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Atlético e Flamengo tentam retomar caminho das vitórias no Brasileiro

Atlético e Flamengo tentam retomar caminho das vitórias no Brasileiro


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Atlético-MG e Flamengo protagonizam, a partir das 21h (horário de Brasília) deste sábado (29) na Arena Independência, um confronto de equipes que tentam retomar o caminho das vitórias no Campeonato Brasileiro. A Rádio Nacional transmite o confronto ao vivo.

O Galo é quem vive um momento mais complicado na competição nacional. Ocupando apenas a 13ª posição da classificação com 21 pontos após sete partidas sem vitórias (3 derrotas e 4 empates), a equipe mineira busca somar três pontos em casa para tentar se aproximar dos primeiros colocados da tabela.

O último resultado foi um revés de 1 a 0 para o Grêmio em Porto Alegre. Apesar de o resultado ter sido muito contestado, o técnico Luiz Felipe Scolari elogiou a postura de sua equipe na partida: “Jogamos relativamente bem, bem melhor do que nos últimos jogos. Penso que estamos no caminho certo. Os jogadores tiveram uma participação muito boa dentro do jogo, apesar de o resultado não sair”.

Uma vitória sobre o Rubro-Negro será um estímulo importante para o Galo antes do jogo decisivo contra o Palmeiras pelas oitavas de final da Copa Libertadores, na próxima quarta-feira (2) no Mineirão.

O Flamengo também tenta retomar o caminho das vitórias no Brasileiro, após três empates que o deixaram na 3ª posição da classificação com 28 pontos, a 12 do líder Botafogo. Mas o Rubro-Negro chega ao confronto após uma grande atuação na Copa do Brasil, onde bateu o Grêmio por 2 a 0 em Porto Alegre pela partida de ida das semifinais do torneio.

Segundo o técnico argentino Jorge Sampaoli, esta performance deve servir como parâmetro para jogos futuros: “Foi uma partida na qual a equipe não acelerou e trocou muito passes no campo rival. Dominou o jogo e se defendeu com a bola. A partir de agora temos que encontrar essa forma para jogar sempre desta maneira”.

Assim como o Galo, o Rubro-Negro tem um importante compromisso pelas oitavas da Libertadores, contra o Olimpia (Paraguai), na próxima quinta-feira (3). Assim, uma vitória fora de casa pelo Brasileiro dará ainda mais confiança para o time da Gávea.

Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Atlético-MG e Flamengo com a narração de André Luiz Mendes, comentário de Rodrigo Campos, reportagem de Rafael Monteiro e plantão de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

Atlético e Flamengo tentam retomar caminho das vitórias no Brasileiro

Mirando vaga nas oitavas, Brasil tenta quebrar tabu diante da França


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Buscando a classificação antecipada para as oitavas de final da Copa do Mundo de futebol feminino, o Brasil enfrenta a França, a partir das 7h (horário de Brasília) deste sábado (29) no estádio de Brisbane, na Austrália, pela segunda rodada do Grupo F da competição.

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A equipe comandada pela técnica sueca Pia Sundhage chega motivada após golear o Panamá por 4 a 0 na última segunda-feira (24), em sua estreia no Mundial disputado na Austrália e na Nova Zelândia. Assim, se vencer as francesas na segunda rodada chega aos 6 pontos e garante a classificação para as oitavas de final de forma antecipada, além de deixar as adversárias europeias em situação muito complicada.

Porém, para garantir os três pontos neste sábado, a seleção canarinho terá que quebrar um incômodo tabu, pois terá que vencer pela primeira vez as francesas em uma partida oficial, em 11 partidas são 6 derrotas e 5 empates. Considerando apenas confrontos em Copas, há um empate de 1 a 1 no Mundial de 2003 pela fase de grupos e uma derrota, de 2 a 1 na prorrogação das oitavas de final, na última edição da competição, em 2019.

Um jogo dessa magnitude está mexendo com as jogadoras brasileiras, que em diversas oportunidades nos últimos dias evidenciaram que têm ciência do desafio que têm pela frente. “A França é uma equipe muito forte, uma das tops do mundo, mas a nossa equipe também é uma equipe fortíssima. É o principal confronto do nosso grupo, e temos totais condições de reverter o histórico em relação à França. Então, será um jogo muito duro, que será resolvido nos detalhes”, afirmou a zagueira Lauren, de apenas 20 anos.

Já a meia-atacante Debinha disse que espera um confronto físico diante das europeias: “O jogo contra a França é sempre muito duro. Vemos uma seleção muito qualificada, e, toda vez que jogamos contra elas, exigem muito fisicamente. Portanto, é algo que temos trabalhado bastante até aqui”.

Porém, a técnica Pia Sundhage deixou claro que acredita que chegou a hora de o Brasil finalmente quebrar esta escrita e alcançar sua primeira vitória sobre as francesas: “Há sempre um histórico quando você joga contra um time. E quanto mais tempo você joga contra um time, como a França, mais perto você chega da vitória. Isso é um fato, é uma questão de tempo. Temos uma oportunidade. Tento comparar 2019 [quando o Brasil foi eliminado do Mundial justamente pelas francesas] com agora, e está muito diferente. Quando observo a equipe, elas [jogadoras brasileiras] estão alegres, confiantes e acreditam que é possível. Este é o momento para jogarmos um ótimo futebol e vencer o jogo”.

Uma equipe em reconstrução

Apesar de um retrospeto tão positivo diante do Brasil, as francesas não podem ser consideradas as favoritas para o confronto deste sábado, pois vivem um momento de reconstrução que tem impedido que mostrem o seu melhor futebol, como pôde ser visto no empate de 0 a 0 com a Jamaica na sua estreia da Copa.

A equipe que está representando a França no Mundial da Oceania é bem diferente da que disputou a Copa do 2019, quando caiu nas quartas de final para os EUA. São apenas 11 remanescentes daquele elenco.

Além disso, o time é comandado agora pelo técnico Hervé Renard (o mesmo que comandou a Arábia Saudita no último Mundial masculino). Ele assumiu o posto em março, substituindo Corinne Diacre, demitida após desavenças com algumas das principais jogadoras da seleção. Um mês antes, por exemplo, a zagueira e capitã Wendy Renard disse que não defenderia mais a equipe sob comando de Diacre. A decisão foi seguida por outros nomes importantes, como as atacantes Kadidiatou Diani e Marie-Antoinette Katoto.

A saída da treinadora estancou a sangria, viabilizando a volta das jogadoras. Mesmo assim, a seleção da França tem desfalques de peso na Copa, como a meia Amandine Henry (autora do gol que eliminou o Brasil há quatro anos) e as atacantes Delphine Cascarino e a própria Katoto, todas contundidas.

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Jogos Mundiais Universitários – Dia 5: cerimônia de abertura


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Após o tempo chuvoso no verão chinês, Chengdu amanheceu ensolarada. Logo nas primeiras horas desta sexta-feira (28), o céu limpo indicava que a delegação brasileira nos Jogos Mundiais Universitários de Verão teria um belo dia tanto nas competições quanto na Cerimônia de Abertura. E começou com a primeira participação do Brasil no evento. A honra coube à seleção feminina de basquete, que estreou contra a Romênia e não decepcionou.

Intensas desde o aquecimento, as brasileiras foram avassaladoras no primeiro quarto e saíram de quadra para o primeiro intervalo com um placar de 24 a 6. Parecia que as romenas não esperavam um adversário tão agressivo defensivamente e inspirado no ataque. Nos dois quartos seguintes, a Romênia melhorou e chegou a diminuir a vantagem brasileira para 10 pontos. Porém, no último quarto o Brasil se acertou novamente e garantiu a vitória de 77 a 59.

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Cestinha da partida com 19 pontos, Letícia analisou a vitória: “A estreia sempre tem o nervosismo, como vamos nos sair, mas desde que partimos de São Paulo o nosso objetivo até aqui foi o mesmo: com a dinâmica de time forte, vibrando. Elas se assustaram quando começamos com essa energia agressiva. Iniciar assim já manda toda a ansiedade para fora e no segundo jogo já está mais controlado”.

Letícia joga fora do Brasil há nove anos e afirma que esta experiência pode ajudar a equipe: “Acho que, por ser a mais velha do time, consigo trazer um pouco da experiência que tenho. Por exemplo, quando começa a baixar o ritmo do treino eu cobro um pouco mais e as jogadoras começam a entender o motivo. Esse jogo foi importante para todos perceberem que precisamos de intensidade. A gente tava ganhando de 24 a 6 e as romenas vieram buscar. A intensidade tem que continuar. Claro que algumas jogadoras são novas, para muitas é a primeira vez, então está sendo uma experiência grande. Quando conseguimos controlar dá para ver o resultado dentro de quadra”.

O próximo compromisso da seleção será no domingo (30), contra a Finlândia. O Brasil está no grupo C ao lado de Romênia e Finlândia. Os dois primeiros colocados se classificam para a próxima fase.

Cerimônia de abertura

Após a vitória no basquete faltava pouco tempo para a Cerimônia de Abertura dos Jogos Mundiais Universitários de Verão. Depois do almoço, toda a delegação estava pronta às 16h para se deslocar até o Dong’an Lake Sports Partk Stadium.

Já na fila para entrar na cerimônia, argentinos e brasileiros se provocaram com canções de futebol, mas em clima tranquilo e cordial. A entrada da delegação no estádio foi emocionante. Recebidos por um público animado, os atletas tremularam bandeirinhas e se encantaram com o desfile. Depois, já sentados nas cadeiras, os brasileiros acompanharam um show repleto de música, dança, efeitos especiais e muitos fogos de artifício.

No próximo sábado (29) o Brasil entra no tatame para brigar por medalhas. Às 10 horas começa a fase eliminatória do judô e às 16h já teremos as finais das categorias -48kg feminino, -52kg feminino, -57kg feminino, -60kg masculino e -66kg masculino. Além disso serão realizadas disputas das primeiras rodadas do tênis e do tênis de mesa. À noite, a partir das 19h30min (horário local), será a vez de o basquete masculino enfrentar a China. Já o time de vôlei masculino pega a Alemanha a partir das 20h.

* Maurício Costa viajou como integrante da delegação da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU). A entidade convidou a EBC para participar da cobertura durante os 17 dias de competição em Chengdu.

Escolas se enfeitam de novas tecnologias sem intensificar comunicação

Escolas se enfeitam de novas tecnologias sem intensificar comunicação

Passar da instrução para a aprendizagem é o resumo da proposta que tornou a Escola da Ponte, em Portugal, uma experiência inovadora de educação pública. Fundada em 1976, a instituição de ensino busca dar protagonismo ao aluno e ao processo de aprendizado, que se torna, ao mesmo tempo, mais autônomo e mais coletivo.

A experiência da Escola da Ponte inspirou outras instituições de ensino ao redor do mundo, inclusive no Brasil, onde José Pacheco chegou a participar da criação do Projeto Âncora, fundado no interior de São Paulo, em 1995.

Palestrante da primeira edição da Eduko, Bienal de novos saberes, que acontece nesta sexta-feira (28) e sábado (29), em Belo Horizonte, o pedagogo português José Pacheco reflete sobre tecnologia, diversidade e a educação do futuro. O evento é realizado por Sesc, Sistema Comércio MG e Senac.

“Os professores do futuro irão manter-se ancorados em aulas obsoletas servidas em lousas digitais? Irão replicar o planejamento de aulas congeladas no YouTube ou em tablets? Ou usar o digital a serviço da humanização da escola? Essa é a pergunta central. Não sou catastrofista, vejo tudo com o copo meio cheio. Mas as escolas têm se enfeitado de novas tecnologias sem intensificar a comunicação e a pesquisa. Pelo contrário, o modo como utilizam a internet fomenta a imbecilidade, a ignorância e a solidão”, define.

Em entrevista à Agência Brasil, o idealizador da escola, o educador, antropólogo e cientista da Educação José Pacheco vê a educação pautada pela competição e individualidade como uma das causas de conflitos sociais, extremismo e violência nas escolas. E na sala de aula tradicional, defende, é impossível se pensar em um trabalho pautado na coletividade.

Agência Brasil: A sua concepção do que deveria ser a Escola da Ponte mudou ao longo do tempo? Como a prática cotidiana impactou suas ideias?

José Pacheco: A Escola da Ponte foi a primeira escola, no contexto da rede pública de educação, que operou a transição entre o paradigma da instrução, o trabalho centrado no professor, para o paradigma da aprendizagem, o trabalho centrado no aluno enquanto sujeito de aprendizagem. Foi a primeira no ensino fundamental, e, em 1976, foi inovadora, porque cumpriu os cinco critérios que definem inovação: ser efetivamente inédita, ser sustentável na lei e na ciência, ser replicável, ser útil e estar sempre em fase instituinte. A inovação é algo instituinte, não pode parar de inovar. E o que aconteceu na Escola Ponte é que parou de inovar. É a melhor escola do meu país, é uma das melhores escolas do mundo, no mundo da educação, claro, mas ela cristalizou. É um objeto de turismo educacional.

Agência Brasil: Você idealizou um projeto de educação pautado pela coletividade em um tempo em que o individualismo parece cada vez mais exacerbado. Que resposta a educação deve oferecer a esse movimento, na sua visão?

José Pacheco: Edgar Morin [antropólogo, sociólogo e filósofo francês] diz-nos que a modernidade nos confinou numa ética individualista que nos impede de pensar a responsabilidade por atos coletivos. E é isso que a escola da modernidade concretiza quando o professor está solitário na sala de aula e não é autônomo, e não ensina o que diz, transmite aquilo que é. Transmite heteronímia a uma audiência formal e o mesmo está sujeito a uma hierarquia explícita na sala de aula. É impossível pensar-se num trabalho pautado na coletividade. A sala de aula, como dispositivo central do paradigma da instrução, deverá ser extinta, pura e simplesmente, porque o que importa a saber é que alguns autores do século 20, e vou citar apenas dois ou três, Agostinho da Silva, Lauro de Oliveira Lima, Paulo Freire, que é incontornável. Mas um Freire que seja efetivamente cumprido, porque o que acontece hoje nas propostas, teorizações e teorias é algo que eu chamo de freirianos não praticantes. São teoricistas que falam de uma nova educação, falam em nome de Paulo Freire, mas fazem educação bancária, o que é contraditório, e até antiético, mas ficamos por aí. O que fazemos, a práxis, é criar os círculos de aprendizagem, o que é efetivamente uma inovação. E os círculos de aprendizagem dão origem a uma nova construção social, porque há várias. E essa nova construção são protótipos de uma comunidade de aprendizagem. Em vários países acompanho a evolução desse projeto de criação de uma nova construção social. Não é mais um paliativo, não é mais um ensino híbrido, nada disso. É uma nova construção social que irá ao longo dos anos substituir aquela que vem da Prússia militar do Século 18 e da Inglaterra da Primeira Revolução Industrial.

Agência Brasil: Acompanha experiências similares à sua no Brasil? Como vê a aplicabilidade desse método em realidades socioeconômicas diferentes de da cidade do Porto?

José Pacheco: Quando me foi pedido que fizesse o projeto âncora, tive o cuidado de entrar nas favelas que rodeavam esse projeto e vivenciar aquilo que lá acontecia. Partindo do princípio que escolas não são prédios, são pessoas, e as pessoas são os seus valores, eu encontrei nas favelas, se nos abstrairmos do tráfico e das milícias, a matriz axiológica da Escola da Ponte, os valores. O valor da solidariedade, da responsabilidade e da autonomia. É muito claro nos favelados essa tripla dimensão axiológica. E tive o cuidado também de, enquanto europeu, correndo risco de etnocentrismo, ir às comunidades dos povos indígenas. Estive um tempo entre os pataxós, outro tempo entre os tupinambás e outro tempo entre os xavantes. Depois, fui aos quilombos. Fui a um quilombo do Campinho. Fui a um quilombo em Goiás, estive em vários, e encontrei a tradução clara daquilo que é o provérbio africano de que é preciso uma tribo inteira para educar uma criança. Depois dessas experiências, costumo dizer que quanto mais eu conheço o Brasil menos entendo, mas isso se deve ao caldo cultural em que o Brasil está imerso. A origem portuguesa, japonesa, alemã, italiana e tantas outras de imigrantes que trouxeram toda a sua criatividade e é muito difícil pensar uma Escola da Ponte, mas é possível partir do exemplo da Escola da Ponte, para, aplicando com toda a reserva e cuidado à América do Sul, fazermos aquilo que há muito tempo este lugar reclama, que é uma escola, uma educação, na medida dos povos pré-colombianos, juntando cultura e miscigenação.

Agência Brasil: Sua experiência na Escola da Ponte já atravessa diferentes gerações de crianças. Como tem acompanhado o impacto da tecnologia nas gerações atuais? Quais consequências vê e como lidar com elas?

José Pacheco: Quando, há 50 anos, perguntava aos alunos o que queriam ser, diziam que queriam ser jogadores de futebol, aeromoças etc. Quando hoje eu pergunto, primeiro eles respondem perguntando: eu posso dizer? Porque já destruíram a curiosidade e os proibiram de fazer perguntas. Eu digo que sim. E eles dizem que querem ser influencers, youtubers etc. E o que eu quero dizer com isso? As tecnologias de informação e comunicação são incontornáveis, mas a escola precisa ser reinventada. Não adotar robôs e uma inteligência artificial que, dos Estados Unidos, transmite conteúdo para o cérebro. Do modo como as novas tecnologias estão sendo introduzidas em algumas escolas, temo que se converta em mais alguma panaceia. Que sejam acriticamente consumidas, sem resquícios de uma cooperação necessária e dependentes de vínculos afetivos precários que são estabelecidos com identidades virtuais. Internet não é uma ferramenta, é uma sociedade, e é generosa na oferta de informação, mas os professores do futuro irão manter-se ancorados em aulas obsoletas servidas em lousas digitais? Irão replicar o planejamento de aulas congeladas no YouTube ou em tablets? Ou usar o digital a serviço da humanização da escola? Essa é a pergunta central. Não sou catastrofista, vejo tudo com o copo meio cheio. Mas as escolas têm se enfeitado de novas tecnologias sem intensificar a comunicação e a pesquisa. Pelo contrário, o modo como utilizam a internet fomenta a imbecilidade, a ignorância e a solidão.

Agência Brasil: Os ataques violentos a escolas têm crescido no Brasil, muitas vezes associados a grupos de ódio nas redes. Como sua proposta pedagógica pode contribuir para o enfrentamento desse problema?

José Pacheco: Na escola de Bambini, em 1907, Maria Montessori dizia que a escola que estimula a competitividade negativa é a origem remota de todos os conflitos de todas as guerras. Não espanta, infelizmente, os ataques que as escolas têm sofrido e as mortes que têm acontecido. Quando vou até uma escola que carece de um ambiente de sociocracia, de um ambiente democrático, a primeira coisa que fazemos é criar alguns dispositivos de relação, entre os quais os acordos de convivência, o quadro de direitos e deveres, a assembleia, a comissão de ajuda, a caixa de segredos. E essa organização, muito até neobehaviorista, que condiciona todo o trabalho feito a jusante. Um dia, me levaram à Papuda [presídio no Distrito Federal], à aula de jovens infratores, e nem consigo descrever a tragédia que lá observei. E o secretário de educação do Distrito Federal pediu para eu fazer um projeto para aqueles jovens, e eu disse que poderia tentar desde que conhecesse a origem desses jovens e estabelecesse contatos com as famílias, quase todas monoparentais, mas que estava mais interessado em preparar um projeto que evitasse a nossa sociedade de ver uma Papuda, de ver violência, ou seja, trabalhar a montante para não arranjar improvisos de solução a jusante.

Agência Brasil: A educação antirracista, pró-equidade de gênero e inclusiva a respeito das diversidades sexuais é uma pauta progressista com cada vez mais relevância. Quais contribuições a Escola da Ponte pode dar nesse sentido?

José Pacheco: Quando me perguntam se a minha escola é inclusiva, respondo que é uma escola a caminho da inclusão. Porque não há escolas inclusivas nem há escolas inovadoras. Há um tempo ouvi um discurso de uma muito conhecida palestrante que falava sobre escolas inclusivas e inovadoras, e, no final, com todo respeito, perguntei pelo endereço de uma dessas escolas e ela não soube dar. Estamos a falar de que? Enquanto a escola continuar a ser o que é, enquanto não se juntar aquilo que é útil no paradigma da instrução, no paradigma da aprendizagem e no paradigma da comunicação, enquanto não se tomar um compromisso ético com a escola e com a vida. Porque se o professor dá aula e não ensina a todos os alunos, e se continuar dando a aula, ele não é um professor, é um crápula, porque sabe que está a semear ignorância. Então, é preciso criar condições para que se cuide dos professores para que eles possam tomar uma decisão ética, um compromisso ético com a educação. A partir daí essas questões de gênero, de inclusão e de diversidade, tudo isso é sublimado.

Agência Brasil: Vemos uma certa desvalorização do ensino formal e das carreiras tradicionais nas redes sociais, que apontam para um modelo de sucesso capitalista agora mais pautado pelos influenciadores, coachs, investidores de cripto e outros grupos. Como isso impacta a educação de hoje e do futuro, na sua visão?

José Pacheco: Influenciadores, coachs, investidores etc. Tudo isso irá parar no saco de lixo da história da educação. São fenômenos de passagem. Falar da educação do futuro é falar de que?, se considerarmos que mais de 80% dos empregos atuais não existirão dentro de 10 anos. Penso que vai ser antes. Um dos quais é o professor de sala de aula. Quando fui dar aula, sabia muito da minha área, de eletrotécnica, não sabia ser professor, sabia dar aula. E não sabia que estava a desvalorizar a minha própria profissionalização. Todos esses coachs irão desaparecer assim como irá desaparecer a mercantilização da escola pública, que está em curso. As modas pedagógicas duram enquanto duram, então, não me preocupa muito a desvalorização do ensino formal, até porque não falo de ensino formal. Por que há ensino formal e informal, educação ambiental, educação para a saúde, educação infantil, educação fundamental? Educação é uma só.

Agência Brasil: Brasil, Portugal e muitos outros países viveram uma ascensão de uma extrema direita muito pautada pela desinformação e pela rejeição do outro. Há quem diga que a solução está na educação. O que acha?

José Pacheco: Há uma extrema direita em Portugal que já ocupa o terceiro lugar em votação e realmente está em crescimento. Já há xenofobia, já existe perseguição, e isso é uma consequência do modelo educacional em que vivemos. A desinformação e a rejeição do outro surgem como um dos efeitos nefastos do modelo educacional do século 18. Costumo brincar que continuamos a ter alunos do século 21, com professores do século 20 a trabalhar como no século 19. Será necessário fazer uma grande transformação, operar mudanças e, sobretudo, inovar. É preciso ligar a escola com o poder público e a universidade. É preciso ligar a escola com as famílias e a sociedade. É preciso ligar a escola com a saúde pública e o ambiente, e arte e cultura. É preciso considerar que a escola não é o prédio, e que se aprende em qualquer lugar desde que aconteça vínculo entre o objeto significativo que se busca alcançar, através da busca da informação e construção do conhecimento, e a triangulação com um mediador que pode ser esse tal de coach, tutor e sei lá como chamar. E quando perguntas o que acha, peço desculpas, mas não posso achar. Sou formado em Ciências da Educação, e alguém formado em Ciências da Educação, o que é raro, não tem o direito de achar. Tem a obrigação de afirmar e fundamentar na ciência prudente aquilo que diz. Infelizmente, como diria Jean Piaget, a educação é a única área das ciências humanas em que todo mundo se considera especialista e no direito de dar opinião.

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Campeão olímpico Thiago Braz testa positivo em exame antidoping


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A World Athletics (Federação Internacional de Atletismo) anunciou nesta sexta-feira (28) que o brasileiro Thiago Braz, campeão olímpico na prova do salto com vara, foi suspenso provisoriamente após testar positivo para ostarina, substância usada para o aumento de massa muscular.

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“Uma suspensão provisória é quando um atleta ou outra pessoa é temporariamente suspenso de participar de qualquer competição ou atividade no atletismo antes de uma decisão final em uma audiência conduzida de acordo com as Regras Antidoping do Atletismo Mundial ou do Código de Conduta de Integridade”, afirma a entidade através de nota.

Thiago Braz conquistou o ouro olímpico na prova do salto com vara nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, e conquistou um bronze na edição posterior da competição, em Tóquio (Japão).

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Copa do Mundo: China derrota Haiti de forma dramática pelo Grupo D


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A China alcançou uma dramática vitória de 1 a 0 sobre o Haiti, nesta sexta-feira (28) no estádio Hindmarsh, em Adelaide, na Austrália, pelo Grupo D da Copa do Mundo de futebol feminino. O triunfo deixou a equipe asiática na 3ª posição da classificação com 3 pontos, mesma pontuação da vice-líder Dinamarca. A líder é a Inglaterra, com 6 pontos. As haitianas são as lanternas sem ponto algum.

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O primeiro tempo da partida foi de baixo nível técnico, com as equipes errando muitos passes. Assim, o lance mais importante da partida foi a expulsão da chinesa Rui Zhang, que deu uma entrada criminosa no joelho de Jeudy aos 28 minutos. Inicialmente a árbitra deu cartão amarelo, mas o VAR (arbitragem de vídeo) pediu para o lance ser revisto e o cartão vermelho foi dado.

Apesar da desvantagem numérica a China não abdicou do jogo e chegou ao gol da vitória aos 28 minutos do segundo tempo em gol em cobrança de pênalti de Shuang Wang. Aos 46 minutos a árbitra assinalou penalidade máxima para o Haiti, mas o VAR sugeriu a revisão do lance e ela voltou atrás em sua decisão inicial. A partir daí as chinesas souberam sofrer para saírem de campo com uma dramática vitória.

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Chegou a hora de o Brasil vencer a França, diz Pia Sundhage


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A técnica sueca Pia Sundhage afirmou que chegou a hora de o Brasil vencer a França. A declaração foi dada durante entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (28), um dia antes da partida da seleção brasileira com as europeias pelo Grupo F da Copa do Mundo de futebol feminino.

“Há sempre um histórico quando você joga contra um time. E quanto mais tempo você joga contra um time, como a França, mais perto você chega da vitória. Isso é um fato, é uma questão de tempo. Temos uma oportunidade. Tento comparar 2019 [quando o Brasil foi eliminado do Mundial justamente pelas francesas] com agora, e está muito diferente. Quando observo a equipe, elas estão alegres, confiantes e acreditam que é possível. Este é o momento para jogarmos um ótimo futebol e vencer o jogo”, declarou a treinadora.

Porém, para garantir os três pontos neste sábado (29), a seleção canarinho terá que quebrar um incômodo tabu, terá que vencer pela primeira vez as francesas em uma partida oficial, pois em 11 partidas são 6 derrotas e 5 empates. Considerando apenas confrontos em Copas, há um empate de 1 a 1 no Mundial de 2003 pela fase de grupos e uma derrota, de 2 a 1 na prorrogação, nas oitavas de final da última edição da competição, em 2019.

Segundo Pia, a equipe brasileira chega mais preparada para o confronto com as francesas após alcançar importantes resultados contra equipes qualificadas nos últimos anos: “Enfrentar a Inglaterra, vencer a Alemanha, Chile e Panamá, nos dá confiança. A cada gol marcado, ganhamos confiança. E, como eu disse, procuramos criar uma atmosfera de ‘este é o momento’. Então, esta é a nossa oportunidade neste jogo específico contra a França”.

O Brasil enfrenta a França, a partir das 7h (horário de Brasília) do próximo sábado no estádio de Brisbane, na Austrália, pela segunda rodada do Grupo F da Copa do Mundo.

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Inglaterra supera Dinamarca para encaminhar vaga nas oitavas


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Após garantir a sua segunda vitória no Grupo D da Copa do Mundo de futebol feminino, desta vez de 1 a 0 sobre a Dinamarca, a Inglaterra ficou muito perto da classificação para as oitavas de final da competição. Com este triunfo, alcançado na manhã desta sexta-feira (28) no Estádio de Futebol de Sydney, na Austrália, a seleção inglesa lidera a chave com seis pontos, enquanto as dinamarquesas aparecem na segunda posição com três.

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Em uma partida na qual optou por não correr muitos riscos, em especial no segundo tempo, no qual administrou sua vantagem, a Inglaterra alcançou o gol da vitória logo aos 5 minutos da epata inicial, com um golaço de da atacante Lauren James, que acertou chute de fora da área.

Porém, a partida também reservou uma surpresa negativa para a equipe inglesa. Aos 34 minutos do primeiro tempo a talentosa meia Keira Walsh pisou em falso e deixou o campo com dores no joelho direito. A jogadora, que é um dos destaques da equipe, foi contratada pelo Barcelona (Espanha) junto ao Manchester City (Inglaterra) pelo valor de 460 mil euros, na maior transação da história do futebol feminino.

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Copa feminina: Argentina e África do Sul empatam em jogo movimentado


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A Argentina arrancou um empate de 2 a 2 com a África do Sul, na noite desta quinta-feira (27) no estádio de Dunedin, na Nova Zelândia, pelo Grupo G da Copa do Mundo de futebol feminino. Este resultado deu às duas equipes, que perderam na primeira rodada, os primeiros pontos na competição.

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A primeira etapa da partida foi marcada pela maior posse de bola das argentinas e pelos rápidos contra-ataques das sul-africanas, que, quando tiveram oportunidades, foram letais. Assim, a África do Sul abriu o placar aos 29 minutos, quando Motlhalo recebeu grande passe na área e ficou em ótima condição para marcar. Aos 51 a goleira Vanina Correa foi novamente superada, mas desta vez por Kgatlana, mas o lance foi invalidado pela bandeirinha.

Na etapa final o domínio permaneceu sendo das sul-africanas. E desta vez Kgatlana marcou e o gol foi confirmado após receber passe de Seoposenwe. Mas com a vantagem de dois gols no placar a seleção da África do Sul assumiu uma postura reativa, se fechando na defesa e tentando sair em velocidade no contra-ataque.

E a escolha se mostrou equivocada, pois permitiu o empate da Argentina. A equipe sul-americana conseguiu descontar aos 28, com um golaço de Braun, que aproveitou bola que sobrou na intermediária para acertar um chute que foi parar no ângulo do gol defendido por Swart. Cinco minutos depois Mila Rodríguez levantou a bola na área, onde Romina Núñez cabeceou com precisão para dar números finais a um jogo muito movimentado.

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Futebol: TJ-GO torna réus sete jogadores por manipulação de resultados


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O Tribunal de Justiça de Goiás aceitou denúncia do Ministério Público (MP-GO) e tornou réus sete jogadores e outras sete pessoas acusadas de envolvimento em esquema de manipulação de 13 resultados de apostas em jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de 2022, alvo da fase três da Operação Penalidade Máxima. 

Entre os atletas citados na decisão proferida pelo juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 2ª Vara de Repressão ao Crime Organizado e Lavagem de Capitais, na noite de quarta-feira (26) estão Dadá Belmonte (América-MG), Alef Manga (Coritiba; já afastado do clube), Igor Carius (Sport), Jesus Trindade jogador (uruguaio, ex-Coritiba), Pedrinho (ex-Athletico-PR, atualmente no Shakthar), Sidcley (ex-Cuiabá e hoje no Dínamo de Kiev), e Thonny Anderson (ABC).

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Também responderão por supostos crimes previstos na Lei Geral do Esporte (LGE) os seguintes acusados: Bruno Lopez de Moura, conhecido como  BL, já preso por suspeita de chefiar organização de apostadores; Cleber Vinicius Rocha Antunes da Silva, empresário chamado de Clebinho Fera,  Ícaro Fernando Calixto dos Santos, Romário Hugo dos Santos (o ex-jogador Romarinho), Thiago Chambó Andrade, Victor Yamasaki Fernandes (conhecido como Vitinho).

Os réus citados pelo juiz Alessandro Pereira Pacheco foram denunciados pelo MP-GO por condutas descritas na LGE, nos seguintes artigos:

198: Solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

199. Dar ou prometer vantagem patrimonial ou não patrimonial com o fim de alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Regulamentação de apostas esportivas

Na última terça (25), foi publicada no Diário Oficial uma medida provisória que inicia o processo de regulamentação das apostas esportivas de quota fixa, também conhecido como mercado de bets. Criado em 2018, pela Lei 13.756, o mercado, com potencial de arrecadação anual de até R$12 bilhões, permaneceu quatro anos sem regulamentação.