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Conheça Beatriz Nascimento, intelectual negra que inspira cientistas


Conheça Beatriz Nascimento, intelectual negra que inspira cientistas

Negra, migrante, nordestina e mulher, a historiadora Beatriz Nascimento (1942-1995) foi uma das principais intelectuais do país, com contribuições fundamentais para entender a identidade negra como instrumento de autoafirmação racial, intelectual e existencial. Ela desenvolveu pesquisas sobre o que denominou de “sistemas sociais alternativos organizados por pessoas negras”, investigando dos quilombos às favelas. A partir desta quinta-feira (20), Beatriz dá nome ao “Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência“, primeiro programa do governo federal direcionado exclusivamente a mulheres cientistas negras, indígenas, quilombolas e ciganas.

Segundo a Enciclopédia de Antropologia da Universidade de São Paulo, Maria Beatriz Nascimento nasceu em Aracaju. É a oitava filha de Rubina Pereira do Nascimento e Francisco Xavier do Nascimento, que migraram para a cidade do Rio de Janeiro no final de 1949.

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Beatriz ingressou no curso de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no ano de 1968, concluindo a graduação em 1971, aos 29 anos de idade. Sob orientação do historiador José Honório Rodrigues, ela realizou estágio de pesquisa no Arquivo Nacional e trabalhou como professora de história da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro.

A historiadora se especializou em História do Brasil pela Universidade Federal Fluminense (UFF) quando, em 1974, participou da criação do Grupo de Trabalho André Rebouças e, em 1975, do Instituto de Pesquisa das Culturas Negras (IPCN). Com o sociólogo Eduardo de Oliveira e Oliveira (1923-1980), a filósofa e antropóloga Lélia Gonzalez (1935-1994) e o jornalista Hamilton Cardoso (1953-1999), ela partilhou pesquisas e militâncias.

Durante a Quinzena do Negro, evento ocorrido na Universidade de São Paulo (USP) em 1977, Beatriz apresentou a conferência Historiografia do quilombo, delineando os contornos do que ela desenvolveria, posteriormente, como espaços de resistência cultural negra: dos bailes blacks aos territórios de favelas, esses espaços constituiriam uma identidade negra como instrumento de autoafirmação racial, intelectual e existencial, além de território simbólico ancorado no próprio corpo negro.

Em 1979, em viagem ao continente africano, a autora conheceu territórios de antigos quilombos angolanos e reafirmou a vinculação entre as culturas negras brasileira e africana. No documentário Ôrí, lançado em 1989, dirigido pela cineasta e socióloga Raquel Gerber, Beatriz narra parte da trajetória dos movimentos negros no Brasil entre 1977 e 1988, ancorando-se no conceito do quilombo como ideia fundamental, que atravessa sua própria narrativa biográfica, para retraçar continuidades históricas entre o quilombo e suas redefinições nos dias atuais.

Beatriz escreveu uma série de textos, poemas, roteiros, ensaios e estudos teóricos, entre os quais se destacam Por uma história do homem negro (1974); Kilombo e memória comunitária: um estudo de caso (1982) e O conceito de quilombo e a resistência cultural negra (1985).

Em 1995, a historiadora é vítima de feminicídio, aos 52 anos de idade. Pelas suas importantes contribuições à pesquisa acadêmica, em outubro de 2021 é outorgado a ela o título póstumo de Doutora Honoris Causa in Memoriam pela UFRJ. Ao lado de Lélia Gonzalez (1935-1994), Sueli Carneiro (1950-) e Luiza Bairros (1953-2016), Beatriz figura como umas das mais importantes intelectuais negras brasileiras.

“Beatriz Nascimento é uma das intelectuais mais brilhantes que esse país já teve e que, infelizmente, teve a vida interrompida de maneira muito precoce em razão do feminicídio”, ressalta a professora de História e mestra em Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto Luana Tolentino.

Segundo Luana Tolentino, a historiadora é uma grande inspiração para as pesquisadoras negras. “Beatriz Nascimento abriu portas para que a minha geração pudesse entrar. Sou da década de 1980, então sou dessa geração que tem tido a oportunidade de exercer o direito de estar na universidade também em função da política de cotas. A luta contra o racismo da Beatriz Nascimento foi fundamental para construção dessas políticas públicas de promoção da igualdade racial e também como um incentivo, como farol para nós pesquisadoras negras, mulheres negras”.

As pesquisadoras negras precisam enfrentar diversos desafios, afirma Luana. “O primeiro desafio é justamente o racismo que orienta a sociedade brasileira, que dificulta de todas as maneiras o acesso das mulheres negras à universidade. Temos a política de cotas, que é um marco na história do país e que sem sombra de dúvidas tem sido fundamental para dar novos contornos, novas cores à universidade, mas ao mesmo tempo, há uma série de barreiras que dificultam o acesso das mulheres negras ao ensino básico. Entre os grupos sociais que não tiveram oportunidade de frequentar a escola, as mulheres negras são maioria”, explica Luana Tolentino.

O outro ponto destacado pela professora, é que ao chegar na universidade as pesquisadoras precisam enfrentar o olhar de desconfiança com o qual as são vistas, também motivado pelo racismo.

“Vivemos em um país em que ainda há uma expectativa de que, nós mulheres negras, estamos nesse mundo apenas para servir e limpar a sujeira dos outros. Estamos em um país que ainda tem dificuldade de pensar nas mulheres negras como pesquisadoras, como intelectuais, como produtoras de conhecimento. Mas, a despeito de tudo isso, nós estamos em um número muito significativo na universidade, acho que como Beatriz Nascimento sonhou. Nós que já estamos [na universidade] precisamos assumir o compromisso de abrir tantas outras portas para que outras mulheres negras possam entrar e garantir o direito humano à educação e ao ensino superior”.

Luana Tolentino é autora dos livros Outra educação é possível: feminismo, antirracismo e inclusão em sala de aula (Mazza Edições) e Sobrevivendo ao racismo: memórias, cartas e o cotidiano da discriminação no Brasil (Papirus 7 Mares).

Programa

O Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência quer fortalecer as trajetórias acadêmicas dessas mulheres oferecendo bolsas de doutorado e pós-doutorado sanduíche no exterior. O governo federal vai investir aproximadamente R$ 7 milhões, resultado da parceria entre o Ministério da Igualdade Racial com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e o Ministério das Mulheres (Mmulheres).

Programa oferece bolsas no exterior para negras, indígenas e ciganas


Conheça Beatriz Nascimento, intelectual negra que inspira cientistas

“A história do Brasil foi escrita por mãos brancas. Tanto o negro, quanto índio não têm sua história escrita, ainda. Isso é um problema muito sério porque a gente frequenta universidade, frequenta escola e não temos uma visão correta do passado do negro”, essa fala, da historiadora negra Beatriz Nascimento, deu início, nesta quinta-feira (20), ao lançamento do Atlânticas: Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência.

O programa, liderado pelo Ministério da Igualdade Racial, vai oferecer bolsas de estudo de doutorado sanduíche (feito parte no Brasil e parte no exterior) e pós-doutorado no exterior para mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas “regularmente matriculadas em curso de doutorado reconhecido pela Capes”. Serão ofertadas 45 bolsas a um custo de R$ 8 milhões.

Belém, 20/07/2023, A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, durante lançamento do Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência. Foto: Luna Costa/ MIR
Belém, 20/07/2023, A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, durante lançamento do Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência. Foto: Luna Costa/ MIR

Belém, 20/07/2023, A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, durante lançamento do Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência. Foto: Luna Costa/ MIR

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“Não podemos falar de ciência sem pensar em como a diversidade é condição para produção de ciência de qualidade na graduação e pós-graduação”, afirmou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Para ela, “a diversidade proporciona excelência e inovação. Pessoas com diferentes identidades e experiências podem trazer novas questões de pesquisa, desenvolver outras abordagens metodológicas e analíticas para a solução de problemas. Logo, ela é fundamental para o aprimoramento da ciência”.

A secretária de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo, Márcia Lima, acrescentou que o programa Atlânticas foi criado para “aumentar a inserção e permanência de mulheres cientistas cujas características raciais e éticas contribuem para a sua visibilidade intelectual e falta de oportunidades”.

Segundo dados apresentados pela pasta, apenas 4,9% das bolsas de doutorado sanduíche são de mulheres negras, enquanto as mulheres brancas têm 30,9% das bolsas custeadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq).

Não há nenhuma indígena com bolsa do CNPq para doutorados sanduíches. Já em relação aos pós-doutorados no exterior, as mulheres negras são 12,6% das bolsistas e as mulheres brancas 37,7%. Também não há mulheres indígenas com bolsa do CNPq em pós-doutorado no estrangeiro.

“Esperamos que o Atlânticas incentive cada vez mais mulheres a buscarem a carreira científica, especialmente aquelas que foram historicamente excluídas desses espaços”, disse Ana Venturine, diretora de Ações Afirmativas do Ministério da Igualdade Racial.

Beatriz Nascimento

Historiadora negra brasileira homenageada pelo projeto do governo federal, Beatriz Nascimento é considerada uma das principais intelectuais do país, com contribuições no estudo da identidade negra como instrumento de autoafirmação racial, intelectual e existencial. A Agência Brasil fez um perfil de Beatriz, que morreu vítima de feminicídio, em 1995, com apenas 52 anos de idade.

20/07/2023 - O Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência será o maior programa de bolsas de estudo de doutorado-sanduíche e pós-doutorado fora do Brasil para mulheres negras, indígenas, quilombolas e ciganas. Foto: Arte/MIR
20/07/2023 - O Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência será o maior programa de bolsas de estudo de doutorado-sanduíche e pós-doutorado fora do Brasil para mulheres negras, indígenas, quilombolas e ciganas. Foto: Arte/MIR

20/07/2023 – O Atlânticas – Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência será o maior programa de bolsas de estudo de doutorado-sanduíche e pós-doutorado fora do Brasil para mulheres negras, indígenas, quilombolas e ciganas. Foto: Arte/MIR/Twitter

Caminhos Amefricanos

O Ministério da Igualdade Racial anunciou o lançamento, no dia 31 de julho, do Caminhos Amefricanos – Programa de Intercâmbio Sul-Sul. A iniciativa visa estimular o intercâmbio de curta duração no exterior em países africanos, latino-americanos e caribenhos.

Ainda na área de educação, a pasta informou que vai assinar um protocolo de intenções com a Universidade de Brasília (UnB) para oferecer bolsas de mestrado para sete estudantes no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais da UnB.

Angelina expressa confiança na campanha do Brasil na Copa


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O sonho permanece o mesmo, mas a forma como se realizou foi diferente. Em entrevista coletiva na quarta-feira (20), a meio-campista Angelina falou da oportunidade de defender a seleção brasileira na Copa do Mundo de futebol feminino após a lesão da atacante Nycole.

Segundo a jogadora de 23 anos de idade, ela vive uma mistura de emoções, tristeza pelo corte da companheira e alegria por disputar seu primeiro Mundial. “Ainda não caiu a ficha, então essa emoção de estar realmente entre as 23 não bateu ainda. Ontem [terça-feira] fiquei muito triste pela Nycole, porque quando você passa por uma lesão, independentemente de qualquer que seja, você não deseja isso para ninguém, e entendo muito como ela está se sentindo”.

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O anúncio do corte de Nycole foi feito na terça-feira (18) após ser constatado que a jogadora havia sofrido uma entorse no tornozelo esquerdo durante treino em Golden Coast (Austrália), antes da viagem para Brisbane (Austrália). O corte da atleta foi consumado por não haver tempo hábil para sua recuperação.

“É difícil, fico triste por ela, e vou pegar essa oportunidade para jogar por ela também”, declarou Angelina, que expressou sua confiança de uma boa campanha do Brasil na Copa. “O elenco está bem preparado, tem muita qualidade, tem muito talento aqui. Estamos muito confiantes, independentemente de quem vai começar o jogo”.

Estreia do Brasil

A seleção brasileira, que busca o inédito título da Copa do Mundo, estreia na primeira fase da competição a partir das 8h (horário de Brasília) da próxima segunda-feira (24). O confronto, que será contra o Panamá, vale pelo Grupo F, que também conta com França e Jamaica.

Austrália bate Irlanda por 1 a 0 em sua estreia na Copa do Mundo


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A Austrália bateu a Irlanda por 1 a 0, na manhã desta quinta-feira (20), no Estádio Olímpico de Sydney, na primeira partida do Grupo B da edição 2023 da Copa do Mundo de futebol feminino. Com esse resultado, as Matildas lideram a chave com 3 pontos.

A Austrália entrou em campo sem seu grande destaque, a atacante Sam Kerr. A jogadora do Chelsea (Inglaterra) sofreu uma lesão na panturrilha durante os treinos e não poderá defender as Matildas nos dos primeiros jogos do Mundial (contra a Irlanda e contra a Nigéria).

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O primeiro tempo reservou ao público um confronto com poucas emoções, muito por conta da postura da Irlanda de permanecer na defesa, não oferecendo espaços para as jogadoras de frente das Matildas, que só tiveram uma oportunidade clara de gol, já aos 50 em chute de longa distância da volante Gorry.

Assim, o placar só foi alterado na etapa final. Logo aos cinco minutos a árbitra brasileira Edina Alves (que trabalhou na partida com outras três representantes do país: as assistentes Neuza Back e Leila Moreira e a árbitra de vídeo Daiane Muniz) assinalou pênalti a favor da Austrália quando Sheva derrubou Raso dentro da área. A lateral Catley cobrou muito bem e não deu chance alguma à goleira Brosnan.

O gol deu uma nova dinâmica à partida, com as Matildas chegando com muito perigo com Fowler e Foord, enquanto McCabe quase marcou um gol olímpico para a Irlanda aos 25 minutos. Porém, diante de um público de mais 75 mil pessoas, a equipe da casa conseguiu administrar a sua vantagem até o final do confronto.

Jogo de abertura

Mais cedo, a Nova Zelândia derrotou a Noruega por 1 a 0, graças a um gol de Hannah Wilkinson, no Eden Park, em Auckland, na partida que abriu a edição 2023 da Copa do Mundo de futebol feminino. Com este triunfo a seleção neozelandesa assumiu a liderança do Grupo A do Mundial com 3 pontos.

Estreia do Brasil

A seleção brasileira, que busca o inédito título da Copa do Mundo, estreia na primeira fase da competição a partir das 8h (horário de Brasília) da próxima segunda-feira (24). O confronto, que será contra o Panamá, vale pelo Grupo F, que também conta com França e Jamaica.

Brasil garante vagas no tiro com arco paralímpico em Paris 2024


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O Brasil garantiu duas vagas na prova do tiro com arco dos Jogos Paralímpicos de 2024, que serão disputados em Paris, na França, com Jane Karla e Reinaldo Charão. A classificação foi obtida durante o Mundial da modalidade, realizado em Pilsen, na República Tcheca, na nessa quarta-feira (19). 

As vagas brasileiras – para o Composto Feminino Open e para o Composto Masculino Open – foram alcançadas quando Jane Karla e Reinaldo Charão se classificaram para a final da prova de Equipe Mista Composto Open. 

Decisão

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A vaga na decisão – a ser disputada no próximo sábado (22) – veio após os brasileiros encerrarem a fase classificatória da competição na terceira posição com 1.370 pontos. A Índia ficou em primeiro na classificatória com 1.398 pontos, enquanto a China obteve o segundo lugar com 1.388 pontos. 

Com essas duas vagas no tiro com arco, agora o Brasil tem presença garantida em quatro modalidades nos Jogos Paralímpicos: goalball masculino, vôlei sentado masculino e feminino, ciclismo (pista ou estrada) e o próprio tiro com arco. 

Mundial começa com vitória da Nova Zelândia sobre Noruega por 1 a 0


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Graças a um gol de Hannah Wilkinson, a Nova Zelândia derrotou a Noruega por 1 a 0, na manhã desta quinta-feira (20), no Eden Park, em Auckland, na partida que abriu a edição 2023 da Copa do Mundo de futebol feminino. Com o triunfo, a seleção neozelandesa assumiu a liderança do Grupo A do Mundial com três pontos. 

Contando com uma das principais jogadoras do certame, a atacante Ada Hegerberg, a Noruega era apontada como favorita diante das donas da casa. Porém, quem se saiu melhor no primeiro tempo foi a Nova Zelândia, que criou a primeira oportunidade clara de gol logo aos quatro minutos com chute de longe da volante Steinmetz, mas a bola acabou indo para fora. 

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Pelas norueguesas, a melhor oportunidade na etapa inicial saiu justamente dos pés de Ada Hegerberg, aos 36 minutos, quando Hansen encontrou a centroavante, que finalizou de primeira, mas Stott conseguiu cortar. 

Após o intervalo, a Nova Zelândia transformou a sua superioridade em vantagem logo aos dois minutos. A equipe da casa saiu em contra-ataque rápido pela direita. Jacqui Hand avançou em velocidade e cruzou rasteiro para o meio da área, onde a centroavante Hannah Wilkinson teve apenas o trabalho de escorar de direita para superar a goleira Mikalsen. 

A Noruega quase empatou aos 13. Hegerberg fez boa jogada pela esquerda e encontrou Haavi, que cruzou para Maanum, que finalizou com perigo. Mas quatro minutos depois as donas da casa responderam com belo chute de fora da área de Indiah-Paige, que obrigou a goleira Mikalsen a se esticar para fazer grande defesa. 

Buscando a igualdade, a equipe norueguesa passou a oferecer espaços na defesa, o que a equipe da casa aproveitou para criar boas oportunidades em jogadas de transição rápida, como a criada aos 30 minutos que terminou em bomba de Percival, que foi para fora. 

Cinco minutos depois, as visitantes criaram a sua melhor oportunidade de marcar, quando Tuva Hansen bateu de primeira e a bola explodiu no travessão do gol defendido por Esson. Aos 44 minutos, Percival teve a oportunidade de marcar o segundo da Nova Zelândia, mas a volante desperdiçou uma cobrança de pênalti. 

A partir daí, a equipe da casa mostrou muita vontade para segurar a vantagem até o apito final para garantir a sua primeira vitória em uma partida de Copa do Mundo de futebol feminino. 

Cerimônia de abertura 

Antes de a bola rolar, o Eden Park foi o palco da cerimônia de abertura da competição, que contou com um espetáculo – música e dança – que mostrou um pouco da cultura dos povos originários da Oceania, que recebe a competição pela primeira vez na história. O evento também apresentou as 32 equipes que participam do Mundial. 

Além disso, a plateia respeitou um minuto de silêncio pelas vítimas de um tiroteio registrado na noite da última quinta-feira (19), nas proximidades do hotel no qual a seleção da Noruega estava hospedada em Auckland, para o jogo de abertura do Mundial feminino. 

Estreia do Brasil 

A seleção brasileira, que busca o inédito título da Copa do Mundo, estreia na primeira fase da competição a partir das 8h (horário de Brasília) da próxima segunda-feira. O confronto contra o Panamá vale pelo Grupo F, que também conta com França e Jamaica.

Copa Feminina começa às 4h desta quinta com Nova Zelândia x Noruega


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O pontapé inicial da nona edição da Copa do Mundo feminina de futebol será dado às 4h (horário de Brasília) desta quinta-feira (20), na Nova Zelândia, que sedia o evento junto com a Austrália.  A seleção neozelandesa enfrenta a norueguesa, pelo Grupo A, no jogo de abertura do Mundial, o primeiro a reunir 32 equipes – na última edição na França foram 24 países .O confronto de abertura do Mundial será no estádio Eden Park, na cidade de Auckland. Todos os jogos do Mundial poderão ser assistidos ao vivo, gratuitamente, na plataforma Fifa+.

A seleção brasileira, que busca um título inédito, fará sua estreia na primeira fase na próxima segunda (24), às 8h, contra o Panamá, pelo Grupo F, que tem ainda França e Jamaica. Todos os jogos das brasileiras ocorrerão na Austrália. A equipe comandada pela técnica Pia Sundhage está sediada na cidade de Brisbane. O primeiro embate contra o Panamá será em Adelaide, no estádio Hindmarsh. 

A estimativa da Fifa, entidade máxima que regula o futebol no mundo, é estima que o Mundial na Oceania seja o mais assistido desde a primeira edição, em 1991. Em junho, faltando um mês para  o início da Copa, o total de ingressos vendidos já alcançara  1.032.884, superando as vendas pré-torneio do último Mundial na França (2019).

A secretária geral Fatma Samoura também está confiante no aumento da audiência ao redor do planeta.

“Os olhos do mundo estarão aqui. Esperamos atingir um quarto da população mundial, dois bilhões de pessoas, que assistirão a pelo menos uma partida”, disse. Samoura, em depoimento ao site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).  

As 32 seleções participantes do Mundial estão divididas em oito grupos com quatro equipes cada. Os dois primeiros colocados de cada chave se classificam às oitavas de final. A decisão do titulo ocorrerá no dia 20 de agosto (um domingo), às 7h, no Estádio Olímpico de Sidney, com capacidade para mais de 80 mil torcedores.

Brasil soma esforços para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027


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A bola está muito próxima de rolar na Copa do Mundo feminina, na Austrália e na Nova Zelândia, uma competição que poderá ter grande impacto na modalidade no Brasil a depender do sucesso da equipe comandada por Pia Sundhage. No entanto, o país se prepara para que, independente do resultado final nos gramados da Oceania, o futebol feminino tenha ainda mais visibilidade e atenção em 2027, ano da próxima edição do Mundial. O Brasil é, junto a outras três candidaturas (duas delas formadas por conjuntos de países), finalista para ser sede do campeonato daqui a quatro anos. A escolha será feita em maio de 2024, no congresso anual da Fifa.

A ministra do Esporte Ana Moser viajou aos países-sede de 2023 para acompanhar a Copa e também fortalecer a candidatura brasileira nos bastidores. Moser participou recentemente do videocast Copa Delas. da EBC, e falou sobre a importância de se trazer o evento para o Brasil. A ministra acredita que a empreitada se encaixa na iniciativa de desenvolvimento da modalidade no país, que inclui a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, a ser regulamentada pelo governo.

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“Esta candidatura não vem sozinha. Ela vem num contexto da construção do futebol feminino como foco desta gestão. Podemos fazer um paralelo com outros esportes, inclusive o meu, o vôlei, que conseguiu um avanço a partir da continuidade de um investimento. Não existe fórmula mágica. A Copa de 2027 seria a coroação de uma estratégia para trazer mais visibilidade. Uma ação ajuda a outra. Estaremos lá na Austrália e na Nova Zelândia brigando por essa candidatura pelo país e pelo continente, porque seria a primeira Copa do Mundo feminina na América do Sul”, afirmou a ministra.

Brasília (DF), 10/05/2023 - Ministra dos Esportes Ana Moser fala sôbre aprovação da Lei Geral do Esporte. .Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Brasília (DF), 10/05/2023 - Ministra dos Esportes Ana Moser fala sôbre aprovação da Lei Geral do Esporte. .Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

“Estaremos lá na Austrália e na Nova Zelândia brigando por essa candidatura pelo país e pelo continente, porque seria a primeira Copa do Mundo feminina na América do Sul”, afirmou a ministra do Esporte durante o videocast Copa Delas, da EBC – Wilson Dias/Agência Brasil

De fato, em nove edições do Mundial, a América do Sul nunca teve a honra de receber a competição. O evento já passou pela Europa em três ocasiões. Estados Unidos e China também sediaram a Copa duas vezes cada um. A Oceania estreia em 2023. América Central e África também nunca foram premiadas com a realização do torneio.

O continente africano, no entanto, terá a oportunidade de competir tendo a África do Sul como candidata a país-sede. Outros dois blocos estão na disputa: Bélgica, Holanda e Alemanha formam a candidatura conjunta da Uefa (nião das Associações Europeias de Futebol); Estados Unidos e México, na da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe).

O diretor de competições da CBF Júlio Avellar também participou do Copa Delas e se mostrou otimista com as chances de o Brasil sair vitorioso na eleição do ano que vem.

“Importante acentuar que tivemos a Copa de 2014, a Olimpíada do Rio em 2016, a Copa América de 2019. Então, toda a parte de infraestrutura e maquinário desportivo já existe no Brasil. Temos candidatos fortes, é claro. A África do Sul sediou a Copa de 2010. Estados Unidos e México serão sedes em conjunto da edição de 2026. É uma luta dura, mas acho que as chances são ótimas”, opinou Avellar, que trabalhou por 12 anos na Fifa.

As federações candidatas têm até o dia 8 de dezembro para enviar à Fifa, organização que regula o futebol mundial, a documentação necessária. Em seguida, será iniciada a inspeção da entidade nos futuros locais de jogos e treinos.

“Estamos entusiasmados com as manifestações de interesse recebidas, porque vêm de países com uma forte tradição futebolística, confirmando assim a popularidade do futebol feminino em todo o mundo”, disse a secretária-geral da Fifa Fatma Samoura, quando foram confirmadas as candidaturas finalistas, em maio.

Surfe: Filipinho é tricampeão na África do Sul e carimba vaga em Paris


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Atual líder do ranking, o surfista brasileiro Filipe Toledo  faturou o tricampeonato na etapa de Jeffrey”s Bay, a penúltima do circuito mundial antes da disputa do título da WSL Finals, em setembro, na Califórnia (Estados Unidos). Ele sobrou na final contra o australiano Ethan Ewing, com nota 18.76 contra 12.60 do vice-líder do circuito. Os dois primeiros títulos de Filipinho em J-Bay foram em 2017 e 2018.

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Atual campeão mundial, o paulista de Ubatuba teve mesmo muito o que comemorar nesta quarta-feira (19). Antes da disputa do título, Filipinho venceu na semi o japonês Kanoa Igarash e, de quebra, assegurou a primeira vaga olímpica masculina para o Brasil nos Jogos de Paris 2024. Ele não pode ser mais alcançado por outros compatriotas – João ‘Chumbinho” Chianca (4º no ranking), Yago Dora (5º) e Gabriel Medina (6º)  seguem lutando pela outra vaga. No surfe feminino, a gaúcha Tatiana Weston Webb já está garantida em Paris: ele carimbou a vaga em abril.

Na terça (18), Filipinho já garantira de forma antecipada a classificação à WSL Finals, ao avançar às quartas, superando o indonésio Rio Waida.  Apenas os cinco primeiros colocados em cada gênero disputarão a fase decisiva que garante aos vencedores o título mundial de 2023. A WSL Finals será em Long Trestles, na Califórnia (EUA), entre 8 e 16 de setembro.

A final feminina foi disputada na terça (18): a norte-americana Lakey Peterson  levou a melhor sobre a australiana Molly Picklum, ao somar 14.77 contra 13.50, respectivamente.

A 10ª e última etapa regular da WSL (sigla em inglês para Liga Mundial de Surfe) será no Taiti, de 11 a 20 de agosto.

Mundial Feminino vai conquistar os céticos, diz presidente da Fifa


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O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse que o futebol feminino registrou um crescimento incrível nos últimos 10 anos e está confiante de que a Copa do Mundo conquistará qualquer um que permaneça cético sobre os méritos do futebol feminino.

O órgão regulador do esporte espera que 2 bilhões de pessoas assistam ao torneio de 64 jogos que está sendo organizado por Austrália e Nova Zelândia. O evento começa em Auckland na quinta-feira (20).

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“Muitas pessoas que acreditam que o futebol feminino ainda não é um grande jogo, ou não é tão divertido ou é uma cópia ruim do futebol masculino ou algo assim – bem, quando eles assistirem a um jogo pela primeira vez, eles realmente vão ver que é um jogo fantástico”, disse Infantino. “O nível cresceu incrivelmente nos últimos 10 anos e as melhores estão vindo para cá.”

Infantino disse que se houvesse um esporte em que as mulheres pudessem competir com os homens seria o futebol.

“Quero dizer, são 50% da população, mulheres ao redor do mundo, mais ou menos, certo?”, afirmou. “É realmente inconcebível, intelectualmente, que não haja um esporte que possa competir com alguns dos esportes masculinos.”

A nona edição da Copa do Mundo Feminina vai de 20 de julho a 20 de agosto.

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