar o Brasil na rodada decisiva do grupo.

Suécia se classifica com goleada sobre a Itália no Grupo G

No duelo que abriu os confrontos deste sábado (29), a Suécia se impôs sem dificuldades diante da Itália, por 5 a 0, em Wellington, capital da Nova Zelândia, em partida válida pelo Grupo G. O resultado confirmou a classificação das suecas às oitavas, já que, com seis pontos, não podem mais ser alcançadas por Argentina e África do Sul, que têm um ponto cada. A Itália tem três.

O confronto europeu foi definido na reta final da primeira etapa, quando a Suécia marcou três vezes, entre os 39 e os 46 minutos. Os dois primeiros gols foram em jogadas bastante parecidas: escanteio cobrado pela direita e saída equivocada da goleira italiana Francesca Durante. Ilestedt e Rolfo se aproveitaram para marcar. Blackstenius fez o terceiro logo na sequência.

No segundo tempo, o roteiro praticamente se repetiu no quarto gol. Escanteio cobrado pela direita na primeira trave, mas desta vez Durante preferiu não sair do gol. Ilestedt, de novo, marcou de cabeça. A goleada foi encerrada com um belo gol de Blomqvist nos acréscimos, após passar com estilo por uma adversária e tocar na saída de Durante.

Na última rodada da chave, na quarta (2), a já classificada Suécia mede forças com a Argentina, em Hamilton (Nova Zelândia), enquanto Itália e África do Sul jogam na capital neozelandesa.

Torcedores lamentam derrota do Brasil diante da França


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A derrota por 2 a 1 da seleção brasileira de futebol feminino neste sábado (29), diante da França, não tirou a confiança quanto a uma classificação do Brasil para a próxima fase do Mundial. Em São Paulo, a torcida que compareceu ao  Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu, para acompanhar a partida pela televisão, saiu triste com o resultado, mas confiante. O Mundial é disputado na Austrália e Nova Zelândia.

Para esses torcedores, a derrota no Brasil ocorreu  principalmente porque a técnica Pia Sundhage demorou a fazer mudanças na seleção canarinha.

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“O Brasil hoje foi lamentável. Achei que não foi uma boa exibição, infelizmente”, disse Bruno Ferrari, 32 anos, que foi ao museu com a namorada e alguns amigos para torcer pelo Brasil.

Para ele, faltou “dinamismo” da técnica Pia Sundhage para fazer uma mudança tática e tentar obter uma  nova vitória hoje, a exemplo do que ocorreu na primeira partida, quando o Brasil venceu o Panamá por 4 a 0.

Apesar da derrota para a França, Ferrari acredita que o Brasil vai se classificar para a segunda fase da competição. “Vai se classificar, sim. Mas aí estaremos meio ferrados depois [pegando seleções mais difíceis, como a Alemanha]”, disse ele. “Fiquei um pouco mais desanimado hoje, mas acho que o Brasil tem chance [de ganhar essa Copa]. É um dos favoritos”, opinou.

Veja galeria de fotos:

A jogadora Tamires Silva, 24 anos, que participa do projeto social Complexo Pedreira e que hoje foi ao Museu do Futebol com as suas companheiras de time para torcer pela seleção, também creditou parte da derrota a falhas táticas da equipe.

“Foi um jogo difícil por ser a seleção da França. Não é fácil, as meninas [francesas] jogam muito bem. Porém, a técnica [Pia Sundhage] falhou muito. Demorou muito a fazer substituições. Algumas meninas tiveram falhas, não tocavam muito [a bola]. Foi [algo] muito individual, enquanto o futebol é coletivo, não é só um. Tivemos algumas falhas, mas agora é trabalhar para melhorar”, observou ela.

“A seleção brasileira errou muitos passes e foi muito individualista. Dava para dar um passe em profundidade, mas [as jogadoras] preferiram segurar a bola. Perdiam a bola e não voltavam. Mas agora é corrigir essas falhas para o próximo jogo”, disse ela, que tem confiança na classificação do Brasil para a próxima fase. “Acredito no título. Sou brasileira, tenho que acreditar”, acentuou.

“Hoje foi um jogo difícil, mas foi a França. Sabíamos que seria difícil e queríamos que o Brasil tivesse conseguido segurar o empate, pelo menos. Mas jogou bonito. Mas ainda bem que estamos no começo e a gente continua animada”, completou Marilia Bonas, diretora-técnica do Museu do Futebol.

Torcendo junto

Neste sábado, dezenas de pessoas acordaram bem cedo para torcer pela seleção brasileira no Museu do Futebol. Para Tamires, torcer junto pela seleção feminina tem um imenso significado. “Eu digo que futebol não é só chutar. É resistência, tanto social quanto dentro de campo. Então, é importante a gente dar uma força para o futebol feminino. Todo mundo acha que futebol feminino é só chutar a bola, é só trave, é só gol. Mas não, tem toda uma resistência por trás”, salientou.

No Brasil, o futebol feminino é uma história de resistência. Principalmente para a seleção brasileira, já que as mulheres eram proibidas de jogar futebol no país. O decreto de proibição foi publicado no dia 14 de abril de 1941 e só 38 anos depois a lei viria a cair.

Nesta Copa do Mundo de Futebol Feminino, por exemplo, é a primeira vez que o governo federal  decreta ponto facultativo nos dias de jogos do Brasil, medida adotada há anos para a competição masculina.

São Paulo (SP), 29.07.2023- Torcida brasileira acompanhou o jogo da Seleção Brasileira contra a França no Museu do Futebol. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
São Paulo (SP), 29.07.2023- Torcida brasileira acompanhou o jogo da Seleção Brasileira contra a França no Museu do Futebol. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

São Paulo (SP), 29.07.2023- Torcida brasileira acompanhou o jogo da Seleção Brasileira contra a França no Museu do Futebol. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil – Paulo Pinto/Agência Brasil

“O Museu do Futebol tem esse compromisso com o futebol feminino, com o futebol de mulheres, que vem ganhando cada vez mais espaço e importância. Essa é uma modalidade que foi proibida por lei por quase 40 anos. Então, para a gente, é uma alegria essa Copa de 2023 ter muito mais torcida. E fazemos questão de receber todo mundo aqui com café da manhã”, disse Marilia Bonas, diretora técnica do museu, em entrevista à Agência Brasil.

No museu, segundo Marília, a transmissão dos jogos do Brasil será gratuita e ainda dará o direito ao torcedor de visitar as instalações do museu.

“Além disso, também temos uma campanha, denominada Chuteira para Todas. Então, se você trouxer uma chuteira usada, você também ganha um ingresso [para visitar o museu]”, explicou ela.

“É um horário difícil, mas você viu que lotou. A ideia é a gente continuar exibindo os jogos a partir das 7h, para que cada vez mais as pessoas tenham essa experiência de torcer juntas pelo futebol feminino, que é algo relativamente novo para uma boa parte dos brasileiros, mais habituados a se reunir e torcer para o [futebol] masculino”.

França vence Brasil e assume a ponta do grupo F do Mundial: 2 a 1


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O Brasil tinha a expectativa de encerrar um longo jejum contra a França e, de quebra, garantir a classificação antecipada às oitavas de final da Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia de futebol  feminino.

No entanto, numa atuação pouco inspirada, a seleção – comandada por Pia Sundhage – não conseguiu nenhum dos dois objetivos, foi derrotada por 2 a 1, neste sábado (29), em Brisbane, na Austrália, e agora define seu futuro na competição no duelo com a Jamaica, na quarta-feira (2), em Melbourne.

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Le Sommer e a estrela Wendie Renard marcaram para as francesas. Debinha fez o gol brasileiro. Agora, em doze duelos entre os dois países, são sete vitórias francesas e cinco empates.

A capitã e principal jogadora da França, Wendie Renard, de 33 anos, teve presença confirmada no duelo horas antes da partida, depois de ser dúvida durante a semana devido a um desconforto na panturrilha esquerda. No Brasil, a técnica Pia Sundhage promoveu uma mudança na escalação inicial com relação à estreia contra o Panamá: Bia Zaneratto deu lugar a Geyse.

Quando a bola rolou neste sábado (29), a França assumiu o controle das ações, pressionando a saída de bola brasileira e causando desconforto na seleção canarinho. Ocupando os espaços dentro do campo brasileiro, a equipe europeia foi criando chances. Le Sommer parou na goleira Lelê, aos 12 minutos, mas cinco minutos depois a camisa 12 nada pôde fazer. A bola foi levantada na área, Diani desviou de cabeça e Le Sommer, na pequena área, completou também de cabeça para marcar 1 a 0 para o time francês.

O gol marcado não fez a França relaxar, nem a seleção brasileira se esforçar mais. O panorama se manteve durante praticamente toda a primeira etapa. O Brasil, no entanto, teve chance de ouro para igualar. Após roubada de bola na defesa francesa, Adriana recebeu dentro da área, livre, mas chutou para fora.

Brasil busca o empate, mas vacila

Sem ajustes para a segunda etapa, o Brasil se encontrou mudando a postura, mantendo mais a bola. O empate não demorou para acontecer. Aos 12 minutos, em trama pela esquerda, Kerolin finalizou mascado e a bola sobrou limpa para Debinha dentro da área. Com calma, ela tocou na saída da goleira Peyraud-Magnin: 1 a 1.

Mais confiante, a seleção brasileira passou a aparecer mais no campo de ataque e levar mais perigo. Aos 22, Debinha avançou em contra-ataque mas não passou a bola e foi desarmada. Pouco depois, após cobrança de falta pela esquerda, Kerolin desviou para fora.

No seu melhor momento na partida, no entanto, a seleção vacilou. Aos 37, após cobrança de escanteio pela esquerda, ninguém acompanhou a capitã Wendie Renard, de 1,87m de altura. Ela cabeceou no contrapé de Lelê para marcar França 2 a 1.

Após o gol sofrido, Pia realizou três substituições de uma vez, uma delas a entrada de Marta. O Brasil ocupou mais o campo de ataque, mas só levou perigo no último lance do jogo, em uma bola levantada na área que não encontrou ninguém em posição para finalizar.

O placar de 2 a 1 para a França foi uma repetição do resultado do confronto nas oitavas de final da última Copa, em 2019. A França assume a liderança do grupo, com quatro pontos, enquanto o Brasil, com três, pode ser ultrapassado em caso de vitória da Jamaica sobre Panamá no jogo que fecha a segunda rodada da chave.

A seleção brasileira  entra em campo novamente, pela jornada final da primeira chave, na próxima quarta (2), contra a Jamaica, em Melbourne.

* Matéria alterada às 10h15 para acréscimo de informações.

Série D: Vitória recebe Ceilândia em disputa por vaga para oitavas


Se racismo é cotidiano, antirracismo também precisa ser, diz pedagoga

De olho em uma vaga nas oitavas de final, Vitória e Ceilândia começam a decidir neste sábado (29) seus destinos na Série D do Campeonato Brasileiro. Após superarem a fase de grupos com boas campanhas, as equipes agora focam suas atenções no decisivo embate entre elas. O confronto será no Estádio Salvador Venâncio da Costa, a partir das 15h (horário de Brasília). A primeira partida é com mando do Vitória, enquanto a partida de volta é na casa do Ceilândia. A TV Brasil transmite o jogo.

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O Vitória chega confiante ao confronto, pois vem de três triunfos consecutivos (dois em casa e um fora), que foram fundamentais para a sua classificação ao mata-mata. A equipe do Espírito Santo encerrou a primeira fase da competição em 4º lugar no Grupo 6, com 20 pontos, com o segundo melhor ataque da chave, com 23 gols marcados.

O artilheiro da equipe na Série D é o atacante Tony, que tem nove gols. Ele foi o responsável direto pela classificação da equipe no último domingo (23), quando o Vitória derrotou o Resende fora de casa por 2 a 1, marcando os dois gols.

Além do artilheiro Tony, o Vitória tem outros destaques: o capitão João Paulo (meia) e Dodô (lateral-esquerdo), sendo que o último é o mais querido pela torcida, principalmente pelas crianças.

Já o Ceilândia busca um resultado positivo fora de casa para levar uma vantagem ao Distrito Federal. O Alvinegro terminou a fase de grupos invicto (sete vitórias e sete empates), em 1º lugar com 28 pontos. A campanha é tão positiva que a equipe teve 28 gols marcados e apenas cinco sofridos (melhor defesa de todos os clubes que disputam a Série D).

* Colaboração de Pedro Dabés (estagiário) sob supervisão de Paulo Garritano.

Museu do Futebol abre as portas para receber torcida brasileira

Os torcedores acordaram muito cedo neste sábado (29) para ir ao Museu do Futebol, localizado no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, para assistir ao segundo jogo da seleção feminina brasileira nesta Copa do Mundo de Futebol Feminina, realizada na Austrália e Nova Zelândia. Antes de o jogo começar, às 7h da manhã, muita gente já estava no museu para torcer pelo Brasil, que hoje enfrenta a difícil seleção da França. Por causa do horário, foi aos poucos que eles foram chegando ao museu, já com a bola rolando. Neste momento, a seleção francesa vai vencendo o Brasil por 1 a 0.

Quem chegou cedo, logo que o jogo estava sendo iniciado, foi a família de Diego Toledo, 35 anos, que veio de Campinas, no interior do estado. “Hoje viemos eu, minha esposa, minha mãe e meu filho. Viemos de Campinas para assistir ao jogo e poder conhecer o museu”, disse à Agência Brasil. “Queríamos ter essa experiência de poder conhecer o museu, conhecer São Paulo e também apreciar ao futebol feminino de uma forma diferente, estando aqui no Pacaembu, que é palco de grandes jogos”.

Toledo disse estar com boa expectativa dessa seleção brasileira na Copa do Mundo. “Tem uma representante da minha cidade na seleção, a Kerolin. Estou com o otimismo no alto. Vamos torcer ao máximo para que a seleção traga esse título, o primeiro do Brasil”, afirmou, destacando que espera um jogo duro hoje. “Vai ser um jogo difícil porque a França é uma boa seleção”.

Seu filho Allaf, de 9 anos, está torcendo pelo Brasil, mas achando o jogo complicado. “Está difícil o jogo, muito apertado”, afirmou o pequeno torcedor, fã da jogadora Marta.

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Quem também levantou cedo para ver o Brasil foi Beatriz Titze, 32 anos, que estava acompanhada do namorado ver a partida. “Foi difícil levantar, mas a gente veio. Meu namorado viu no anúncio do museu que ia ter o jogo e a gente achou que seria legal vir. Eu não conhecia o espaço e está sendo bem legal a experiência”, disse, acrescentando que não gosta muito de futebol, mas sempre torce pelo Brasil. “Eu gosto de futebol na Copa. Não entendo muito, mas gosto de assistir”, afirmou, rindo. “Não conheço tanto o futebol, mas acho que temos que apoiar todos os esportes que o Brasil representa. Isso é muito importante. E, como todo brasileiro, quero ver a seleção ganhar”, acrescentou.

O jogo do Brasil no museu é transmitido em um telão de 160 polegadas, instalado na Sala Jogo de Corpo, que tem uma mini-arquibancada com capacidade para 200 pessoas. Essa não é a primeira vez que o Museu do Futebol se preparou para receber torcedores para acompanhar os jogos da Copa do Mundo feminina. Em 2019, foi com muito samba que a torcida assistiu ao jogo do Brasil.

O acesso para assistir às partidas desta edição da Copa do Mundo feminina é gratuito. Quem assiste ao jogo da seleção brasileira ainda pode entrar gratuitamente para conferir a exposição temporária Rainha de Copas, que faz um retrato da história das Copas do Mundo de mulheres, com um destaque especial para a participação das equipes brasileiras. A exposição fica em cartaz até o dia 27 de agosto.

Terceiro jogo

O museu pretende transmitir o terceiro jogo da primeira fase da Copa do Mundo, marcado para acontecer no dia 2 de agosto, contra a Jamaica. O jogo também acontecerá bem cedo: a partir das 7h da manhã (horário de Brasília).

Em sua estreia no campeonato, o Brasil goleou a seleção do Panamá por 4 a 0, com três gols marcados por Ary Borges.

Atlético e Flamengo tentam retomar caminho das vitórias no Brasileiro


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Atlético-MG e Flamengo protagonizam, a partir das 21h (horário de Brasília) deste sábado (29) na Arena Independência, um confronto de equipes que tentam retomar o caminho das vitórias no Campeonato Brasileiro. A Rádio Nacional transmite o confronto ao vivo.

O Galo é quem vive um momento mais complicado na competição nacional. Ocupando apenas a 13ª posição da classificação com 21 pontos após sete partidas sem vitórias (3 derrotas e 4 empates), a equipe mineira busca somar três pontos em casa para tentar se aproximar dos primeiros colocados da tabela.

O último resultado foi um revés de 1 a 0 para o Grêmio em Porto Alegre. Apesar de o resultado ter sido muito contestado, o técnico Luiz Felipe Scolari elogiou a postura de sua equipe na partida: “Jogamos relativamente bem, bem melhor do que nos últimos jogos. Penso que estamos no caminho certo. Os jogadores tiveram uma participação muito boa dentro do jogo, apesar de o resultado não sair”.

Uma vitória sobre o Rubro-Negro será um estímulo importante para o Galo antes do jogo decisivo contra o Palmeiras pelas oitavas de final da Copa Libertadores, na próxima quarta-feira (2) no Mineirão.

O Flamengo também tenta retomar o caminho das vitórias no Brasileiro, após três empates que o deixaram na 3ª posição da classificação com 28 pontos, a 12 do líder Botafogo. Mas o Rubro-Negro chega ao confronto após uma grande atuação na Copa do Brasil, onde bateu o Grêmio por 2 a 0 em Porto Alegre pela partida de ida das semifinais do torneio.

Segundo o técnico argentino Jorge Sampaoli, esta performance deve servir como parâmetro para jogos futuros: “Foi uma partida na qual a equipe não acelerou e trocou muito passes no campo rival. Dominou o jogo e se defendeu com a bola. A partir de agora temos que encontrar essa forma para jogar sempre desta maneira”.

Assim como o Galo, o Rubro-Negro tem um importante compromisso pelas oitavas da Libertadores, contra o Olimpia (Paraguai), na próxima quinta-feira (3). Assim, uma vitória fora de casa pelo Brasileiro dará ainda mais confiança para o time da Gávea.

Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Atlético-MG e Flamengo com a narração de André Luiz Mendes, comentário de Rodrigo Campos, reportagem de Rafael Monteiro e plantão de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

Mirando vaga nas oitavas, Brasil tenta quebrar tabu diante da França


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Buscando a classificação antecipada para as oitavas de final da Copa do Mundo de futebol feminino, o Brasil enfrenta a França, a partir das 7h (horário de Brasília) deste sábado (29) no estádio de Brisbane, na Austrália, pela segunda rodada do Grupo F da competição.

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A equipe comandada pela técnica sueca Pia Sundhage chega motivada após golear o Panamá por 4 a 0 na última segunda-feira (24), em sua estreia no Mundial disputado na Austrália e na Nova Zelândia. Assim, se vencer as francesas na segunda rodada chega aos 6 pontos e garante a classificação para as oitavas de final de forma antecipada, além de deixar as adversárias europeias em situação muito complicada.

Porém, para garantir os três pontos neste sábado, a seleção canarinho terá que quebrar um incômodo tabu, pois terá que vencer pela primeira vez as francesas em uma partida oficial, em 11 partidas são 6 derrotas e 5 empates. Considerando apenas confrontos em Copas, há um empate de 1 a 1 no Mundial de 2003 pela fase de grupos e uma derrota, de 2 a 1 na prorrogação das oitavas de final, na última edição da competição, em 2019.

Um jogo dessa magnitude está mexendo com as jogadoras brasileiras, que em diversas oportunidades nos últimos dias evidenciaram que têm ciência do desafio que têm pela frente. “A França é uma equipe muito forte, uma das tops do mundo, mas a nossa equipe também é uma equipe fortíssima. É o principal confronto do nosso grupo, e temos totais condições de reverter o histórico em relação à França. Então, será um jogo muito duro, que será resolvido nos detalhes”, afirmou a zagueira Lauren, de apenas 20 anos.

Já a meia-atacante Debinha disse que espera um confronto físico diante das europeias: “O jogo contra a França é sempre muito duro. Vemos uma seleção muito qualificada, e, toda vez que jogamos contra elas, exigem muito fisicamente. Portanto, é algo que temos trabalhado bastante até aqui”.

Porém, a técnica Pia Sundhage deixou claro que acredita que chegou a hora de o Brasil finalmente quebrar esta escrita e alcançar sua primeira vitória sobre as francesas: “Há sempre um histórico quando você joga contra um time. E quanto mais tempo você joga contra um time, como a França, mais perto você chega da vitória. Isso é um fato, é uma questão de tempo. Temos uma oportunidade. Tento comparar 2019 [quando o Brasil foi eliminado do Mundial justamente pelas francesas] com agora, e está muito diferente. Quando observo a equipe, elas [jogadoras brasileiras] estão alegres, confiantes e acreditam que é possível. Este é o momento para jogarmos um ótimo futebol e vencer o jogo”.

Uma equipe em reconstrução

Apesar de um retrospeto tão positivo diante do Brasil, as francesas não podem ser consideradas as favoritas para o confronto deste sábado, pois vivem um momento de reconstrução que tem impedido que mostrem o seu melhor futebol, como pôde ser visto no empate de 0 a 0 com a Jamaica na sua estreia da Copa.

A equipe que está representando a França no Mundial da Oceania é bem diferente da que disputou a Copa do 2019, quando caiu nas quartas de final para os EUA. São apenas 11 remanescentes daquele elenco.

Além disso, o time é comandado agora pelo técnico Hervé Renard (o mesmo que comandou a Arábia Saudita no último Mundial masculino). Ele assumiu o posto em março, substituindo Corinne Diacre, demitida após desavenças com algumas das principais jogadoras da seleção. Um mês antes, por exemplo, a zagueira e capitã Wendy Renard disse que não defenderia mais a equipe sob comando de Diacre. A decisão foi seguida por outros nomes importantes, como as atacantes Kadidiatou Diani e Marie-Antoinette Katoto.

A saída da treinadora estancou a sangria, viabilizando a volta das jogadoras. Mesmo assim, a seleção da França tem desfalques de peso na Copa, como a meia Amandine Henry (autora do gol que eliminou o Brasil há quatro anos) e as atacantes Delphine Cascarino e a própria Katoto, todas contundidas.