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Ginasta Bárbara Domingos fatura bronze em etapa da Copa do Mundo


Ginasta Bárbara Domingos fatura bronze em etapa da Copa do Mundo

Pela primeira vez classificada a quatro finais de aparelho em uma etapa da Copa do Mundo de ginástica rítmica, a brasileira Bárbara Domingos faturou a medalha de bronze na prova da fita neste domingo (14), na cidade de Cluj-Napoca (Romênia). A curitibana de 24 anos, também conhecida pelo apelido de Babi, apresentou sua coreografia ao som da música “Bad Romance”, da compositora norte-americana Lady Gaga, e obteve nota 32.350. O ouro ficou a ucraniana Taisilia Onofriichuk e a prata com a húngara Fanni Pigniczki – ambas receberam nota 32.900, mas Taisilia foi campeã pelo critério de desempate.

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O pódio foi o terceiro de Babi em torneios organizados pela Federação Internacional de Ginástica (FIG). No ano passado, a ginasta curitibana, com presença garantida nos Jogos de Paris, já havia faturado bronze na etapa da Copa do Mundo de Sofia (Bulgária) e ouro no Grand Prix de Thiais (França).

“Estava um pouco apreensiva com a final de fita. Entre sair da área de competição, trocar collant, pegar aparelho e se preparar para entrar. E Babi tem todo um ritual, temos pouco tempo e ela não teve muita brecha para fazer as repetições. Tratei de enchê-la de confiança, afirmei que ela não precisava de repetição, que estava mais que treinada e pronta, e que era só entrar lá e fazer. E ela fez! Era muito difícil uma medalha nessa competição, numa disputa que reuniu praticamente todas as melhores ginastas do mundo. Mas conseguimos!”, comemorou a treinadora Márcia Naves, em depoimento à Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).

Nas finais dos demais aparelhos, Babi ficou em quinto lugar tanto no arco (33.700) quanto nas maças (33.450). Já na bola, a brasileira foi sétima colocada (33.200).

Conjunto brasileiro – finais de séries

Após conquistar a prata na disputa geral do conjunto no sábado (14), o quinteto brasileiro ficou fora do pódio domingo (14). Na final dos cinco arcos, a equipe formada pelas ginastas Sofia Madeira, Déborah Medrado, Duda Arakaki, Nicole Pircio e Victória Borges ficou na quarta posição com a nota 37.750, O conjunto de Israel conquistou ouro ((39.400) e, na sequência, Itália (38.750) e Bulgária (38.700), levaram prata e bronze, respectivamente.

Na séria mista (três fitas e duas bolas), as brasileiras ficaram em oito lugar (29.950). O pódio foi assegurado por países não considerados favoritos: a campeã foi a Espanha (34.700), seguida por França (prata) e Ucrânia (bronze) – ambas obtiveram 33.850, mas a França ficou com o ouro pelo critério de desempate.

Paris 2024

O Brasil assegurou presença tanto no individual (Babi Domingos competirá com outras 23 ginastas), quanto na disputa por conjunto (o quinteto nacional medirá forças com outras 70 equipes). A competição da ginástica rítmica em Paris ocorrerá entre os dias 8 e 10 de agosto.

Ginástica rítmica: Brasil é prata em última competição antes de Paris


Ginasta Bárbara Domingos fatura bronze em etapa da Copa do Mundo

A 12 dias da Olimpíada de Paris, a equipe brasileira de ginástica rítmica faturou a medalha de prata na disputa do conjunto geral da etapa da Copa do Mundo em Cluj-Napoca (Romênia), última competição antes da abertura dos Jogos. Quem também brilhou foi a curitibana Bárbara Domingos, classificada para as finais dos quatro aparelhos (bola, arco, maças e fita), programadas para ocorrer a partir das 8h (horário de Brasília) deste domingo (14).

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O conjunto brasileiro, que se autodenomina “Leoas”, é formado por Sofia Madeira, Déborah Medrado, Duda Arakaki, Nicole Pircio e Victória Borges. O quinteto somou 71.850 pontos, ficando atrás apenas da campeã Bulgária (73.650), uma das principais potências na modalidade. O bronze ficou com de Israel (71.000). A equipe brasileira volta a competir neste domingo (14) nas finais das séries.

“O Brasil chegou. É isso. Nós chegamos, estamos aqui, dissemos a que viemos. Muitíssimo importante esta medalha de prata no geral. E devo dizer que tivemos duas falhas graves, uma em cada série. Nos cinco arcos, perdemos o valor de uma colaboração, porque não foi realizada uma passagem de atleta por dentro do arco. Perdemos 0,80 aí. No misto, uma bola caiu no chão, e fomos penalizadas em 0,50. Tivemos nota alta no geral porque fizemos ajustes. Elevamos o grau de dificuldade na série de arcos. Colocamos na cabeça que, na Olimpíada, todos os adversários vão acertar tudo. E aí o que decidirá será o nível de dificuldade”, analisou Camila Ferezin, treinadora do conjunto brasileiro.

O sábado (13) também foi bom para Bárbara Domingos, a Babi, sexta colocada na fase classificatória da disputa individual, a melhor posição de uma brasileira na história da Copa do Mundo. Ao totalizar 133.100 pontos, Bárbara avançou às finais dos quatro aparelhos (bola, arco, maças e fita), programadas para ocorrer a partir das 8h (horário de Brasília) deste domingo (14).

“Ela já competiu com três boas séries e alguma falha num ou noutro aparelho”, disse Márcia Naves, treinadora de Babi. “O nosso trabalho foi feito com maestria e competência. Nos Jogos Olímpicos, não basta ser especialista em um aparelho. A ginasta deve ser completa e estável nos quatro. É isso que trabalhamos e é isso que mostramos aqui”, concluiu a técnica.

Tobias, goleiro da invasão corintiana no Maracanã, morre aos 75 anos


Ginasta Bárbara Domingos fatura bronze em etapa da Copa do Mundo

O ex-goleiro José Benedito Tobias, que se tornou ídolo do Corinthians nos anos de 1970, morreu neste sábado (13), aos 75 anos. Em nota de pesar publicada pelo clube não foi revelada a causa da morte. Tobias protagonizou a “invasão corintiana no Maracanã”, como ficou conhecida a emocionante classificação do Timão à final do Campeonato Brasileiro de 1976. Na época, após empate em 1 a 1 com o Fluminense no tempo normal, Tobias virou herói corintiano ao defender duas cobranças na disputa por pênaltis, assegurando o Timão na decisão do título.

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Outra atuação decisiva de Tobias foi na conquista da taça do Paulistão de 1977, quando o Timão derrotou a Ponte Preta por 1 a 0, encerrando um jejum de 23 anos sem títulos estaduais.

Nascido em Agudos, cidade do interior paulista, Tobias estreou no Timão em outubro de 1975, quando o clube derrotou o Moto Club-MA (3 a 0), em partida do Brasileirão. O goleiro permaneceu no Alvinegro até 1978, totalizando 125 jogos até a última partida em maio de 1978. Depois Tobias deixou o clube ao ser contratado pelo Athletico Paranaense. Na sequência, o goleiro defendeu o Fluminense e passou por Bangu e Jalense-SP, antes de encerrar a carreira em 1986. 

UFRJ busca recursos com permuta de 11 andares de edifício moderno

A reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) planeja negociar sua parcela do Ventura Corporate Towers, um moderno edifício localizado no centro da capital carioca. Dona de 11 andares que somam 16,6 mil metros quadrados, a instituição almeja uma permuta. O objetivo é encontrar um interessado em adquiri-los que, em contrapartida, ficaria responsável por um conjunto de 10 obras de infraestrutura. Para ir adiante, a proposta ainda precisa ser aprovada no Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação da UFRJ composto por representantes dos três segmentos acadêmicos: professores, estudantes e servidores técnico-administrativos.

Inaugurado em 2010 com uma estrutura de alto padrão, o Ventura Corporate Towers tornou-se um ícone na paisagem urbana. Localizado a 250 metros das sedes da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e em frente à Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, ele chama atenção por suas duas torres com 34 andares cada. O edifício, que inclui ainda cinco andares de subssolo, amplo estacionamento e heliponto, possui a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed) por atender várias exigências de sustentabilidade, como o uso inteligente e racionalizado de água e energia e o descarte controlado de lixo para garantir a disposição correta e a reciclagem.

As torres foram erguidas em um terreno até então pertencente à UFRJ. Na época, a universidade fechou um acordo para cedê-lo em troca de 11 pavimentos, correspondente a 17% da área construída. Atualmente, 54% desse espaço está locado e 26% está vago. O restante, equivalente a dois andares, vem sendo ocupado desde 2015 pela Escola de Música, que precisava de um novo ambiente tendo em vista problemas em seu imóvel situado no Largo da Lapa, também no centro da cidade. Foram transferidos para o Ventura Corporate Towers os setores administrativos, a biblioteca, algumas salas de aula e as instalações do programa de pós-graduação.

A proposta de negociação dos 11 andares do edifício foi incluída no Projeto de Valorização do Patrimônio da UFRJ, que vem sendo discutido internamente desde 2017, atravessando mandatos de três reitorias. Nesta quinta-feira (11), foi realizada uma audiência pública no campus da Praia Vermelha, na zona sul do Rio de Janeiro. Houve transmissão online das discussões. Na semana anterior, outra audiência ocorreu na Cidade Universitária, o principal campus da UFRJ situada na Ilha do Fundão, zona norte da capital fluminense.

Nas duas ocasiões, os pontos centrais foram abordados pelo reitor Roberto Medronho; pela pró-reitora de gestão e governança, Cláudia Ferreira da Cruz; e pelo professor do Instituto de Economia, João Carlos Ferraz. De acordo com a apresentação, foram fixadas 10 contrapartidas, que envolvem a conclusão de obras inacabadas, melhorias físicas e também construção de novas edificações acadêmicas. Elas foram definidas em consonância com o Plano Diretor 2030 da UFRJ, documento que orienta o desenvolvimento territorial e patrimonial da instituição. O projeto prevê que a UFRJ entregue os 16,6 mil metros quadrados dos 11 andares e receba 71,3 mil metros quadrados.

“Ao fazer essas obras, estaremos valorizando o patrimônio e também impedindo sua degradação”, disse Ferraz. Ele integra a equipe que trabalha no Projeto de Valorização do Patrimônio da UFRJ desde o início, atravessando as três reitorias.

De acordo com ele, a instituição enfrenta uma crise orçamentária e a busca por recursos complementares é uma saída para viabilizar as demandas.

Segundo os dados apresentados por Ferraz, considerando a média anual de lucro obtido pela universidade com os alugueis no Ventura Corporate Towers entre 2019 e 2023, seriam necessários 52 anos para juntar os recursos necessários para bancar as 10 obras. Com a permuta, a expectativa é concluí-las em pouco mais de três anos. O próprio professor, no entanto, reconhece que os lucros caíram em 2020 e em 2021 em função dos impactos da pandemia de covid-19 e registraram alta no último ano, o que pode indicar o início de uma tendência de crescimento.

Nas duas audiências públicas, houve questionamentos à proposta. Algumas delas vieram do servidor técnico-administrativo Agnaldo Fernandes, que chegou a se envolver o Projeto de Valorização do Patrimônio da UFRJ no início das discussões, durante o mandato do ex-reitor Roberto Leher. Na época, a venda dos andares do Ventura Corporate Towers não estava na pauta.

Agnaldo considerou que não há garantias de que haverá interessados no negócio e perguntou se foi calculada alguma taxa de sucesso. Ele também criticou a falta de divulgação do valor dos 11 andares, bem como os custos estimados das 10 obras. Segundo ele, o Conselho Universitário só terá condições de avaliar se a proposta vale a pena se tiver esses dados.

“São informações primeiras que a gente precisa, até para a gente ver qual é a expectativa de sucesso dessa alienação, considerando o momento que estamos vivendo e a conjuntura que está colocada”, disse. Ele também avaliou que, embora não se trate de um edifício voltado para fins acadêmicos, os aluguéis geram recursos que complementam o orçamento da universidade e viabilizam suas atividades.

Obras

Uma das 10 obras listadas é a da Escola de Música, para que as atividades da unidade voltem a acontecer no Largo da Lapa. Segundo a pró-reitora Claúdia Cruz, essa é a contrapartida prioritária porque dela depende a desocupação dos dois andares do Ventura Corporate Towers. Além disso, ela lembra que o edifício é destinado a atividades corporativas e que a transferência da Escola de Música foi uma solução emergencial e temporária. “Apesar de todas as adaptações que foram feitas, é um prédio não adequado para atividades acadêmicas”, afirma a pró-reitora.

Também está prevista a conclusão ou construção de instalações para o Centro de Ciências da Saúde, para o curso de dança da Escola de Educação Física e Desportos, para o Instituto de Matemática, para o Instituto de Química, para a Coordenação de Integração Acadêmica de Graduação, para o Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas e para o restaurante universitário anexo à Faculdade de Letras. São obras que acontecerão na Cidade Universitária. Além disso, também foi incluída a construção de um restaurante universitário no campus de Macaé (RJ).

Essa listagem, assim como o cronograma das obras, também tem sido alvo de contestações. Professores do Instituto de Matemática questionam, por exemplo, porque a conclusão do edifício da unidade foi colocada como uma das últimas obras a serem iniciadas. Eles alegam que, embora a obra tenha sido paralisada há mais de 10 anos, falta pouco para finalizá-la. O professor Gregório Malajovich afirma que houve uma grande evasão de docentes nos últimos anos, o que evidenciaria a urgência. “Estamos perdendo pesquisadores em massa por problemas de infraestrutura”.

A retirada das obras do Instituto de Nutrição, que chegou a constar em versões preliminares da lista, foi lamentada pela professora Avany Fernandes Pereira. Houve ainda docentes que criticaram a disputa interna pelos recursos e se manifestaram contra a venda dos 11 andares, alegando que a UFRJ perderá uma receita importante e não resolverá os seus problemas que deveriam ser equacionados junto ao orçamento federal.

Respondendo às manifestações, a pró-reitora Cláudia reiterou que a lista de contrapartidas levou em consideração diretrizes do Plano Diretor. “Precisaríamos de três ou quatro Venturas para atender todo mundo. Qualquer escolha que a gente fizesse seria passível de questionamento. O olhar da gestão foi trazer os critérios mais técnicos possíveis para propor essa listagem”.

Licitação

Para fazer a modelagem do negócio de licitação, a UFRJ contratou o BNDES. A instituição financeira, por sua vez, abriu um edital para subcontratar um responsável por atuar em três frentes: arquitetura, serviços legais e serviços econômicos financeiros. A concorrência foi vencida pelo Consórcio EY, Demarest e Fernandes, liderado pela consultoria Ernst Young e composto ainda pelas empresas Fernandes Arquitetos Associados e Almeida, Rotenberg e Boscoli Sociedade de Advogados.

Conforme a proposta desenvolvida, a venda dos 11 andares se dará em bloco. Ou seja, só é possível arrematar todos eles juntos. Caso exista mais de um interessado, vencerá a disputa aquele que, além de se comprometer com as 10 contrapartidas, oferecer o maior valor adicional em dinheiro.

Além disso, os atuais locatários poderão cobrir a melhor oferta caso queiram exercer a preferência. Atualmente, alugam andares da UFRJ seis empresas: IRB Brasil, Karoon Petroleo & Gás, EDF Norte Fluminense, Confab Industrial, Trident Energy e Maersk Suply & Service. Conversas informais também já foram realizadas com o grupo canadense Brookfield, que detém a propriedade do restante do edifício. A UFRJ acredita que ele pode se interessar em assumir seus 17%, tornando-se assim o único dono do Ventura Corporate Towers.

O vencedor da disputa deverá assinar um contrato assumindo os riscos de eventuais sobrecustos nas 10 obras listadas. Além disso, ele receberá a posse de cada um dos 11 andares de forma gradativa, à medida que forem avançando nas contrapartidas. A escritura definitiva deverá ser formalizada ao final do processo.

No ano passado, também dentro do Projeto de Valorização do Patrimônio da UFRJ, foi assinado o contrato de cessão de uso por 30 anos do local onde funcionava o Canecão, casa de espetáculos localizada no campus da Praia Vermelha e fechada definitivamente em 2010 devido à deterioração. A concorrência foi vencida pelo consórcio Bônus-Klefer. Ele irá construir um novo equipamento cultural e, após a conclusão da obra, poderá explorá-lo comercialmente pelas três décadas seguintes. Como contrapartida, também deverá entregar um restaurante universitário e dois prédios acadêmicos no campus da Praia Vermelha.

“O Canecão nunca foi nosso de verdade. Nunca tivemos um espaço lá para mostrar nossa cultura, nossas artes. As administrações anteriores mal pagavam o que devia à UFRJ. Agora, o salão principal do Canecão, que caberá 3,5 mil pessoas sentadas e 6 mil em pé dependendo do tipo de espetáculo, poderá ser usado pela universidade por 50 dias ao ano. Teremos que ter muitas ações para preencher todos esses dias. Queremos espetáculos gratuitos para a comunidade”, disse o reitor Ronaldo Medronho.

Correios doam 21,5 mil livros para abastecer bibliotecas no RS


Ginasta Bárbara Domingos fatura bronze em etapa da Copa do Mundo

Os Correios doaram 21,5 mil livros para o Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Rio Grande do Sul, depois da situação de calamidade pública devido às chuvas volumosas que atingiram o estado, em maio deste ano.

As obras doadas pela empresa pública são de diversas áreas do conhecimento, como administração, biografias, espiritualidade, filosofia, história, literatura, matemática, psicologia e sociologia.

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O primeiro lote de livros foi entregue na terça-feira (9), ao Instituto Cervantes de Porto Alegre (RS), organização sem fins lucrativos vinculada ao governo da Espanha. A instituição de ensino fará a triagem e a distribuição do material a 44 bibliotecas de escolas públicas afetadas pelas cheias.

Os títulos pertenciam ao acervo das bibliotecas dos Correios nos Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, além da região metropolitana de São Paulo e estavam armazenados no campus da Universidade Corporativa dos Correios, em Brasília.

Recomposição de acervo

Outra ação promovida para recomposição do acervo de 138 bibliotecas escolares destruídas pelas enchentes, nos municípios gaúchos, é a campanha Mochila Cheia, coordenada pela Secretaria da Educação (Seduc) do Rio Grande do Sul.

A lista completa dos livros aceitos para doação está disponível no site da Seduc.

Em Porto Alegre, o ponto de coleta da campanha é a Escola Estadual Maria Thereza da Silveira, que funciona de segunda a sexta-feira, das 10h às 16h. No interior do estado, as doações são organizadas pelas respectivas coordenadorias Regionais de Educação.

Distribuição de kits escolares

A Campanha Mochila Cheia também entregou, nesta quinta-feira (11), os primeiros kits escolares para crianças e jovens atingidos pelas enchentes, montados a partir das doações de pessoas físicas e jurídicas, como entidades, associações e instituições da sociedade civil.

Os primeiros beneficiados foram os estudantes abrigados no Centro Esportivo Sesi Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre.

A meta da Secretaria da Educação estadual é reunir mais de 100 mil kits escolares completos para garantir que os estudantes possam acompanhar as aulas em boas condições.

Até o momento foram doados cerca de 217 mil itens – incluindo mochilas, cadernos, lápis de cor, canetas hidrocor, apontadores, giz de cera, canetas, estojos, lápis preto, lapiseiras, caixas de grafite, borrachas, calculadoras, réguas e garrafas squeezes.

As equipes da secretaria selecionam e organizam os donativos, conforme a idade e a série escolar dos beneficiários.

Futebol: seleção feminina entra em reta final de preparação para Paris


Ginasta Bárbara Domingos fatura bronze em etapa da Copa do Mundo

As 18 jogadoras convocadas pelo técnico Arthur Elias estão reunidas no Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Granja Comary, em Teresópolis (RJ), em preparação para a estreia nos Jogos Olímpicos de Paris. Além do grupo que vai disputar a Olimpíada, Arthur Elias chamou quatro suplentes, que poderão substituir atletas em casos de lesões, e outras oito jogadoras que vão vivenciar o período de concentração e auxiliar a comissão técnica nos treinos. 

O grupo finaliza o treinamento na próxima quarta-feira (17), data em que embarca para Bordeaux, cidade francesa que será a base da seleção durante os Jogos. 

A apresentação das atletas na Granja Comary começou no último dia 4 e o grupo ficou completo seis dias depois com a chegada das jogadoras que atuam nos Estados Unidos, incluindo a rainha Marta, que disputará a sexta Olimpíada da carreira. 

Em entrevista à CBF TV, Marta disse que a alegria é em vestir a camisa da seleção é sempre mesma. A primeira vez que representou o Brasil em Jogos Olímpicos foi em 2004, na edição de Atenas.

“Na minha primeira [Olimpíada], eu tinha 18 anos e tudo era novo pra mim. Eu estava descobrindo sobre o futebol feminino brasileiro. Eu já atuava na Suécia, mas tinha pouca oportunidade de estar na Seleção, que jogava menos naquela época, os amistosos eram em menor número. Hoje, a bagagem é um pouco maior, com muito mais experiência, e isso faz com que a gente saiba da responsabilidade, mas com tranquilidade”, pontuou a jogadora premiada seis vezes melhor do mundo. 

O Brasil está no Grupo C do futebol feminino da Olimpíada,  ao lado de Nigéria, Japão e da atual campeã mundial Espanha. A seleção estreia no dia 25 de julho contra a Nigéria, no Estádio de Bordeaux. Três dias depois, o país enfrenta o Japão no Parque dos Princípes e no dia 31 de julho encara a Espanha, encerrando a fase de grupos, novamente no Estádio de Bordeaux. 

Gabi Portilho - atacante - seleção brasileira feminina de futebol - treino na Granja Comary, em 11/07/2024
Gabi Portilho - atacante - seleção brasileira feminina de futebol - treino na Granja Comary, em 11/07/2024

A atacante Gabi Portilho vive a expectativa de disputar a primeira Olimpíada na carreira. “Minha ficha não caiu ainda, acho que só vai cair quando chegar lá” disse a jogadora, que já trabalhou sob comando de Athur Elias quando ele treinava o time feminino do Corinthians – Fabio Souza/CBF/Direitos Reservados

A equipe convocada pelo técnico Arthur Elias mescla veteranas como Marta, Adriana e Tamires com atletas que representam a renovação da seleção, como Jheniffer, Tarciane e Gabi Portilho. Estreante em Olimpíadas, Gabi Portilho atacante do Corinthians, conhece o trabalho de Elia, com que já trabalhou no time feminino do Timão. Ele comandou As Brabas – apelido da equipe – até 2023 e possui trajetória vitoriosa. 

“Estou muito feliz. Minha ficha não caiu ainda, acho que só vai cair quando chegar lá. A gente está super bem. É um grupo forte. Independente de quantas atacantes tiverem a gente é uma só. Isso faz a diferença lá, todo mundo trabalhando junto, se dedicando. Acho que a gente vai surpreender”, afirmou Portilho.

Brasil fecha delegação para Paris 2024 com inédita maioria de mulheres


Ginasta Bárbara Domingos fatura bronze em etapa da Copa do Mundo

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fechou a lista de atletas que representarão o país nos Jogos de Paris, que começam daqui a 15 dias. E pela primeira vez na história, a presença feminina superou a masculina. Do total de 277 atletas classificados, 55% são mulheres, 8% a mais que o registrado na última edição dos Jogos, em Tóquio.

Entre os fatores que contribuíram para mais atletas mulheres em Paris está a classificação em esportes coletivos, que detêm o maior número de vagas. As brasileiras disputarão as competições de futebol, vôlei, handebol e rugby. Já os homens só asseguram presença no vôlei e no basquete.

Com a ascensão de atletas brasileiras também aumenta a expectativa por conquista de mais medalhas que os homens. Além disso, grandes nomes do esporte nacional são mulheres que despontam como favoritas ao pódio, como Rebeca Andrade (ginástica artística), Beatriz Ferreira (boxe), Rayssa Leal (skate street), Ana Marcela Cunha (maratona aquática) e a dupla Ana Patrícia/Duda (vôlei de praia).

“Existe sim uma chance real de termos mais medalhistas mulheres do que homens pela primeira vez em Jogos Olímpicos. No Pan de Santiago já tivemos mais medalhas de mulheres, foi a primeira vez em um evento multiesportivo que isso aconteceu. E a chance de acontecer isso em Paris também é grande, porque temos mais mulheres na delegação e temos muitas delas com histórico recente de grandes desempenhos em nível internacional”, analisou  Rogério Sampaio, diretor-geral do COB e chefe da Missão Paris 2024.

Vila Olímpica

A equipe da ginástica artística será a primeira do Time Brasil a entrar na Vila Olímpica, no bairro de Saint Denis, subúrbio parisiense, às margens do Rio Sena. A chegada dos atletas brasileiros em Paris está prevista para a próxima quinta-feira (18).

Modalidades com brasileiros

O Brasil competirá em 39 modalidades, entre elas o judô, que mais vezes subiu ao pódio olímpico. Foram ao todo 24 medalhas (quatro ouros, três pratas e sete bronzes). Vela e atletismo aparecem em segundo lugar, com 19 medalhas cada. Confira a lista completa de modalidades com presença brasileira.

Lula assina decreto reajustando Bolsa Atleta em 10,86%


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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta quinta-feira (11), no Palácio do Planalto, em Brasília, atletas que vão representar o Brasil nas Olimpíadas e Paralimpíadas de Paris, na França. No encontro, Lula assinou decreto que reajusta em 10,86% o Bolsa Atleta, programa que completa 20 anos em 2024 e estava há 14 anos sem reajuste.

“Quando nós resolvemos criar o Bolsa Atleta era porque a cultura brasileira, muitas vezes, ela não leva em conta que, antes das pessoas virarem importantes, famosas e terem patrocínio privado, muitas pessoas não tinham sequer um tênis para praticar o seu esporte. O empresário não tem nenhuma obrigação de olhar para um atleta que não tem medalha de ouro, mas o Estado brasileiro e o seu governo eles têm que olhar para todos os atletas e mais para aqueles que podem, no futuro, ganhar medalha de ouro se eles tiverem condições de praticar esporte”, disse o presidente.

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“Se ele tiver condições, numa cidade pequena do interior, de ter um salário que ele possa comer as calorias e as proteínas necessárias, que ele possa fazer academia que ele precisa fazer, que ele possa nadar, correr, lutar; se você não garantir essa oportunidade para as pessoas esse país sempre vai ficar fora das disputas principais”, acrescentou o Lula.

Medalha

Emocionado, o presidente lembrou da sua participação na cerimônia que elegeu o Rio de Janeiro como sede do Jogos Olímpicos de 2016 e disse que o governo quer contribuir para que o Brasil suba no quadro de medalhas.

“Mas também, se não ganhar uma medalha, ninguém fica diminuído porque não ganhou uma medalha. O castigo de quem não ganha medalha é o sofrimento interior, é a mágoa, é a frustração […]. Se a gente não ganhar, o que valeu, na verdade, foi a dedicação, foi o esforço, foi a perseverança. E quando a gente consegue ver pessoas comprometidas com o esporte, a gente tem noção de que está livrando as pessoas de droga, está livrando as pessoas de promiscuidade. É isso que a gente tem que apostar”, ressaltou o presidente.

Os Jogos Olímpicos começam no dia 26 de julho e vão até 11 de agosto. A delegação brasileira conta com 277 atletas, sendo 153 mulheres e 12 homens. Já as paralimpíadas serão realizadas de 28 de agosto a 8 de setembro, com 124 atletas brasileiros.

Lula foi convidado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para acompanhar o evento, mas não irá a Paris para os jogos. O governo brasileiro será representado pelo ministro do Esporte, André Fufuca, e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, representará o presidente Lula. “Vou ver as olimpíadas pelos olhos da Janja”, disse o presidente.

Bolsa Atleta

Atualmente, mais de nove mil esportistas recebem o Bolsa Atleta, que varia de R$ 370 a R$ 15 mil. Os novos valores, com reajuste, começam a ser pagos em agosto para todas as categorias do incentivo: Estudantil, Base, Nacional, Internacional e Olímpica/Paralímpica.

O reforço também vale para a Bolsa Pódio, a categoria mais alta do programa, voltada a atletas classificados entre os 20 primeiros do ranking mundial de suas modalidades e com mais chances de conquistar medalhas nos grandes eventos internacionais.

A judoca Rafaela Silva recebe o auxílio há 15 anos e vai participar de sua terceira olimpíada. “É muito importante para uma atleta de alto rendimento você ter uma segurança, uma tranquilidade de poder se preparar, de se dedicar só ao seu sonho que, no meu caso, é treinar judô. Porque tenho a segurança de ter o meu Bolsa Atleta, meu Bolsa Pódio, todo mês na minha conta, que eu posso ajudar minha família e no meu material do trabalho”, disse.

Rafaela tem uma carreira promissora e, em 2008, tornou-se campeã mundial sub-20. Três anos mais tarde, já entre os adultos, foi prata no campeonato mundial, na França. Nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, acabou desclassificada, mas, no ano seguinte, tornou-se a primeira judoca brasileira campeã mundial. Nas olimpíadas do Rio, em 2016, conquistou a medalha de ouro em sua cidade natal. Em 2022, ganhou novamente o título mundial.

O ex-atleta paralímpico e presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, destacou que o Bolsa Atleta tem sido crucial para a formação de atletas de elite no Brasil e que muitos dos esportistas que conquistaram medalhas em competições são beneficiários do programa.

Segundo ele, em 2021, dos mais de 300 atletas que foram para as olimpíadas de Tóquio, 242 recebiam a bolsa. Já nos Jogos Pan-Americanos e Parapan-americanos de Santiago, em 2023, 90% dos medalhistas contam com o auxílio.

Cidadania

O ex-jogador de futebol de cegos afirmou ainda que o esporte é capaz de entregar cidadania para as pessoas, “para tantos brasileiros que, por sua deficiência, ainda são invisíveis no nosso país” e agradeceu o apoio do governo brasileiro ao CPB.

Conrado falou sobre a melhora no desempenho dos atletas paralímpicos brasileiros ao longo das últimas edições dos jogos olímpicos, saindo do 24º lugar em Sydney, em 2000, para o sétimo lugar em Tóquio, em 2021.

“Ao longo dessa jornada, o Bolsa Atleta foi o principal instrumento que garantiu, primeiro, condições para que os atletas pudessem desenvolver suas atividades, pudessem treinar com tranquilidade e tão bem representar o nosso país. E, segundo, garantir dignidade para esses atletas, garantir que eles pudessem ter um suprimento de qualidade, que eles tivessem o alimento adequado para performar melhor. Então, realmente o Bolsa Atleta, hoje, é um dos principais instrumentos que vem levando o Brasil a vitórias e eu espero que, em Paris, não seja diferente”, finalizou.

Museu do Futebol reabre com espaço a Pelé e ao futebol feminino


Ginasta Bárbara Domingos fatura bronze em etapa da Copa do Mundo

O novo Museu do Futebol quer comprovar, em sua reabertura, que o futebol é parte inseparável da cultura brasileira e que pode também ser espaço importante para discussões sobre o racismo e o protagonismo das mulheres. “O conhecimento do Brasil passa pelo futebol”, escreveu o romancista José Lins do Rego.

Após um período fechado para reformas, o Museu do Futebol reabre ao público nesta sexta-feira (12) renovado. O museu se tornou mais diverso, inclusivo e divertido, ganhando novas salas, mais recursos de acessibilidade e dedicando espaço especial ao ex-jogador Edson Arantes do Nascimento, Pelé, que morreu em 2022.

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O Rei Pelé, inclusive, continua dando as boas-vindas ao público, logo na entrada do museu. A Rainha Marta, jogadora brasileira considerada seis vezes a melhor do mundo, recepciona o público na última sala. Projetada em tela de tamanho natural, Marta se despede do público ao fim do percurso de visitação falando em português, inglês, espanhol e em libras, convidando o visitante a retornar ao museu.

“Não queríamos perder todo o conceito que já existia. Ele é um museu que foi inaugurado há 15 anos, mas continua muito moderno até hoje. Só que, naquele tempo, ninguém dava a devida importância ao futebol feminino. A gente não falava sobre – embora já existisse – o racismo no futebol. Era um museu muito voltado ao futebol masculino e que tinha pouca representatividade. A ideia era mudar tudo isso e trazer o futebol para um mundo mais moderno”, disse Marcelo Duarte, um dos curadores do museu.

Além do futebol feminino, o Museu do Futebol pretende também abrir  novas discussões que passaram a se tornar cruciais no futebol.

“O novo museu traz temas contemporâneos, temas difíceis. Falar de racismo no futebol é super importante. Falar sobre xenofobia, que os jogadores brasileiros vivem no exterior, também. O museu não terá uma sala específica para isso, mas vai construindo esse diálogo porque nossa ideia é que, na próxima renovação, a gente possa trazer os resultados dessas lutas”, disse Marília Bonas, diretora técnica e uma das curadoras da instituição.

São Paulo (SP), 10/07/2024 - Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
São Paulo (SP), 10/07/2024 - Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo – Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto Rovena Rosa/Agencia Brasil

Para ela, um dos papéis desse novo museu será o de permear o diálogo entre a sociedade e esses temas. “[Queremos estabelecer] um diálogo educativo, de construção, de letramento, de percepção e de empatia sobre todos esses assuntos. O futebol é caminho para abordar todas essas questões difíceis da própria sociedade”.

Localizado no Mercado Livre Arena Pacaembu, antigo Estádio do Pacaembu que ainda está em obras, o museu é um dos mais visitados da capital paulista. Entre os anos de 2022 e 2023, por exemplo, passaram por ele mais de 675 mil pessoas.

As obras do novo Museu do Futebol tiveram início em novembro de 2023, mas a concepção do projeto começou há mais de dois anos e envolveu o licenciamento de mais de 1,5 mil imagens, a produção de mais de 60 vídeos e a criação, revisão e tradução de 136 novos textos. O projeto, que recebeu investimento total de R$ 15,8 milhões da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo, foi coordenado pelos curadores Leonel Kaz, Marcelo Duarte e Marília Bonas. A direção artística ficou a cargo da cineasta Daniela Thomas e Felipe Tassara, com comunicação visual de Jair de Souza.

São Paulo (SP), 10/07/2024 - Marília Bonas é uma das curadoras do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
São Paulo (SP), 10/07/2024 - Marília Bonas é uma das curadoras do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo – Marília Bonas é uma das curadoras do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto Rovena Rosa/Agencia Brasil

“O museu agora se aprofunda. Ele traz temáticas mais contemporâneas, como as identitárias e as temáticas da presença do povo brasileiro anônimo dentro da construção do desenvolvimento cultural e econômico do país. Traz também a presença do futebol feminino com intensidade. E eleva a Sala Pelé a um grande acontecimento dentro do conjunto”, disse Leonel Kaz, em entrevista à Agência Brasil.

Homenagem e destaque

Pelé recebeu homenagem especial no museu: a Sala Pelé, totalmente dedicada à sua história. Considerado o atleta do século 20 pelo Comitê Olímpico Internacional, a trajetória do ex-jogador é apresentada em fotografias e vídeos. No alto da parede, uma “coroa” apresenta a majestade do futebol: é é nela que surge o texto “Pelé, o rei do futebol” escrito em inglês, espanhol e português.

“O Pelé é um fenômeno único. Onde ele passava, tudo parava. Tinha um carisma extraordinário. Foi um garoto que, com 17 anos, ganhou a Copa do Mundo, passando a representar alguma coisa que era uma esperança, um companheirismo dentro do jogo. Ele nunca foi um jogador de individualidade. Ele sempre jogou com o todo da equipe. Representa o gesto comunitário brasileiro, que é muito raro. Representa algo que o brasileiro sonha. Alguém que, pelo esporte, pela inteligência e capacidade de lidar com o outro, foi capaz de demonstrar que o brasileiro era alguma coisa. O Pelé surge em um momento histórico, após a derrota da Copa de 50, junto com um time inacreditável, mas acaba se transformando em mito”, descreveu Kaz.

Nessa seção também se encontra a camisa vestida por Pelé na final da Copa de 70, na qual o Brasil se sagrou campeão. 

São Paulo (SP), 10/07/2024 - Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
São Paulo (SP), 10/07/2024 - Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo – Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto Rovena Rosa/Agencia Brasil

Já as mulheres começaram a ter mais destaque dentro do museu, ocupando vários espaços. Na Sala das Origens, por exemplo, há imagens raras que mostram mulheres brasileiras jogando futebol a partir de 1920 – por enquanto, os registros mais antigos de que se tem notícia. A fachada do museu também foi decorada, como preparação para a Copa do Mundo de Futebol Feminino que vai ser realizada no Brasil em 2027.

“O museu começou, em 2015, a colecionar e recolher informações sobre a história do futebol de mulheres”, disse Marília Bonas, diretora técnica e uma das curadoras do Museu do Futebol. “Em 2019, houve a primeira grande exposição temporária [sobre futebol feminino] que foi a Contra-ataque. Em 2023, o museu já tinha encontrado esse lugar de protagonismo nessa história, com a exposição Rainhas de Copas. E agora, finalmente, conseguimos trazer esses nove anos de pesquisa do museu na exposição principal. Contamos essa história de resistência do futebol feminino nessa sala especial, que está dentro da Sala das Copas”, afirmou.

São Paulo (SP), 10/07/2024 - Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
São Paulo (SP), 10/07/2024 - Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo – Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto Rovena Rosa/Agencia Brasil

Novidades

Entre as novidades do Museu está a Sala Raízes, que reúne mais de 100 fotografias e um filme produzido pelo cineasta Carlos Nader. “O futebol aqui é reconhecido como elemento definitivo da cultura brasileira. O futebol é colocado no mesmo patamar que as artes, a literatura, o teatro e o cinema. E essa é a função do museu: mostrar o futebol que habita cada um de nós, que é parte do nosso dia a dia”, disse Kaz.

A Sala das Origens, que conta a trajetória do esporte desde o século 19 até os anos 1930, passou por reformulação, dando mais ênfase ao futebol feminino. Entre os grandes marcos dessa história está o decreto assinado por Getúlio Vargas, em 1941, que vetou a prática da modalidade por mulheres. A justificativa era de que o esporte seria “incompatível com as condições de sua natureza”. O veto durou quatro décadas. “A Sala das Origens, que traz informações sobre como começa o futebol no Brasil, é aprofundada por um vídeo que fala dos primórdios do futebol feminino”, acrescentou Kaz.

Na antiga Sala das Copas, o futebol feminino também vira protagonista, ocupando quatro módulos – Defesa, Drible, Contra-Ataque e Gol. Aqui também o futebol feminino brasileiro é apresentado como sinônimo de resistência, já que entre os anos de 1941 e de 1988 ele era proibido de ser praticado no país. Além disso, a sala passou a apresentar todas as copas femininas que foram realizadas desde 1991. “O futebol feminino já vinha sendo colocado aos poucos. Na Sala das Copas, por exemplo, uma das mais queridas do pessoal, tínhamos os totens com as copas masculinas. Agora, essas estruturas se dividem entre copas masculina e feminina. E, nesse espaço, a gente explica para o visitante porque temos Copa do Mundo masculina desde 1930 e as femininas desde 1991”, disse Duarte.

Um novo espaço é a Sala Dança do Futebol, que permite que se escolham vídeos que documentam situações memoráveis do futebol brasileiro como gols históricos, dribles ou comemorações inesquecíveis.

O antigo espaço Números e Curiosidades foi substituído por Almanaque da Bola e passa agora a apresentar curiosidades, histórias, desafios e testes sobre temáticas relacionadas a questões contemporâneas do esporte, como visibilidade das modalidades adaptadas para pessoas com deficiência e o problema do racismo. Uma das telas expostas nessa sala, por exemplo, cita uma frase do jogador brasileiro Vinicius Júnior, estrela da seleção brasileira e do Real Madrid, e importante voz na luta contra o racismo no mundo: “Repito para você, racista: eu não vou parar de bailar. Seja no sambódromo, no Bernabéu ou onde eu quiser”.

A história recente do futebol brasileiro também é abordada na instalação O Brasil no Mundo, que traz vídeos com depoimentos de jogadores que passaram por clubes fora do país e mostram como os brasileiros são reconhecidos no exterior.

Encerrando o espaço expositivo do museu, há a nova sala Jogo de Corpo, com possibilidades interativas. Além do Chute a Gol, que já existia na antiga versão, há também o Jogo da Velha e um local onde sua imagem pode ser projetada na parede, com fundo escolhido por você como, por exemplo, a arquibancada do Pacaembu. “Os pais vão ter que vir para cá com bastante tempo porque as crianças não vão querer ir embora depois”, brincou Marcelo Duarte.

Visitantes

Quem teve a oportunidade de conhecer o novo museu foi Célia Martins Mazaro, 47 anos, de Urupês, no interior de São Paulo. Ela veio, em viagem de turismo, para a capital paulista junto com seu filho José Mazaro Neto, de 11 anos. “Um dos pontos que a gente queria visitar era o museu. Ele estava fechado por causa da reforma, mas tivemos a oportunidade de entrar agora e está sendo emocionante”, contou a mãe. “É impressionante tudo isso em um lugar só”, completou o filho, santista de coração e fã de Pelé. “Gostei muito de ver a história do Pelé”, disse ele.

Quem também esteve no local foi o ex-jogador de futebol e atual comentarista esportivo Silas, que representou a seleção em copas do mundo. “O novo museu é muito lindo e com as novidades sobre o futebol feminino e a homenagem mais do que merecida a Pelé, nosso eterno Rei. Fiquei bem emocionado. Passei e vi minha história também: eu participei da Copa de 1986, no México, e da Copa de 1990, na Itália. É sempre uma alegria ver companheiros nossos ali”, disse à Agência Brasil.

São Paulo (SP), 10/07/2024 - Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
São Paulo (SP), 10/07/2024 - Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo – Reabertura do Museu do Futebol no Pacaembu. Foto Rovena Rosa/Agencia Brasil

“Acho que os clubes poderiam trazer seus jovens jogadores aqui para o museu, para que possam olhar um pouco e ver que foi com muito sacrifício que isso aqui aconteceu. Temos visto muitas seleções, consideradas menores que a gente, andando um passo adiante, e a gente ficando no meio do caminho. Falta um pouco desse amor à camisa, dessa paixão, de saber que somos brasileiros e de que, aqui, nada aconteceu com facilidade”, lembrou o ex-jogador.

O Museu do Futebol tem entrada gratuita às terças-feiras. Para celebrar sua renovação, será também gratuito nos dias 12, 13 e 14 de julho. Mais informações podem ser obtidas no site www.museudofutebol.org.br

Justiça solta técnico preso por suspeita de injúria racial após jogo


Ginasta Bárbara Domingos fatura bronze em etapa da Copa do Mundo

O Tribunal de Justiça da Bahia concedeu nesta quarta-feira (10) liberdade provisória ao técnico português Hugo Miguel Duarte Macedo – treinador do time feminino do JC Futebol Clube – preso em flagrante na última segunda (8) por suspeita de injúria racial contra a zagueira do Bahia Suelen Santos. O fato ocorreu após a partida dos dois clubes pelas quartas de final da Série A2 (segunda divisão) do Campeonato Brasileiro Feminino, no Estádio de Pituaçu, em Salvador.

Após audiência de custódia, a juíza Marcela Moura França determinou o cumprimento de várias medidas cautelares para a soltura do treinador, como o pagamento de fiança no valor de 30 salários mínimos (o equivalente a R$ 42 mil) e o compromisso de manter distância de pelo menos 200 metros da vítima, no caso Suelen Santos. O técnico, de 44 anos, também terá de comparecer a cada dois meses em juízo pelo prazo de um ano e não poderá se ausentar de Manaus (AM), onde vive, sem prévia permissão da Justiça.

Suelen Santos foi alvo de ofensas racistas proferidas pelo técnico Hugo Duarte, do JC Futebol Clube-AM, derrotado pelo Bahia nas quartas de final da Série A2 do Brasileiro Feminino
Suelen Santos foi alvo de ofensas racistas proferidas pelo técnico Hugo Duarte, do JC Futebol Clube-AM, derrotado pelo Bahia nas quartas de final da Série A2 do Brasileiro Feminino

Suelen Santos afirma ter sido  alvo de ofensas racistas proferidas pelo técnico Hugo Duarte, do JC Futebol Clube-AM, que foi derrotado pelo Bahia  no placar agregado das  quartas de final da Série A2 do Brasileiro Feminino – Reprodução Instagram/@su_oficial01

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Na noite da última segunda (8), ao fim do jogo da volta das quartas de final da Série A2, o time feminino do Bahia comemorava o acesso à Série A1 (primeira divisão) do Brasileiro em 2025, quando começou uma confusão. O jogo terminou empatado sem gols, mas o Bahia, também conhecido como “Mulheres de Aço”, se classificou às semifinais pois já vencera o primeiro jogo por 2 a 0.

Houve bate-boca entre jogadoras do Bahia e Hugo Duarte, técnico do time amazonense. Em meio ao tumulto, Suelen relatou à arbitra ter sido alvo de xingamento racista por parte de Duarte. A Polícia Militar foi chamada ao estádio e encaminhou Suelen, o técnico Duarte e testemunhas à Central de Flagrantes, onde o boletim de ocorrência foi registrado. Hugo Duarte negou os xingamentos de cunho racista, mas foi preso por suspeita de injúria racial.

Nesta quarta (10), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da Bahia manifestou apoio à Suelen Santos e demais jogadoras do Mulheres de Aço, em nota oficial publica no site da entidade.

“Além do comportamento machista e misógino contra as jogadoras do time baiano, o técnico, ao proferir injúrias racistas na tentativa de depreciar a honra da jogadora, demonstra seu total despreparo para exercer um cargo que deve primar pelo respeito à função social do esporte e a coletividade. O futebol feminino é um espaço de empoderamento e fortalecimento da pluralidade e diversidade de todas as mulheres, e não pode admitir atitudes racistas e machistas, principalmente quando tomadas por pessoas que deveriam ser exemplo na luta contra o preconceito”.

Na noite de segunda (8), os clubes Bahia e JC Futebol Clube também repudiaram o ocorrido por meio de notas oficiais publicadas nas redes sociais. No dia seguinte, Suelen Santos também recorreu às redes sociais para se manifestar a respeito do episódio no Estádio do Pituaçu. 

“A Constituição Brasileira delineia o direito de ser tratado como igual perante os demais membros da sociedade, sem discrição de etnia e raça”, defendeu a atleta.” A naturalização que foi proferida mais de uma vez pela expressão racista “macaca” tenta silenciar a minha figura como mulher preta no esporte, porém o ato denúncia é a arma que tenho para combater o racista”.