Category Added in a WPeMatico Campaign

Sábado para assistir e experimentar esporte paralímpico no Ibirapuera

Sábado para assistir e experimentar esporte paralímpico no Ibirapuera

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil

Neste sábado (30) de muito sol em São Paulo, Mariana Prado, 28 anos, e sua sobrinha Giulia, 9 anos, decidiram passear pelo Parque Ibirapuera, na capital paulista. Foi então que elas se depararam com uma estrutura especial: uma arena com um telão que estava transmitindo ao vivo os jogos das Paralimpíadas de Paris. Ao lado desse telão, foi montada uma arena paradesportiva, onde ambas puderam experimentar como é praticar um esporte paralímpico.

A reportagem da Agência Brasil encontrou Mariana e Giulia sentadas em cadeiras de rodas, tentando arremessar uma bola ao cesto, no esporte chamado de basquete em cadeira de rodas. “É um esporte muito difícil, mas minha sobrinha está fazendo vários pontos. Ela é muito boa e eu sou terrível [nesse esporte]”, brincou a tia. “Esse espaço aqui é genial e um incentivo para a gente conhecer os esportes e dar mais atenção para as Paralímpiadas. A gente sempre tenta colocar ela [a sobrinha] para conhecer os esportes. E trazer ela para essa realidade, que não é tão comum, é genial”, disse a tia.

São Paulo (SP) 31/08/2024 - Arena Paralímpica montada no Parque do Ibirapuera com telão e quadras esportivas . Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 Arena Paralímpica montada no Parque do Ibirapuera com telão e quadras esportivas . Foto:  Paulo Pinto/Agência Brasil

Giulia, por sua vez, que nunca tinha sentado em uma cadeira de rodas antes e sequer praticado esse esporte, contou ter adorado a experiência e disse que sua maior dificuldade no basquete em cadeira de rodas foi acertar a cesta. No fim, ela achou tudo “mais fácil do que imaginava”.

A Arena de Eventos foi montada em frente ao Planetário e atrás do Museu Afro Brasil e vai funcionar entre hoje (31) e amanhã (1° de setembro). A ideia foi criada pela Braskem, patrocinadora do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e pela Urbia, concessionária do parque. As atividades são todas gratuitas e funcionam das 9h às 17h. Além disso, o local deve receber a presença de alguns atletas paralímpicos.

Segundo Ana Laura Sivieri, diretora de marketing e comunicação corporativa da Braskem, a estrutura foi montada com o objetivo de “ajudar a torcida brasileira a enxergar a beleza e a potência das Paralimpíadas e para que ela possa torcer por nossos atletas”. A ideia de realizá-la no Ibirapuera foi também uma oportunidade de celebrar os 70 anos do parque. “Celebramos 70 anos [do parque] neste mês. Então juntamos as duas coisas: o aniversário do parque e as Paralimpíadas”, disse.

“Estamos proporcionando a oportunidade para que os frequentadores do parque possam entrar nesse espaço gratuitamente, assistir aos jogos e ainda participar da arena paralímpica tendo experiências como jogar o basquete em cadeira de rodas, o futebol de cegos e outras atividades. Será um dia de diversão, de interação e de incentivo para que todos assistam e acompanhem nossos atletas, que já ganharam diversas medalhas”, acrescentou a diretora da Braskem.

O profissional de educação física Everaldo Ferraz, 29 anos, que trabalha com pessoas com deficiência intelectual e física, se surpreendeu com o espaço. “Cheguei aqui no Ibirapuera hoje e vi a arena. Como eu já tinha trabalhado na área, isso me despertou a curiosidade”, disse. Ele  revelou que estava ali, na arena, com duas crianças autistas.

“Elas aproveitaram muito o espaço. E foi importante trazer para eles a perspectiva do esporte adaptado, agora com o tema das Paralimpíadas. Esse espaço aqui traz um conhecimento para a população em geral e que, muitas vezes, não tem perspectiva de como são difíceis os esportes adaptados. É importante para valorizarmos isso ainda mais”, falou.

“As Paralimpíadas são um evento que potencializa e mostra para o mundo os nossos atletas – e o Brasil é uma referência nisso. Nas Olimpíadas passadas fomos recordistas, batendo o recorde, com 72 medalhas conquistadas. Apesar da falta de estrutura, o Brasil é referência, com atletas guerreiros”, ressaltou.

A professora Lilian Espindola, 53 anos, também conheceu o espaço por acaso. “Vim passear aqui pelo Ibirapuera e me deparei com essa estrutura e tive a curiosidade de vir conhecer”, afirmou. Nessa visita, ela aproveitou para praticar o futebol de cegos. “E já estou na fila para o tênis de mesa [em cadeira de rodas]”, brincou.

“Eles [monitores] colocaram a venda nos meus olhos e fizeram inicialmente um treinamento para a gente se familiarizar com o som da bola. Mas é muito difícil e muito complicado você estar em um ambiente que você não conhece, saber os limites e onde você está. E ainda ter que encontrar a bola e chutar ao gol. É bem complicado. Mas eu achei a experiência ótima”, falou a professora. “Acho que os esportes paralímpicos deveriam ser muito mais apoiados e muito mais divulgados. Infelizmente, só temos, na TV aberta, os jogos principais. Os paralímpicos têm pouco espaço na mídia. Acredito que deveria ser mais divulgado”, sugeriu Lilian.

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil


Logo Agência Brasil

A primeira medalha de Carol Santiago em Paris foi cheia de história. Neste sábado (31), a nadadora pernambucana conquistou o ouro na prova dos 100 metros costas classe S12, para atletas com baixa visão e chegou a quatro ouros em Jogos Paralímpicos na carreira.

O resultado a coloca ao lado de Ádria Santos, velocista que marcou época pelo Brasil e, até então, estava isolada como a mulher brasileira com mais primeiros lugares em Paralimpíadas. Ádria – que segue como a atleta feminina com mais medalhas do país – somou 13 pódios pelo Brasil e Carol agora tem seis.

Notícias relacionadas:

“Estou muito feliz, a prova foi incrível, a gente testou algumas coisas de manhã (na eliminatória) e tudo o que o meu técnico pediu para eu fazer eu vim aqui e fiz. E deu certo. Foi a melhor natação da minha vida. Estou muito satisfeita”, disse a atleta, em êxtase, em entrevista ao CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) na saída da piscina.

Na final dos 100 costas, prova da qual é atual campeã mundial, Carol largou na frente e não foi incomodada em nenhum momento do percurso. Ela fechou com 1min08s23, melhor marca pessoal e recorde das Américas. Em segundo lugar, ficou a ucraniana Anna Stetsenko (1min09s43), enquanto a espanhola Maria Delgado Nadal conquistou o bronze (1min11s33).

Com o resultado, a pernambucana de 39 anos, que tardou em entrar para o movimento paralímpico e estreou em Jogos Paralímpicos apenas em Tóquio, tem seis pódios em oito provas disputadas na história dos Jogos. São quatro ouros, uma prata e um bronze, conquistado justamente nos 100 metros costas, há três anos.

Em Paris, Carol Santiago ainda corre atrás de mais quatro medalhas. O próximo compromisso é na segunda-feira (2), nos 50 metros livre classe S13, junto com atletas com deficiência visual menos severa. Depois, ela ainda nada os 200 metros medley, também na S13, além 100 livre e dos 100 peito, ambos na S12.

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil

Natação brasileira disputa cinco finais neste sábado em Paris


Logo Agência Brasil

Após as eliminatórias disputadas na manhã deste sábado (31), o Brasil tem cinco finais na parte da tarde (que atravessa a noite no horário local) no terceiro dia de competições da natação nos Jogos Paralímpicos de Paris. Com dois atletas em uma mesma prova, serão seis representantes brasileiros no total. O destaque fica por conta de Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, que trouxe o primeiro ouro para o país nestes Jogos e chega bem cotado para mais um.

Gabriel nada os 50 metros costas da classe S2, para atletas com limitação físico-motora elevada. A final está marcada para as 14h30 no horário de Brasília. O nadador mineiro fez o melhor tempo entre todos os classificados, com 53s67. Em Tóquio, Gabrielzinho foi ouro nesta prova.

Notícias relacionadas:

Outra nadadora que cairá na água com grandes expectativas é Carol Santiago. Ela também fez o melhor tempo entre todas as classificadas à final dos 100 metros costas S12, para atletas com deficiência visual (1min09s60). Assim como Gabriel Araújo, a pernambucana é uma multimedalhista paralímpica. Ela tentará seu primeiro pódio em Paris, depois de sair de Tóquio com cinco medalhas. A prova de Carol será a segunda na programação das finais e tem previsão de começar às 12h37.

A primeira final do sábado também terá brasileiro. Às 12h30, Douglas Matera nada os 100 metros costas S12 masculino. Ele fez o sexto melhor tempo entre os classificados (1min04s19).

Às 14h22, José Ronaldo nada a final dos 50 metros costas S1, para atletas com limitação físico-motora no grau mais severo. Não houve eliminatória para esta prova.

Por fim, às 15h35, serão dois brasileiros nadando a final dos 50 metros livre classe S11, para atletas com deficiência visual mais severa. O brasiliense Wendell Belarmino avançou com o sexto melhor tempo (26s76), enquanto o catarinense Matheus Rheine fez o sétimo (26s91).

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil

Brasil conquista mais duas medalhas no tênis de mesa em Paris


Logo Agência Brasil

O tênis de mesa brasileiro somou mais duas medalhas nos Jogos Paralímpicos de Paris neste sábado (31) e chegou a três pódios no total até o momento. Duas duplas do país pararam nas semifinais em suas categorias e, assim, asseguraram o bronze, já que na modalidade não há disputa pelo terceiro lugar.

Bruna Alexandre e Danielle Rauen, na classe WD20 e Cláudio Massad e Luiz Manara, da MD18, confirmaram suas medalhas. Sãoclasses no tênis de mesa formadas por atletas andantes, que podem ter diferentes graus de comprometimento.

Notícias relacionadas:

A primeira parceria brasileira a entrar em quadra buscando uma vaga final foi a dupla feminina, que acabou derrotada pelas australianas Qian Yang e Lina Lei por 3 sets a 0 (11-8, 11-9, 12-10) em um duelo acirrado que durou 24 minutos.

Esta é a quinta medalha paralímpica na carreira de Bruna Alexandre (a quarta de bronze), que recentemente participou dos Jogos Olímpicos em Paris. Para Danielle, esta é a terceira medalha paralímpica, todas de bronze.

Paris-França- 31/08/2024 O tênis de mesa brasileiro somou mais duas medalhas nos Jogos Paralímpicos de Paris neste sábado. Cláudio Massad e Luiz Manara, da MD18.  Foto Wander Roberto/CPB

 O tênis de mesa brasileiro somou mais duas medalhas nos Jogos Paralímpicos de Paris neste sábado: Cláudio Massad e Luiz Manara, da MD18. Foto – Wander Roberto/CPB

Mais tarde, Cláudio Massad e Luiz Manara, que haviam eliminado uma dupla francesa e comemorado muito diante da torcida da casa, encararam os chineses Chaodong Liu e Yiqing Zhao. Eles caíram por 3 sets a 1, parciais de 11-5,11-4, 9-11 e 11-8. O duelo durou 34 minutos.

Para ambos os atletas, esta foi a primeira subida ao pódio em Jogos Paralímpicos na carreira.

Com estes resultados, o tênis de mesa brasileiro fecha sua participação nas chaves de duplas em Paris com três pódios. Cátia Oliveira e Joyce Oliveira já haviam conquistado o bronze na classe WD5. A equipe do país tenta igualar ou superar o melhor desempenho da história, quando conquistou quatro medalhas no Rio, em 2016.

A partir deste domingo (1), começam as disputas das chaves de simples.

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil

Escolas de ensino médio da Maré só atendem 31,6% dos jovens da região


Logo Agência Brasil

O Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, tem apenas quatro escolas de ensino médio. Juntas elas têm 2.267 alunos matriculados. O número corresponde a 31,6% do total de 7.162 jovens de 15 a 18 anos que vivem na região. Os dados foram divulgados durante a 5ª edição do Seminário de Educação da Maré, realizada nos dias 27 e 28 de agosto, e fazem parte do relatório divulgado pela Redes da Maré.

No conjunto de 15 favelas da Maré, há atualmente 49 escolas públicas, sendo 45 municipais e quatro estaduais, num total de 19.537 estudantes. “Também cabe ponderar que esse número relativamente alto de escolas na Maré é recente e ainda insuficiente para atender as mais de 41 mil crianças e adolescentes de zero a 17 anos que moram no bairro”, diz o documento.

Notícias relacionadas:

Segundo o relatório, o trabalho da equipe do Toda Menina na Escola, nas 15 favelas do complexo, mostra que são múltiplas as causas que levam crianças e adolescentes a se afastarem das escolas ou jamais terem sido matriculados. Trata-se de uma camada da população vulnerabilizada, na qual, na maioria dos casos, as mães são as chefes e as únicas responsáveis em seus lares.

“A educação pública nas favelas do Rio de Janeiro é uma questão complexa e desafiadora, extremamente importante para se compreender o cenário educacional da cidade e do país como um todo. A desigualdade socioespacial é uma característica comum em muitas grandes cidades, com disparidades sociais entre diferentes áreas e bairros. Fatores que levam à desigualdade socioespacial são distribuição desigual de recursos, segregação residencial, disparidades de renda e emprego, acessibilidade e transporte, além da violência”, diz o documento.

De acordo com o Censo Populacional da Maré, em 2013, 53,47% de seus habitantes não tinham completado o Ensino Fundamental. Já a taxa de analfabetos entre pessoas a partir de 15 anos correspondia a 6% da população, sendo mais da metade mulheres.

Segundo o relatório, as escolas da Maré frequentemente enfrentam problemas relacionados à infraestrutura precária, falta de recursos, déficit de professores, turmas superlotadas e carência de materiais didáticos adequados. Esses fatores acabaram afetando diretamente a qualidade do ensino oferecido.

“Os altos índices de violência afetam diretamente o quadro de insegurança nas escolas e o percurso dos alunos às unidades escolares. A existência de confrontos armados em horário escolar prejudica diretamente o acesso à educação e o bem-estar dos estudantes e professores. Além do receio de mobilidade de famílias e estudantes, especialmente adolescentes do sexo masculino, as escolas da Maré são fechadas regularmente por conta de operações policiais no território. Em 2022, 62% das operações policiais na Maré foram realizadas próximo a escolas e creches e, somente em 2023, foram 25 dias de aulas suspensas em decorrência de operações policiais”, diz o relatório.

Operações policiais

O Ministério da Educação (MEC) sugeriu a criação de um grupo de trabalho ou uma comissão para discutir os impactos de operações policiais no funcionamento do sistema educacional, bem como formas de reparação em casos onde ocorrem o fechamento de escolas e a suspensão de aulas.

A proposta surge em resposta aos questionamentos encaminhados pelo Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão. Há duas semanas, a instituição solicitou ao MEC informações sobre a existência de uma diretriz nacional sobre o impacto das operações policiais no sistema educacional e uma forma de reparação, para que os alunos não carreguem esse déficit durante toda a trajetória escolar.

No Rio de Janeiro, onde a situação é corriqueira, levantamentos registram números alarmantes. No Complexo da Maré, um boletim produzido pela organização Redes da Maré indica que, entre 2016 e 2023, foram 146 dias com aulas suspensas e escolas fechadas em decorrência de operações policiais.

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil

Atletismo leva mais 2 ouros com Petrúcio Ferreira e Ricardo Mendonça


Logo Agência Brasil

O primeiro dia do atletismo na Paralimpíada de Paris foi dourado para o Brasil do início ao fim das provas no Stade de France nesta sexta-feira (30). Após o ouro conquistado pela manhã por Júlio César Agripino, nos 5.000 metros, nesta tarde Petrúcio Ferreira se tornou tricampeão nos 100m da classe T47 (deficiências dos membros superiores) e Ricardo Mendonça também garantiu a medalha de ouro nos 100m da classe T37 (paralisados cerebrais). E ainda teve a classificação de Thalita Simplício, atual campeã mundial nos 400m, à final da mesma distância na classe T11 (deficiências visuais). Ela venceu com sobra a bateria classificatória com o tempo de 58s56. A velocista potiguar, vice-campeã nos Jogos de Tóquio, vai brigar pelo ouro às 16h14 (horário de Brasília) deste sábado (31).

Notícias relacionadas:

Nascido em São José do Brejo da Cruz, no sertão pernambucano, Petrúcio Ferreira arrancou para a vitória nos 100m até cruzar a linha de chegada com o tempo de 10s68, deixando para trás o norte-americano Korban Best, medalha de prata e o marroquino Aymane El Haddaoui, com o bronze – ambos terminaram a prova empatados com a marca de 10s75.

Além dos três ouros paralímpicos nos 100m – o obtido hoje e os de Tóquio 2020 e Rio 2016 – Petrúcio Ferreira coleciona ainda outras três medalhas: bronze nos 400m classe T47 (Tóquio) e prata na mesma prova na Rio 2026, além de um prata no revezamento 4 x 100m também na Rio 2016.

“Sou muito grato por tudo isso, agradeço quem acredita no meu trabalho. Esse ano eu venho sofrendo muito, briga interna com meu corpo, muitas lesões, me machucando muito, muita cobrança, eu me cobro muito. Isso aqui é só diversão para mim”, revelou Petrúcio após a vitória, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

O paraibano, de 27 anos, perdeu parte do braço esquerdo após sofrer um acidente com uma máquina de moer capim. Talentoso pela agiliade com a bola no futsal, ele chamou atenção de um treinador e migrou para o altetismo.

A tarde também foi de festa para o velocista Ricardo Medonça. Natural de Natividade (RJ), o atual campeão mundial nos 100m T37, largou mal, mas fez uma prova de recuperação até vencer com o tempo de 11s07, 19 centésimos à frente do indonésio Saptoyogo Purnomo (1s26), medaha de prata, e de Andrei Vdovin (11s41) – atleta paralímpico neutro – que completou o pódio com o bronze.

“Eu fiz o que tinha que fazer. Saí tendo que correr o mais rápido possível, como meu treinador pede. Na final, não tem corrida bonita, tem corrida rápida. E essa foi rápida o suficiente para trazer o ouro. Melhorei meu tempo, eu queria isso. Não foi tão mais rápido que na semi, mas consegui abaixar e estou muito satisfeito. Ainda não é o fim. Ainda tem os 200m, minha prova favorita. Dos 100m, foi sensacional, não poderia esperar mais”, celebrou Ricardo Mendonça, natural de Natividade (RJ), que nos Jogos de Tóquio foi bronze na provas dos 200m T37.

As provas do atletismo se estenderão até 8 de setembro, último dia da Paralimpíada. A modalidade é a que soma mais medalhas para o Brasil na história dos Jogos. O total de pódios com as conquistas desta sexta (30) – três ouros e um bronze –  subiu para 174 (51 de ouro, 70 de prata e 53 de bronze).

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil

Ministério do Esporte apresenta Guia dos Jogos Paralímpicos de Paris


Logo Agência Brasil

O Ministério do Esporte divulgou o guia Paris 2024 com informações sobre atletas, procedimentos e investimentos federais no esporte paralímpico brasileiro.

Com informações sobre programas e leis de incentivo aos atletas, a cartilha apresenta dados sobre conquistas com o apoio desses investimentos, como medalhas e ascensão no ranking mundial do paradesporto.

Notícias relacionadas:

A cartilha também explica adaptações feitas nos esportes, considerando as classificações das deficiências. As modificações variam de acordo com o esporte e nível de suporte necessário pelo atleta. No atletismo, os atletas têm a possibilidade de usarem o cordão de ligação. Na bocha, o uso de hastes, calhas e instrumentos de auxílio, além da presença de assistentes esportivos.

Nos Jogos Paralímpicos de Paris, que começaram nesta quinta-feira (29), o Brasil vai competir com a maior delegação da história em evento fora do país. Do total de 280 atletas, 274 pertencem ao programa Bolsa Atleta, 98% foram convocados.

Entres as 22 modalidades, a delegação brasileira está presente em 20 categorias, sendo: tênis de mesa, ciclismo, futebol de cegos, badminton, bocha, canoagem, esgrima, halterofilismo, hipismo, judô, goalball, natação, remo, taekwondo, tênis, tênis de mesa, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo e vôlei sentado.

Confira mais informações sobre os atletas e incentivos no Guia das Paralimpíadas.

* Estagiária sob supervisão de Marcelo Brandão.

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil

Tênis de mesa: Brasil vai à semi nas duplas e crava 2º bronze em Paris


Logo Agência Brasil

As brasileiras Bruna Alexandre e Danielle Rauen avançaram às semifinais de duplas femininas do tênis de mesa na classe W20 (atletas andantes) e já asseguraram ao menos a medalha de bronze, a segundo o país na modalidade, na Paralímpíada de Paris. Nesta sexta-feira (30), Bruna e Dani venceram com facilidade as ucranianas Iryna Shynkarova e Maryna Lytovchenko, por 3 sets a 0 (parciais de 11/04, 11/02 e 11/03), pelas quartas de final na Arena Paris Sul.

Como no tênis de mesa não há disputa de terceiro lugar, Bruna e Danielle já têm lugar garantido no pódio, resta saber qual. As mesa-tenistas disputam as semifinais neste sábado (31) a partir das 7h (horário de Brasília), contra as australinas australianas Yang Qian e Lei Lina, bicampeãs paralímpicas (Tóquio 2020 e Rio 2025). Se vencerem se classificam à final valendo ouro. Em caso de derrota, levarão o bronze.

“A gente merece muito esse resultado. Obviamente a gente vai buscar muito mais. Vamos pegar a Austrália na semi. A gente jogou com elas este ano em Montenegro, vencemos mas é um jogo bem difícil. Elas são campeãs da Rio 2016 e Tóquio 2020, mas a gente merece muito. A gente treinou muito para estar aqui”, disse Bruna Alexandre, após a classificação, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Natural de Criciúma (SC), Bruna, de 29 anos, está em sua quarta Paralimpíada. Prata em Tóquio 2020 e bronze na na Rio 2016, a mesa-tenista perdeu o braço direito, aos seis meses de vida, quando precisou ser submetida a uma amputação, em razão de uma trombose provocada por uma injeção mal aplicada. Há poucas semanas, Bruna fez história em Paris, ao se tornar a primeira brasileira a disputar tanto a Olimpíada quanto a Paralimpíada.

Horas antes da alegria da classificação nas duplas femininas, Bruna e Dani amargaram derrotas em suas respectivas duplas mistas. Ao lado do compatriota Paulo Salmin, com quem divide o atual título mundial, Bruna foi superada pelos ucranianos Iryna Shynkarova e Viktor Didukh, por 3 sets a 0, em partida das quartas da classe XD17 (atletas andantes). Também pelas quartas, a dupla de Dani Rauen com Luiz Manara perdeu de virada para os poloneses Piotr Gruszien e Karolina Pek, cabeças de chave número 1, também por 3 set a 2.

“O tênis de mesa é muito mental, a gente fala que o mental vale muito mais que o físico. Eu perdi um jogo na mista para a dupla número 1 do mundo, saí muito triste, fiquei muito sentida mesmo, mas tive que virar a chave muito rápido. Até faleu com a Bruna: se a gente vai ganhar eu não sei, mas vamos nos dedicar muito para isso. Então saímos com a vitória e a gente está muito feliz com isso”, comemorou Dani, catarinense de São Bento do Sul, que sofre como artrite reumatóide juvenil, diagnosticada aos quatro anos de idade.

As brasileiras Cátia Oliveira e Joyce  Quinzote arremataram o bronze, a primeira medalha do pais no tênis de mesa  em Paris, nesta sexta (30), após derrota para as sul-coreanas Su Yeon Seo e Jiyu Yoon, por 3 sets a 0 (parciais de 06/11, 09/11 e 11/13),  nas semifinais da classe WD5 (atletas cadeirantes). 

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil

Prazo para adesão ao Desenrola Fies é prorrogado até 31 de dezembro


Logo Agência Brasil

Com um total de 351.696 contratos já renegociados, o prazo para adesão ao Desenrola Fies foi novamente prorrogado – desta vez, até 31 de dezembro. O programa permite a renegociação de dívidas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Em maio, o prazo para adesão já havia sido prorrogado e venceria neste sábado (31).

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social (Secom), os contratos renegociados geraram um desconto de R$ 12,8 bilhões e uma redução da dívida total de R$ 16,1 bilhões para R$ 3,2 bilhões. As renegociações resultaram em R$ 677 milhões em restituição aos cofres públicos, por meio de pagamentos à vista.

Entenda

Notícias relacionadas:

Gerido pelo Ministério da Educação e operacionalizado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Desenrola Fies oferece condições especiais, incluindo descontos para estudantes inscritos no Cadastro Único. Alunos com dívidas em contratos firmados até 2017 e inadimplentes até 30 de junho de 2023 podem solicitar a renegociação.

As condições de renegociação variam de acordo com o tempo de inadimplência e se o estudante pertence a famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico) até 30 de junho de 2023 ou foi beneficiário do auxílio emergencial pago em 2021.

Estudantes com dívidas em atraso há mais de 360 dias e inscritos no CadÚnico ou beneficiários do auxílio emergencial podem obter descontos de 92%, se o atraso for entre 360 dias e cinco anos; e de 99%, se o atraso for superior a cinco anos.

Para os que não estão no CadÚnico ou não receberam auxílio emergencial, há outras condições de renegociação com descontos variados, permitindo o parcelamento da dívida em até 15 vezes após o desconto.

Serviço

O ministério e o FNDE disponibilizam o portal Fale Conosco (https://mecsp.metasix.solutions/portal) e o telefone 0800 616161 como meios de sanar dúvidas e obter mais informações sobre o Desenrola Fies, contam com os seguintes canais de atendimento:

– Caixa: aplicativo; contato pelo WhatsApp no número 0800 104 0 104; e ligações pelo número 4004 0 104 (para capitais e regiões metropolitanas) ou 0800 104 0 104 (para as demais regiões do país).

– Banco do Brasil: aplicativo; contato pelo WhatsApp no número (61) 4004 0001; e ligações para a Central de Atendimento do BB pelo número 0800 729 0001.

Carol Santiago é ouro nos 100m costas e faz história para o Brasil

Júlio César Agripino é ouro e bate recorde mundial na corrida dos 5 km


Logo Agência Brasil

O Brasil estreou em grande estilo no primeiro dia do atletismo na Paralimpíada de Paris com dobrandinha no pódio no Stade de France. O paulista Júlio César Agripino, nascido em Diadema, faturou a medalha de ouro, com direito a recorde mundial e paralímpico, ao concluir a prova dos 5.000 metros da classe T11 (deficiências visuais) em 14min48s85, com três segundos de vantagem sobre o japonês Kenya Karasawa (14min51s48), que ficou com a prata. O sul-matogrossense Yeltsin Jacques, arrematou o bronze, com a terceira posição (14min52s61).

Notícias relacionadas:

“Estou muito feliz, é muita emoção ser campeão paralímpico e quebrar o recorde mundial. Mostra a força da periferia, comecei a treinar só tinha um campinho. Mas com muita força e determinação eu consegui vencer, sempre tem altos e baixos na vida, mas agora sou campeão paralímpico. Dedico também essa medalha para o meu avô”, disse Agripino, de 33 anos, emocionado após conquistar a primeira ouro na carreira em Jogos Paralímpicos, em depoimento ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). 

Em maio, Júlio César, de 33 anos, já se destacara com a prata na mesma prova dos 5.000m no Mundial de Kobe (Japão), vencida pelo compatriota Yeltsin. Aos sete anos de idade, o paulista de Diadema foi diagnosticado com ceratocone, doença degenerativa na córnea.

“Sempre tive dificuldade para controlar a parte mental, me concentrar. Eu chegava bem condicionado, mas falhava na concentração. Conversei ontem com minha psicóloga, falei que estava um pouco nervoso, mas hoje acordei e pensei, vou ganhar. Ela falou que eu iria reagir bem e foi o que aconteceu”, comemorou Júlio César.

Recuperado de uma lesão, o sul-matogrossensse Yeltsin Jacques, campeão dos 5.000m nos Jogos de Tóquio, também festejou sua medalha de bronze.

“Muito feliz pelo Júlio. Eu tive uma lesão, peguei uma virose, o que acabou atrapalhando um pouco a preparação. Mas como minha esposa disse, você ou chupa o limão azedo ou faz a limonada. Estou com sentimento de missão cumprida”, disse Yeltsin, de 32 anos, que nasceu com baixa visão.

Recordista mundial nos 1.500m classe T11, com o tempo de  3min57s60 – que lhe valeu o ouro nos Jogos de Tóquio – Yeltsin voltará à pista na próxima segunda-feira (2 de setembro). Ele competirá a prova classificatória dos 1.500m, assim como Júlio César Agripino, campeão mundial da prova em Kobe (Japão).

O atletismo é a modalidade que soma mais medalhas para o Brasil na história dos Jogos Paralíimpicos. O total de pódios, com o ouro e bronze conquistados nesta sexta (30), subiu pra 172 ( 49 de ouro, 70 de prata e 53 de bronze ).