Category Added in a WPeMatico Campaign

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília


Logo Agência Brasil

Mais de 6.714 inscritos nos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs) 2023, entre estudantes-atletas, integrantes de comissões técnicas e dirigentes, estão em Brasília para disputar medalhas em competições entre 28 de outubro e 8 de novembro. Criado em 1969, o campeonato de abrangência nacional é considerado a principal competição escolar do país.  

Brasília, 30.10.2023,  Os times de futsal feminino, Rondónia contra Amapá, disputam os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Times de futsal feminino, Rondónia contra Amapá, disputam os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB – Antônio Cruz/Agência Brasil

A edição de 2023, de acordo com o Ministério do Esporte, é a maior da história dos JEBs. Ao todo, o evento conta com 18 modalidades esportivas (atletismo, atletismo adaptado, badminton, basquete, ciclismo, futsal, ginástica artística, ginástica rítmica, handebol, judô, karatê, natação, taekwondo, tênis de mesa, voleibol, vôlei de praia, wrestling [arte marcial] e xadrez) e mais duas modalidades em demonstração: curling (esporte que lança pedras de granito o mais próximo possível de um alvo) e esgrima.  

Notícias relacionadas:

Desde sábado (28), as competições estão sendo realizadas em 19 espaços esportivos diferentes da capital federal. O assessor técnico da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), Victor Beltrão, explicou a escolha da cidade para sediar os jogos. “Brasília tem muitos lugares bons para conhecer, muitas quadras bacanas. Estamos presentes em vários clubes, com ambientes bem diferenciados. Em Brasília, temos a oportunidade de expandir as competições para mais locais e, assim, conhecer mais a cidade.” 

Atletas, técnicos e famílias  

Os atletas são estudantes de 12 a 14 anos, matriculados em instituições de ensino públicas e privadas das 27 unidades da federação. Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), essa representatividade é resultado da política implementada pela entidade. “Valorizamos a garantia da participação de todos os estados do Brasil.” 

Brasília, 30.10.2023 - Partida de Basquete Feminino, durante os  Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Partida de basquete feminino, durante os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB – Antônio Cruz/Agência Brasil

Estar em Brasília vale a pena para a goleira de futebol de salão Luana Nascimento de Jesus, de 13 anos, que partiu de Rondônia, como integrante de uma equipe de dez jogadoras. “É uma sensação muito boa de entrar nestes jogos brasileiros. Sei que tem muita gente que nunca teve a oportunidade de participar disso”. 

O técnico de basquete de uma escola privada do Distrito Federal, Ricardo Oliveira, que hoje cuida do planejamento estratégico de uma equipe de jovens que competem no JEBs, há quase quatro décadas, esteve do outro lado da quadra. Ricardo foi jogador das primeiras edições dos JEBs, no Distrito Federal, em meados dos anos 1980. 

Hoje, mais experiente, Ricardo afirma que sempre apostou no potencial catalisador do esporte. “O JEBs é a maior competição de todas, é o início de tudo, para essa categoria de 12 a 14 anos, e é democrática demais, porque envolve todos os estados do Brasil. A competição é uma grande experiência, que além de esportiva é legal para a vida dos atletas. Muitos deles sequer saíram de seu estado ou até da sua cidade natal. Aqui, eles têm a oportunidade de viajar de avião, ficar em um hotel, trocar experiências. Então, pra mim, é uma alegria muito grande ver onde começa tudo”. 

E pelo terceiro ano consecutivo, Ricardo tem um motivo a mais para torcer na arquibancada. O filho dele, Mateus Mesquita de Oliveira, de 14 anos, é um dos atletas que quicam a bola laranja no garrafão, com mira fixa na cesta da tabela. A exemplo do pai, Mateus quer seguir profissionalmente no basquete. Mas, por enquanto, curte mesmo é a oportunidade como atleta-estudante. “Está bem legal porque está todo mundo junto, reunido. A competitividade também é bem forte, encontramos muita gente com potencial aqui. Por isso, está sendo uma experiência muito boa”. 

Brasília, 30.10.2023,  Ricardo Araújo de Oliveira, Técnico, e seu filho o atleta,  Matheus Mesquita de Oliveira, falam sobre os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Ricardo Araújo de Oliveira, técnico, e o filho o atleta, Matheus Mesquita de Oliveira, falam sobre os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB – Antônio Cruz/Agência Brasil

Esporte não é apenas sobre vencer ou perder. Quem disse isso foi o pernambucano Thiago Alves Araújo, de 14 anos. Competidor do atletismo, nas provas de corrida de 2 mil metros e 800 metros, no fim de semana, Thiago não vai levar medalhas para casa em de Brejão (PE), porque perdeu em uma delas e desistiu da outra prova, depois de lesionar a coxa. Mesmo assim, o jovem está aproveitando a experiência para torcer pelos conterrâneos. “É bom. Já fiz amizades com gente de minha cidade e outras pessoas de outros estados também”. 

Brasília, 30.10.2023, Thiago Alves de Araújo (Atleta de 14 anos)
, fala sobre os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Thiago Alves de Araújo fala sobre os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB – Antônio Cruz/Agência Brasil

Os JEBs 2023 também marcam a estreia do professor do Thiago, em competições nacionais de grande porte, Leonardo de Queiroz. Para ele, o esporte poderá abrir portas a mudanças para quem está em Brejão (PE).

“O esporte motiva, justamente, essas crianças que não têm tantas oportunidades no dia a dia. Estar aqui, é uma forma de incentivo a outras crianças com situações não tão boas, tanto na parte econômica, como na sócio-familiar. Isso pode servir de motor para que, cada vez mais, o esporte do nosso município venha a crescer.” 

Brasília, 30.10.2023,  Leonardo de Queiróz, Técnico de Futsal, fala sobre os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Leonardo de Queiróz estreia como técnico em competições nacionais no JEBs 2023- Antônio Cruz/Agência Brasil

Quem é, digamos, veterano em JEBs, é o professor Gilvan Meireles, que pela quinta vez coordena equipes de esportes coletivos em edições dos Jogos Escolares Brasileiros, em estados distintos. Apesar de estranhar as altas temperaturas na cidade, Gilvan afirma que o que importa é a série de ganhos obtidos com a prática esportiva “A convivência com culturas locais, pessoas diferentes, fazer novas amizades, isso tem somado muito na vida deles. Os JEBs são uma alavanca, uma porta muito boa para que eles possam dar sequência ao esporte, mesmo tendo apenas 13 ou 14 anos ao escolher.” 

Brasília, 30.10.2023, Gilvan Meirelles, técnico do Atlético Cambiriuense, fala sobre os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

 Para Gilvan Meirelles, os JEBs são uma porta para que os jovens possam continuar  no mundo do esporte – Antônio Cruz/Agência Brasil

A coordenadora de modalidades Esportivas dos jogos do Acre, Juliana Maia, comenta sobre a confiança depositada pelos pais e responsáveis ao enviarem os filhos para competir na capital federal. “É uma responsabilidade muito grande. Viemos de ônibus do Acre em dois dias e meio. Foi cansativo e também preocupante, porque são os filhos dos outros. Mas, a gente faz tudo  para que termine tudo bem e a gente volte em segurança para casa.” 

Brasília, 30.10.2023, Juliana Maia, coordenadora, fala sobre os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube Ascade. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Juliana Maia fala sobre a responsabilidade de viajar de ônibus com tantos jovens- Antônio Cruz/Agência Brasil

O jogador de vôlei de praia, Vinícius Santiago é um dos jovens sob a tutela de Juliana. Apesar de não ter conhecido muito da cidade de Brasília, porque está envolvido com as competições, o estudante de 14 anos está gostando da experiência que o esporte na areia lhe proporcionou. “O vôlei me atraiu. Eu saí da frente de um celular, saí de casa, jogo com meus amigos. Acho o vôlei um esporte muito divertido, muito legal.”  

Se alguns alunos viajam acompanhados somente dos treinadores, outros atletas, devido à pouca idade, contam com a companhia dos familiares que embarcam juntos na aventura para dar suporte, sobretudo, emocional aos competidores. O técnico de vôlei de areia, Claudio Maia, vindo do Acre, é testemunha de situações assim e valoriza o envolvimento da família com o esporte. “É importante trazer o esporte dos menores para bem próximo à família. Muitos familiares se deslocam dos outros estados para acompanhar os filhos, porque, nessa faixa etária, de 12-14 anos, papai, mamãe, tio estão sempre muito próximos dos atletas. E ter a família próxima e envolvida com isso é bem bacana”. 

Brasília, 30.10.2023, Cláudio Maia, Professor, fala sobre os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube Ascade. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Cláudio Maia conta queé comum parentes acompanharem os jovens nas competições- Antônio Cruz/Agência Brasil

O proprietário de um colégio privado de Camboriú, Santa Catarina, Augusto Vittorio Servelin diz que colhe os frutos de escolher o esporte como viés educacional. “Hoje, temos centenas de alunos que passaram pela nossa escola e foram campeões, que estão em diversos clubes do Brasil. Então, para a escola é uma gratificação muito grande. Sabemos que estamos contribuindo com algo para a vida deles, com disciplina, espírito de coletividade.” 

Brasília, 30.10.2023,  Augusto Vitório Servelin, empresário, fala sobre os Jogos Escolares Brasileiros 2023, no Clube AABB. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Augusto Vitório Servelin se orgulha de contribuir com a disciplina e o espírito de coletividade dos alunos- Antônio Cruz/Agência Brasil

Futuro 

O ministro do Esporte, André Fufuca, que, na última sexta-feira (27), participou da cerimônia de abertura dos JEBs destacou que a realização das competições é uma das prioridades da pasta. “O auxílio a esses atletas é fundamental para que eles possam competir em níveis internacionais. Se depender do Ministério do Esporte, esses jovens irão competir não apenas nos JEBs, mas nos mundiais, nos pan-americanos, nas olimpíadas, pois tenho certeza que o primeiro passo nós estamos dando aqui”. 

As competições deste campeonato serão classificatórias para os Jogos Sul-Americanos que ocorrerão em dezembro, no Chile. 

E em 2024, Recife (PE) receberá a próxima edição dos JEBs. 

Serviço: 

A programação dos JEBs e as localidades das competições até 8 de novembro, em Brasília, estão disponíveis no site da Confederação Brasileira de Desporto Escolar.  

A entrada nos locais de disputas é gratuita. Os internautas poderão acompanhar várias competições ao vivo pelo canal da CBDE, no Youtube

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília

Pan: Brasil é finalista nas duplas do tênis de mesa e vai a Paris 2024


Logo Agência Brasil

Os mesa-tenistas Vitor Ishiy e Bruna Takahashi carimbaram a vaga olímpica para o Brasil nas duplas mistas em Paris 2024, ao avançarem à final dos Jogos Pan-Americanos de Santiago (Chile). Nesta segunda-feira (30), os brasileiros derrotaram na semi os canadenses Eugene Wang e Mo Zhang por por 4 a 2 (11/9, 11/5, 10/12, 11/4, 6/11 e 11/8. A decisão pela medalha de ouro inédita no Pan será hoje (30), às 19h40 (horário de Brasília), contra os cubanos Jorge Campos e Daniela Fonseca. O Pan-Americano tem transmissão ao vivo no site do Canal Olímpico do Brasil.

Notícias relacionadas:

Somente no Pan de Santiago, a delegação brasileira já amealhou 35 vagas olímpicas, 17% a mais que as conquistadas na edição passada, em Lima (Peru), que classificava para Tóquio. As demais vagas em Paris asseguradas no torneio continental foram no boxe (nove), handebol feminino (14) – que faturou a  medalha de ouro no domingo (29) -, hipismo (três), pentatlo moderno (uma), natação (duas), tênis (uma).

“Ficamos satisfeitos de termos ultrapassado esse número, faltando ainda muitas modalidades para encerrarem sua participação. Entendo que o primeiro passo foi dado, mas nossa ideia é continuar classificando. Só saberemos o número no final, mas estamos satisfeitos com o que estamos construindo”, comemorou Rogério Sampaio, diretor-geral do Comitê Oímpico do Brasil e chefe da delegação em Santiago 2023, em depoimento ao site da entidade.

A delegação brasileira em Santiago é a maior da história do país em competições internacionais, com 621 atletas (342 homens e 279 mulheres). O país ocupa a vice-liderança no quadro de medalhas, com um total de 120 (37 ouros, 44 pratas e 39 bronzes), atrás apenas dos Estados Unidos com 167 (71 ouros, 45 pratas e 51 bronzes). O México ocupa a terceira posição (35 ouros, 21 pratas e 32 bronzes).

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília

Jogos Pan-Americanos: Tati Weston-Webb conquista ouro no surfe


Logo Agência Brasil

O Brasil teve um dia de conquistas na praia de Punta de Lobos, em Pichilemu (Chile), onde foram realizadas as finais do surfe dos Jogos Pan-Americanos de 2023. O destaque foi o ouro de Tatiana Weston-Webb no shortboard, alcançado após triunfo sobre a canadense Sanoa Dempfle-Olin.

Notícias relacionadas:

“Ano que vem são as Olimpíadas e é uma esquerda [onda] grande igual a essa. Então foram ótimos treinos para o próximo ano, nas Olimpíadas. E é uma honra sempre estar ao lado do meu time, representando o Brasil, ao lado deles para mais conquistas […]. Esse ouro representa tudo”, declarou a brasileira, que já tem vaga garantida na próxima edição dos Jogos Olímpicos, que serão disputados em Paris (França) em 2024.

Também no mar chileno, mas no stand up paddle (SUP), o Brasil garantiu medalhas, duas pratas. Elas vieram com Aline Adisaka entre as mulheres, após derrota para a colombiana Isabella Gomez na decisão, e com Luiz Diniz no masculino, que foi superado pelo norte-americano Zane Schweitzer na decisão.

“Estou muito agradecida a Deus pela oportunidade de estar aqui representando meu país. Hoje o mar estava intenso, com condições muito difíceis, e estou muito feliz de ter chegado a esta grande final, de ter feito boas disputas. Agradeço a todos que estiveram ao meu lado para que chegasse até aqui. Não chegaria aqui sozinha, mas principalmente a Deus. Pois acredito que tudo tem um propósito. Se cheguei até aqui é para deixar uma mensagem, para não desistir dos nossos sonhos”, afirmou Aline Adisaka.

Outra prata do Time Brasil veio com Chloe Calmon no longboard feminino. A brasileira perdeu a disputa final para a peruana Maria Fernanda Reyes. No masculino o Brasil também ficou com medalha, mas de bronze, com Carlos Bahia.

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília

Local de prova do Enem deve ser até 30 km do domicílio do candidato


Logo Agência Brasil

Os inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que tenham sido alocados para fazer a prova em locais com distância superior a 30 quilômetros (km) de sua residência e que não puderem comparecer ao local no dia do exame poderão fazer a prova em outra data: nos dias 12 e 13 de dezembro, em locais que serão divulgados posteriormente. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (30) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

“A metodologia do Enem permite a comparabilidade das notas e a igualdade de condições entre os participantes”, justifica a autarquia, em nota.

Notícias relacionadas:

Na última semana, os estudantes tiveram acesso aos locais onde farão as provas do Enem 2023 e alguns reclamaram que ficaram muito distantes dos locais onde vivem, o que poderá, inclusive, fazer com que desistam de fazer as provas este ano.

As normas do Inep garantem alocação num raio máximo de 30 km do domicílio informado na inscrição. O instituto disponibilizará, na Página do Participante, uma aba específica para que inscritos interessados na nova aplicação submetam seus pedidos para análise. O sistema receberá as informações no período de 13 a 17 de novembro.

Segundo o Inep, os casos de estudantes alocados para fazer a prova a mais de 30 km da sua residência são restritos a um universo de cerca de 50 mil inscritos, o que representa aproximadamente 1% do total. Os casos estão concentrados, majoritariamente, em grandes cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.

O Enem 2023 será aplicado nos dias 5 e 12 de novembro. As notas das provas podem ser usadas para concorrer a vagas no ensino superior público, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior pelo Programa Universidade para Todos (ProUni) e a financiamentos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília

Pendências do transporte escolar devem ser regularizadas até amanhã


Logo Agência Brasil

Estados e municípios têm até esta terça-feira (31) para regularizar pendências relativas ao Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (Pnate). De acordo com o Ministério da Educação, gestores estaduais e municipais que estejam com repasses suspensos têm até essa data-limite para sanar problemas e voltar a receber os recursos referentes a 2023 – inclusive parcelas que ficaram retidas. 

A legislação vigente prevê que o repasse de recursos do programa pode ser suspenso em três situações específicas: quando houver inadimplência na prestação de contas do programa referente a qualquer exercício; se for constatada a utilização de recursos em desacordo com as normas do programa; ou em caso de determinação judicial. 

Notícias relacionadas:

Quem não regularizar as pendências até 31 de outubro, portanto, pode ficar sem as parcelas que deixou de receber este ano por conta da inadimplência, recursos classificados pelo governo como essenciais para a manutenção da frota escolar ou para o pagamento de serviço terceirizado de transporte dos estudantes. 

O programa 

Criado em 2004, o Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar tem como objetivo apoiar o transporte de estudantes da rede pública de educação básica, residentes em áreas rurais, por meio de assistência técnica e financeira, em caráter suplementar, a estados, municípios e Distrito Federal.  

Os recursos podem ser investidos em despesas diversas de manutenção dos veículos escolares, como serviços de mecânica, recuperação de assentos e aquisição de pneus e câmaras. Também podem ser utilizados para a aquisição de combustível, pagamentos de seguro, licenciamento e taxas, além da contratação de serviço terceirizado de transporte dos estudantes. 

A transferência é automática, sem necessidade de convênio, e os valores são transferidos em dez parcelas anuais. O cálculo do montante destinado aos entes federados, segundo o ministério, tem como base o número de alunos residentes em áreas rurais que precisam de transporte escolar em cada localidade, conforme o censo escolar do ano anterior. 

 

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília

Estudantes nota mil dão dicas para a redação do Enem


Logo Agência Brasil

Um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. Esta é a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que deverá ser feita no próximo domingo (5) pelos 3,9 milhões de candidatos inscritos para as provas deste ano.

Gabaritar a redação não é tarefa simples, é preciso seguir à risca o que é exigido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mas também não é impossível. Ana Alice Azevedo, de Niterói (RJ), e Luiz Santos, de Manaus (AM), obtiveram a tão sonhada nota mil no Enem 2022. Eles contam como se prepararam para essa prova e qual foi o diferencial dos textos que escreveram e que mereceram a nota máxima.

Notícias relacionadas:

“Saí da prova sabendo que tinha feito um bom texto, que tinha feito um bom trabalho. Eu estava bem feliz com o texto que tinha feito, estava esperando um bom resultado, mas não estava esperando a nota mil. Realmente foi algo bem surpreendente”, diz Santos, que é atualmente aluno de engenharia da computação na Universidade de São Paulo (USP).

O estudante, que cursou o ensino médio na Escola IDAAM, em Manaus, não apenas fez uma boa prova, como a redação que escreveu no Enem 2022 está na Cartilha do participante, do Inep, disponibilizada para quem vai fazer o Enem 2023. A cartilha traz orientações específicas para a prova da redação.

Rio de Janeiro (RJ) 30/10/2023 -  Estudantes nota mil dão dicas para a redação do Enem,
Luiz Santos
Foto: Luiz Santos/Arquivo Pessoal

Rio de Janeiro – Estudantes nota mil dão dicas para a redação do Enem. Na foto, Luiz Santos – Foto Luiz Santos/Arquivo Pessoal

O tema da redação em 2022 foi Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil. No total, dos 2,3 milhões que fizeram a prova, apenas 32 tiraram a nota mil, segundo dados do Inep. Para falar sobre o tema, Santos citou a Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), a Constituição Federal de 1988 e ainda a série Aruanas, que aborda as dificuldades enfrentadas por mulheres que lutam contra esquemas criminosos na Amazônia.

Como solução para o problema, parte exigida pelo Inep, ele propõe que o governo federal promova o enrijecimento de punições e o fortalecimento da fiscalização das práticas ilegais nos ecossistemas e garanta a continuidade dos conhecimentos socioculturais com o incentivo à demarcação dos territórios e à atualização da legislação vigente.

Segundo Santos, conhecer e seguir as regras do exame foi um dos fatores que fez com que ele tirasse boa nota. “Acredito que meu texto tenha seguido todos os requisitos que o Inep cobra para a redação atingir a nota mil. Ter, no mínimo, duas propostas de intervenção, bem colocadas, bem desenvolvidas, explicando como vai fazer, quem vai fazer, por meio do que e com qual objetivo. Dois parágrafos de desenvolvimento, com repertório sociocultural, bem escritos e com introdução sucinta. Acredito que esse conjunto de coisas foi o diferencial da redação”, diz o estudante.

Uma redação por semana

Para a estudante Ana Alice Azevedo, ex-aluna do PB Cursos, em Niterói, o diferencial para um bom desempenho foi a prática constante. Ela escrevia uma redação por semana para se preparar para a prova. “O diferencial foi a prática constante. Como eu fazia muita redação, já sabia na hora como fazer. O tema não foi uma surpresa muito grande, já tinha feito uma redação com tema parecido [durante os estudos], sabia como prosseguir”, diz. Foram três anos de cursinho até que conseguiu a aprovação que queria, no curso de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Rio de Janeiro (RJ) 30/10/2023 -  Estudantes nota mil dão dicas para a redação do Enem,
Ana Alice Azevedo
Foto: Ana Alice/Arquivo Pessoal

Rio de Janeiro – Estudantes nota mil dão dicas para a redação do Enem. Na foto, Ana Alice – Foto Ana Alice/Arquivo Pessoal

Outro diferencial para a redação é o bom texto, o domínio da língua portuguesa. De acordo com a estudante, a prática constante também ajuda nesse quesito. Além disso, leituras e buscas por referências, tanto na literatura, quanto no cinema, na legislação. “A prática regular ajuda a ter a estrutura consolidada e regras que a  redação exige consolidadas. Além disso, a bagagem cultural, o repertório para usar no texto, acaba diferenciando a redação. Ler muitos livros e estar atualizado sobre as notícias”.

Orientações do Inep

A cartilha do participante traz mais detalhes de como deve ser a estrutura da redação, além dos exemplos comentados de redações que obtiveram a nota máxima. “Com base na situação-problema, você deverá expressar sua opinião, ou seja, apresentar um ponto de vista. Para isso, inicie o texto apresentando seu ponto de vista, desenvolva justificativas para comprovar esse ponto de vista e elabore conclusão que dê um fechamento à discussão proposta no texto, compondo o processo argumentativo”, explica.

Outra orientação do Inep é ler atentamente o que a prova está pedindo. “Para alcançar bom desempenho na prova de redação do Enem, você deve, antes de escrever seu texto, fazer uma leitura cuidadosa da proposta apresentada, dos textos motivadores e das instruções, a fim de que possa compreender perfeitamente o que está sendo solicitado”, diz a cartilha. A prova de redação do Enem conta com textos que contextualizam o assunto sobre o qual se deve escrever. Os textos, no entanto, devem apenas servir de apoio. Caso o participante copie esses textos, ele poderá zerar a redação.

Segundo o Inep, o texto deve estar estruturado da seguinte forma:

• apresentação clara do ponto de vista e seleção dos argumentos que o sustentam;

• encadeamento das ideias, de modo que cada parágrafo apresente informações coerentes com o que foi apresentado anteriormente, sem repetições desnecessárias ou saltos temáticos (mudanças abruptas sobre o que está sendo discutido);

• desenvolvimento dessas ideias por meio da explicitação, explicação ou exemplificação de informações, fatos e opiniões, de modo a justificar, para o leitor, o ponto de vista escolhido.

Ao final, estudante deve apresentar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Ao elaborar a proposta, o Inep propõe que as seguintes questões sejam respondidas:

1. O que é possível apresentar como solução para o problema?

2. Quem deve executá-la?

3. Como viabilizar essa solução?

4. Qual efeito ela pode alcançar?

5. Que outra informação pode ser acrescentada para detalhar a proposta?

Enem 2023

O Enem 2023 será aplicado nos dias 5 e 12 de novembro. No primeiro dia, além da redação, os participantes responderão questões objetivas de linguagens e de ciências humanas. No segundo dia de prova resolverão questões objetivas, de matemática e ciências da natureza.

As notas das provas podem ser usadas para concorrer a vagas no ensino superior público, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), a financiamentos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), além de vagas em instituições estrangeiras que têm convênio com o Inep. 

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília

Judô brasileiro garante mais dois ouros e chega a dez medalhas no Pan


Logo Agência Brasil

Em dois dias, o judô brasileiro chegou a dez medalhas, em 12 possíveis, nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile. Após seis pódios no sábado (28), mais quatro foram alcançados no domingo (29): dois ouros, uma prata e um bronze.

A categoria até 73 quilos (kg) teve dobradinha brasileira, com Gabriel Falcão levando a medalha dourada e Daniel Cargnin ficando com a prata. Eles, porém, não chegaram a se enfrentar na final, pois Daniel – bronze na Olimpíada de Tóquio, no Japão, em 2021 – sofreu uma entorse no tornozelo esquerdo durante a semifinal e não teve condições de voltar ao tatame.

Notícias relacionadas:

Na categoria até 81 kg, Guilherme Schmidt encarou o anfitrião Jorge Pérez na decisão. Contra o atleta da casa, o brasileiro teve que lidar com a pressão da torcida, reforçada até pelo presidente chileno, Gabriel Boric, mas conseguiu a vitória com um wazari (quando o judoca é derrubado de lado) e uma imobilização.

O bronze deste domingo veio com Ketleyn Quadros, na categoria até 63 kg, superando a colombiana Paola Mera com um wazari. A experiente judoca, de 36 anos, possui um bronze olímpico conquistado em Pequim, na China, em 2008, mas ainda não tinha um pódio no Pan.

Ao contrário de sábado, porém, o Brasil não atingiu 100% de aproveitamento. Havia possibilidade de duas medalhas de bronze, na categoria até 70 kg, mas Luana Carvalho e Alexia Castilhos foram superadas, respectivamente, pela venezuelana Elvismar Rodriguez e a equatoriana Celinda Corozo.

Nesta segunda-feira (30), mais sete brasileiros brigam por medalha em Santiago: Samanta Soares, Eliza Ramos (ambas da categoria até 78kg), Beatriz Souza (acima de 78 kg), Rafael Macedo (até 90 kg), Kayo Santos, Leonardo Gonçalves (ambos até 100 kg) e Rafael Silva (acima de 100 kg). Na terça-feira (31), ocorre a competição de equipes mistas. As eliminatórias começam às 10h (horário de Brasília).

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília

Tênis: Bia Haddad Maia conquista maior título de simples da carreira


Logo Agência Brasil

A paulista Beatriz Haddad Maia conquistou, neste domingo (29), em Zhuhai, na China, o maior título na categoria simples de sua carreira. Número 19 do ranking da Associação de Tênis Feminino (WTA, na sigla em inglês), a brasileira foi campeã do WTA Elite Trophy, torneio que reúne as melhores tenistas fora do top-8 mundial.

A brasileira precisou de duas horas e 50 minutos de jogo para superar a chinesa Qinwen Zheng, 18ª do mundo, por 2 sets a 0, ambos definidos no tie-break, com parciais de 7/6 (13-11) e 7/6 (7-4). O troféu conquistado em Zhuhai é o terceiro de Bia em disputas de simples. Em junho do ano passado, a paulista foi campeã dos torneios de Nottinhgam e Birmingham, no Reino Unido.

Notícias relacionadas:

O título na China reaproximará Bia do top-10 do ranking mundial. Na próxima atualização da lista, a brasileira terá 700 pontos a mais e aparecerá na 11ª posição. A melhor colocação da paulista na carreira foi o décimo lugar, atingido em junho, após ser semifinalista de Roland Garros, na França, um dos quatro principais torneios do circuito, conhecidos como Grand Slams.

Bia também foi campeã do torneio de duplas do Elite Trophy. Na final, realizada após a decisão de simples, ela e a russa Veronika Kudermetova derrotaram a japonesa Miyu Kato e a indonésia Aldila Sutjiadi por 2 sets a 0, com parciais de 6/3 e 6/3.

A competição de duplas não soma pontos no ranking da WTA, onde a brasileira aparece na 24ª posição. A parceira Kudermetova está na 30ª colocação, enquanto as rivais Sutjiadi e Kato ocupam, respectivamente, o 26ª e o 27º postos.

Apesar disso, o título garantiu à parceria uma bonificação de US$ 55 mil (R$ 274 mil, aproximadamente), a ser dividida entre as atletas.

Pelo título de simples, Bia embolsou outros US$ 605 mil (R$ 3,01 milhões). Com isso, ao todo, a paulista se despediu da China com um total de US$ 632,5 mil (R$ 3,15 milhões) em premiações.

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília

Brasil garante ouros no tênis e na canoagem slalom do Pan de Santiago


Logo Agência Brasil

Entre a noite de sábado (28) e a manhã deste domingo (29), a delegação brasileira amealhou mais 15 medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile. Destaques para o tênis e a canoagem slalom, em que o país esteve no topo do pódio.

No tênis, o Brasil dominou os torneios de duplas, com dois ouros e uma prata. No feminino, Luísa Stefani e Laura Pigossi – bronze na Olimpíada de Tóquio, no Japão, em 2021 – derrotaram as colombianas Fernanda Herazo e Paulina Perez por 2 sets a 0, com parciais de 7/5 e 6/3. O país não tinha uma parceria campeã entre as mulheres no Pan desde a edição de 2003, em Santo Domingo, na República Dominicana, com Bruna Colósio e Joana Cortez.

Notícias relacionadas:

Neste domingo, às 17h (horário de Brasília), Laura busca o ouro no individual, contra a argentina Lourdes Carlé. No sábado, horas antes de ir à quadra com Luísa, ela travou uma batalha de mais de três horas contra a também argentina Júlia Riera, pela semifinal.

A vitória por 2 sets a 1, com parciais de 4/6, 6/4 e 7/6 (7/5), classificou Laura para a Olimpíada de Paris, na França, em 2024. Para manter a vaga, a brasileira precisa se manter entre as 400 primeiras do ranking de simples da Associação de Tênis Feminino (WTA, sigla em inglês). Ela, atualmente, está na 125ª posição.

O jejum de títulos nas duplas masculinas no Pan, que era ainda maior que no feminino, chegou ao fim graças à suada vitória de Marcelo Demoliner e Gustavo Heide, por 2 sets a 1, com parciais de 6/1, 2/6 e 10-7 (nas duplas, o último set é disputado em um formato de “super tie-break”, no qual vence quem atingir dez pontos primeiro), sobre os anfitriões chilenos Alejandro Tabilo e Tomas Barrios.

A última parceria nacional a vencer a competição entre os homens foi a de André Sá e Paulo Taicher, na edição de Winnipeg, no Canadá, há 24 anos.

A disputa de simples teve um duelo 100% brasileiro valendo o bronze, entre o jovem Heide, de 21 anos, vice-campeão nos Jogos Sul-Americanos do ano passado, e o experiente Thiago Monteiro, de 29 anos, que passou boa parte das últimas sete temporadas entre os cem melhores do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). No saibro (quadra de terra batida) chileno, o resultado foi melhor para o veterano, que ganhou por 2 sets a 1, parciais de 1/6, 6/3 e 7/6 (7/5).

Nas duplas mistas, o Brasil ficou com a prata. Horas depois de irem à quadra nas respectivas finais, Luisa e Demoliner encararam os colombianos Nicolas Barrientos e Yulia Lizarazo, que levaram a melhor por 2 sets a 0, parciais de 6/3 e 6/4.

Canoagem slalom

Campeã dos Jogos Pan-Americanos nas edições de Toronto, no Canadá, em 2015; e de Lima, no Peru, em 2019, Ana Sátila garantiu, pela terceira vez, a medalha de ouro da canoagem slalom no C1 (canoa individual). Quinta colocada no Mundial deste ano, a brasileira já era a principal favorita da prova e deixou para trás a canadense Lois Betteridge (prata) e a paraguaia Ana Paula Castro (bronze).

Ana ainda brilhou no caiaque cross, em que quatro atletas competem entre si ao mesmo tempo (no slalom “tradicional”, os canoístas encaram a descida de maneira individual). Ela venceu a norte-americana Evy Leibfarth (prata) e, novamente, a canadense Betteridge (bronze).

Na mesma prova, mas entre os homens, a medalha de ouro também foi para um brasileiro: Guilherme Mapelli, que superou Alex Baldoni, do Canadá; e Eriberto Robles, do Peru.

O Brasil conquistou outras três pratas na modalidade. No C1 masculino, Kauã Silva levou uma punição de dois segundos por tocar em um dos obstáculos no fim do percurso, o que custou a medalha de ouro. O norte-americano Zachary Lokken acabou ficando na primeira colocação, com tempo menos de dois segundos abaixo do registrado por Kauã.

Já no K1 (caiaque individual), as pratas foram obtidas por Omira Estácia (que é irmã de Ana Sátila) e Pedro Gonçalves. Omira fez o segundo tempo da final feminina, superada pela norte-americana Leibfarth, mas à frente da canadense Lea Baldoni. Pepê, como é conhecido o canoísta brasileiro, sofreu três punições de dois segundos cada ao longo da descida e ficou atrás de Joshua Joseph, dos Estados Unidos. O bronze foi do canadense Mael Rivard.

Hipismo CCE

O concurso completo de equitação (CCE) é um evento do hipismo que reúne três diferentes provas: adestramento, saltos e cross-country (em que os conjuntos – cavaleiro e cavalo – são testados pela capacidade de superarem obstáculos naturais a uma velocidade elevada). Na disputa por equipes, o quarteto do Brasil (Márcio Jorge Carvalho, Carlos Parro, Rafael Losano e Ruy Fonseca) foi bronze.

O resultado garantiu ao Brasil uma vaga na Olimpíada de Paris. Somente os dois primeiros se classificavam, mas como os Estados Unidos (que ficaram com a prata) já tinham lugar assegurado em 2024, os brasileiros herdaram a vaga. O ouro em Santiago foi para o Canadá.

Na disputa individual, a medalha brasileira foi de prata, com Márcio Jorge e o cavalo Castle Howard Casanova. A norte-americana Caroline Pamukcu, montando HSH Blake, garantiu o ouro, com a canadense Lindsay Traisnel e a montaria Bacyrouge ficando com o bronze.

Águas abertas e marcha atlética

Na natação em águas abertas, Ana Marcela Cunha levou a medalha de prata nos dez quilômetros. A campeã olímpica – que se submeteu a uma cirurgia no ombro há menos de um ano e ficou oito meses sem competir –, ainda tentou uma aproximação no fim da prova, mas não alcançou a norte-americana Ashley Twichell, que conquistou o ouro. O pódio teve dobradinha brasileira, com o bronze para Viviane Jungblut.

A prova esteve ameaçada de não acontecer, devido à baixa temperatura da água (17ºC). Por conta disso, as atletas tiveram que competir utilizando trajes de borracha que mantêm o corpo aquecido, mas também atrapalham a execução dos movimentos.

“Foi uma prova muito difícil para mim porque foi justamente usando o traje que eu me lesionei e estava há um ano e seis meses sem usar. Então, fica sempre aquele receio. O mais importante foi que eu nadei no meu ritmo, no meu tempo, sem sentir dores. É claro que a gente sempre quer ganhar o ouro, mas a forma como eu nadei aqui me deixou bastante satisfeita”, comentou Ana Marcela, à assessoria do Time Brasil.

Já na marcha atlética, Caio Bonfim conquistou a prata na prova de 20 quilômetros, totalizando três medalhas em Jogos Pan-Americanos. Ele já tinha um bronze de Toronto e uma prata de Lima. O brasileiro ficou apenas quatro centésimos atrás do equatoriano David Hurtado, que levou o ouro. O mexicano Eduardo Olivas completou o pódio.

Jogos Escolares Brasileiros registram participação recorde em Brasília

Cursinhos preparam indígenas e quilombolas para provas do Enem


Logo Agência Brasil

Com 25 anos de aplicação, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que terá provas nos dias 5 e 12 de novembro, tem transformado o acesso às instituições de ensino superior e também os cursinhos preparatórios do país.. Alguns desses cursinhos passaram a se preocupar com a adaptação para receber alunos indígenas e quilombolas. .

Um desses cursinhos é o Colmeia, concebido na Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Limeira, interior de São Paulo, em 2010. No final do ano passado, a iniciativa, idealizada pela professora Josely Rimoli, conseguiu ser elevada de patamar e se tornou um programa da universidade, o que pressupõe maior apoio institucional.

Notícias relacionadas:

O Colmeia tem aulas à noite e incorporou a modalidade online em 2019. São 17 professores, entre graduandos e pós-graduandos da Unicamp, que dão aulas de linguagem, exatas, biologia e ciências humanas.

Em entrevista concedida à Agência Brasil, a Josely Rimoli destacou que a atuação da equipe do cursinho pré-vestibular não deve parar no ensino, e sim se estender ao acompanhamento do aluno aprovado quando ingressa no ensino superior. O objetivo do Colmeia, portanto, é oferecer o suporte necessário e garantir que o estudante está se integrando bem na comunidade acadêmica e, mais, que tem condições de se manter até o final do curso, inclusive financeiramente. Assim, pode-se dizer que pensa na efetividade de ações de permanência estudantil.

Além disso, para falar de igual para igual, respeitando o chamado “lugar de fala”, reivindicado por pessoas que fazem parte de grupos minorizados, como os indígenas e quilombolas, o Colmeia permite que os alunos conversem com alguém de perfil parecido, na hora de receber orientações e acolhimento, algo a que dedicam um dia da semana. Um estudante indígena dialoga com um instrutor também indígena, mesmo cuidado com que se trata a parcela quilombola das turmas, formadas, ainda, por adolescentes da Fundação Casa, mulheres e ribeirinhos.

Ensino básico e acesso à internet

Josely pontua que as falhas deixadas pelas escolas em que os alunos do cursinho estudaram vêm, com frequência, à tona, como ocorreria com qualquer estudante, independentemente de se pertencem ou não a grupos minorizados. Por isso, a equipe de professores entendeu que era preciso ajudá-los a fixar os conteúdos em vésperas de provas.

“A gente compreende que é importante dar acesso, contribuir para que acessem o ensino superior. É um direito à educação. E, uma vez que entraram [na instituição de ensino], precisam ter apoio à permanência”, declara a coordenadora do Colmeia, que também é responsável pela acolhida de candidatos indígenas que passam no vestibular da Unicamp.

Josely conta que um levantamento organizado pelo programa recentemente revelou que 83% dos alunos inscritos estudam pelo celular, o que faz com que a atenção se volte para o acesso à internet, geralmente obtida por meio de pacotes de dados e que se esgota rapidamente, à medida que vão assistindo às aulas. “Um quilombola do Vale do Ribeira atravessava o rio, à noite, em uma canoa, sozinho, para pegar sinal. É uma batalha por vez ou várias ao mesmo tempo”, diz a professora universitária.

Pertencimento 

No caso do curso Jenipapo Urucum, da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí), as estudantes que assistem às aulas e são mulheres e meninas indígenas, muitas vezes, até mesmo o aparelho celular é compartilhado com outros membros de suas famílias, não sendo de uso exclusivo delas, o que marca mais um grau de dificuldade de acesso. Como as alunas não podem prescindir dos aparelhos eletrônicos, as organizadoras do cursinho se mantêm constantemente mobilizadas para conseguir doações de tablets, computadores e celulares.

Conforme verificou o Instituto Semesp, o contingente de estudantes indígenas, no ano de 2021, era de pouco mais de 46 mil pessoas, o equivalente a 0,5% do total de alunos do ensino superior, proporção que ainda pode melhorar. A entidade também descobriu que o gênero feminino predomina entre os alunos indígenas, correspondendo a 55,6%.

Aluna do Jenipapo Urucum, a jovem Suziany Kanindé, de 18 anos, vive na zona rural de Aratuba (CE) e estuda em uma escola indígena. Ela descobriu o cursinho através de seu pai, que viu um post de divulgação no Instagram.

Suziany planeja estudar psicologia em Fortaleza, tanto por se identificar com a área como por ver que há uma lacuna de profissionais desse campo no atendimento ao seu povo, conciliando, assim, os estudos com a vontade de manter intacto ao máximo o convívio com os familiares. Como vantagem do caráter singular do cursinho indígena, ela cita a oportunidade de conhecer o modo de viver de outros povos originários.

“São diferentes povos, de todo o Brasil. Então, é uma chance de conhecer outras pessoas, cultura, tradições”, observa ela, que utiliza um tablet para ver as aulas, ministradas à noite, no contraturno da escola, e já reconhece avanços no desempenho em língua portuguesa e ciências da natureza, com o auxílio dos professores do cursinho, que são indígenas e não indígenas.

Perguntada sobre como espera que seja sua adaptação na universidade, Suziany exterioriza certa apreensão. “A gente conversa, dentro do cursinho, sobre a realidade dentro da universidade. No cursinho, a gente está entre a gente. Já na universidade, é outra realidade. A gente encontra uma série de dificuldades, quando vai para fora, sai da zona de conforto”, afirma ela, que também atua no Museu Indígena Kanindé.

Política de cotas

A jovem pataxó hã-hã-hãe Narrary Lucília, de 18 anos, também foi aluna do Jenipapo Urucum e chegou até ele pela sua mãe, que é monitora do cursinho, além de ter sido aluna, em outro momento. Para Narrary, que agora reduziu a frequência às aulas, depois de começar a cursar nutrição em uma faculdade particular, com bolsa integral, também é fundamental a sensação de pertencimento que a turma gera. “A maioria das pessoas que está nas universidades não é indígena. Acho esse projeto muito bonito. Algum professor, às vezes, inicia a aula colocando um vídeo de algum ritual, as alunas se juntam e, quando há duas de um mesmo povo, cantavam juntas. E conhecer também as culturas das meninas”, afirma.

Para Narrary, um dos fatores em que o governo acertaria, em termos de ampliação da presença de indígenas no ensino superior, seria a aposta no ensino básico, junto com políticas afirmativas, ou seja, cotas que permitam um maior acesso a eles. “As escolas indígenas são muito precárias. Às vezes, há poucos indígenas fazendo a prova do Enem porque não se sentem capazes. O ensino na aldeia não é tão bom assim e acaba que muitas pessoas achavam que os indígenas eram atrasados. Por causa disso, acabam sem querer estudar, por não se sentirem capazes. É por isso que não têm tanta representatividade [nas instituições de ensino superior]”, resume ela.