Category Added in a WPeMatico Campaign

São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo


Logo Agência Brasil

Com vitórias na manhã desta terça-feira (31) tanto na prova masculina quanto na feminina, os quenianos mantiveram a hegemonia na Corrida Internacional de São Silvestre.

Desde que estrearam na competição, em 1992, eles detém 19 vitórias na prova feminina e 18 na masculina. Um dos maiores vencedores da corrida, com cinco vitórias, também é queniano: Paul Tergat, que conquistou o pódio em 1995, 1996, 1998, 1999 e 2000.

Notícias relacionadas:

Nesta terça-feira, a queniana Agnes Keino venceu os 15 quilômetros da tradicional prova de rua de São Paulo em 51 minutos e 25 segundos. A segunda colocação também foi de uma queniana, Cynthia Chemweno, com o tempo de 52 minutos 11segundos. Já no masculino, a vitória foi do queniano Wilson Too, com o tempo de 44 minutos e 21 segundos.

Dentre as brasileiras, Nubia de Oliveira Silva ficou com a terceira colocação finalizando a prova em 53 minutos e 24 segundos; e Tatiane Raquel da Silva em quinto, com o tempo de 53 minutos 51 segundos.

“Colocar duas brasileiras entre as cinco melhores foi um dia especial”, disse Tatiane, em entrevista coletiva concedida ao final da prova.


São Paulo (SP), 31/12/2024 - Podio feminino, 1º lugar: Agnes Keino (Quênia) (e), 3º lugar: Núbia de Oliveira (Brasil) (c) e 5º lugar: Tatiane Raquel da Silva (Brasil) (d) após 99ª Corrida Internacional da São Silvestre. A tradicional corrida de rua tem expectativa de receber cerca de 37.500 corredores, público recorde.
O percurso da São Silvestre tem largada na Avenida Paulista (entre as ruas Frei Caneca e Augusta), vai até o Centro histórico e volta para a Paulista pela subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio - difíceis quilômetros finais. Acaba em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Brasileiras Núbia de Oliveira e Tatiane Raquel da Silva comemoram pódio liderado pela queniana Agnes Keino. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil – Paulo Pinto/Agência Brasil

“Quando cheguei na Brigadeiro [a subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, que termina com a chegada na Avenida Paulista] vi que as estrangeiras estavam cerca de 100 metros na minha frente. Mas vi que era possível chegar na terceira colocação. Com o incentivo do público, aumentei o ritmo e, quando vi que a gente ia entrar na Avenida Paulista, saiu uma força muito grande de mim”, contou Nubia, que conquistou a terceira posição cinco segundos à frente da tanzaniana Anastazia Dolomongo.

No masculino, o brasileiro melhor colocado foi Johnatas de Oliveira Cruz, que alcançou o quarto lugar do pódio, com o tempo de 45 minutos e 32 segundos. No ano passado, ele também havia sido o melhor brasileiro da São Silvestre, mas na sexta posição.

“Este ano a gente mostrou que estamos mais perto de quebrar essa hegemonia [de vitórias de atletas africanos]. Temos que focar três meses antes para a São Silvestre. É foco, cabeça tranquila e o principal: muita mentalidade”, disse ele.


São Paulo (SP), 31/12/2024 - 4º lugar: Johnatas Cruz (Brasil)durante premiação após  99ª Corrida Internacional da São Silvestre. A tradicional corrida de rua tem expectativa de receber cerca de 37.500 corredores, público recorde.
O percurso da São Silvestre tem largada na Avenida Paulista (entre as ruas Frei Caneca e Augusta), vai até o Centro histórico e volta para a Paulista pela subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio - difíceis quilômetros finais. Acaba em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Johnatas Cruz durante premiação após 99ª Corrida Internacional da São Silvestre. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Segundo os corredores, o grande destaque da prova de hoje foi a empolgação do público: “adorei a prova porque tinha muita torcida ao longo do percurso”, comentou Cynthia.

“A São Silvestre é uma energia boa, que arrepia ao subir a Brigadeiro. É uma energia muito grande”, completou Tatiane.

Calor

Os atletas de alto rendimento também concordam que o calor foi a principal dificuldade para completar a corrida. “Senti o clima a partir dos 10 quilômetros, quando começou a ficar mais quente. Aproveitei para me hidratar bastante durante a prova. Quando chegamos na Brigadeiro, eu já estava cansada e não consegui brigar até o final. O clima pesou bastante para todo mundo”, disse Tatiane.

“Estou muito feliz. A corrida foi boa. Mas a condição do tempo foi difícil por causa do calor”, concordou a campeã feminina da prova, Agnes Keino.

“O clima estava mais quente do que no ano passado. Mas pretendo voltar no ano que vem”, afirmou o campeão da prova masculina, que usou a São Silvestre como preparação para a Maratona de Sevilha, na Espanha.

O Brasil não alcança o topo do pódio da São Silvestre há muitos anos. No masculino, a última vitória foi em 2010, quando Marilson dos Santos conquistou o tricampeonato. No feminino, a última vitória foi em 2006, com Lucélia Peres.

 

São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

Queniano vence e brasileiro chega em quarto lugar na São Silvestre


Logo Agência Brasil

Mais uma vez, os africanos mostraram domínio na mais tradicional prova de rua do Brasil: a Corrida Internacional de São Silvestre. No masculino, a prova foi vencida pelo queniano Wilson Too, que completou a corrida com o tempo de 44 minutos e 21 segundos.

O segundo lugar foi conquistado por Joseph Panga, da Tanzânia, com o tempo de 44m51. Já a terceira posição é do também queniano Reuben Poghisho, que terminou com o tempo de 45m26.

Notícias relacionadas:

O melhor brasileiro na prova foi Johnatas de Oliveira Cruz, que chegou na quarta posição, colado no queniano, com o tempo de 45 minutos e 32 segundos. O quinto colocado foi o queniano Nicolas Kiptoo Kosgei, com 45m41.

A última vez que o Brasil conquistou a São Silvestre no masculino foi em 2010, com a vitória de Marilson Gomes dos Santos.

 


São Paulo (SP), 31/12/2024 - Wilson Too (01) cehga na primeira posição na disputa da 99ª Corrida Internacional da São Silvestre. A tradicional corrida de rua tem expectativa de receber cerca de 37.500 corredores, público recorde.
O percurso da São Silvestre tem largada na Avenida Paulista (entre as ruas Frei Caneca e Augusta), vai até o Centro histórico e volta para a Paulista pela subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio - difíceis quilômetros finais. Acaba em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Queniano Wilson Too chega na primeira posição na disputa da 99ª Corrida Internacional da São Silvestre. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

Brasil volta ao pódio feminino da São Silvestre


Logo Agência Brasil

A brasileira Nubia de Oliveira Silva conseguiu alcançar o pódio da tradicional corrida internacional de São Silvestre, chegando em terceiro lugar, com o tempo de 53 minutos e 24 segundos. Ela conseguiu alcançar o pódio após ter ultrapassado a atleta da Tanzânia, Anastazia Dolomongo, que completou a prova com o tempo de 53m29. Desde 2021 o Brasil não chegava entre as três melhores colocações.


São Paulo (SP), 31/12/2024 - A brasileira Núbia de Oliveira (45) chega na terceira posição na pisputa da 99ª Corrida Internacional da São Silvestre. A tradicional corrida de rua tem expectativa de receber cerca de 37.500 corredores, público recorde.
O percurso da São Silvestre tem largada na Avenida Paulista (entre as ruas Frei Caneca e Augusta), vai até o Centro histórico e volta para a Paulista pela subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio - difíceis quilômetros finais. Acaba em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A brasileira Núbia de Oliveira chega na terceira posição na disputa da 99ª Corrida Internacional da São Silvestre. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Já a também brasileira Tatiane Raquel da Silva chegou na quinta colocação, com o tempo de 53m51.

Notícias relacionadas:

A prova foi vencida pela queniana Agnes Keino, com o tempo de 51m25. Na segunda posição chegou a também queniana Cynthia Chemweno, com o tempo de 52m11.

O Brasil não sobe ao topo do pódio da São Silvestre desde 2006, quando Lucélia Peres foi campeã.

São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

Casal que se conheceu correndo fica noivo na São Silvestre


Logo Agência Brasil

Mais tradicional corrida de rua do Brasil, a São Silvestre ficará centenária em 2025. E em todos estes anos de realização, a competição não perdeu uma característica: reunir uma grande quantidade de corredores anônimos, que participam dela para se divertir, para cumprir uma promessa ou até mesmo por causa da saúde. Há também quem participe da prova para fazer um pedido especial: o de casamento.

Esse foi o caso de Reginaldo Barbosa Pereira, que completará 44 anos de idade nesta quarta (1). Ele, que vive em Santa Luzia (MG), corre a São Silvestre há quatro anos. Neste ano, a prova teve um significado diferente. Ele decidiu pedir a noiva Vanessa Cristina Ferreira, de 33 anos, com quem namora há seis anos, em casamento.

Notícias relacionadas:

“Eu a conheci através da corrida e acho que essa foi uma ocasião especial para pedi-la em casamento”, contou ele à reportagem da Agência Brasil. “E a resposta foi sim, Graças a Deus. Ainda bem que ela aceitou!”.

Analista de recrutamento, Vanessa disse que eles correm a São Silvestre juntos porque “essa é uma corrida incrível”.

“Essa é uma corrida que desperta muitas emoções. Meu avô, que foi minha figura de pai, era esportista e gostava muito dessas coisas. Eu também gosto. Mas a gente corre porque essa é uma corrida sem igual”, disse ela. “E essa São Silvestre está sendo mais do que especial. Não estava esperando isso, não [o pedido de casamento]. Ou melhor, eu esperava o pedido, sim, mas não aqui. Mas isso foi muito especial mesmo. Ele me pediu em casamento hoje, quando completamos seis anos de namoro. Chorei muito. E a resposta foi sim, é claro!”.

Já a técnica de enfermagem Regiane Silva, 58 anos, corre desde 2017 por causa de uma fibromialgia. “Para evitar tomar medicação”, disse.

Ela contou à Agência Brasil que correr a São Silvestre “é espetacular”. “Ela ocorre no último dia do ano e nos desafia a fazer algo diferente. Ela nos motiva. Cada caso é um caso. Cada corredor é uma história diferente. Mas para todas elas não importa se você corre bem ou se corre mal, se você vai caminhar ou correr. Eu mesma não me preparei porque tive um problema de saúde. Eu vou caminhar [este ano] e pegar a minha medalha. E, no ano que vem, que é o centenário [da prova], quero estar aqui de novo”.


São Paulo (SP), 31/12/2024 - Disputa da 99ª Corrida Internacional da São Silvestre. A tradicional corrida de rua tem expectativa de receber cerca de 37.500 corredores, público recorde.
O percurso da São Silvestre tem largada na Avenida Paulista (entre as ruas Frei Caneca e Augusta), vai até o Centro histórico e volta para a Paulista pela subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio - difíceis quilômetros finais. Acaba em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero.
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Disputa da 99ª Corrida Internacional da São Silvestre reúne corredores em São Paulo. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil.

Há também os que participam da prova fantasiados, para “divertir as crianças”. Este é o caso de Miguel dos Santos Rocha, 64 anos, de Paulínia (SP). Esta já é a quinta vez em que ele participa dessa prova. “Todo ano venho fantasiado. E este ano eu vim de Chapolim. No ano passado, eu vim fantasiado de notas antigas de dez reais. Correr fantasiado é mais difícil. Mas eu adoro correr. E a São Silvestre tem um gosto especial. Ela fecha o ano mesmo”, contou ele, que já sofreu dois AVCs (acidente vascular cerebral) e é portador de marcapasso.

O publicitário e escritor Leandro Leal, 47 anos, por sua vez, tem um objetivo especial: correr ao lado do pai, José Batista Leal Filho, 82 anos.

“Corro a São Silvestre, primeiramente, porque este é um evento muito brasileiro e muito paulistano. Acho que quem mora em São Paulo e gosta de correr não pode perder. Aqui tem corredores do Brasil inteiro”, falou. “Mas há três anos meu objetivo é correr sempre com meu pai. Prometi a ele que, enquanto ele quisesse e pudesse, eu ficaria em São Paulo nos finais de ano para correr com ele”.

O preparo para a prova é também especial para eles. “Eu faço um jantar para ele na véspera, com massa e carboidrato. Para o meu pai, tenho essa impressão, é como se fosse uma véspera de Natal para uma criança. Ele vem para cá com o ânimo de uma criança e, para mim, esse é meu maior objetivo”, falou Leandro.

Para o pai, correr a São Silvestre é também qualidade de vida. “Decidi correr após um câncer. O atletismo para mim é qualidade de vida. A São Silvestre é como se fosse um atestado médico”, contou. “Quanto mais fazemos exercícios e mais esporte, mais saúde. O atletismo é muito importante para a vida”.

As histórias são muitas. Mas o objetivo de todos os corredores da São Silvestre é um só: conseguir terminar a prova. O maior obstáculo para isso é o trecho final, a subida da Brigadeiro Luiz Antônio. “Já chegamos na Brigadeiro cansados. Mas apostamos na adrenalina”, brincou José Batista Leal Filho.

São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

Retrospectiva: prata olímpica é o destaque do futebol feminino


Logo Agência Brasil

“Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”. Os versos de “Sujeito de Sorte”, de Belchior, viraram a marca da torcida do Botafogo em 2024. Inquestionável, mas também até que poderiam ser adotados pela seleção feminina de futebol. Em 2023, o Brasil foi eliminado pela Jamaica ainda na fase de grupos da Copa do Mundo Feminina da Austrália e da Nova Zelândia. Uma decepção, já que o esperado era ver o Brasil ao menos avançar às fases finais da competição. Em setembro do mesmo ano, a mudança técnica que colocou Arthur Elias no lugar da sueca Pia Sundhage já estabeleceu um novo esquema de jogo, mas foi em 2024 a consagração do trabalho da comissão técnica da seleção feminina com a celebrada medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Paris. Melhor resultado do Brasil em 16 anos. Há que se ressaltar nessa comissão a entrada de Cris Gambaré na coordenação do futebol de feminina da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em março de 2024. Gambaré e Arthur retomaram a dobradinha vitoriosa que alçou o Corinthians feminino à potência da modalidade na América do Sul.

Internamente a seleção acreditava no pódio olímpico, mas o favoritismo estava mais direcionado às equipes europeias e aos Estados Unidos. O ponto de virada do roteiro épico do Brasil na França começou justamente diante das donas da casa, nas quartas de final, na vitória sobre as francesas por 1 a 0. Na semifinal o Brasil reencontrou uma Espanha para a qual já havia perdido na fase de grupos. E, novamente, as atletas brasileiras foram surpreendentes, superando as campeãs do mundo por 4 a 2. O ouro olímpico inédito ficou muito próximo da realidade na final contra os Estados Unidos. Por isso, o magro revés de 1 a 0 para as norte-americanas sugeriu, a princípio, uma decepção, mas logo a medalha de prata foi muito bem recebida por voltar a trazer o prestígio ao futebol de mulheres brasileiro.

A confirmação do novo patamar foram as indicações e premiações internacionais. No Prêmio Fifa The Best, entregue em dezembro, a atacante Gabi Portilho foi escolhida para seleção ideal. A então jogadora do Corinthians, peça fundamental na conquista da medalha de prata, também encerrou o ano como a 18ª jogadora pelo ranking da Bola de Ouro da revista francesa France Football, apresentado em outubro. Além disso, a brasileira foi anunciada no penúltimo dia de 2024 como nova contratada do premiado Gotham FC, time da cidade de New Jersey que disputa a liga norte-americana.

Ainda pela premiação da Fifa, Marta recebeu o troféu de gol mais bonito. Sim, o Prêmio Marta da entidade máxima do futebol ficou para Marta. Indicado entre os técnicos da modalidade, Arthur Elias ficou em terceiro lugar, enquanto na Bola de Ouro ele foi considerado o segundo melhor técnico de futebol feminino do mundo atrás da britânica Emma Hayes, que comanda a seleção dos Estados Unidos, e que também garantiu a premiação da Fifa.

A trajetória pós-olímpica permaneceu positiva pelas vitórias do Brasil perante Colômbia e Austrália em amistosos. Das quatro partidas, a seleção brasileira venceu três e empatou uma, esta contra as colombianas, principais adversárias sul-americanas. A renovação implantada por Arthur Elias tem encontrado consolidação e agora as atenções se voltam para a disputa da Copa América de 2025, que será disputada entre julho e agosto no Equador.

Copa do Mundo no Brasil

Antes da consagração olímpica, em maio de 2024, o Brasil foi escolhido durante o Congresso da Fifa, na Tailândia, para sediar a Copa do Mundo Feminina de 2027. A candidatura brasileira venceu a proposta europeia formada por Holanda, Alemanha e Bélgica. Esta será a primeira vez que o Mundial feminino será realizado na América do Sul e no país. O Brasil, por ser anfitrião do evento, já está classificado. O torneio será o segundo com 32 seleções participantes, repetindo o formato da Copa de 2023, que teve a Espanha como campeã. A proposta da CBF, alinhada à Estratégia Nacional de Desenvolvimento do Futebol Feminino, lançada pelo Ministério do Esporte, em 2023, é investir na evolução da modalidade para o Brasil estar entre as referências do esporte nos próximos anos.

Campeonatos Nacionais e Libertadores

Enquanto a seleção feminina se renova, o Corinthians se firmou em 2024 como força do futebol de mulheres. O time, que passou a ser capitaneado por Lucas Piccinato este ano, conquistou o a Série A1 do Campeonato Brasileiro (uma das várias competições de futebol feminino que tiveram partidas transmitidas pela TV Brasil) e a Libertadores feminina. Nas duas competições as brabas corinthianas se mantiveram na liderança desde o início. Na série A1, o Timão somou o sexto título, enquanto na competição sul-americana levantou a taça pela quinta vez.

Ainda na Série A1, Santos, Botafogo, Atlético-MG e o tradicional Avaí Kindermann foram rebaixados para a série A2. Há rumores de que a CBF mude as regras do calendário feminino e volte a ter 20 clubes na primeira divisão. Atualmente são 16 times que disputam o principal campeonato nacional. Caso as mudanças sejam confirmadas, os rebaixados esse ano poderão voltar a jogar na elite ainda em 2025. A conferir em janeiro.

Na série A2, o campeão em 2024 foi o Bahia, que garantiu o acesso à série A1 ao lado dos classificados para as semifinais Instituto 3B, Juventude e Sport.

São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

Pé-de-Meia encerra 2024 com quase 4 milhões de beneficiados


Logo Agência Brasil

Lançado no início de 2024, o programa federal Pé-de-Meia fechou o ano com mais de 3,9 milhões de estudantes beneficiados. O programa oferece incentivo financeiro e educacional para estudantes do ensino médio de escolas públicas que fazem parte do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Ao todo, o estudante pode receber, em todo o ensino médio, um total de R$ 9,2 mil.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), dada a escala do incentivo e o público beneficiado, o Pé-de-Meia é atualmente a maior política de combate à desigualdade social do país, depois do Bolsa Família. O programa conta com investimento anual de R$ 12,5 bilhões.

Notícias relacionadas:

Em números absolutos, o estado de São Paulo concentra a maior quantidade de beneficiados, 538.604, seguido pela Bahia, com 410.639 e Minas Gerais, com 351.666.

O programa foi lançado como incentivo para que os estudantes concluam o ensino médio. O Censo Escolar de 2023 mostrou que a etapa concentra a maior taxa de repetência, 3,9%, de toda a educação básica, que vai da educação infantil ao ensino médio. A etapa também tem a maior evasão, 5,9% dos estudantes deixam os estudos.

Os dados mostram ainda que as populações mais vulneráveis são as mais impactadas. A educação quilombola registrou a maior taxa de repetência no ensino médio, 11,9%, seguida pela educação indígena, com 10,7%, a rural, com 5,2% e a especial, com 3,9%. Os dados são referentes a 2020 e 2021.

Em relação à evasão, esses percentuais foram 4,6% na educação quilombola, 5,2% na indígena, 5,9% na rural e 6,2% na educação especial.

Entre os principais motivos para abandonar os estudos está a necessidade de trabalhar para complementar a renda familiar. Segundo o estudo Educação brasileira em 2022 – A voz de adolescentes, realizada pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 48% dos adolescentes entrevistados deixaram de estudar porque precisavam trabalhar.

Em seguida, 30% disseram não mais frequentar a escola por não conseguirem acompanhar as explicações ou atividades passadas pelos professores.

Em fevereiro, na divulgação dos dados do Censo Escolar, o ministro da Educação, Camilo Santana, justificou o programa Pé-de-Meia: “Não podemos deixar ninguém para trás! O Pé-de-Meia complementa uma série de iniciativas do governo federal para tornar a escola mais atrativa”.

Segundo o ministro, o programa soma-se a um conjunto de iniciativas da pasta para promover “uma educação à qual todos tenham acesso e na qual todos permaneçam na escola, com qualidade e sem as desigualdades existentes”.

Pé-de-Meia em valores 

O Pé-de-Meia é destinado a estudantes do ensino médio do curso regular e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para participar do programa, o estudante deve ser integrante de uma família inscrita no CadÚnico e ter renda por pessoa mensal de até meio salário mínimo.

Ao comprovar matrícula e frequência, o estudante recebe o pagamento de incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado em qualquer momento. O aluno também recebe depósitos de R$ 1 mil ao fim de cada ano letivo concluído com aprovação, que ficarão como uma poupança e poderão ser sacados após a formatura no ensino médio.

Além disso, recebe um adicional de R$ 200 pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). 

Se somadas todas as parcelas do incentivo, os depósitos anuais e o adicional do Enem, os valores chegam a R$ 9,2 mil por aluno.

A adesão dos estudantes ocorre por meio de termo de compromisso assinado por redes de ensino federais, estaduais, distrital e municipais que oferecem o ensino médio e informam os dados dos estudantes ao Ministério da Educação (MEC), por meio de sistema informatizado.

Confira abaixo o número de estudantes beneficiados em cada unidade da federação:

 
UF Estudantes beneficiados
AC 26.054 
AL 96.768
AM 133.751
AP 24.061
BA 410.639 
CE 285.502 
DF 41.745 
ES 59.109
GO 108.572
MA 229.248 
MG 351.666 
MS 44.589 
MT 65.382
PA 277.082 
PB 111.295 
PE 257.290 
PI 106.105 
PR 135.905
RJ 273.878 
RN 88.186 
RO 34.580 
RR 14.698 
RS 118.034 
SC 59.784 
SE 62.371 
SP 538.604 
TO 43.651 

Fonte: Ministério da Educação

São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

Retrospectiva: 2024, o ano do Botafogo


Logo Agência Brasil

No Brasil, o futebol masculino teve um protagonista em 2024, o Botafogo. A equipe de General Severiano foi responsável por algumas das apresentações mais impactantes da temporada, além de garantir dois dos principais títulos do futebol sul-americano: a Copa Libertadores da América e o Campeonato Brasileiro.

Porém, para falar do 2024 de conquistas do Botafogo, antes é necessário relembrar de um 2023 de frustração. No decorrer do último ano, a torcida do Alvinegro de General Severiano viveu sentimentos opostos. Se durante grande parte do Brasileiro o Glorioso ocupou a liderança, criando a expectativa de que poderia conquistar o título, as últimas rodadas da competição foram marcadas por derrotas surpreendentes e pela perda da competição nacional para o Palmeiras.

Notícias relacionadas:

No entanto, em 2024 essa frustração foi transformada em ambição e permitiu ao Botafogo cumprir uma temporada histórica. Para isto a equipe de General Severiano reforçou muito o seu elenco, trazendo o técnico português Artur Jorge e contratando peças como o meio-campista argentino Thiago Almada e o atacante Luiz Henrique, que estão entre as três mais caras já feitas por equipes do Brasil.

Com uma equipe muito forte tanto no aspecto físico como no técnico, o Alvinegro praticou um futebol baseado na pressão na marcação e nas transições rápidas da defesa para o ataque para fazer uma ótima temporada, que teve seu ápice no final de novembro e no início de dezembro, quando garantiu tanto a conquista do título do Brasileiro como da Libertadores.

Os treze dias que entraram para a história do Botafogo começaram em 26 de novembro, com uma vitória incontestável, em pleno Allianz Parque, de 3 a 1 sobre o Palmeiras, seu grande adversário na disputa do Brasileiro. Depois as atenções se voltaram para a decisão da Libertadores, na qual, no dia 30, bateu o Atlético-MG por 3 a 1 em Buenos Aires (Argentina) para garantir a conquista do inédito título continental.

O Alvinegro continuou sua caminhada em dezembro, superando o Internacional por 1 a 0, em Porto Alegre no dia quatro, e batendo o São Paulo por 2 a 1, no dia oito no Rio de Janeiro, para confirmar a conquista do Brasileiro, competição que não vencia desde 1995.

Ainda sob a influência dos recém-conquistados Brasileiro e Libertadores, a equipe de General Severiano partiu para o Catar em busca da Copa Intercontinental, mas o sonho foi desfeito após a derrota de 3 a 0 para o Pachuca (México) na fase das oitavas de final.

Copa do Brasil

Quem também conseguiu comemorar um título nacional em 2024 foi o Flamengo. Em uma temporada conturbada, na qual o atacante Pedro foi um desfalque muito lamentado e o técnico Tite acabou demitido, o Rubro-Negro da Gávea deu provas de que pode ter um 2025 melhor ao conquistar a Copa do Brasil sob o comando do ex-jogador Filipe Luís.

São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

Gabrielzinho é eleito o melhor atleta paralímpico por jornal francês


Logo Agência Brasil

O multimedalhista paralímpico Grabriel Araújo, de 22 anos, foi um dos quatro vencedores do Prêmio Campeões dos Campeões de 2024, concedido pelo jornal francês L’Équipe, que contemplou ainda a ginasta norte-americana Simone Biles, o nadador francês León Marchand e a nadadora paralimpica chinesa Yuyan Jiang. Esta foi a primeira vez na história que a premiação, criada em 1946, também avaliou o desempenho de altetas paralímpicos. Três vezes campeão nos Jogos de Paris no nado costas da classe S2 (200 metros, 50m e 100m ), Gabriezinho foi eleito o melhor atleta paralímpico do ano. Entre as paratletas, o troféu ficou com a chinesa Jiang.

Notícias relacionadas:

Nascido em Santa Luzia, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, Gabrielzinho foi porta-bandeira da delegação brasileira em Paris e foi o primeiro a conquistar ouro para a natação paralímpica do país: venceu de ponta a ponta a prova dos 100m costas da classe S2 (atletas com grande comprometimento físico e motor), e depois arrematou outros dois ouros (50m e 200m costas). Irreverente, o nadador que já se destacara nos Jogos de Tóquio (dois ouros e uma prata), conquistou os franceses que lotavam a Arena La Defense ao comemorar as conquistas dançando e brincando no topo do pódio.

Na disputa da categoria melhor atleta paralímpico do ano do jornal L’Équipe, Gabrielzinho superou adversários como o maior medalhista de Paris 2024, o nadador bielorrusso Ihar Boki (cinco ouros) e o paraciclista francês Alexandre Léauté (dois ouros em Paris, na prova de perseguição e na de contra-relógio na estrada). Em reportagem no jornal L’Equipe, o brasileiro é reconhecido como “fenômeno da água”. Em longa entrevista ao períodico francês, Gabrielzinho disparou: “para mim, foi como se eu tivesse vencido a Bola de Ouro do futebol”.

O sucesso de Gabrielzinho em Paris 2024 lhe rendeu uma homenagem especial no encerramento das Paralimpíadas. Em discurso durante a cerimônia, Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador, ressaltou que Gabrielzinho fazia parte dos momentos magníficos ocorridos nos Jogos.

No Brasil, Gabrielzinho também foi reconhecido como melhor alteta do ano, ao lado da nadadora pernambuca Carol Santiago, no Prêmio Paralímpicos, concedido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Gabrielzinho nasceu com focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas. O primeiro contato com a natação ocorreu na escola em que estudava, em Juiz de Fora. Um professor de educação física reconheceu o talento de Gabriel, que debutou em competições nos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG).

São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

Retrospectiva: Brasil tem ano paralímpico dourado e dita moda em Paris


Logo Agência Brasil

O conceito de Paris como “capital mundial da moda” vem dos séculos 17 e 18, principalmente durante o reinado de Luís XIV, que incentivou o desenvolvimento da indústria têxtil na França. É possível fazer uma analogia com o esporte, área na qual o crescimento também é fruto de apoio, não apenas financeiro, mas também por meio de visibilidade, referências e boas histórias.

Entre julho e agosto de 2024, Paris foi a “capital mundial do esporte” ao sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Por dois meses, os veículos de comunicação do país deram espaço nobre aos heróis das piscinas, pistas e quadras. Durante a Paralimpíada, uma partida da seleção francesa de futebol masculino contra a Itália, pela Liga das Nações, ficou em segundo plano na capa do L’Équipe, principal jornal esportivo da França, que destacou as medalhas do ciclismo. Os torcedores lotaram as arquibancadas, trazendo máscaras com os rostos dos atletas. Não faltaram incentivo e surpresas: como a vitória dos anfitriões no futebol de cegos, superando a favoritíssima Argentina na decisão.

Notícias relacionadas:

Não foram somente os atletas locais que conquistaram o público durante a Paralimpíada. Um brasileiro foi eleito pela France2, principal emissora pública do país europeu, como a estrela do evento. O mineiro Gabriel Araújo virou estrela em Paris durante os Jogos, deu autógrafos e participou do programa de maior audiência da TV poliesportiva francesa, que o chamou de “Pelé das Piscinas”.

Para além do carisma e do sorriso fácil, Gabrielzinho “amassou”, como ele mesmo diz, na Arena La Defense, em Nanterre, cidade vizinha a Paris, que recebeu as provas de natação. Foram três ouros na classe S2, para atletas com grau elevado de comprometimento físico-motor. O mineiro, que nasceu com focomelia (condição que impede o desenvolvimento normal de braços e pernas), venceu facilmente as provas dos 50 e dos 100 metros nado costas e dos 200 metros livre.

Os ouros de Gabrielzinho se juntam a outros quatro conquistados pelo Brasil na piscina de Nanterre. Um deles com o catarinense Talisson Glock, nos 400 metros livre da classe S6 (para deficiências físicas – ele tem o braço e a perna esquerda amputados), e outros três com Carol Santiago, que brilhou nos 50 e nos 100 metros livre e nos 100 metros costas da classe S12 (baixa visão – a pernambucana tem uma alteração congênita na retina chamada Síndrome de Morning Glory).

Carol, aliás, repetiu o que fez nos Jogos de Tóquio (Japão), em 2021, e foi grande nome individual do Brasil em Paris, com cinco medalhas ao todo (três ouros e duas pratas). O desempenho a tornou a mulher brasileira que mais vezes – seis – foi ao topo do pódio paralímpico, superando a lenda Ádria dos Santos, que conquistou quatro douradas em provas de velocidade para atletas cegas entre 1992 e 2008. Em apenas duas participações no megaevento, Carol acumula dez premiações e está a três de igualar a própria Ádria, ainda a maior medalhista feminina do país.

Não à toa, Carol e Gabrielzinho terminaram o ano eleitos os melhores da temporada – masculino e feminino, respectivamente – no Prêmio Paralímpicos. O mineiro era o grande favorito, enquanto a pernambucana venceu uma concorrente de peso, que teve um 2024 de volta por cima. Nos Jogos de Tóquio, a cordinha que une velocista com deficiência visual e atleta-guia rompeu, para desespero de Jerusa Geber, justamente nos 100 metros rasos, em que era campeã mundial da classe T11 (cegos). Três anos depois, novamente ao lado do guia Gabriel Garcia, a corredora acreana apagou de vez a decepção de 2021, ganhando tanto os 100 metros como os 200 metros.

O segundo ouro de Jerusa foi o de número 23 do Brasil em Paris, garantindo a campanha na capital francesa como a mais dourada do país em Paralimpíadas. Ainda vieram outros dois topos de pódio. O sul-mato-grossense Fernando Rufino, o Cowboy de Aço, sagrou-se bicampeão na paracanoagem, enquanto a carioca Tayana Medeiros, no halterofilismo, obteve uma dourada inédita para si.

Além dos 25 ouros, foram 26 pratas e 38 bronzes, totalizando 89 conquistas, batendo (e quase superando) a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que era alcançar entre 70 e 90 pódios. Pela primeira vez, o país ficou no top-5 do quadro de medalhas. O resultado, por incrível que pareça, poderia até ser melhor, já que algumas modalidades tiveram resultados considerados aquém e o Brasil ficou apenas dois ouros atrás da Holanda, quarta colocada, impulsionada pelo ciclismo.

O futebol de cegos, por exemplo, adiou o sonho do hexa ao perder da Argentina, na semifinal. A seleção ficou com o bronze. Outro favorito a tropeçar foi o goalball masculino, tricampeão mundial e ouro em Tóquio, que também se despediu de Paris bronzeado. Aliás, foram as únicas medalhas dos esportes coletivos brasileiros na França. O vôlei sentado feminino, campeão do mundo em 2022, voltou para casa sem lugar no pódio, superado na disputa do terceiro lugar pelo Canadá.

Em contrapartida, teve modalidade com estreia brasileira no pódio paralímpico. No parabadminton, Vitor Tavares conquistou o bronze inédito na classe SH6 (nanismo). Já no triatlo, teve a prata do também paranaense Ronan Cordeiro, da classe PTS5 (atletas com deficiências físico-motoras leves). Mesma cor de medalha que o paulista Alexandre Galgani obteve na carabina de ar deitado 10 metros da classe SH2 (atiradores que requerem suporte para a arma) no tiro esportivo.

Inédito, ainda, foi o feito de Jady Malavazzi. Dias após um quarto lugar em Paris, a paranaense se tornou a primeira brasileira campeã mundial de ciclismo de estada na classe da handbike (bicicleta “pedalada” com as mãos). Ou então o da catarinense Bruna Alexandre, do tênis de mesa, pioneira ao disputar tanto a Olimpíada como a Paralimpíada da capital francesa. Nesta última, obteve dois bronzes, nas duplas femininas e no individual da classe dez (a de menor comprometimento físico-motor – Bruna tem o braço direito amputado).

Fora das pistas e canchas, o Bolsa Atleta, considerado o maior programa de patrocínio esportivo individual do mundo, passou a contemplar, em 2024, competidores das provas que integram os Jogos Surdolímpicos e os auxiliares de atletas paralímpicos, como os guias dos corredores com deficiência visual ou os calheiros da bocha, que posicionam as canaletas para os atletas (que têm um grau de comprometimento motor bastante severo) empurrarem a bola e jogar. Quase 100% dos representantes brasileiros em Paris (274 de 280) recebiam o benefício.

Porém, em meio a tantas conquistas, o ano teve uma nota triste: o falecimento de Joana Neves, a Joaninha. Campeã mundial e medalhista paralímpica na classe S5 (intermediária entre as voltadas para nadadores com deficiências físico-motoras), a potiguar, que tinha nanismo, não resistiu a uma parada cardiorrespiratória e morreu em 18 de março, causando comoção entre atletas e demais envolvidos no movimento paralímpico brasileiro. A “Peixinha”, como era conhecida, foi homenageada na cerimônia de entrega do Prêmio Paralímpicos.

São Silvestre: atletas elogiam público e apontam calor como obstáculo

Gabrielzinho é eleito o melhor alteta paralímpico por jornal francês


Logo Agência Brasil

O multimedalhista paralímpico Grabriel Araújo, de 22 anos, foi um dos quatro vencedores do Prêmio Campeões dos Campeões de 2024, concedido pelo jornal francês L’Équipe, que contemplou ainda a ginasta norte-americana Simone Biles, o nadador francês León Marchand e a nadadora paralimpica chinesa Yuyan Jiang. Esta foi a primeira vez na história que a premiação, criada em 1946, também avaliou o desempenho de altetas paralímpicos. Três vezes campeão nos Jogos de Paris no nado costas da classe S2 (200 metros, 50m e 100m ), Gabriezinho foi eleito o melhor atleta paralímpico do ano. Entre as paratletas, o troféu ficou com a chinesa Jiang.

Notícias relacionadas:

Nascido em Santa Luzia, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, Gabrielzinho foi porta-bandeira da delegação brasileira em Paris e foi o primeiro a conquistar ouro para a natação paralímpica do país: venceu de ponta a ponta a prova dos 100m costas da classe S2 (atletas com grande comprometimento físico e motor), e depois arrematou outros dois ouros (50m e 200m costas). Irreverente, o nadador que já se destacara nos Jogos de Tóquio (dois ouros e uma prata), conquistou os franceses que lotavam a Arena La Defense ao comemorar as conquistas dançando e brincando no topo do pódio.

Na disputa da categoria melhor atleta paralímpico do ano do jornal L’Équipe, Gabrielzinho superou adversários como o maior medalhista de Paris 2024, o nadador bielorrusso Ihar Boki (cinco ouros) e o paraciclista francês Alexandre Léauté (dois ouros em Paris, na prova de perseguição e na de contra-relógio na estrada). Em reportagem no jornal L’Equipe, o brasileiro é reconhecido como “fenômeno da água”. Em longa entrevista ao períodico francês, Gabrielzinho disparou: “para mim, foi como se eu tivesse vencido a Bola de Ouro do futebol”.

O sucesso de Gabrielzinho em Paris 2024 lhe rendeu uma homenagem especial no encerramento das Paralimpíadas. Em discurso durante a cerimônia, Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador, ressaltou que Gabrielzinho fazia parte dos momentos magníficos ocorridos nos Jogos.

No Brasil, Gabrielzinho também foi reconhecido como melhor alteta do ano, ao lado da nadadora pernambuca Carol Santiago, no Prêmio Paralímpicos, concedido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Gabrielzinho nasceu com focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas. O primeiro contato com a natação ocorreu na escola em que estudava, em Juiz de Fora. Um professor de educação física reconheceu o talento de Gabriel, que debutou em competições nos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG).