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Psicanalista diz que mundo de tsunami digital requer nova educação

Psicanalista diz que mundo de tsunami digital requer nova educação


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A revolução tecnológica é um tsunami que tornou o nosso mundo tão novo, que poderia ser chamado de “Terra Dois”. O “Terra Um”, que conhecíamos, não existe mais. Esse é o conceito do médico psiquiatra e psicanalista brasileiro Jorge Forbes, pesquisador da pós-modernidade e diretor da Clínica de Psicanálise do Centro do Genoma Humano da USP. 

Ele diz que tantas transformações fizeram com que os cidadãos se sintam “desbussolados” e perdidos. “Nós não estaremos perdidos se começarmos ‘ontem’ um projeto de educação para evitar os analfabetos digitais que estamos criando”. Para Forbes, o analfabetismo digital vai provocar diferenças entre grupos maiores do que entre classes sociais.

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O pesquisador conquistou, há dez anos, o Prêmio Jabuti pelo livro Inconsciente e Responsabilidade – Psicanálise do Século XXI e lançou, no mês passado, o título Pílulas da Psicanálise – Aforismos e Sentenças de Jorge Forbes. Para ele, as profissões passarão por transformações, mas características singulares fazem com que pessoas não sejam substituíveis por máquinas.  

Confira abaixo entrevista que o médico Jorge Forbes concedeu à Agência Brasil:

Agência Brasil – A revolução tecnológica é um tsunami. O senhor pode explicar a expressão “Terra Dois”?

Jorge Forbes – O tsunami tecnológico é um colossal avanço neste momento, como a nanotecnologia, a biotecnologia e a informática que estão fazendo uma revolução na forma de vivermos. Um avanço que faz com que a gente se sinta desbussolado, sem caminho. As pessoas não se entendem mais na vida. Nós não nascemos da mesma maneira. Nem educamos, nem namoramos, nem trabalhamos, nem aposentamos. Nem morremos da maneira que a gente fazia até há pouco tempo.

Eu acredito que nós estamos vivendo um tsunami dessa mudança do lado social, da maneira humana de ser. Diferentemente dos animais, nós humanos variamos com o nosso ambiente. Uma abelha não varia, uma vaca não varia, um cavalo não varia. São sempre iguais independentemente de onde estiverem. Nós, não. A gente produz diferentemente.

São pequenas mudanças que ocorrem na nossa vida o tempo inteiro. Mas uma mudança maciça como essa, que a gente está vivendo, ocorre de séculos em séculos. Durante 28 séculos, nós tínhamos uma maneira de comportamento que era linear, vertical, hierárquica, padronizada e, de repente, a gente passou para um mundo horizontal, múltiplo, criativo, variável. Essa mudança de valor é tão imensa que justificou, ao meu ver, eu chamar de “Terra Dois”. 

Agência Brasil – Como assim, Terra Dois?

Jorge Forbes – A gente fez um planeta chamado Terra. Terra Um. Nós estamos em outro planeta que nos confunde porque geograficamente é igual ao anterior, mas que nós habitamos de maneira completamente distinta. Só que essa maneira ainda não dominamos. A gente não entende ainda. Então estamos todos em busca de novas chaves de leitura de um mundo, a meu ver, até muito mais interessante do que o anterior, por ser muito mais criativo e mais variado. Por outro lado, essas mudanças tecnológicas repercutem nos campos profissionais. 

Agência Brasil – De que forma devemos estar preparados para o tsunami?

Jorge Forbes – As pessoas se sentem profundamente inseguras e angustiadas com essa época atual. Falamos de tsunami de forma negativa porque, no primeiro momento, nos amedronta. É até a gente transformar o tsunami que pode nos afogar em uma onda em que possamos surfar.

É necessário trazer esclarecimento, trazer passaporte para o lado de cima da onda que faça com que a gente surfe em vez de se afogar. 

Agência Brasil – É preciso mais preparo e criatividade?

Jorge Forbes – Nós temos atividades na nossa vida que podem ser singulares ou genéricas. As singulares são aquelas que só a gente pode fazer. Pelo talento, pelo gosto, pelo desejo, pela oportunidade, pelo momento. Várias razões fazem com que sejamos insubstituíveis. Agora, quem substitui um datilógrafo é outro datilógrafo. Quem substitui um motorista é outro motorista. 

Há atividades singulares que não são genéricas. A inteligência artificial e toda a tecnologia que estão nos ‘tsunamizando’ (para criar uma palavra) podem fazer melhor que o humano aquilo que for genérico. 

Vai dirigir, por exemplo melhor do que nós. Por quê? Porque em vez de você ter um caminhoneiro, você vai ter uma máquina que não vai fazer certas atitudes por demais humanas.

Na minha área, que é a medicina, por exemplo, eu sou psiquiatra, mas meus colegas radiologistas que se dedicam a ler Raio X podem ser facilmente ultrapassados pela inteligência artificial. 

Agência Brasil – Estamos perdidos? 

Jorge Forbes – Não. Nós não estamos perdidos se começarmos ‘ontem’ um projeto de educação para evitar os analfabetos digitais que nós estamos criando. 

Na medida que se perde o trabalho genérico, a pessoa tem que ser educada para uma nova realidade e para o novo mundo. Isso está sendo feito? Não. Isso não está sendo feito.

Estamos pensando ainda muito distante de um novo mundo que é tecnológico e não responde mais às ferramentas do mundo anterior. 

Agência Brasil – O senhor entende que a chave dessa mudança é pela educação que forme cidadãos mais criativos e mais humanos?

Jorge Forbes – Sim. Ao não darmos atenção à revolução digital, estamos criando analfabetos digitais. A distância entre os alfabetizados digitais e os analfabetos digitais está prevista como sendo muito maior do que entre, por exemplo, a classe A e a classe D ou E de um país.

Se não dermos atenção à tecnologia, haverá problemas sociais piores do que os problemas econômicos atuais. Porque uma parte importantíssima da população simplesmente vai ser posta ao relento, vai ser posta em situação de inutilidade total. 

Agência Brasil – Mas como fazer para que isso não ocorra?

Jorge Forbes – Para que isso não ocorra, temos que avançar muito rapidamente com os processos educacionais para diminuir o analfabetismo digital que se anuncia. 

Agência Brasil – É possível estabelecer um marco dessa mudança?

Jorge Forbes – Não há um dia específico da mudança. Mas há elementos importantes que a gente pode datar. Entendemos que a mudança é, sobretudo, da verticalidade para a horizontalidade. Eu diria que em 1992 houve o surgimento da web, que é o principal elemento horizontalizador das nossas relações

Agência Brasil – Quando a gente fala da horizontalidade, há outro olhar preocupado não só no âmbito profissional, mas também nas hierarquias e relações de poder. O senhor acha que isso abala a sociedade tal e qual a gente conhece hoje?

Jorge Forbes –  Paradoxalmente, o que a gente mais deseja no mundo é o que a gente mais teme. É liberdade. Liberdade sexual, de culto, de expressão, de amor, de viajar, de pensar. 

O mundo anterior determinava fatores de escolha determinados. Era certo ou errado. A ou B. Esse mundo agora é de múltiplas opções.

Em um segundo momento, há quem adore ter alguém para dizer o que se deve fazer. É o que explica curiosamente que, nesse mundo, onde a liberdade é muito maior do que antes, surjam líderes tirânicos que se oferecem como segurança para quem está com saudade de algo mais estável.

Não tem jeito. A globalização é instável, múltipla e criativa. Quem quer que a vida seja muito estável é aquele que quer que a vida seja um piloto automático. Nós temos que inventar cada passo e ir corrigindo a rota.

Agência Brasil – Nessas relações horizontais, há quem se queixe das quebras de hierarquia e até de comportamento dos mais jovens, desesperançados ou pouco dispostos a ouvir. Isso é um problema também, certo?

Jorge Forbes – O fato de ter novo mundo não quer dizer que seja um paraíso. São novas soluções e novos problemas. É verdade que há 30 ou 40 anos os adolescentes eram “mais bem educados”, respeitavam os mais velhos, os horários, os professores. Enfim, era uma outra realidade, totalmente distinta de hoje, que tem algumas coisas muito desagradáveis.

Mas você tem, por outro lado, essa mesma moçada descobrindo coisas maravilhosas. Eu fiz um trabalho, ao meu ver interessante, sobre o que é essa nova geração mutante e o que faz com a música eletrônica. 

Eu acho que ela é exemplo incrível de um novo tipo de lado social humano, onde as pessoas estão juntas sem necessidade de se compreender.

Eu me debrucei sobre algo que é um fenômeno que passa às vezes despercebido, mas é muito importante. Eles conseguem juntar 2 milhões de pessoas para ouvir música que não tem letra. Isso é impensável para a geração dos pais deles.

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Liga STEAM tem 2ª edição para educadores e alunos de escolas públicas


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Educadores de escolas públicas municipais, estaduais e federais e alunos desde a educação infantil, a partir de 4 anos de idade, até o ensino médio têm até o dia 28 deste mês para se inscrever na segunda edição do Prêmio Liga STEAM. Considerado um dos maiores eventos educacionais do país na abordagem STEAM, a iniciativa envolve habilidades nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática. As inscrições podem ser feitas no site Liga Steam.

Serão premiados projetos desenvolvidos pelos alunos e professores para resolver questões relevantes em suas escolas e comunidades, mas não é preciso ter um projeto pronto para fazer a inscrição, informou à Agência Brasil a analista de Investimento Social da Fundação ArcelorMittal, Catarina Lutero Mendes. “Os professores vão construir os projetos, com seus alunos, ao longo da iniciativa. Eles não precisam ter o projeto pronto para se inscrever no prêmio”.

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Os educadores participarão de formação online no dia 27 deste mês, às 19h, onde vão aprender sobre abordagem STEAM, sobre metodologias relacionadas ao desenvolvimento e elaboração de projetos. Clique aqui no link de acesso. “À medida que eles forem evoluindo nessa formação, vão estabelecendo com seus alunos as etapas até que, ao final, tenham o projeto mais desenvolvido”. A ideia é que os educadores apresentem já um esboço ou ideia no dia 9 de julho.

Rio de Janeiro (RJ)  - Investimento Social da ArcelorMittal, Catarina Lutero Mendes - Prêmio Liga STEAM. Foto: Fundação AcelorMittal

Investimento Social da ArcelorMittal, Catarina Lutero Mendes – Prêmio Liga STEAM – Fundação ArcelorMittal

“Eles vão colocar o tema, se pretendem pesquisar, o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS), a que o projeto estará relacionado, a quantidade de alunos no âmbito escolar, a pergunta norteadora do projeto – porque precisa ter uma questão de ancoragem que chamr a atenção dessas crianças”. A pergunta norteadora pode estar relacionada a problemas ambientais da própria escola, da comunidade onde estão inseridos. Problemas para os quais pretendem desenvolver soluções. A partir da escolha da temática e da pergunta norteadora que vai orientar o trabalho, os candidatos ao prêmio vão entrar na segunda fase, que é o desenvolvimento do projeto.

Elaboração

As melhores ideias serão selecionadas e, a partir de 1º de agosto, os professores iniciam a elaboração e execução do projeto com seus alunos. Em 29 de outubro, as equipes enviarão relatórios finais dos projetos, onde vão relatar o que foi feito, como foi feito e resultados obtidos. Catarina esclareceu que os educadores e alunos devem propor soluções para problemas das comunidades, mas não necessariamente precisam resolver os problemas. “Porque, muitas vezes, eles não vão conseguir construir uma máquina, por exemplo, para separar o lixo, mas podem propor uma máquina que tenha essa função. E eles prototipam só para experimentar como seria colocar a tecnologia e a engenharia em prol do desenvolvimento sustentável”. Há questões também relacionadas a bullying, à violência nas escolas, lembrou Catarina. “Questões que extrapolam o meio ambiente, mas que estão relacionadas a outras questões maiores que permeiam esse universo da escola”, completou.

Após a apresentação dos relatórios, em 29 de outubro, uma comissão selecionará dez projetos de cada categoria (educação infantil, que se estende dos 4 anos de idade até o segundo ano do ensino fundamental; ensino fundamental, do terceiro ao nono ano; e ensino médio). Os autores terão de gravar vídeos contando como foi a experiência. No dia 6 de dezembro, serão divulgados e premiados os três primeiros colocados de cada categoria.

A escola do primeiro colocado da educação infantil terá implementada uma brinquedoteca, com brinquedos e literatura relacionados à abordagem STEAM, para ajudar as crianças a desenvolver essas habilidades e competências, relacionadas à criatividade e à curiosidade.

Para o ensino fundamental e médio, serão implementados laboratórios de robótica leve. Para os segundos e terceiros classificados de cada categoria, os prêmios são em dinheiro, a ser revertido em equipamentos e benfeitorias para as escolas, no valor respectivo de R$ 10 mil e R$ 5 mil

O Prêmio Liga STEAM 2023 é o antigo Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente, existente há 31 anos. Em 2022, ele se transformou no Prêmio Liga STEAM, com ampliação para todo o Brasil, e ganhou roupagem mais relacionada a essa abordagem, com a parceria da Tríade Educacional, responsável pela formação dos educadores. A partir deste ano, envolve a aliança com a Fundação Banco do Brasil e AVSI Brasil.

A mudança do nome teve por objetivo mostrar a relevância do tema STEAM dentro da educação. Essa abordagem pedagógica é muito difundida nos Estados Unidos, na China, Austrália e no Reino Unido e desenvolve conhecimento por meio de metodologias ativas, como a aprendizagem baseada em projetos, a partir da resolução de problemas reais do dia a dia.

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De olho na ponta da classificação, Flamengo visita Bragantino


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Tentando se aproximar da ponta da classificação do Campeonato Brasileiro, o Flamengo visita o Bragantino, a partir das 21h30 (horário de Brasília) desta quinta-feira (22) no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista. A Rádio Nacional transmite, ao vivo, o jogo válido pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Para alcançar seu objetivo, o Rubro-Negro tentará ampliar a uma sequência invicta de dez jogos sem derrotas: com sete vitórias e três empates. Porém, o time da Gávea tem um grande problema no comando de ataque, pois Gabriel Barbosa, que continua se recuperando de uma lesão no quadríceps esquerdo, só estará à disposição do técnico argentino Jorge Sampaoli na partida do próximo domingo (25) contra o Santos. Outro desfalque é o meia Matheus França, que se recupera de fortes dores no púbis.

Já o lateral-esquerdo Ayrton Lucas não fica sequer no banco de reservas, pois teve uma altíssima minutagem na Data Fifa atuando pela seleção brasileira. Outro que não joga é o volante Arturo Vidal, que disputou duas partidas inteiras pela seleção chilena. Bruno Henrique, que marcou no último minuto na vitória de 3 a 0 do Flamengo sobre o Grêmio, antes da parada para a Data Fifa, treinou bem durante a semana e pode ganhar vaga no time titular.

Já o Bragantino tentará aproveitar o fator casa para surpreender e bater o Flamengo. Com 14 pontos, o time de Bragança Paulista figura na parte de baixo da classificação no momento, mas procura uma vitória para ganhar confiança e ainda conseguir mais três pontos.

Em entrevista coletiva concedida nesta semana, o volante Matheus Fernandes afirmou que o Massa Bruta partirá com tudo para cima do rival: “Nosso time apresenta um modelo de jogo. Contra qualquer equipe jogaremos do mesmo jeito. É pressão o tempo todo para não deixar o adversário ficar confortável com a bola, para não criar jogadas. O treinamento do dia a dia e a nossa pressão constante é o que criará dificuldades na saída de bola deles e nos deixará mais próximo do gol”.

Transmissão da Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite Bragantino e Flamengo com a narração de André Luiz Mendes, comentários de Waldir Luiz e reportagem de Bruno Mendes. Você acompanha o Show de Bola Nacional aqui:

* Colaboração de Pedro Dabés (estagiário) sob supervisão de Paulo Garritano.

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Fluminense e Atlético-MG não passam do 1 a 1 no Raulino de Oliveira


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Após uma paralisação de 10 dias por causa da Data Fifa de junho, o Campeonato Brasileiro voltou a ser disputado nesta quarta-feira (21). No jogo transmitido pela Rádio Nacional, Fluminense e Atlético-MG ficaram no 1 a 1 no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, em uma partida na qual a qualidade técnica foi suplantada pela luta das equipes.

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Este resultado manteve o Tricolor das Laranjeiras na 5ª posição com 18 pontos, enquanto o Galo está em 4º com um pontos a mais.

Fluminense e Atlético-MG fizeram um primeiro tempo muito aberto, com oportunidades de lado a lado. E o Galo, que teve a estreia do técnico Luiz Felipe Scolari, conseguiu sair na frente em um lance de azar do Tricolor. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Guilherme Arana recebeu na esquerda de Paulinho e levantou a bola na área, onde Cano raspou antes de a bola bater em Guga e ir para o fundo do gol defendido por Fábio.

O gol fez bem para os visitantes, que passaram a dominar as ações. Mas, momentos antes do intervalo, o time das Laranjeiras igualou. Ganso cobrou falta na área, Bruno Fuchs afastou parcialmente e a bola sobrou com o lateral Samuel Xavier, que bateu com força de direita para deixar tudo igual.

Se a etapa inicial foi marcada por boas oportunidades de lado a lado, o segundo tempo foi muito brigado, com pouca técnica e muita luta. O lance de maior destaque do período foi a expulsão do técnico Fernando Diniz, já aos 54 minutos, por reclamação.

Oportunidade desperdiçada

O Palmeiras foi até a Arena Fonte Nova, em Salvador, e desperdiçou a oportunidade de dormir na liderança do Brasileiro, pois perdeu por 1 a 0 para o Bahia e estacionou nos 22 pontos, dois a menos do que o Botafogo, que pega o Cuiabá na próxima quinta-feira (22) na Arena Pantanal.

O gol da partida saiu já aos 47 do segundo tempo, quando Cauly fez grande jogada individual e a bola sobrou para Daniel, que bateu forte da entrada da área. O goleiro Marcelo Lomba deu rebote e Thaciano não perdoou para marcar o 12º ponto do Bahia, atual 14º colocado do Brasileiro.

Bombas no gramado

O ponto negativo da rodada foi registrado na Vila Belmiro, onde o confronto entre Santos e Corinthians foi encerrado, pelo árbitro Leandro Pedro Vuaden, aos 44 minutos do segundo tempo, quando parte da torcida da equipe da casa jogou bombas e sinalizadores dentro do gramado. Após este episódio lamentável fica a expectativa de uma possível punição do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Com a bola rolando, o Timão foi mais eficiente e triunfou por 2 a 0. Os gols saíram na etapa inicial, com o atacante com Yuri Alberto aos 18 minutos do primeiro tempo e com João Lucas, que desviou para o gol de sua própria equipe aos 27 minutos. Com o revés, o Peixe permanece com 13 pontos, na 13ª posição. Já o Corinthians aparece na 15ª posição, com 12 pontos.

São Paulo vence no Morumbi

Uma equipe que não vacilou em casa foi o São Paulo. Após ver o Athletico-PR abrir o placar com o atacante Vitor Roque aos 10 minutos do primeiro tempo, o Tricolor virou no Morumbi graças a gols de Gabriel Neves, aos 18, e de Luciano, com um belo chute no ângulo no primeiro minuto da etapa final.

Após este triunfo o São Paulo saltou para a 6ª posição da tabela com 18 pontos. Já o Furacão ficou em 9º, com 16 pontos.

Visitante vitorioso

Mesmo jogando no estádio do Mineirão, o Cruzeiro viu o Fortaleza vencer por 1 a 0 graças a gol do argentino Lucero, após rápido contra-ataque, aos 34 minutos do segundo tempo. Após este resultado o Leão chegou aos 17 pontos, assumindo a 8ª posição da classificação. Já o Cruzeiro permanece com 14, na 10ª colocação.

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Circuito Mundial de Surfe chega ao Rio de Janeiro


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Dois dias antes do início da janela de competições da etapa do Rio de Janeiro do Circuito Mundial de Surfe, três das estrelas brasileiras que participarão do evento concederam uma entrevista coletiva, nesta quarta-feira (21), na qual falaram da expectativa de atuar diante do público brasileiro.

Entre os homens as expectativas de título estão sobre o atual campeão mundial Filipe Toledo. Ocupando atualmente a segunda posição do ranking mundial, atrás apenas do norte-americano Griffin Colapinto, o brasileiro chega com muita moral à disputa, após vencer as três últimas edições da etapa de Saquarema: 2022, 2018, 2019 (pois em 2020 e 2021 a competição não foi realizada por causa da pandemia de covid-19).

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“É muito bom retornar ao Brasil, para disputar uma etapa que traz muitas lembranças boas. Tive ótimos momentos aqui. Saquarema me traz confiança, mas tenho muito respeito por todos os surfistas e sei que será um evento mágico para todos. Frequento Saquarema desde criança. Acompanhei meu pai competindo lá. Vi meus ídolos competirem e tenho um carinho especial pelos locais”, declarou um animado Filipinho.

Outro brasileiro que está de olho no título da oitava etapa do Circuito Mundial de Surfe é o potiguar Italo Ferreira. “Vencer na etapa do Rio seria muito marcante na minha carreira. As coisas sempre acontecem de forma difícil para mim, mas sempre busco [a vitória] embalado pela minha fé, como em 2019. Tenho três eventos para alcançar bons resultados e entrar no top-5 do ranking mundial. A hora de vencer é essa”, declarou o campeão olímpico.

Já entre as mulheres, Tatiana Weston-Webb terá uma companhia especial na etapa brasileira, a duas vezes vice-campeã mundial Silvana Lima, que foi convidada pela organização do evento. E a gaúcha, que ocupa a quinta posição do ranking mundial feminino, também destaca a importância do apoio da torcida: “Sinto um pouco mais de pressão por competir diante do nosso público. Mas isso é um privilégio, e é claro que eu gostaria de vencer como o Filipe”.

“Toda vez que você fizer meia manobra a torcida já vai gritar, o que é muito legal, pois seus adversários estarão sempre pensando que você fez uma coisa demais, o que entra na mente deles”, declarou Tatiana Weston-Webb.

A janela de competições da oitava etapa do Circuito Mundial de Surfe tem início na próxima sexta-feira (23), e irá até o dia 1º de julho.

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Brasil encerra Copa do Mundo de remo paralímpico com três medalhas


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O Brasil fechou a sua participação na segunda etapa da Copa do Mundo de remo paralímpico, que foi disputada em Varese (Itália) no último final de semana, com a conquista de três medalhas. E o grande destaque foi o ouro alcançado pela catarinense Josiane Lima, na prova individual da classe PR2 (remadores que possuem mobilidades nos troncos e nos braços).

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Com o tempo de 10min06s30, a brasileira venceu com tranquilidade a prova, na qual foi seguida pela ucraniana Anna Aisanova e por Ka Yee Ip, de Hong Kong.

Além da medalha dourada, o Brasil fechou a competição com duas pratas. A primeira veio com os estreantes em competições internacionais Keizy Bonini e Gabriel Mendes na prova em dupla masculina da classe PR3 (atletas que possuem mobilidade nas pernas, troncos e braços).

A outra prata foi garantida por Diana Barcelos e Valdeni Junior, na dupla mista PR3 (disputada por remadores que possuem mobilidade nas pernas, troncos e braços), prova que estreará no programa dos Jogos Paralímpicos em 2024, na edição que será disputada em Paris (França).

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Prazo para inscrições no Sisu do 2º semestre acaba nesta quinta-feira


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O prazo para as inscrições no processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do segundo semestre de 2023 termina nesta quinta-feira (22). Os interessados em participar devem acessar o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior.

Segundo o cronograma, o resultado será divulgado no dia 27 deste mês. A classificação dos estudantes será feita com base na nota obtida na edição de 2022 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As matrículas devem ser feitas de 29 de junho a 4 de julho.

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O Sisu é o programa do MEC que reúne as vagas oferecidas por instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil, sendo a maioria delas ofertada por instituições federais – universidades e institutos.

As vagas são abertas semestralmente por meio de um sistema informatizado que executa a seleção dos estudantes com base na nota do Enem, de acordo com as escolhas dos candidatos inscritos. Para isso, o candidato não pode ter tirado zero na redação.

Processo seletivo

O estudante escolhe até duas opções de curso entre as ofertadas em cada processo seletivo do Sisu. É possível alterar as opções de curso durante todo o período de inscrições, sendo que a inscrição válida será a última registrada no sistema.

Quem não for selecionado em nenhuma das duas opções de curso ainda pode disputar uma das vagas por meio da lista de espera do Sisu. Para isso, é preciso manifestar interesse em participar da lista entre os dias 27 de julho e 4 de julho. A convocação dos candidatos em lista de espera será feita pelas próprias instituições a partir de 10 de julho.

As vagas ofertadas também são distribuídas conforme a Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012). Ela determina que as instituições federais de educação superior vinculadas ao MEC reservarão em cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação – por curso e turno – no mínimo 50% das vagas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, sendo metade delas reservadas para aqueles oriundos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita (renda por cabeça).

As instituições podem adotar as próprias políticas e ações, como vagas reservadas e aplicação de bônus sobre a nota do candidato que atenda ao perfil indicado pela instituição. De acordo com as especificações da instituição, o Sisu faz o cálculo automaticamente e gera nova nota.

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Prazo de pagamento da inscrição do Enem 2023 termina nesta quarta


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O prazo de pagamento da taxa de inscrição do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) 2023 termina nesta quarta-feira (21). O valor de R$ 85 pode ser pago por boleto, gerado na Página do Participante, PIX, cartão de crédito, débito em conta-corrente ou poupança (a depender do banco). Para pagar por PIX, basta acessar o QR Code que consta no boleto. 

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) aplicará o Enem 2023 em 5 e 12 de novembro. O resultado sai em 16 de janeiro de 2024. 

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O edital com o cronograma e regras para o Enem 2023 foi publicado no início de maio. Além de apresentar as datas e os horários do exame, o texto detalha os documentos necessários e as obrigações do participante, incluindo situações em que o candidato pode ser eliminado.  

Inscritos crescem

De acordo com dados preliminares do Inep, foram registradas 4.673.333 inscrições para o Enem 2023. Houve aumento de 8,2% em relação a 2022, quando houve 4.318.324 inscritos. Os números definitivos serão divulgados após o fim do período de pagamento da taxa de inscrição. 

Do total de inscritos, 2.155.238 (46,1%) foram isentos do pagamento e farão o exame de graça. O pedido de gratuidade do Enem ocorreu no mês de abril. Já quem não é isento precisa pagar a taxa de inscrição para confirmar a participação. 

Três perfis de participantes têm direito à gratuidade. Quem está cursando a última série do ensino médio em 2023 em escola da rede pública; quem cursou todo o ensino médio em escola pública ou como bolsista integral na rede privada, além de ter renda familiar, por pessoa, igual ou menor que um salário mínimo e meio; e quem está em situação de vulnerabilidade socioeconômica por ser membro de família de baixa renda que esteja inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), além de ter renda familiar, por pessoa, de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal de até três salários mínimos. 

O que é o Enem 

O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. Instituído em 1998, o Enem tornou-se a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e de iniciativas como o Programa Universidade para Todos (Prouni). 

Instituições de ensino públicas e privadas utilizam o Enem para selecionar estudantes. Os resultados são usados como critério único ou complementar dos processos seletivos, além de servir de parâmetros para pleitear financiamento estudantil em programas do governo, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). 

Os resultados individuais do Enem ainda podem ser aproveitados nos processos seletivos de mais de 50 instituições de educação portuguesas, que possuem convênio com o Inep para aceitar as notas do exame. Os acordos garantem acesso facilitado às notas dos estudantes brasileiros interessados em cursar a educação superior em Portugal. 

Os dados do Enem possibilitam também o desenvolvimento de estudos e indicadores educacionais, importantes na elaboração de políticas públicas. 

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Após 8 anos de luta, escola muda de nome e homenageia escritora


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O antigo nome da Escola Municipal de Ensino Fundamental Espaço de Bitita – Infante Dom Henrique – foi ocultado por um plástico que cobre a placa do estabelecimento, na zona norte paulistana. O novo nome, que aparece improvisado escrito na lona preta, é resultado de uma luta da comunidade escolar que começou em 2015.

Foi naquele ano que, após uma votação aberta a toda a comunidade do bairro do Canindé, ficou decidido que o nome da escola passaria a homenagear a escritora Carolina Maria de Jesus, que morou na região. A autora, quando escreveu seu livro mais famoso – Quarto de Despejo, provavelmente viu a construção da escola, inaugurada em 1960, a poucos metros do local onde ficava a favela onde vivia.

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A escolha de um novo nome foi decidida após debates a respeito do antigo Infante Dom Henrique, um nobre português que participou do estabelecimento do tráfico de pessoas escravizadas da África. “Ele foi fundador do tráfico negreiro no mundo”, diz o diretor da escola, Cláudio Marques Neto, sobre o personagem histórico.

São Paulo (SP), 19/06/2023 - Fachada da antiga Escola Municipal de Ensino Fundamental - EMEF Infante Dom Henrique, agora chamada EMEF Espaço de Bitita, em homenagem a escritora Carolina Maria de Jesus, no Canindé. Foto: Rovena Rosa/Agência

São Paulo (SP), 19/06/2023 – Fachada da antiga Escola Municipal de Ensino Fundamental – EMEF Infante Dom Henrique, agora chamada EMEF Espaço de Bitita, em homenagem a escritora Carolina Maria de Jesus, no Canindé. Foto: Rovena Rosa/Agência – Rovena Rosa/Agência Brasil

Persistência

Um projeto de lei, que alterava o nome da escola para homenagear Carolina de Jesus, chegou a ser aprovado na Câmara de Vereadores de São Paulo em 2017. Esse primeiro projeto, no entanto, foi vetado pelo então prefeito João Doria naquele mesmo ano. Segundo Cláudio Neto, a decisão foi justificada pelo fato de já existir uma escola com o nome da escritora e também com o argumento de que Dom Henrique seria um nome de “tradição” no bairro.

Para contornar a burocracia, foi apresentado então o nome Espaço de Bitita, em referência ao apelido de infância da escritora, que é lembrado no livro Diário de Bitita. A lei que determina essa mudança foi sancionada pelo prefeito Ricardo Nunes no último dia 6 de junho.

São Paulo (SP), 19/06/2023 - Cláudio Marques Neto, diretor da EMEF Espaço de Bitita no Canindé, antes chamada EMEF Infante Dom Henrique, fala sobre o processo para conseguir mudar o nome da escola e homenagear a escritora Carolina Maria de Jesus. Foto: Rovena Rosa/Agência

São Paulo (SP), 19/06/2023 – Cláudio Marques Neto, diretor da EMEF Espaço de Bitita no Canindé, antes chamada EMEF Infante Dom Henrique, fala sobre o processo para conseguir mudar o nome da escola e homenagear a escritora Carolina Maria de Jesus. Foto: Rovena Rosa/Agência – Rovena Rosa/Agência Brasil

“A lição pedagógica mais importante para nós é que, às vezes, para mudar uma realidade você precisa ter persistência”, destaca o diretor sobre o processo. De acordo com ele, a alegria foi tanta que uma festa está sendo planejada para comemorar o rebatismo da escola. “A gente tem esses pais e mães que são muito engajados, que participam da escola, então foi uma festa”, diz sobre as manifestações que chegaram presencialmente e por mensagens de whatsapp.

Para Neto, a luta pela mudança faz parte da construção do “tipo de conhecimento” que a escola propõe. “Você deixa de contar a história do ponto de vista do dominador e passa a contar do ponto de vista das pessoas simples do lugar”.

“Pensei que era uma pessoa boa”

A mudança foi considerada bem-vinda entre os alunos. “Fiquei surpreso, porque pensei que era uma pessoa boa”, disse Paulo Brito, aluno do 8º ano, quando foi informado a respeito da história do Infante Dom Henrique. “Se não é [uma pessoa boa], por que deixar o nome [na escola] e representar uma pessoa que é ruim?”, questiona o jovem de 14 anos.

“A Carolina Maria de Jesus foi uma mulher muito forte”, afirma, com uma ponta de orgulho, Emanuelly Ferreira, que tem 13 anos e também cursa o 8º ano.

Para a historiadora especialista em patrimônio cultural, Debora Neves, dificuldades como a enfrentada pela comunidade da escola Espaço de Bitita para conseguir a alteração do nome, tem a ver com “uma burocracia instrumentalizada que barra o avanço desses debates”. Segundo ela, isso acontece “porque são temas que ainda estão muito presentes na nossa sociedade. Tem a ver com a dificuldade de a gente encarar o passado como ele efetivamente é. O nosso passado não é simpático, não é bonito”.

No entanto, apesar dos obstáculos, Deborah acredita que movimentos como o que ocorreu no Canindé devem se multiplicar. “Esse é um processo que não vai ser interrompido, porque as pessoas estão cada vez mais se apropriando daquilo com que elas convivem no cotidiano e querem se sentir pertencentes a esses espaços”, enfatiza.

O caminho percorrido pela comunidade na zona norte é, na avaliação da historiadora, o melhor trajeto para trabalhos como esse, começando pelo reconhecimento e debate. “De modo geral, as pessoas não sabem quem são os patronos dessas escolas, prédios públicos, de ruas. Então, o primeiro passo é justamente despertar essa curiosidade”.

São Paulo (SP), 19/06/2023 - Crianças realizam projetos de ciências no pátio da antiga Escola Municipal de Ensino Fundamental - EMEF Infante Dom Henrique, agora chamada EMEF Espaço de Bitita, em homenagem a escritora Carolina Maria de Jesus, no Canindé. Foto: Rovena Rosa/Agência

São Paulo (SP), 19/06/2023 – Crianças realizam projetos de ciências no pátio da antiga Escola Municipal de Ensino Fundamental – EMEF Infante Dom Henrique, agora chamada EMEF Espaço de Bitita, em homenagem a escritora Carolina Maria de Jesus, no Canindé. Foto: Rovena Rosa/Agência – Rovena Rosa/Agência Brasil

Estação Paulo Freire

Em maio, a Justiça de São Paulo impediu que o metrô mudasse o nome da futura Estação Paulo Freire, prevista para ser inaugurada em 2026 na Linha Verde, para Fernão Dias. O primeiro nome faz referência ao patrono da educação brasileira e o segundo a um bandeirante que viveu no século 17.

A empresa sustenta que a alteração foi feita após uma pesquisa de opinião. A estação ficará localizada na Avenida Paulo Freire, na zona leste paulistana.

Nesse caso, a historiadora vê o processo como insuficiente. “O processo participativo envolve discussão, debate, leituras, escutas, estudos. Enfim, não é só abrir um formulário e as pessoas votam sim ou não”, destaca Deborah.

*Matéria alterada às 17h50 para correção do nome do entrevistado Paulo Brito. Originalmente, a matéria foi publicada com o nome Pedro.

Psicanalista diz que mundo de tsunami digital requer nova educação

Surfe de peito, o esporte que faz do corpo uma prancha


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Bodysurf, surfe de peito ou o popular jacaré. Os nomes são muitos, assim como as origens deste esporte, considerado a forma mais pura e original de deslizar sobre as ondas, valendo-se apenas do próprio corpo para fluir e se conectar à natureza.

“Não tem uma data exata, um momento de invenção. Veio antes de tudo e ninguém sabe quem inventou. Talvez, até um homem da caverna tenha entrado no mar e pegou uma onda com o próprio corpo”, filosofa Kalani Latanzzi, apostando nos conterrâneos havaianos como os precursores do esporte.

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Apesar de ter nascido nas Ilhas vulcânicas do Pacífico, o 50º estado dos Estados Unidos, Kalani seguiu para o Brasil ainda bebê e aprendeu a surfar nas potentes ondas da Praia de Itacoatiara, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, de onde literalmente saiu para rodar os sete mares do planeta. Além de vencer a edição de 2017 do Mundial de Bodyboard, desceu de peito pelos paredões de Nazaré (Portugal), Jaws (Havaí) e Puerto Escondido (México). Com tantas façanhas ele ganhou o apelido de waterman (homem água, em tradução livre) e virou tema de um documentário.

“O surfe de peito é o princípio de tudo, esporte base que pode evitar dificuldades e traumas. Caso o strep (cordinha da prancha) arrebente, [o surfista] precisa saber furar a onda ou pegar uma que o tire da arrebentação e o leve de volta para terra em segurança”, explica o atleta de 29 anos, que aprendeu a modalidade aos 12 acompanhando, pelo YouTube, o multicampeão de bodyboard Mike Stewart: “Ele também é supercampeão no bodyboard. Quem vem dessa modalidade traz um conhecimento, porque há muitas similaridades, basta tirar a prancha”.

Aos 60 anos, o norte-americano Mike também pratica a modalidade, na década de 1990 chegou a ser chamado de arte perdida, mas que a partir dos anos 2000 evoluiu em popularidade com cada vez mais estilos e manobras como rolo, tubo e 360º. “O que me motiva é o oceano. O mar muda sempre, e toda vez que entro nele, seja para competir ou para me divertir, sempre tenho uma nova e diferente experiência”, afirma o veterano, citando os motivos para continuar disputando competições ao redor do mundo.

Homem-peixe

Outro personagem do Itacoatiara Pro (festival de esportes ao livre) é Henrique Pistilli, também conhecido como homem-peixe. Radicado em Fernando de Noronha (Pernambuco) desde 2010, o carioca sofreu uma lesão no joelho e acabou não competindo: “Minha intenção era participar, celebrar este cardume de gente incrível. Mesmo aqui da areia, pude ver essas grandes performances. O esporte está crescendo cada vez mais por conta dessa convergência e troca entre os atletas”.

Segundo Pistilli, as crianças intuitivamente brincam de pegar jacaré, prática natural e que se observa em qualquer lugar do globo onde há uma pessoa próxima de uma praia: “No Pacífico, os termos mais antigos para identificar esta prática são Kaha Nalu e Umauma. No Brasil há os jacarezeiros, assim apelidados pelos militares do Forte de Copacabana no início do século XX”. Além disso, o atleta aposta que o futuro do surfe de peito passa por um estilo livre, cada vez mais aprimorado e independente das competições: “Elas [competições] são importantes, mas vejo o bodysurf mais próximo do ser zen da yoga, por permitir uma conexão profunda com o mar. A pessoa pode sentir na pele toda esta energia”.

Itacoatiara Pro

Após onze edições, o Itacoatiara Pro teve pela primeira vez uma prova de surfe de peito. A competição, realizada na última terça-feira (20), teve como campeão o carioca Yuri Martins. O vice-campeonato ficou com Kalani Latanzzi e o terceiro lugar com Mike Stewart. Já nesta quarta-feira (21), o evento reúne nomes de peso do surfe de ondas grandes, como Lucas Chumbo, Vitor Ferreira, Eric Souza, Raoni Monteiro, Gabriel Sampaio, Pedro Calado e Guilherme Herdy.