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Dossiê mostra falta de direitos básicos para pós-graduandos no Brasil


Dossiê mostra falta de direitos básicos para pós-graduandos no Brasil

Embora participem de 90% da produção científica no Brasil, os estudantes de pós-graduação não têm o tempo de estudo contabilizado como ocupação profissional, e desta forma, esse período é descartado na contagem para aposentadoria pela Previdência Social. Essa é uma das observações do Dossiê Florestan Fernandes – Pós-Graduação e Trabalho no Brasil, da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). 

Em entrevista nesta terça-feira (25) à Agência Brasil, o presidente da ANPG, Vinicius Soares, doutorando em saúde coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), argumentou que o pós-graduando tem uma situação muito especial “porque, ao mesmo tempo que já é um profissional formado, já é um trabalhador, ele também está em uma formação continuada, meio híbrida, entre estudante e trabalhador”.

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A partir do dossiê, a ANPG está pleiteando para os pós-graduandos uma cesta de direitos básicos, que contemple direitos como estudante e também os trabalhistas, como um adicional por insalubridade para pós-graduandos que fazem cultura em laboratório e ficam suscetíveis a elementos químicos, por exemplo. “Os pós-graduandos ainda não têm esse direito”. 

Soares explica que o dossiê está sendo oferecido à comunidade científica para servir de base a um debate com toda a sociedade, visando aprovar essa cesta de direitos ainda este ano. O pacote incluiria bolsa de estudos, tempo previdenciário, adicional de insalubridade, férias, direito à assistência estudantil, necessários para garantir a valorização desses jovens pesquisadores, elenca o presidente da ANPG.

Na análise de Vinicius Soares, o ponto mais importante do dossiê é garantir, no próximo período, a contagem de tempo da pós-graduação para a Previdência. “É a principal pauta e a gente entende como uma necessidade histórica, para a gente trazer o Brasil para o século 21. A gente agora vai precisar reconstruir o país, porque a ciência vai precisar ser um elemento estruturante dessa reconstrução. Mas só vamos conseguir fazer isso se, de fato, a gente valorizar esses jovens pesquisadores e permitir que eles saiam da universidade com seus títulos, e a gente consiga atrair novos talentos para a produção científica”.

O dossiê ressalta que apenas dois direitos já são assegurados por leis federais aos pós-graduandos: a meia-entrada em eventos culturais e esportivos e a licença maternidade.

O levantamento foi apresentado durante o 18º Encontro Nacional de Jovens Cientistas, realizado em conjunto com a 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O dossiê resultou de ampla pesquisa promovida pela ANPG em parceria com o Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ).

Desvalorização

O quadro traçado pelo dossiê aponta para uma desvalorização do jovem cientista no país. Isso tem causado, pelo menos, dois fenômenos sociais. Um deles é a fuga de cérebros para o exterior, para países que oferecem melhores condições, como Alemanha, Estados Unidos, México, França e China. Na Alemanha, por exemplo, os doutorandos não cursam disciplinas, mas começam a trabalhar em seus projetos imediatamente e são contratados pelas universidades. O pós-graduado já está incluso em todo o regime trabalhista alemão e recebe bolsa que varia entre R$ 20 mil a R$ 30 mil, com a conversão da moeda. Soares aponta que a Alemanha talvez seja o país que apresenta melhores condições para ciência e tecnologia no mundo atualmente.

No Brasil, a bolsa para doutorado, que deveria valer hoje R$ 7 mil, se houvesse correção inflacionária ano a ano, tem valor de R$ 3,1 mil, incluindo o último reajuste dado pelo governo federal. Na França, o mestrado é fortemente vinculado ao mercado de trabalho e existe grande interação e incentivos entre os setores público e privado. Nos Estados Unidos, a relação é de trabalho; há um contrato com várias cláusulas que estabelecem direitos e deveres dos pós-graduados.

O segundo fenômeno social é a própria perda de talentos no Brasil. “Porque tanto os mestres e doutores que a gente formou no último período como os atuais pós-graduandos estão evadindo da pós-graduação; não estão conseguindo permanecer na pós-graduação. Isso é algo que a gente vem alertando”. 

O documento sinaliza que vai haver uma grave crise de formação de quadros técnicos no país. De 2019 para 2020, 4 mil doutores deixaram de ser titulados. Ao contrário dos países que lograram algum nível de desenvolvimento e aproveitaram a janela demográfica para investir nessa população de pós-graduandos, o Brasil não investiu nos últimos anos.

“Isso vai dar consequências no médio e longo prazo, sem contar os problemas que a própria graduação vem enfrentando”, assinalou Vinicius Soares. Segundo revelou, a evasão da graduação no país atingiu 60%, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Isso vai ter uma consequência direta na pós-graduação, porque os possíveis graduandos que poderiam estar se formando não vão entrar na pós-graduação.

Em 2019, o Brasil superou a meta de titulação de mestres, com 70.071 títulos concedidos, e totalizando 24.432 títulos de doutores, quase atingindo a meta de 25 mil. Nos anos seguintes, o volume de titulações caiu, em decorrência de uma soma de fatores, entre os quais a pandemia da covid-19, congelamento das bolsas e menores investimentos em ciência e tecnologia.

Mais de 85% dos doutores e quase 70% dos mestres no Brasil são ocupados nas atividades de educação e administração pública

Projetos

Atualmente, há 11 projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional relativos a direitos dos pós-graduandos. O mais antigo deles data de 1989, de autoria de Florestan Fernandes, homenageado no nome do dossiê. A ANPG pretende resgatar esse projeto, atualizá-lo e colocar para discussão e votação pelos parlamentares. Os dados apurados no dossiê vão auxiliar na construção das políticas públicas, assegurou o presidente da ANPG.

Soares informou que a ideia é continuar a pesquisa no segundo semestre, ampliando a mostra de 2,5 mil estudantes que responderam aos questionários, com o objetivo de lançar um segundo volume do trabalho no final do ano.

MEC empossa membros de colegiados do Compromisso Criança Alfabetizada


Dossiê mostra falta de direitos básicos para pós-graduandos no Brasil

O Ministério da Educação (MEC) empossou, nesta terça-feira (25), em Brasília, os membros do Comitê Estratégico Nacional do Compromisso (Cenac) e da Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e Mobilização (Renalfa). 

Os colegiados compõem o eixo Gestão e Governança, do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. A nova política de alfabetização foi instituída em junho deste ano e terá investimento federal de R$ 3 bilhões, em quatro anos. 

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Camilo Santana, ministro da Educação, enfatizou que o governo federal dará apoio técnico e financeiro a estados e municípios para implementação da política de alfabetização e, assim, para garantir o direito universal à educação, previsto na Constituição Federal.  

Contudo, o ministro defendeu o protagonismo dos estados e municípios na gestão da política de alfabetização. “A governança precisa existir do ponto de vista nacional, que vai ter desde a presença do presidente da República, do ministro; à governança estadual, portanto, é importante a liderança do governador, do secretário estadual [de educação]; até as governanças regionais e municipais. Vocês são fundamentais como articuladores dessa política, na ponta. Vocês vão estar no dia a dia, na execução dessa política”. 

“Todas as evidências de estudos já mostraram que, quando uma criança é alfabetizada na idade certa, muda-se a realidade dos anos sequenciais da educação básica dela: diminui a evasão e o abandono [escolar], reduz a reprovação”, aponta do ministro da Educação, Camilo Santana.  

A secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Helena Schweickardt, também pediu aos representantes das secretarias de educação estaduais e municipais que liderem os processos locais para promover a alfabetização na idade certa, junto com o governo federal, em todo o país. “O sucesso dessa política depende muito da liderança e do processo que vocês vão conduzir, sobretudo, para fortalecer o regime de colaboração que vamos instituir”. 

O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Garcia, entende que o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada é a essência do cumprimento do Plano Nacional de Educação (PNE). “É obrigação do Estado ter creches em quantidade suficiente. É compromisso do Estado a garantia das condições de ensino-aprendizagem para que as crianças de fato estejam indo a escolas e não a centros de acolhimentos de crianças”. O presidente da Undime ainda defendeu a ampliação da educação em tempo integral. “Quem sabe vamos realizar esse processo pelo menos na educação infantil e nos anos iniciais. Se não universalizar, que pelo menos chegue a 60%, 70% ou 80% da oferta [de vagas] em período integral”. 

Cenac 

O Comitê Estratégico Nacional do Compromisso (Cenac) representa a principal instância para fundamentar a nova política de alfabetização de crianças na idade certa, construída pelo governo federal, estados e municípios.  

Este comitê é presidido pelo ministro da Educação e composto por representantes do MEC; do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed); da Undime; e do Conselho Nacional de Secretários de Educação de Capitais (Consec). O objetivo é apoiar os 26 estados, o Distrito Federal e os municípios a instituírem os Comitês Estratégicos Estaduais do Compromisso (Ceec). 

Como atribuições, o Cenac deverá aprovar os planos de ação de estados e municípios para efetiva implementação do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada; avaliar os relatórios de monitoramento enviados sobre a execução da política; fazer recomendações para aperfeiçoar o cumprimento deste compromisso; e sistematizar dados para subsidiar as tomadas de decisões pelo MEC.  

A secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Helena Schweickardt, falou sobre a missão do comitê. “Não é possível fazer política pública sem a gente pactuar e buscar metas. Essas metas não vão ser impostas. Elas serão pactuadas em cada território, que vai estabelecer seus dados-base. E vamos construir onde nós queremos chegar, ano a ano”. 

Além de garantir que todas as crianças sejam alfabetizadas ao fim do 2º ano do ensino fundamental, conforme previsto na meta 5 do Plano Nacional de Educação (PNE), o Cenac deverá, ainda, garantir a equidade educacional em todo o território nacional e, por fim, assegurar a recomposição das aprendizagens, de todas as crianças matriculadas no 3º, 4 º e 5 º anos do ensino fundamental. “Neste sentido, a gente está dando um passo a mais nas experiências que já vêm sendo desenvolvidas em vários estados brasileiros”, relata a secretária Kátia Schweickardt. 

Renalfa 

Os membros da Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e Mobilização (Renalfa) do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, empossados nesta terça-feira, deverão ajudar os municípios e estados na elaboração e implementação de políticas de alfabetização.  

A rede deve liderar a implantação de programas de formação, gestão e acompanhamento dos processos pedagógicos, com ações, por exemplo, de formação e desenvolvimento de professores, equipes gestoras das escolas públicas e técnicos, das redes municipais e estaduais de ensino. 

Igualdade, água e paz inspiram design de tocha olímpica de Paris 2024


Dossiê mostra falta de direitos básicos para pós-graduandos no Brasil

A tocha olímpica e paralímpica dos Jogos Paris 2024 foi apresentada nesta terça-feira (25), imitando o reflexo da Torre Eiffel na superfície ondulada do rio Sena e transmitindo uma energia pacífica, de acordo com seu criador.

Mathieu Lehanneur disse que a tocha arredondada era simétrica de cima para baixo e em 360 graus, com suas curvas suaves representando tranquilidade e sua simetria representando igualdade entre os atletas.

Feita em aço polido leve e na cor champanhe, a metade inferior da tocha apresenta um relevo que imita o movimento do Sena, ao longo do qual a cerimônia de abertura será realizada para mais de meio milhão de espectadores.

Lehanneur disse esperar que a tocha transmita uma representação visual do evento esportivo que Paris 2024 deseja realizar.

“Eu queria me afastar da tocha aparecendo como um objeto de conquista”, disse o Lehanneur em entrevista coletiva, acrescentando que projetar a tocha provou ser infinitamente mais técnico do que ele imaginava no início. “A mágica não é a tocha em si, mas a chama”, afirmou.

A tocha será acesa na antiga Olímpia, na Grécia, berço dos Jogos, em 16 de abril do ano que vem, marcando a contagem regressiva para os Jogos da capital francesa, que começam em 26 de julho.

Ela chegará à cidade portuária mediterrânea de Marselha em 8 de maio e passará por cidades e pontos turísticos, incluindo Estrasburgo, o Panteão de Paris e o Monte Saint-Michel antes de um revezamento em alguns dos territórios ultramarinos da França.

O chefe dos Jogos Paris 2024, Tony Estanguet, chamou a tocha de “muito, muito bonita”.

“É muito pura. Fica perfeitamente equilibrada na mão”, disse.

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Apostas esportivas de quota fixa são regulamentadas pelo governo


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Uma medida provisória (MP) editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (25) inicia o processo de regulamentação das apostas esportivas de quota fixa, também conhecido como mercado de bets. Criado em 2018, pela Lei 13.756, o mercado, com potencial de arrecadação anual de até R$12 bilhões, permaneceu quatro anos sem regulamentação.

A principal mudança é a concessão para participar desse mercado, agora condicionada à aprovação do Ministério da Fazenda, sem limite de outorgas, desde que a empresa esteja estabelecida em território nacional. O Ministério da Fazenda informou que será criada, por meio de decreto, uma secretaria que se encarregará de analisar os documentos, credenciar as empresas e manter o controle sobre o mercado de apostas.

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O presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), Wesley Cardia, disse que, embora tardia, a regulamentação é importante para trazer segurança para o mercado. “Convivem, no país, empresas que buscam as melhores práticas internacionais, conformes à regulamentação e à tributação justa, e aquelas oportunistas, que, nos bastidores, torcem para que nada mude, para continuar operando à margem de regras”, afirmou Cardia.

Com as mudanças, as empresas de apostas terão que destinar 18% da receita obtida com as apostas, já descontado o pagamento dos prêmios e dos impostos, a chamada Gross Gaming Revenue (GGR), ou receita bruta de jogos na tradução livre. O prêmio dos jogadores também será tributado em 30% pelo Imposto de Renda, a partir de R$ 2.112.

A arrecadação do GGR será dividida, com 2,55% destinados ao Fundo Nacional de Segurança Pública, para ações de combate às manipulações de apostas e ilegalidades no mercado; 0,82% para a educação, 1,63% para as entidades do Sistema Nacional do Esporte, em contrapartida do uso de nome, marcas, emblemas e hinos, 10% para a seguridade social, 3% para o Ministério dos Esportes.

Segundo Wesley, as empresas veem de forma positiva a regulamentação, desde que todos os integrantes do mercado participem da arrecadação e que a atuação de empresas ilegais seja coibida. “Temos grandes empresas internacionais que não podiam atuar no mercado pela falta de regulamentação. Habilitadas, elas poderão vir, gerar empregos, gerar renda e tornar o mercado mais seguro e transparente”, afirma

Outra mudança importante que a MP traz é a proibição de que as empresas de apostas participem do mercado de direitos de eventos desportivos realizados no país, como transmissão, distribuição ou qualquer forma de exibição. Esta é uma das medidas que buscam coibir a manipulação de resultados, conforme destacou a ministra dos Esportes, Ana Moser. “É mais uma iniciativa fundamental do governo brasileiro que, ao regulamentar as apostas esportivas, coibirá a manipulação de resultados e, sobretudo, preservará a integridade esportiva.”

Também será necessária uma contrapartida de publicidade e marketing para conscientização e prevenção do transtorno do jogo patológico. “Esse é o tipo de despesa extra que está dentro dos princípios da nossa associação, já que trabalhamos para evitar a participação de menores em jogos de aposta, mesmo que por aplicativo, e também para prevenir as patologias ligadas aos jogos.”

Inscrições para o Encceja PPL estão abertas até 4 de agosto


Dossiê mostra falta de direitos básicos para pós-graduandos no Brasil

Estão abertas as inscrições para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade ou sob medida socioeducativa que inclua privação de liberdade (Encceja PPL) 2023.

A inscrição deve ser feita até 4 de agosto pelo responsável pedagógico do candidato, por meio do Sistema Encceja PPL. O mesmo prazo vale para as solicitações de atendimento especializado e tratamento pelo nome social.

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Vai também até 4 de agosto o prazo para que os órgãos de administração prisional e socioeducativa interessados em aplicar o exame indiquem as unidades e o responsável pedagógico. As indicações deverão ser formalizadas por ofício, firmando a adesão da instituição ao exame junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Segundo o Inep, o documento deverá ser enviado – dentro do prazo estabelecido – para o e-mail aplicacao.ppl@inep.gov.br, com o assunto da mensagem Adesão Encceja Nacional PPL 2023.

Provas

A aplicação das provas será nos dias 17 e 18 de outubro. O Inep informou que o exame será constituído de quatro provas objetivas, por nível de ensino, nas seguintes áreas do conhecimento: ciências da natureza e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias; redação; e ciências humanas e suas tecnologias.

O Encceja foi criado em 2002, em colaboração com as secretarias estaduais e municipais de educação. As provas obedecem aos requisitos básicos, estabelecidos pela legislação em vigor para o ensino fundamental e médio.

Em nota, o Inep disse que a emissão do certificado e da declaração de proficiência é de responsabilidade das secretarias de educação e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia que firmam termo de adesão.

“As provas do Encceja PPL têm o mesmo nível de dificuldade que as provas do Encceja regular. A única diferença está na aplicação, que ocorre dentro de unidades prisionais e socioeducativas indicadas pelos respectivos órgãos de administração prisional e socioeducativa de cada unidade da Federação”, explica o instituto.

Mais informações sobre o Encceja PPL 2023 podem ser obtidas no Edital nº40, publicado em 13 de junho no Diário Oficial da União.

Em jogo morno, Suíça e Noruega ficam no 0 a 0 pelo Grupo A da Copa


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O grupo A abriu a segunda rodada da Copa do Mundo da Austrália e da Nova Zelândia mas terminou a jornada ainda indefinido. Nesta terça (25), no duelo principal da chave, Suíça e Noruega ficaram no 0 a 0, no estádio Waikato, em Hamilton (Nova Zelândia) e não estão nem eliminadas nem classificadas. As suíças lideram a chave com quatro pontos, enquanto as norueguesas amargam a lanterna, com apenas um.

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Em um confronto equilibrado na posse de bola (43% para a Suíça, 42% para a Noruega e 15% em disputa), ambas as seleções passaram a maior parte do jogo tentando decifrar a outra sem conseguir criar muitas oportunidades.

Vinda de derrota surpreendente para as donas da casa na estreia, a Noruega criou mais e melhores chances, porém esbarrou na goleira Gaelle Thalmann.

No primeiro tempo, ela defendeu cabeçada à queima roupa de Sophie Roman Haug. Após uma boa chegada suíça que terminou em chute por cima do gol de Crnogorcevic, as norueguesas voltaram à carga na segunda etapa.

Após rebatida dentro da área, novamente Sophie Roman Haug finalizou e viu Thalmann espalmar. Mais tarde, a goleira fez duas intervenções no mesmo lance. O chute forte de fora da área de Graham foi desviado para o lado e no rebote Maanum obrigou Thalmann a colocar para escanteio com o pé esquerdo.

O 0 a 0 permaneceu no placar até o fim e deixou a Noruega em situação pior para a última rodada, que acontece no próximo domingo (30). Somente a vitória diante de Filipinas, em Auckland, classifica a equipe. Já a Suíça garante a vaga com um empate diante da Nova Zelândia, em Dunedin, mas tem a possibilidade de avançar até mesmo com derrota, a depender do resultado do outro jogo.

Filipinas vence a primeira em Copas na história

Uma das anfitriãs, a Nova Zelândia abriu a segunda rodada com grandes expectativas. Após bater a Noruega na estreia, uma vitória diante de Filipinas na capital Wellington deixaria a vaga bem encaminhada. No entanto, em outro resultado surpreendente, as filipinas, estreantes em Mundiais, fizeram um jogo eficiente e saíram com o triunfo por 1 a 0.

As neozelandesas tiveram a bola (54% de posse) e as oportunidades (15 chutes ao gol contra apenas quatro das adversárias), mas a única bola na rede foi obra de Sarina Bolden, das Filipinas, que fez o gol do jogo de cabeça, após cruzamento da direita que a goleira Victoria Sesson, de forma atabalhoada, não conseguiu defender, aos 24 minutos do primeiro tempo.

A seleção da casa teve ótimas chances na segunda etapa. A cabeçada de Wilkinson na saída da goleira Olivia McDaniel saiu por centímetros. Depois, Hand acertou a trave e teve um gol de cabeça anulado por impedimento de Wilkinson na origem do lance. Por último, Grace Jale, que entrou no segundo tempo, teve a chance de empatar em um chute de primeira à queima roupa, mas McDaniel fez uma grande defesa.

Ambas as seleções agora somam três pontos e chegam à última rodada vivas. Uma vitória classifica qualquer um dos dois países. Uma derrota os elimina. O empate significa torcer por um resultado favorável no outro jogo da chave.

Copa do Brasil: Corinthians e São Paulo iniciam luta por vaga na final


Dossiê mostra falta de direitos básicos para pós-graduandos no Brasil

Corinthians e São Paulo medem forças, a partir das 21h30 (horário de Brasília) desta terça-feira (25) em Itaquera, pela ida das semifinais da Copa do Brasil. Quem passar desse confronto, que será transmitido pela Rádio Nacional, encara o vencedor da outra semifinal, entre Flamengo e Grêmio. A Rádio Nacional transmite ao vivo.

O Corinthians vem de um empate sem gols no Campeonato Brasileiro, contra o Bahia no último sábado (22), e agora concentra suas atenções na partida decisiva contra o Tricolor. Na Copa Sul-Americana o Timão vai bem, com vaga assegurada nas oitavas de final após duas vitórias sobre o Universitario (Peru).

Já no Brasileirão a dificuldade tem sido maior. O Corinthians ocupa a 15ª colocação, e está dois pontos acima da zona de rebaixamento. Portanto o clube vê com bons olhos a competição nacional de mata-mata, considerando o fato de que esta talvez seja a sua melhor oportunidade de garantir uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores. De quebra, ainda levantaria o título da competição, que não vem desde 2009.

Recentemente o Timão foi vice-campeão da Copa do Brasil em duas ocasiões, em 2018 (diante do Cruzeiro) e no ano passado (diante do Flamengo).

Já o São Paulo chega confiante ao confronto, em especial quando se considera o bom momento da equipe desde a chegada do técnico Dorival Júnior. O último resultado foi um revés de 2 a 1 para o Cuiabá no sábado (22) pelo Brasileiro, mas a derrota não apaga a boa temporada do Tricolor até aqui.

“É natural que nós busquemos o melhor resultado, já que serão dois jogos muito difíceis. Com o Corinthians é sempre um clássico com grau de dificuldade. E o São Paulo estará preparado para merecer a classificação”, declarou o técnico Dorival Júnior.

Assim como seu rival, o Tricolor também está vivo na Copa Sul-Americana. O clube busca o título inédito da Copa do Brasil, após bater na trave em algumas oportunidades, a mais marcante delas no ano 2000, quando perdeu a decisão para o Cruzeiro.

Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Corinthians e São Paulo com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Rodrigo Campos e reportagem de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

* Colaboração de Pedro Dabés (estagiário) sob supervisão de Paulo Garritano.

Colômbia estreia na Copa Feminina com vitória sobre a Coreia do Sul


Dossiê mostra falta de direitos básicos para pós-graduandos no Brasil

Em partida válida pelo Grupo H da Copa do Mundo de futebol feminino, a Colômbia superou a Coreia do Sul por 2 a 0, na madrugada desta terça-feira (25) no estádio de futebol de Sydney, na Austrália.

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Com este resultado, a seleção sul-americana assumiu a vice-liderança da chave com três pontos, mesma pontuação da líder Alemanha, que goleou o Marrocos por 6 a 0.

A vitória da Colômbia começou a ser construída aos 29 minutos do primeiro tempo, quando a meio-campista Usme deslocou a goleira Yoon Young-Geul em cobrança de pênalti. Nove minutos depois a jovem atacante Linda Caicedo, de 18 anos, avançou pela esquerda e acertou chute de fora da área. A goleira sul-coreana falhou na defesa e a equipe colombiana deu números finais ao marcador.

Só metade das escolas públicas têm projetos antirracistas, aponta ONG

Hoje universitária, a brasiliense Nathalia Maciel, de 19 anos, que se identifica como mulher negra, acostumou-se a ouvir em sala de aula sobre heróis e heroínas brancos e feitos de europeus que chegaram ao Brasil. Estudou o ensino fundamental e médio em escola pública na região administrativa de Santa Maria, a 40 km do centro da capital. “Sentia falta de saber sobre pessoas negras, que só eram citadas em 20 de novembro (dia da Consciência Negra). As pessoas só faziam para ganhar nota nas matérias”, lamenta.

A percepção da estudante sobre a falta de projetos que valorizem a diversidade e enfrentem problemas como o racismo pode ser constatada em números. Segundo levantamento da ONG Todos Pela Educação, apenas metade (50,1%) das escolas públicas do país tiveram ações contra o racismo em 2021, ano em que foi feita a última pesquisa do Sistema Nacional de Avaliação Básica (Saeb).

O fato é que, naquele ano, o total de escolas públicas com projetos para combater racismo, machismo e homofobia caiu ao menor patamar em 10 anos. Os dados utilizados foram extraídos dos questionários contextuais do Saeb destinados a diretores e diretoras escolares, entre 2011 a 2021.

Falhas

A pesquisadora Daniela Mendes, analista de políticas educacionais do Todos Pela Educação, contextualiza que quando questões raciais e de gênero não são trabalhadas dentro das escolas, o ensino falha tanto no processo de aprendizagem dos alunos quanto na construção de uma sociedade melhor, com menos violência e menos desigualdades.

“O impacto que esses dados nos mostram não é apenas educacional. As violências sofridas nas escolas podem ser tanto físicas e verbais quanto simbólicas com insinuações e constrangimentos que tornam o ambiente escolar um espaço hostil para determinados grupos. Isso tem um impacto na evasão escolar”, afirmou Daniela Mendes.

Colonização

De acordo com o que analisa a pesquisadora Gina Vieira, professora da rede pública no Distrito Federal e com projetos premiados em relação à diversidade em sala de aula, a escola no Brasil não promove a diversidade.

“A escola brasileira, assim como o projeto de colonização do país, trabalha na lógica da homogeneização. Então, nós temos um currículo racista e uma educação racista. Nós temos um currículo oficial que ainda conta a história oficial que é contada na perspectiva do homem branco europeu”, pontua.

Ela explica que são raros os materiais pedagógicos diversos que incorporem as vozes dos povos historicamente excluídos. “A gente está, por exemplo, comemorando 20 anos da Lei 10.639 [que inclui História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar], que é resultado da luta histórica do movimento negro pelo direito da história da África e de pessoas negras em diáspora”. Ela cita que as leis não são o suficiente para mudança de perspectivas, mas sim uma mudança cultural e de políticas públicas. “Como diz o Drummond, os lírios não nascem por força da lei”.

Em queda

A quantidade de escolas com projetos atentos à diversidade começou a cair a partir do ano de 2015, quando o índice havia chegado ao maior patamar no período: 75,6%. Desde então, os números despencaram.

Além de racismo, a atuação contra homofobia e machismo está na menor parte das escolas brasileiras. Em 2011, por exemplo, 34,7% das escolas relataram ter ações. Em 2017, o índice chegou a 43,7%. Mas, também caiu nos anos seguintes. Em 2021, representava apenas 25,5%.

Para Daniela Mendes, analista de políticas educacionais do Todos Pela Educação, o avanço de uma pauta ultraconservadora nos últimos anos, os impactos da pandemia e a falta de coordenação nacional durante a última gestão do Ministério da Educação foram fatores que podem ter influenciado o cenário.

Para a professora Gina Vieira, cabe à sociedade estar mobilizada para cobrar uma escola antirracista e contra machismo e homofobia. “A gente precisa rechaçar com toda força essa perspectiva que a gente viveu nos últimos quatro anos entre o professor e a escola representados como inimigos da sociedade. Como alguém que devo fiscalizar, denunciar, gravar e achincalhar. Um país que não valoriza a educação, a escola e os educadores está fadado ao retrocesso”, afirma.

Providências

Em nota à reportagem, o Ministério da Educação garantiu que tem trabalhado para modificar esse cenário desde o início da atual gestão. A primeira ação foi a recriação da Secadi (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão). “Uma pasta que já se configura como uma ação afirmativa, na qual tem em sua estrutura a Diretoria de Políticas de Educação Étnico-racial Educação Escolar Quilombola, um instrumento institucional para formular, articular e executar as políticas voltadas para a implementação da Lei 10.639/03”.

Além disso, segundo MEC, foi retomada a formação de professores a partir do apoio financeiro às universidades e relançado o Programa de Desenvolvimento Acadêmico Abdias Nascimento, que fomenta a pesquisa na graduação e pós-graduação. “Outra iniciativa resgatada foi a Cadara, a comissão de assessoramento do MEC formada por entes federais e sociedade civil. Ainda há um longo caminho pela frente, mas hoje a Secadi está empenhada em garantir recursos para que no próximo ano possa investir ainda mais em ações de combate ao racismo”.

Para Ingridy, que é uma adolescente negra, de 15 anos, também moradora de Brasília, e estudante de escola pública, uma escola preocupada com diversidade e disposta a não ser homogênea seria fundamental também para o dia a dia. E isso parece uma aula simples. “Ajudaria a combater o preconceito e promoveria o respeito e a aceitação na escola”, avalia.

Brasileiro: Coritiba vence o Fluminense no encerramento da 16ª rodada


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O Coritiba derrotou o Fluminense por 2 a 0, na noite desta segunda-feira (24) no estádio Couto Pereira, na partida que encerrou a 16ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Após este resultado, o Coxa chegou aos 14 pontos e ficou perto de sair da zona do rebaixamento da competição.

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Já para o Tricolor das Laranjeiras esta foi a segunda partida consecutiva na competição (considerando também o clássico com o Flamengo). Após este revés, o time comandado pelo técnico Fernando Diniz saiu para a 7ª posição da classificação com 25 pontos.

A vitória do Coritiba foi construída toda no primeiro tempo. Aos 23 minutos o atacante Robson abriu o placar em cobrança de pênalti. Quatro minutos depois o Coxa chegou aos segundo, quando Matheus Bianqui avançou pela ponta direita, se livrou de Felipe Melo com um belo drible e cruzou na medida para o estreante Diogo Oliveira, que deu números finais ao confronto.